"Mais de seis milhões de canadenses se unirão com 500
milhões de pessoas de 180 países em eventos e projetos para tratar as
questões ambientais. Praticamente todas as crianças em idade escolar no
Canadá participarão de uma atividade no Dia da Terra. [1].
"A Terra é mais do que apenas uma espaçonave. Ela é
nossa Mãe. Ela nos deu a vida. Não temos outro lugar para ir; temos de
ficar e amá-la." [2].
Exatamente como nos dias antigos, a Terra se tornou o
ponto focal de adoração. Na antiga Grécia, a suprema divindade da Terra
era Gaia, também conhecida como a Mãe Universal. Juramentos sagrados
eram feitos em seu nome e os adoradores realizavam rituais em sua honra.
[3]. Um comentarista nos diz:
"A representação artística clássica de Gaia é uma
mulher emergindo da terra até a altura dos seios. A deusa se levanta mas
nunca deixa seu corpo planetário. Ritos viscerais, incluindo oferendas
de plantas, sacrifícios de animais e, presumivelmente, extáticos
sacrifícios humanos, bem como despudoradas cerimônias sexuais eram
realizados para adorar a fecundidade de deusa." [4].
Em nossa era contemporânea, o Dia da Terra se tornou a
celebração moderna de Gaia. Os participantes desse evento, estejam ou
não cientes disso, imitam as antigas crenças pagãs da Mãe Universal.
Como os juramentos sagrados feitos em nome da deusa, os celebrantes
atuais do Dia da Terra assinam petições a favor do meio ambiente, firmam
compromissos e anunciam resoluções em apoio à Mãe Terra. Como nos
antigos sacrifícios à deidade, os praticantes atuais do Dia da Terra
oferecem sacrifícios de "boas obras" ao planeta. Não somente é a Terra
uma divindade a ser venerada, mas a própria Terra — como representante e
incorporação da deusa — tem se tornado um ídolo dos dias modernos.
Será se todos os que se envolvem nas festividades do
Dia da Terra enxergam as conexões que existem entre esse evento e a
antiga deusa pagã? Alguns sim, especialmente aqueles que seguem uma
posição neopagã, mas muitos desconhecem, pensando que seja uma
oportunidade para as famílias participarem da conservação do meio
ambiente (muitas coisas boas são feitas durante o Dia da Terra, como
limpar o leito dos rios e plantar árvores — mas o problema não é este).
Motivados por boas intenções, centenas de indivíduos (incluindo cristãos
professos), participam sem primeiro considerar do que se trata
realmente o Dia da Terra ou as filosofias que estão por trás do
movimento.
O ator americano James Coburn (falecido em 2002)
compreendia esses vínculos com o paganismo. Considere esta sua
entrevista, realizada em 1990 com a jornalista Caryl Matrisciana durante
o festival Dia da Terra, na praia de Malibu:
"— Sr. Coburn, por que devemos nos preocupar com o Dia da Terra, ou da Mãe Terra?"
"— A Mãe Terra é a Mãe. Ela é a Deusa-Mãe. Deveríamos
louvá-la, em vez de estuprá-la. Todas estas pessoas estão aqui hoje por
uma razão, porque estão preocupadas com o que está acontecendo com a
Terra, com aquilo que a humanidade está fazendo com a Terra."
"Todas as emoções negativas que carregamos por aí
também contribuem para o problema. Tudo alimenta a Lua. O que temos de
fazer é sermos verdadeiros conosco mesmos; se formos verdadeiros conosco
mesmos, seremos verdadeiros com a Mãe Terra."
"A Mãe Terra será generosa. Ela nos dará tudo que
necessitarmos. Ela tem feito isso há muito tempo. Perdemos o nosso rumo.
Os pagãos sabiam como lidar com a terra e alguns índios ainda se
lembram como fazer."
"A Terra é um organismo vivo. Estamos matando a quem mais amamos e quem também nos ama. Temos de louvar nossa Deusa-Mãe!" [5].
Quando o Dia da Terra foi celebrado em 1970, a revista Newsweek chamou o evento de "uma vibrante dança da chuva em âmbito nacional" [6]. O New York Times,
entretanto, disse que "o tempo tinha chegado para aquela ideia, porque a
vida está chegando ao fim". A Terra e a humanidade necessitavam ser
salvas "da intolerável deterioração e da possível extinção" [7].
Agora, quase quarenta anos mais tarde, empresas
patrocinadoras pagam pelos eventos comunitários do Dia da Terra. Os
governos federal e municipais gastam o dinheiro dos impostos na promoção
do dia 22 de abril e uma miríade de organizações de raiz popular
acrescentam energia à causa. Ele é um evento que chama a atenção dos
canais de notícias locais e nacionais, dos políticos e alimenta a
imaginação das crianças em idade escolar em toda a parte. Desde a
gigante da indústria automobilística Toyota [8] até cada centro urbano
na América do Norte, desde as Nações Unidas até o Conselho Nacional de
Igrejas [9] — o Dia da Terra é muito mais do que uma bizarra dança da
chuva; é uma plataforma para lealdades à cidadania global e à Terra.
Nasce o Dia da Terra
A ideia do Dia da Terra se originou em 1962 com o
senador Gaylord Nelson, do estado americano do Wisconsin. Convencido que
as questões ambientais precisavam de uma maior exposição, Nelson
sugeriu ao presidente Kennedy que embarcasse em um "circuito de viagens a
favor da preservação nacional". No ano seguinte, Kennedy iniciou uma
excursão de cinco dias para promover a conservação do meio ambiente, mas
aquilo nunca chegou a gerar o interesse político que Nelson esperava.
Entretanto, de acordo com o senador, "aquele foi o germe da ideia que
posteriormente se transformou no Dia da Terra." [10].
Somente alguns anos mais tarde, durante o auge dos
protestos contra a Guerra do Vietnã, o senador Nelson lançou a ideia de
um evento educativo em âmbito nacional para criar conscientização sobre o
meio ambiente, o "primeiro seminário nacional sobre o meio ambiente".
Esse evento, planejado para 22 de abril de 1970, seria estilizado com
base no movimento de protestos contra a guerra, e tinha o objetivo de
conquistar o interesse e a energia dos jovens — uma geração que estava
passando por uma das maiores transformações culturais na história dos
Estados Unidos. Sem qualquer surpresa, no primeiro discurso no Dia da
Terra, o senador Nelson refletiu essa transição cultural, gloriando-se
que 22 de abril seria a "data de nascimento de uma nova ética americana
que rejeita a filosofia dos pioneiros da fronteira que o continente está
aqui para nós saquearmos..." [11].
Décadas após o evento inicial, o assistente de Nelson
que coordenou a campanha educativa nacional do Dia da Terra, Denis
Hayes, disse a um entrevistador: "— Conscientemente, partimos para
construir um movimento para unir a América e deixar todos sob um
guarda-chuva, compartilhando um mesmo conjunto de valores." [12].
Novas éticas e um conjunto comum de valores iriam
guiar esse movimento e agir como inspiração para os estudantes
universitários em seus grupos de defesa do meio ambiente. Lembre-se,
isto aconteceu em 22 de abril de 1970, e os estudantes daquela época
representavam um amplo bloco da liderança política, empresarial,
acadêmica e religiosa. O senador Nelson compreendia o poder potencial de
utilizar a juventude da nação.
Ajudando a tornar esse primeiro Dia da Terra um
sucesso, um livro especial de ensaios foi compilado pela organização
Amigos da Terra e distribuído em todo o país para os professores dos
ensinos fundamental, médio e universitário. Intitulado The Environmental Handbook: Prepared for the First National Environmental Teach-In, April 22, 1970,
esse volume introduziu um novo conjunto de ideais sociais que
apontariam para um mundo melhor. Dezenas de milhares de exemplares foram
distribuídos e 20 milhões de pessoas em todo o país celebraram o que
iria se transformar no movimento global do Dia da Terra.
Mas, quais eram os valores apresentados por esse
livro? Estavam eles baseados nos fundamentos centrais da cosmovisão
judaico-cristã do pensamento e do direito ocidentais? Eles suportavam a
preservação do meio ambiente com o bom senso? O controle da erosão, a
manutenção de uma população silvestre equilibrada, restrições no uso dos
poluentes tóxicos ou o controle das espécies invasivas?
O assunto da poluição foi tratado, com uma distorção
sobre o controle populacional. O uso da terra também foi discutido, ao
vilificar "a criação convencional de gado nas fazendas".
Paul Ehrlich, autor de The Population Bomb (A
Bomba Populacional), contribuiu com um cenário sombrio para impressionar
as mentes dos jovens: por volta de 1973, a poluição atmosférica iria
paralisar as cidades, a nuvem da poluição causaria desastres e o número
de mortes chegaria às centenas de milhares — tudo anunciando o advento
de um colapso global na qualidade do ar que tornaria o "planeta
inabitável" por volta de 1990. Aproximadamente em meados dos anos 1970s,
o cinturão produtor de grãos nos EUA se transformaria em um grande
deserto no meio-oeste, arrasando os estoque de alimentos. Durante esse
período de tempo, Ehrlich especulou, o setor de recursos dos EUA
entraria em colapso e um programa nacional de "planejamento familiar"
teria de ser estabelecido junto com uma agenda internacional para
limitar o crescimento da população humana. Por volta de meados de 1979,
os oceanos do mundo estariam mortos e toda vida animal marinha extinta.
[13].
Para os alunos do ensino médio e universitário
participantes no primeiro Dia da Terra, essas previsões tiveram o efeito
de causar arrepios. Como o Sr. Ehrlich explicou: "Um cenário bastante
sombrio. Infelizmente, já avançamos muito dentro dele." [14].
Algo disto soa familiar a você? "O aquecimento poderá
provocar o colapso da agricultura", assim reportou o Inter-Press
Service em 2007. [17]. "Os cardumes poderão desaparecer devido ao
aquecimento global", anunciou um artigo da Associated Press em
2008. [16]. O professor John Brignell, um autor e pesquisador sobre
temas sociais, publicou em um artigo na Internet suas observações com
relação à mudança climática e o medo que está provocando:
"Sofre de um problema qualquer? Lance a culpa sobre o
aquecimento global. Desde alergias até a escassez do xarope de
groselha, e à febre amarela: aparentemente todos os males contemporâneos
são causados pela mudança climática." [17].
A página de Brignell na Internet lista mais de 300
supostos problemas, ou pseudoproblemas, que são atribuídos ao
aquecimento global. Essa lista documentada inclui capim, pedra nos
rins, inflação na China, invasão de águas-vivas e ostras gigantes, a
morte do monstro do lago Ness, o desaparecimento dos peixes, uma
vindoura Era do Gelo, conflito com a Rússia, uvas azedas e vinhos mais
fortes, falência das fazendas (porém a produção das fazendas cresceu),
aumento — ou diminuição — da salinidade do Oceano Atlântico, nuvens de
poluição, terrorismo, desmaios e cérebros menores. Tendo a acreditar
neste último efeito.
O céu está desabando! O céu está desabando! Esta é
uma tática do medo para a transformação global? Considere as seguintes
citações:
"Durante qualquer 'ciclo de problema-atenção' nas
campanhas sobre o meio ambiente, há uma fase em que o problema precisa
ser estrategicamente exagerado de modo a fixá-lo em uma agenda de planos
para ação." [18] — Instituto Internacional Pelo Desenvolvimento
Sustentável.
"Temos de oferecer cenários aterrorizadores, fazer
declarações simplificadas e dramáticas e evitar mencionar quaisquer
dúvidas que possamos ter." [19] — Professor Stephen Schneider.
"Independente se a ciência é toda falsificada,
existem benefícios ambientais colaterais... a mudança climática fornece a
maior chance de trazer a justiça e a igualdade no mundo." [20]. —
Christine Stewart, ex-ministra do Meio Ambiente do Canadá.
"Benefícios ambientais colaterais...?" Isto é
questionável, no mínimo; mais de 31.000 cientistas assinaram uma petição
em que questionavam a tese do aquecimento causada pelo homem e sugeriam
abertamente que aumentar o dióxido de carbono na atmosfera pode ter
benefícios. [21]. Além disso, "justiça" e "igualdade" são questões
sociais — não atmosféricas. Novamente, isto aponta para o cerne da
questão: transformação social.
Mas, as táticas de criar medo são eficazes. Elas
levam as massas a pensar: "Como pode a humanidade reverter sua iminente
destruição pelo meio ambiente? O que pode ser feito para salvar a Mãe
Terra?" De acordo como o primeiro Dia da Terra e o Manual do Meio
Ambiente, podemos começar lançando a culpa sobre o Cristianismo e os
valores ocidentais e, em seguida, adotar uma cosmovisão pagã e soluções
socialistas radicais.
Considere as seguintes citações do Manual do Meio
Ambiente. Tenha em mente que esse texto estabeleceu os ideais éticos
para uma nova realidade na Terra e definiu o tom para o primeiro Dia da
Terra e as celebrações subsequentes.
Nota: Os nomes dos autores e os números das
páginas estão no fim de cada citação; o texto original continha vários
erros ortográficos.
Sobre Religião:
"O Cristianismo, em absoluto contraste com o
paganismo antigo e as religiões da Ásia... não somente estabeleceu um
dualismo do homem e natureza, mas também insistiu que é a vontade de
Deus que o homem explore a natureza para seus próprios fins."
"No nível das pessoas comuns, isso resultou em algo
interessante. Na antiguidade, cada árvore, cada fonte, cada ribeiro,
cada colina tinha seu próprio gênio local, seu espírito guardião. Esses
espíritos podiam ser contactados pelo homem... Antes de alguém cortar
uma árvore, iniciar a extração de minérios em uma montanha ou represar
um rio, era importante aplacar o espírito responsável por aquela
situação em particular e mantê-lo apaziguado. Destruindo o animismo
pagão, o Cristianismo tornou possível a exploração da natureza em uma
atmosfera de indiferença aos sentimentos dos objetos naturais." [págs.
20-21, Lynn White Jr.].
"O que fazemos com a ecologia depende das nossas
ideias do relacionamento homem-natureza. Mais ciência e mais tecnologia
não vão nos tirar da presente crise ecológica até que encontremos uma
nova religião, ou repensemos nossa antiga religião..." [pág. 24, Lynn
White Jr.].
"Nenhum novo conjunto de valores básicos foi aceito
em nossa sociedade para desalojar os valores do Cristianismo. Portanto,
continuaremos a ter uma crise ecológica que se agrava a cada dia até que
rejeitemos o axioma cristão que a natureza não tem razão para
existência senão a de servir ao homem." [pág. 25, Lynn White Jr.].
"A ciência e a tecnologia atuais estão ambas tão
imbuídas com a arrogância cristã ortodoxa com relação à natureza que
nenhuma solução para nossa crise ecológica pode ser esperada delas
somente. Como as raízes dos nossos problemas são em grande parte
religiosas, a solução também precisa ser essencialmente religiosa, quer a
chamemos assim ou não." [pág. 26, Lynn White Jr.].
"O que permitiu que os xamãs esquimós, cujas mentes
eram um produto da taiga, da tundra e do mar congelado, viajassem em
jornadas espirituais sob o oceano e conversassem com os peixes e os
seres potentes que viviam no fundo dos mares? Como os xamãs
desenvolveram o poder hipnótico que empregavam em suas sessões
espirituais? O que podemos aprender com os xamãs que sobreviveram a
respeito da transferência do pensamento e da percepção extrassensorial?
As respostas estão nas vastidões desabitadas do Ártico que ainda
restaram para nós."
"As vastidões desabitadas são um teste, um padrão de
aferição... Novas perspectivas vêm das vastidões desabitadas. Jesus,
Zoroastro, Moisés e Maomé foram ao deserto e retornaram com mensagens.
Este manual e o seminário para o qual foi escrito, têm seu início nas
vastidões desabitadas." [pág. 148, Kenneth Brower].
Sobre População:
"Liberdade para procriar é algo intolerável." [pág. 41, Garrett Hardin].
"Nenhuma solução técnica pode nos resgatar da miséria
da superpopulação. A liberdade para procriar trará ruína sobre todos
nós... O único modo de podermos preservar a natureza e outras liberdades
mais preciosas é abrindo mão da liberdade de procriar." [pág. 49,
Garrett Hardin].
"... é pecaminoso para qualquer um ter mais do que
dois filhos. Há muito tempo se tornou evidente que a não ser que o
canceroso crescimento da população mundial seja interrompido, todos os
outros problemas — pobreza, guerra, disputas raciais, cidades
inabitáveis, e tudo o mais — estão fora do alcance para solução." [pág.
139, John Fischer].
"Estabilizar a população dos EUA deve ser declarado
uma política nacional. Passos imediatos devem ser tomados para: 1.
Legalizar o aborto e a esterilização voluntários e fornecer esses
serviços gratuitamente. 2. Remover todas as restrições sobre o
fornecimento de informações e dispositivos para o controle da
natalidade; fornecer esses serviços gratuitamente a todos, incluindo os
menores. 3. Tornar a educação sexual disponível em todos os níveis
apropriados, enfatizando as práticas de controle da natalidade e a
necessidade de estabilizar a população..." [pág. 317-318, Keith
Murray].
"Explorar outras estruturas sociais e formas de
casamento, tais como o casamento em grupo e o casamento poliândrico,
que oferecem vida familiar, mas podem produzir um número menor de
crianças. Compartilhar o prazer de criar crianças amplamente, para que
nem todos precisem se reproduzir diretamente para usufruir dessa
experiência humana básica. Precisamos esperar que nenhuma mulher dê à
luz a mais de uma criança." [pág. 324, seção Four Changes (Quatro Mudanças)].
Sobre Nações e Economias:
"As nações... precisam desaparecer de forma gradual e
serem substituídas por economias tribais ou regionais autônomas..."
[pág. 6, Keith Lampe].
"A interdependência, é claro, pode ser sustentada
somente em um contexto de cooperação, de modo que a competição (o
capitalismo) precisa desaparecer gradualmente e ser substituído por
modelos econômicos cooperativos." [págs. 6-7, Keith Lampe].
"Olhando além das nossas fronteiras, nossos
estudantes serão incentivados a fazer perguntas até mais difíceis. São
os Estados-nações realmente viáveis, agora que têm o poder de se
destruir mutuamente em uma única tarde? Podemos concordar que alguma
outra coisa tome o lugar deles, antes que o equilíbrio de terror se
torne instável? Que preço a maioria das pessoas estará disposta a pagar
por um tipo mais durável de organização humana — mais impostos, abrir
mão das bandeiras nacionais, talvez até o sacrifício de algumas das
nossas liberdades arduamente conquistadas? [pág. 145, John Fisher].
Sobre a Transformação Global:
"Nada menos que uma transformação total fará muito
bem. O que imaginamos é um planeta em que a população humana viva
harmoniosa e dinamicamente empregando uma tecnologia sofisticada e
não-intrusiva em um ambiente mundial que é 'deixado ao natural'.... O
pluralismo cultural e individual, unificado por um tipo de conselho
tribal mundial." [pág. 330, seção Four Changes (Quatro Mudanças)].
"Parece evidente que existem em todo o mundo certas
forças sociais e religiosas que trabalharam em toda a história para
criar um estado de coisas ecológica e culturalmente esclarecido. Que os
seguintes sejam incentivados: gnósticos, marxistas dispostos a cooperar,
católicos seguidores de Teilhard de Chardin, druídas, taoístas,
biólogos, bruxos, iogues, monges budistas, budistas tibetanos,
zen-budistas, xamãs, quacres, sufistas, mateiros, índios americanos,
polinésios, anarquistas, alquimistas... a lista é longa. Todas as
culturas primitivas, todos os movimentos comunitários e ashrams.
Como não parece prático ou até desejável pensar que a força sangrenta
direta alcançará muita coisa, seria melhor considerar isto uma contínua
'revolução da consciência' que será vencida não por armas, mas tomando
as imagens-chave, os mitos, arquétipos, escatologias e êxtases para que
pareça que não vale a pena viver, a não ser que a pessoa esteja do lado
da energia transformadora." [pág. 331, Four Changes].
A mensagem é clara. De modo a salvar o mundo,
precisamos mudar drasticamente nossas atuais estruturas religiosa,
política, econômica e social. Precisamos remoldar significativamente a
sociedade de acordo com uma cosmovisão de Nova Era em que a natureza
tenha supremacia sobre tudo, em que as estruturas políticas e econômicas
se metamorfoseiam em um tipo de comunismo ecológico, em que o câncer do
crescimento econômico passe por uma cirurgia radical e em que a
educação e a religião sejam radicalmente modificadas para servirem à Mãe
Terra.
Esta é a essência do Dia da Terra. É a aceitação de
enormes transformações religiosas e sociais — o sacrifício da nossa
"arrogância cristã ortodoxa", para que Gaia possa ser curada e a
humanidade salva. É o toque da trombeta do Mundo Unificado. "O Resgate
de Gaia", um projeto do Dia da Terra de 2008, coloca isto em foco:
"Para corrigir este problema, teremos de agir como um
planeta, não separadamente como grupos ou países. Será necessário a
ajuda de todos os filhos de Gaia para salvá-la dos erros que já
cometemos." [22].
Gaia Está Furiosa
Se não corrigirmos nossos erros, se não mudarmos
nossos valores, comportamentos, éticas e crenças — a Mãe Terra fará
justiça com suas próprias mãos. Esta é a ecofilosofia que atualmente
está na moda. Os seres humanos são um flagelo e Gaia irá se purificar, a
não ser que nos tornemos bons cidadãos globais e respeitemos a Mãe
Universal.
E esta é a mensagem do Dalai Lama:
"Até agora... a Mãe Terra de algum modo tolerou a
bagunça na casa. Mas, agora, o uso humano, a população e a tecnologia
atingiram aquele estágio em que a Mãe Terra não pode mais aceitar nossa
presença em silêncio. De muitos modos ela agora está nos dizendo: 'Meus
filhos estão se comportando mal.' Ela está nos advertindo que existem
limites para nossas ações..." [23].
Enquanto isso, filmes como O Fim dos Tempos (The Happening)
retratam a Mãe Terra reagindo contra a humanidade — induzindo
quimicamente os seres humanos a cometerem suicídio de modo a resolverem o
problema humano. Outro filme recente, O Dia em Que a Terra Parou (The Day the Earth Stood Still),
tem extraterrestres atentos que chegam ao planeta para salvar a
cambaleante Mãe Terra do câncer da humanidade. Durante a última parte do
filme, os personagens principais chegam à conclusão que precisam
evoluir no nível global de modo a evitar o desastre planetário. Muitos
outros filmes, documentários e programas de televisão apresentam uma
mensagem similar. O homem precisa mudar, ou Gaia lidará severamente
conosco.
Este é também o prognóstico do geocientista britânico James Lovelock, que escreveu em 1979 o livro Gaia: A New Look at Life on Earth (este livro gerou a moderna teoria pseudocientífica de que a Terra é uma estrutura viva). Agora, o novo livro de Lovelock, The Revenge of Gaia
(A Vingança de Gaia), pinta um quadro de um planeta que sofre com uma
febre incapacitante — o Aquecimento Global — e que a Mãe Terra está
lutando por sua sobrevivência diante da capacidade destrutiva da
humanidade.
Sem qualquer surpresa, essa linha de pensamento pode
ser encontrada em toda a ecologia profunda e na comunidade de Gaia na
Internet. Artigos publicados em diversos sites proclamam que a Mãe Terra
está se tornando mais irada a cada minuto:
"A razão por que existem tantos desastres naturais e
severas mudanças climáticas é porque a Mãe Terra está furiosa com as
pessoas." [24].
"A Terra está seca. Não existe água suficiente. Os
incêndios serão furiosos. Algumas coisas estão fora do controle dos
seres humanos. A Mãe Terra está irada, mostrando-nos os limites do nosso
poder. Vamos aprender com ela." [25].
Talvez uma pequena festa a torne mais feliz.
Um Feriado Secular?
Ironicamente, o Dia da Terra é considerado "o maior
feriado secular no mundo." [26]. Todavia, existe pouca coisa de secular
nele. Ao contrário, diversas atividades espirituais ocorrem: desde
rituais da Mãe Terra até serviços multifés ao nascer do sol, de
encontros interfé da Terra até meditações da primavera (no hemisfério
norte) e "Orações à Terra" — como a que é sugerida abaixo:
"Mãe, Pai, Deus, Poder Universal:
Lembra-nos diariamente da santidade de toda a vida.
À medida que nos esforçamos para respeitar todos os seres vivos neste planeta,
Toque nossos corações com a gloriosa unidade de toda a criação.
À medida que nos sintonizamos com o ritmo e o fluir das estações,
Penetre nossas almas com a beleza deste mundo.
Desperta nossas mentes com entendimento para obtermos um mundo em perfeita harmonia.
E conceda-nos a sabedoria para que compreendamos que podemos ter o céu na terra." [27].
Infelizmente, muitas congregações cristãs em toda a
América do Norte aderiram ao movimento de transformação do Dia da Terra;
algumas por ingenuidade, porém outras com total consentimento e
cumplicidade. Um exemplo é a Catedral da Graça, em San Francisco, na
Califórnia. Durante o Dia da Terra de 2001, a catedral apresentou uma
canção interfé de celebração pelo planeta:
"A música será uma mistura eclética das tradições
musicais de todo o mundo. Sinos de um templo tibetano se misturarão com o
órgão da catedral. As apresentações vocais irão de cânticos dos índios
americanos até cantos islâmicos e música coral evangélica do sul dos
EUA. Representantes de uma ampla diversidade de caminhos religiosos
participarão nas festividades, incluindo indígenas americanos,
islâmicos, hindus, judeus, pagãos e cristãos." [28].
Ao longo dos anos, a Catedral da Graça tem sido um
farol para a abrangente transformação religiosa e tem feito muita coisa
para promover um modelo de espiritualidade global contemporânea, como
ajudar a criar a Iniciativa das Religiões Unidas.
A Igreja Unida do Canadá é outro exemplo. Durante os
últimos vinte anos, essa denominação tem sido considerada uma criadora
de tendências no pensamento cristão "progressista e esquerdista". A
denominação também tem sido vista como um pilar social pelos acadêmicos,
figuras políticas e outras personalidades de liderança. Aqui está parte
de um leitura responsiva para um serviço de adoração centrado na Terra:
"Falando para a Comunidade da Terra, dizemos: Irmãos e
Irmãs na Criação, nós nos comprometemos neste dia — com vocês, com toda
a Criação que ainda existirá e com o Criador. Com toda criatura viva e
tudo o que contém e sustenta você.
Todos: Com tudo o que há sobre a Terra — e com a própria Terra." [29].
Por mais alarmante que possa ser, parece não importar
se o perfil geral da igreja é de "direita" ou de "esquerda". As
congregações conservadoras também estão enfocando a Terra como um ponto
de serviço.
Em fevereiro de 2009 tive a oportunidade de visitar
alguns parentes que participam de uma igreja evangélica que era
reconhecida na cidade por sua posição corajosa na proclamação do
evangelho. Mas, descobri que as coisas mudaram. Em vez de mensagens que
enfoquem as verdades da Palavra de Deus, os sermões estão agora seguindo
uma clara preocupação com a ecologia. Embora não estejam promovendo as
crenças que têm a Terra como centro, como a Igreja Unida do Canadá está
fazendo, os ensinos destacaram típicos temas relacionados com o meio
ambiente: aquecimento global, os problemas causados pelo homem, a
necessidade de modificar os padrões de consumo e o comportamento social.
Isto tudo faz você se lembrar de alguma coisa?
Como centenas de outros pastores e igrejas na América
do Norte, a ingenuidade com relação ao verdadeiro propósito da ecologia
profunda e sua mensagem de transformação global está solapando os
valores cristãos — dentro da própria igreja.
Isto significa que os cristãos não devem se preocupar
com o meio ambiente? Absolutamente não. Entretanto, uma abordagem
bíblica sadia é necessária — uma abordagem que reconheça o lugar de
direito do homem em cuidar, administrar e usar a Terra; não uma
abordagem em que o homem serve a um mestre planetário criado à imagem da
Organização das Nações Unidas ou de alguma agência ambientalista de
ação global. Infelizmente, os pastores e congregações em todo o mundo
estão papagueando a mensagem do Dia da Terra e seguindo os líderes da
governança ambiental global.
A busca para envolver a comunidade cristã nas
celebrações do Dia da Terra é especialmente significativa. Não somente
igrejas individuais promovem o Dia da Terra como um evento especial, a
Rede do Dia da Terra visa especificamente a "comunidade religiosa" na
esperança que os líderes religiosos influentes farão a agenda global
avançar. E a Rede do Dia da Terra tem certo poder.
A Rede do Dia da Terra é um grupo que surgiu a partir
do Dia da Terra original em 1970. Hoje, o Conselho Internacional da
organização é composto por alguns dos globalistas mais influentes do
mundo:
- Lester Brown, Instituto Worldwatch.
- Gro Harlem Brundtland, diretora da Organização Mundial de Saúde.
- Robert Kennedy Jr., Promotor de Justiça, trabalha com o Conselho de Defesa dos Recursos Naturais.
- Gus Speth, ex-funcionário de alto escalão do Programa de Desenvolvimento da ONU.
- Maurice Strong, presidente do Conselho da Terra e ex-Assessor Especial da ONU.
- David Suzuki, um dos mais conhecidos ambientalistas canadenses.
- Klaus Toepfer, diretor-executivo do Programa Ambientalista das Nações Unidas (UNEP). [30].
Atualmente, a Rede trabalha com afinco para promover
sua Campanha do Clima nas Comunidades de Fé, uma plataforma educacional
do Dia da Terra / Aquecimento Global direcionada para os grupos
religiosos. Na verdade, a página na Internet tem o lema "Dia da Terra:
Algo em Que Todos Nós Podemos Acreditar". [31]. Em 2007, a Rede do Dia
da Terra estendeu uma mão às comunidades cristã, judaica e islâmica
criando "12.000 sermões e eventos religiosos" para capacitar os líderes
religiosos para os objetivos do Dia da Terra. A Rede do Dia da Terra
levou isto um passo adiante durante o Dia da Terra de 2008 ativando
"500.000 paroquianos" para apoiarem a legislação sobre a mudança
climática. Muitas igrejas também prometeram aderir à Rede do Dia da
Terra para o "Domingo do Dia da Terra" em 2008", enfocando a mudança
climática e salvando a Terra durante seus serviços dominicais. [32].
Agora, para 2009, a Rede do Dia da Terra está
lançando sua campanha Geração Verde, que procura envolver os estudantes,
igrejas e a comunidade para pressionar o mundo a adotar um novo tratado
global sobre o clima. Além disso, essa campanha está planejada para
continuar até 2010 quando está previsto que o mundo testemunhará uma
grande celebração da Terra: o quadragésimo aniversário do Dia da Terra.
É paradoxal que aquilo que teve origem como um
movimento para intencionalmente colocar a Terra em um pedestal e, ao
mesmo tempo, "demonizar" o Cristianismo, o nacionalismo e as populações
humanas — tudo com o objetivo de levar a juventude a uma utopia
socialista e pagã — foi agora amplamente adotado pelas igrejas. Além
disso, realizando e apoiando os serviços interfé centrados na Terra, as
igrejas na verdade contribuem para o ataque contra os valores bíblicos.
Gaia deve estar sorrindo.
Fonte: Espada do Espírito
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