18 de mai. de 2015

PERSPECTIVAS EXPLÊNDIDAS

 

Perspectivas Esplêndidas

Os cenários dos tempos finais normalmente são pintados de forma sombria: guerra nuclear, crise da economia mundial, catástrofes da natureza, epidemias, destruição do meio ambiente, manipulações genéticas... Além disso tudo, os cristãos ainda têm medo do reino do anticristo. Tais prognósticos aumentam o pessimismo, especialmente no limiar do terceiro milênio, o que parece aumentar os temores. Também entre os cristãos, principalmente no mundo ocidental, pessimismo e resignação se alastram. Onde está a bendita esperança da cristandade? Onde está a certeza inabalável de um futuro esplêndido e glorioso? Perdemos o otimismo. Será que isso está acontecendo porque quase não esperamos mais concretamente pelo acontecimento mais significativo na cronologia da Igreja? Os primeiros cristãos eram inspirados e impulsionados por essa espera. Estamos falando do "arrebatamento" de todas as pessoas que crêem em Jesus Cristo, acontecimento quase totalmente esquecido por grandes parcelas da cristandade. Parece que a teologia moderna de crítica à Bíblia fez seu trabalho bem feito. Não é de admirar que as doutrinas "exóticas" da Bíblia quase não sejam mencionadas, pois até verdades tão fundamentais como o nascimento virginal e a ressurreição física de Jesus são postas em dúvida e rejeitadas como antiquadas. Apesar disso, essa doutrina "exótica" existe na dogmática de Paulo e Pedro, os dois teólogos mais importantes do cristianismo. Pedro certamente previu as dúvidas e os pensamentos modernos dos críticos da Bíblia quando escreveu aos crentes: "tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação" (2 Pe 3.3-4). Pedro deu uma resposta dupla. Primeiro: "Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia" (v.8). Segundo: "Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento" (v.9).
A doutrina do "arrebatamento" é tão sensacional e incomum que Paulo a descreve com a palavra "mistério".
Então, de que consiste concretamente essa espera que está sendo posta em dúvida, que quase não é mais crida e que até é ridicularizada? A doutrina do "arrebatamento" é tão sensacional e incomum que Paulo a descreve com a palavra "mistério": "Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados" (1 Co 15.51-52). Na primeira carta aos tessalonicenses Paulo entra ainda mais em detalhes sobre esse acontecimento misterioso: "Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras" (1 Ts 4.15-18).
O "arrebatamento" dos crentes é uma espera animadora e otimista. Quando essa esperança e essa perspectiva nos faltam, as nossas expectativas em relação ao futuro serão distorcidas. Então os prognósticos pessimistas sobre os tempos finais e o medo do futuro encontram terreno fértil em nós. Os cristãos não esperam por uma guerra nuclear, nem por uma crise econômica global, nem por catástrofes no meio ambiente, nem pelo governo pavoroso de um ditador mundial (o anticristo). Cristãos verdadeiros esperam pelo milagre do "arrebatamento". Pelo fato desse acontecimento trazer consigo a realização dos sonhos mais ousados, trata-se de uma esperança muito animadora e consoladora. A perspectiva é emocionante: num momento – num piscar de olhos – ir ao encontro do Senhor junto com muitos outros crentes num corpo transformado "a meio caminho" do céu. Mas o "arrebatamento" somente é emocionante em sentido positivo se o levarmos a sério e contarmos com o fato de que ele pode acontecer a qualquer momento. A qualquer momento?! Sim! Os primeiros cristãos viviam nessa expectativa. E eles esperavam pelo arrebatamento mesmo sendo suficientemente realistas para levar em conta que Deus tem uma maneira diferente de contar o tempo, e que um acontecimento assim tão grandioso pode perfeitamente ser adiado por um ou dois "dias divinos" – porque Deus é misericordioso e quer que o maior número de pessoas seja salvo.
Mas o "arrebatamento" também é uma espera muito sóbria. Ela anula a idéia corrente entre os cristãos nominais ("vamos todos para o céu"). Nem todos serão "arrebatados" para o céu. Muitos permanecerão aqui. Esse momento atingirá um mundo pasmo e despreparado como um choque paralisante. Certamente muitos líderes eclesiásticos e teólogos "cristãos" terão dificuldades para explicar o ocorrido. Mas dessa maneira drástica e espetacular serão levadas deste velho mundo somente as pessoas que confiaram em Cristo nesta vida, que "apostaram" nEle e decidiram viver e morrer com Ele. O "arrebatamento" manifestará repentinamente quem era e quem não era cristão. Essa nitidez nos falta hoje em dia. A confusão dentro das igrejas e comunidades cristãs, que hoje em dia nos fazem supor que está "dentro" apenas aquele que "faz parte" do grupo, que consta da lista de membros, terá seu fim quando Jesus buscar os que realmente são dEle. Essa separação acontecerá de maneira muito dramática, porque dividirá igrejas, famílias e casais. Jesus a descreve da seguinte maneira: "Digo-vos que, naquela noite, dois estarão numa cama; um será tomado, e deixado o outro; duas mulheres estarão juntas moendo; uma será tomada, e deixada a outra" (Lc 17.34-35).
O critério para "ser tomado" por Jesus quando o arrebatamento acontecer é o mesmo que se aplica para morrer "salvo": a autenticidade da fé. Fé representada ou hipócrita, cristianismo nominal e de aparência serão desmascarados como falsificações e imitações baratas. A advertência de Jesus em relação ao engano próprio é tão atual no limiar do terceiro milênio como foi no começo da contagem do tempo "depois de Cristo": "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus" (Mt 7.21).
Não se pode calcular a "data do arrebatamento", e qualquer tentativa nesse sentido é falsa e condenada ao fracasso.
Ainda resta a pergunta delicada a respeito de "quando" o arrebatamento acontecerá. Existem pontos de referência que nos anunciam a "data do arrebatamento"? Existem manifestações que podem servir como indícios precursores dos acontecimentos dos tempos finais? Devemos ater-nos a um princípio: não se pode calcular a "data do arrebatamento", e qualquer tentativa nesse sentido é falsa e condenada ao fracasso. De maneira inequívoca o próprio Senhor Jesus fechou as portas para qualquer especulação a esse respeito: "Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai" (Mt 24.36).
Contudo – e apesar dessa advertência – Jesus esclarece Seus seguidores sobre o que deve acontecer antes que Ele volte. Examinando atentamente esses "precursores do fim", percebemos seis áreas cujo desenvolvimento deve ser observado com atenção:
1. Um aumento de guerras, rumores e perigos de guerras com a simultânea intensificação de esforços pacifistas. O auge desse desenvolvimento acontecerá no Oriente Médio e em Israel.
2. Um aumento drástico de terremotos e outros tipos de catástrofes da natureza.
3. A apostasia em massa da fé verdadeira no seio da cristandade, favorecida por fortes e inúmeros "enganos" e falsas doutrinas.
4. A decadência dos valores morais e das normas tradicionais na sociedade. Um crescente abandono da ética e um progressivo hedonismo (= doutrina filosófica segundo a qual a maior bem-aventurança humana é a busca do prazer).
5. O desenvolvimento de uma "nova ordem mundial" com um esforço maciço de globalização, cujo resultado final será um governante mundial anticristão.
6. O reaparecimento de Israel como povo e nação.
Este último indício precursor do fim é especialmente interessante, porque é muito concreto e pode ser conferido com facilidade. Os primeiros cinco sinais permitem meramente que se reconheçam tendências, sem contudo ligá-las a um acontecimento histórico concreto e específico. Mas o último indício de que Jesus poderá vir muito em breve para buscar Sua Igreja é um fato histórico, algo que pode ser comprovado, e que desde 1948 é uma realidade visível.
Já o profeta Daniel teve de falar muito sobre "as últimas coisas". Ele não pôde classificar muito bem certas coisas que viu e ouviu nas visões que teve. Certamente ele teria gostado muito de conhecer a cronologia exata dos fatos que estavam por vir. No fim do seu livro, um anjo fez a pergunta decisiva em lugar de Daniel: "Quando se cumprirão estas maravilhas?" (Dn 12.6). A resposta é surpreendentemente concreta e clara: "...quando se acabar a destruição do poder do povo santo, estas coisas todas se cumprirão" (v. 7).
Muitos comentaristas vêem na figura da figueira, que a Bíblia utiliza muitas vezes, um símbolo de Israel. Caso eles tenham razão, as palavras de Jesus em Mateus 24.32-35 têm um significado especial para a nossa época: "Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão." (Daniel Siemens - http://www.chamada.com.br)

O ENGANO DA SALVAÇÃO PELAS OBRAS

O Engano da Salvação Pelas Obras

“Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão” (Gálatas 2.21).
Quando comparamos o Cristianismo Bíblico com as religiões do mundo, utilizando as Escrituras para nos guiar, vemos que a lacuna entre eles é intransponível. Na verdade, somos forçados a concluir que realmente há apenas duas religiões no mundo: o Cristianismo Bíblico de um lado, e todas as outras religiões, de outro. (Refiro-me ao cristianismo bíblico como uma “religião” apenas para propósitos comparativos: uma religião é um sistema de crenças elaboradas pelo homem, enquanto que o Cristianismo Bíblico é o que Deus revelou à humanidade).
Essas duas “religiões” são diferenciadas principalmente por aquilo que ensinam a respeito da salvação – como uma pessoa pode chegar ao Céu, ao Paraíso, ao Valhalla, ao Nirvana ou à morada de Deus, ou seja lá o que as pessoas crêem sobre a vida após a morte. Cada uma pode ser classificada em uma destas categorias: (1) o que o ser humano tem de realizar ou (2) o que Deus consumou (através de Jesus). Em palavras mais simples: a religião do “Fazer” ou a do “Feito”. Estou me referindo ao fato de que: (1) ou há coisas que devemos fazer (realizações humanas) ou (2) não há nada que possamos fazer porque tudo já foi feito (consumação divina) para ganharmos a entrada no céu.
Apenas o Cristianismo bíblico está na categoria de consumação divina. Todas as outras religiões do mundo devem ser classificadas sob o rótulo de realizações humanas. Consideremos primeiro algumas das religiões mais importantes, como o hinduísmo, o budismo, o islamismo, o judaísmo e determinadas denominações ou seitas que professam ser cristãs.
O hinduísmo tem cerca de 330 milhões de deuses que precisam ser apaziguados por meio de algum tipo de ritual. Dois anos atrás, fiz uma visita a um enorme templo hindu nas vizinhanças de Chicago. O estacionamento estava repleto de carros luxuosos. O revestimento era de pedras importadas da Itália. Não foram poupados recursos financeiros na construção. Do lado de dentro, médicos, advogados e engenheiros, dentre outros (de acordo com meu guia turístico), estavam servindo refeições aos ídolos: a Hanuman, o deus-macaco, e a Ganesha, o deus-elefante.
O hinduísmo é um sistema de obras – coisas que a pessoa precisa fazer para atingir o moksha, que é o paraíso hindu. Ele envolve a prática de yoga, cuja finalidade, contrariamente ao que muitos ouviram falar, jamais foi melhorar a saúde de alguém. Em vez disso, é um meio de morrer para seu próprio corpo na esperança de se livrar do âmbito físico. Isso supostamente une a pessoa a Brahman, a suprema deidade do hinduísmo. A reencarnação, um sistema que supostamente capacita a pessoa a construir seu caminho para o céu através de muitos nascimentos, mortes e renascimentos, é outro dos ensinamentos dessa religião.
O budismo também se baseia primeiramente em obras. Buda cria que a chave para se alcançar o Nirvana, que é alegadamente o estado de perfeição e de felicidade, é através de um entendimento das Quatro Nobres Verdades, e através da prática do Nobre Caminho Óctuplo.
Em essência, as Quatro Nobres Verdades declaram que nós suportamos o sofrimento por causa de nossos desejos ou de nossos anelos. Essas “Verdades” afirmam que o sofrimento cessará quando pararmos de tentar satisfazer aqueles desejos. De acordo com o budismo, podemos atingir isso seguindo o Nobre Caminho Óctuplo, o qual possui os elementos da “visão correta, intenção correta, fala correta, ação correta, sustento correto, esforço correto, cuidado correto, e concentração correta”. Tudo isso é feito por meio dos esforços humanos, isto é, “por se fazerem as coisas corretas” a fim de se atingir o Nirvana.
No islamismo, o paraíso é obtido quando Alá pesa as obras boas e os feitos maus em uma balança no Dia do Julgamento. O Alcorão declara: “Pois as coisas que são boas removem as que são más” (Sura 11:114). É um processo quantitativo. As boas obras devem ultrapassar ou obscurecer os feitos maus. Também se lê no Alcorão: “A balança daquele dia será verdadeira: Aqueles cuja balança [de boas obras] tiver bastante peso prosperarão: Aqueles cuja balança for leve terão suas almas na perdição” (Sura 7:8,9).
Eis aqui um exemplo interessante daquilo que um muçulmano enfrenta para chegar ao paraíso: no dia 3 de abril de 1991, a revista egípcia Akher Saa registrou um debate acalorado entre quatro mulheres jornalistas e o sheik Dr. Abdu-Almonim Al-Nimr, que ocupa uma posição elevada na Universidade Islâmica Al-Azhar (no Cairo, Egito, a mais prestigiosa instituição islâmica sunita). Uma das jornalistas perguntou-lhe: “No islamismo, as mulheres são obrigadas a usar o jihab [um véu ou uma cobertura para a cabeça]? Se eu não usar o jihab, irei para o inferno a despeito de minhas outras boas obras? Estou falando sobre a mulher decente que não usa o jihab”.
O Dr. Al-Nimr respondeu: “As ordenanças no islamismo são muitas, minha filha, e Alá nos faz prestar contas por cada uma delas. Isso significa que, se você agir de acordo com aquela ordenança, ganha um ponto. Se você negligenciar uma ordenança, perde um ponto. Se você orar, ganha um ponto; se você não jejuar, perde um ponto; e assim por diante”. E ele continuou: “Eu não inventei uma nova teoria. (...) Para cada homem há um livro no qual todas as suas boas obras e os seus feitos maus são registrados, até mesmo como tratamos nossos filhos”.
A jornalista disse: “Isso significa que, se eu não usar ojihab, não irei para o fogo do inferno sem que se leve em consideração o restante de minhas boas obras”. O Dr Al-Nimr replicou: “Minha filha, ninguém sabe quem irá para o fogo do inferno. (...) Eu posso ser o primeiro a ir para lá. O califa Abu-Bakr Al-Sadik disse: “Não tenho a menor confiança nos esquemas de Alá, mesmo que um de meus pés esteja dentro do paraíso, quem poderá determinar qual obra é aceitável e qual não é?”. Você faz tudo o que pode, e a prestação de contas é com Alá. Peça a ele que a aceite”.
No judaísmo, o céu é alcançado por aquele que guarda a Lei e seus cerimoniais. Obviamente, isso não é consistente com o que o Tanakh [Antigo Testamento] ensina, mas essa tem sido a prática do judaísmo por milênios. Como disse Jesus: “E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mateus 15.9).
Suas palavras também se aplicam a uma série de denominações e cultos “cristãos” que enfatizam as obras como sendo necessárias para a salvação. Os Testemunhas de Jeová, os Mórmons, os Adventistas do Sétimo Dia, os adeptos da Igreja de Cristo, os Católicos Romanos, os membros das igrejas Ortodoxas Oriental e Russa, muitos Luteranos, e inúmeros outros. Todos incluem algo que precisa ser realizado ou que é necessário para a salvação, seja o batismo, os sacramentos, ou a filiação a uma determinada organização e a observância de seus requisitos.
Aqui está um exemplo extraído dos primeiros 30 anos de minha própria vida como católico romano. Eu vivia por um sistema religioso de leis, muitas das quais os católicos são obrigados a guardar. O começo é o batismo. Se uma pessoa não é batizada, a Igreja diz que ela não pode entrar no céu. A Igreja também diz que, embora o batismo seja exigido, ele não é nenhuma garantia. Existem muitas outras regras que um católico tem que observar.
Tenho um livro em meu escritório chamado Código da Lei Canônica. Ele contém 1.752 leis, muitas das quais afetam o destino eterno de uma pessoa. Os pecados reconhecidos pela Igreja Católica Romana são classificados como mortais ou veniais. Um pecado mortal é aquele que amaldiçoa uma pessoa, condenando-a ao inferno, se essa pessoa morrer sem tê-lo confessado e sem ter sido absolvida dele por um sacerdote. Um pecado venial não precisa ser confessado a um sacerdote, mas, confessado ou não, todo pecado acrescenta tempo de punição à pessoa. O pecado venial deve ser expiado aqui na terra através do sofrimento e das boas obras ou então ser purgado nas chamas do purgatório após a morte da pessoa.
Há obrigações que um católico deve satisfazer com respeito tanto às crenças quanto às obras. Por exemplo, a pessoa precisa crer que Maria foi concebida sem pecado (um evento chamado de Imaculada Conceição). Se um católico não crer nisso, ele comete um pecado mortal, que carrega a penalidade da perdição eterna. O dia da Imaculada Conceição é dia santo de guarda, dia em que todos os católicos devem assistir à missa. A pessoa que não fizer assim pode estar cometendo um pecado mortal.
Todos os sistemas de crenças que mencionei, e também muitos outros, consistem em fazer ou não fazer determinadas coisas para alcançar o “céu”. Todos são baseados nas realizações humanas. Mas, e o Cristianismo Bíblico? É diferente? Como?
“pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”. Efésios 2.8-9
Efésios 2.8-9 deixa claro: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”. Isso é bem direto. Nossa salvação não tem nada a ver com nossas realizações.
O versículo 8 nos diz que é pela graça que somos salvos. A graça é um favor imerecido. Se qualquer mérito estiver envolvido, não pode ser graça. A graça é um presente de Deus. Portanto, se for pela graça, não pode ser pelas obras. Isso parece bastante óbvio. Alguém trabalha duramente por um mês e seu patrão chega até ele, com seu cheque de pagamento na mão, e diz: “Muito bem, José, aqui está o seu presente!” Não! José trabalhou por aquilo que está sendo pago. Não há nenhum presente envolvido.
No que se refere a um trabalhador, Romanos 4.4 nos diz que seu salário é o pagamento por aquilo que seu empregador lhe deve, e que seu cheque de pagamento não tem nada a ver com a graça nem com um presente. Um trabalhador que fez um bom trabalho pode se gabar ou sentir orgulho por aquilo que realizou. Todavia, tudo isso é contrário à graça ou a um presente. A graça não dá lugar para nenhuma sensação de mérito próprio, e um presente liquida qualquer sensação de algo que foi merecido ou que foi entregue em pagamento por serviço prestado.
O ensinamento de Paulo aos efésios é reafirmado na Epístola a Tito:
“Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna” (Tito 3.4).
Podemos perceber que isso é consistente com Efésios 2.8-9. Não é por meio de nossas obras que somos salvos – não é por meio de obras de justiça que fizemos – somos salvos por meio da misericórdia dEle.
Você pode muito bem imaginar que, como católico romano, condicionado por uma vida de regras e rituais da Igreja, tive grande dificuldade para crer que a fé era a única base por meio da qual eu poderia entrar no céu. Isso não fazia sentido para mim.
Bem, não apenas faz sentido, mas é a única maneira por meio da qual uma pessoa pode ser salva. Isso é algo miraculosamente sensato!
Primeiro, o que impede uma pessoa de ir para o céu ou de desfrutar da vida eterna com Deus? Sabemos que a resposta é “o pecado”. Segue abaixo uma pequena amostra de versículos que se aplicam: “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23); “Porque o salário do pecado é a morte” (Romanos 6.23); “Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus” (Isaías 59.2); “A alma que pecar, essa morrerá” (Ezequiel 18.20); “E o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tiago 1.15).
Em Gênesis 2, Deus explica a Adão as conseqüências da desobediência a Ele. Adão foi admoestado a não comer de um determinado fruto no Jardim do Éden. Esse foi um mandamento relacionado com a obediência e o amor – e não que Deus estivesse retendo algo de Adão, como sugeriu a Serpente. Lembramos que Jesus disse: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra”, ou seja, guardará os Seus ensinamentos (João 14.23). Nosso amor por Deus é demonstrado por nossa obediência.
Qual foi a penalidade estabelecida por Deus para a desobediência? Gênesis 2.17 diz:“Porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. Adão e Eva amaram a si mesmos mais do que a Deus porque não “guardaram a palavra dEle”. Eles Lhe desobedeceram e a conseqüência foi a morte. “Porque, no dia em que comessem do fruto, certamente morreriam”. Nas Escrituras, a morte sempre envolve a separação, e, no julgamento de Deus sobre eles, duas aplicações são encontradas: (1) a morte física (a degeneração do corpo, levando finalmente à sua separação da alma e do espírito), e (2) a separação eterna de Deus.
Adão e Eva não morreram instantaneamente, mas o processo de morte começou naquele momento para eles e para toda a criação. Entretanto, seu relacionamento espiritual com Deus mudou imediatamente e para sempre. O julgamento de Deus pelo pecado é eterno: separação de Deus para sempre. É uma penalidade infinita. E Deus, que é perfeito em todos os Seus atributos, inclusive em justiça, tinha que efetuar a punição. Deus não podia permitir que eles saíssem em segredo e simplesmente tivessem uma nova oportunidade. Isso teria significado que Ele não era perfeitamente fiel à Sua Palavra. A penalidade tinha que ser paga.
Então, o que Adão e Eva poderiam fazer? Nada, exceto morrer física e espiritualmente, que é ficar separado de Deus para sempre. E, o que o restante da humanidade pode fazer, visto que todos pecaram? Nada. Bem, alguém pode perguntar: E o que acontece se nós fizermos todo tipo de boas obras que possam suplantar nossos pecados, ou se formos sempre à igreja, ou se formos batizados, fizermos obras religiosas, recebermos os sacramentos e assim por diante? Nenhuma dessas coisas pode nos ajudar. Por quê? Porque elas não pagam a penalidade. Então, o que podemos fazer? Não há nada que possamos fazer, exceto pagarmos nós mesmos a penalidade, sendo separados de Deus para sempre.
Nossa situação seria absolutamente sem esperanças; entretanto, Deus possui alguns outros atributos além de ser perfeitamente justo. Ele também é perfeito em amor e em misericórdia! “Porque Deus amou o mundo de tal maneira” que enviou Seu Filho unigênito para pagar a penalidade em nosso lugar (João 3.16).
E isso é exatamente o que Jesus fez na Cruz. É incompreensível para nós que, durante aquelas três horas de trevas – quando bradou: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27.46) – Ele tomou sobre Si os pecados do mundo e sofreu a ira de Seu Pai em nosso lugar. Na Cruz, Ele [provou] a morte por todo homem” (Hebreus 2.9), ou seja, Ele experimentou e pagou a penalidade infinita pelos pecados de todos nós.
Quando aquele feito divino terminou, Jesus clamou, “Está consumado!” (João 19.30),significando que a penalidade havia sido paga totalmente. Foi uma realização divina porque era algo que apenas Deus poderia fazer! Deus tornou-Se homem e morreu fisicamente porque a morte física fazia parte da penalidade. Todavia, como Deus-Homem, Ele pôde experimentar completamente a penalidade que cada pecador experimentaria, a saber, ser espiritualmente separado de Deus para sempre.
A justiça de Deus exige pagamento. Ou pagamos a penalidade nós mesmos, ou nos voltamos para Jesus pela fé e recebemos os benefícios de Sua expiação sacrificial. O que lemos em Romanos 6.23? “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”. A Bíblia não poderia ser mais clara em afirmar que a salvação é exclusivamente “o dom gratuito de Deus”, e que apenas podemos apropriar-nos desse presente por meio da fé.
“Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos” Tiago 2.10
Qualquer tentativa de merecer a salvação por meio de nossas obras não é apenas fútil – é impossível! “Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos” (Tiago 2.10). E, ainda pior, tentar merecer a salvação é uma negação da infinita penalidade imposta por Deus, uma rejeição do “dom inefável” de Deus, e um repúdio ao que Cristo realizou por nós.
Isso é algo em que a maioria dos evangélicos costumava crer. Já não é mais o caso, uma vez que a apostasia ganha espaço nos Últimos Dias. Recentemente, um levantamento de um instituto de pesquisas (feito com mais de 40 mil americanos) verificou que 57% daqueles que diziam ser evangélicos não criam que Jesus é o único caminho para o céu. Como Jesus é o único que proporciona a consumação divina, tudo o que resta é o engano fútil das realizações humanas para se alcançar a salvação. (T. A. McMahon - TBC - http://www.chamada.com.br)

E JESUS ESTAVA... DORMINDO

 

E Jesus Estava... Dormindo

O Pai celestial nunca perde de vista Seus filhos; isso é um fato real. Ele está sempre conosco. No Salmo 37.25 encontramos o maravilhoso testemunho: “Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado...”. Não podemos negar que às vezes parece que nosso Senhor se esconde de nós. Por que chegamos a esse ponto? Há aqueles dias em que não estamos muito bem e nos sentimos fatigados e vazios. Não temos a firme sensação de estarmos conectados com Jesus. Aí o erro está em nós, que avaliamos esse aparente silêncio do Senhor da forma errada. Muitas vezes parece que recebemos da parte do Senhor uma mensagem de “Ausente” e afirmamos depressa demais que Ele não está presente. Será que Ele não está presente mesmo?
No lago de Genesaré flutua um barco. Os passageiros são o Senhor e Seus discípulos. Os discípulos estão na proa do barco enquanto o Senhor Jesus fica na parte de trás, repousando adormecido sobre um travesseiro. Enquanto Ele dorme começa uma violenta tempestade e o barquinho está em perigo de naufragar.
Aqui é muito importante perguntar: nesse momento o Senhor estava ou não estava com Seus discípulos? Poderíamos responder que estava e não estava. Mas Ele estava com eles, sim – mesmo que não da forma que Seus discípulos esperavam. Ele estava presente porque de fato se achava na traseira do barco, visível, deitado em um travesseiro; os discípulos O viam ali. Mas Ele não estava presente no sentido de, aparentemente, não estar acompanhando o que se desenrolava ao seu redor, uma vez que estava dormindo. Qual era a percepção dos discípulos nesse momento? Como foi que eles reagiram quando a tormenta se abateu sobre eles e seu Senhor continuava dormindo?
É triste mas verdadeiro: o momentâneo silêncio de seu Senhor fez com que aqueles homens tivessem uma sensação de abandono, como se o Mestre os tivesse deixado sozinhos. Sua reação veemente e seu pânico são a prova: “Mestre, não te importas que pereçamos?” (Mc 4.38). A Bíblia Viva reflete melhor toda a sua emoção: “Mestre, nós estamos quase nos afogando e o Senhor nem se importa?”. Essas palavras mais do que evidenciam que, para eles, nessa situação seu Senhor não era um Deus salvador! Mas Jesus ficou muito triste com essa postura dos que O conheciam e seguiam, pois posteriormente ouvimos Sua pergunta: “Porque sois assim tímidos?! Como é que não tendes fé?” (Mc 4.40). Outra versão bíblica diz: “Por que vocês estão com tanto medo? Ainda não têm fé?” (NVI).
O Senhor quer ver o que realmente existe dentro de nós e qual o quilate de nossa fé.
Prezado leitor, na nossa vida de fé há momentos de desalento, quando temos a sensação de que o Senhor se escondeu. Mas Ele não foi embora, Ele apenas “dorme na popa” do barquinho da nossa vida. Isso significa que, de repente, por alguma razão que só o Senhor conhece, as circunstâncias estão diferentes de ontem ou anteontem. Tudo ia tão bem até agora, a presença do Senhor era uma feliz certeza para nós, mas de repente as lutas vêm e nos sentimos sozinhos e desamparados. Preste bem atenção no que vou dizer agora: quando não vemos o Senhor, nem ouvimos Sua voz, nem sentimos Sua presença, mesmo assim Ele está presente, pois está sempre conosco! Muitas vezes esses tempos difíceis, quando parece que entrou areia na engrenagem da nossa vida e nos sentimos abandonados e isolados, são tempos de provação, quando o Senhor nos molda e transforma. Ele quer ver o que realmente existe dentro de nós e qual o quilate de nossa fé. Pensemos em Deuteronômio 8.2, quando Deus mandou dizer a Seu povo Israel: “Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os meus mandamentos”. Em nossa vida também acontecem muitas provações, com a mesma finalidade.
O Senhor dormindo na traseira do barco foi uma provação de fé para os discípulos de Jesus. O alvo do Senhor não era assustá-los e afligi-los, mas fazê-los crescer na fé.
O que quer que tenhamos de enfrentar, por mais silencioso que tudo esteja em nós e ao nosso redor, por mais que o Senhor pareça distante e não consigamos ouvir Sua voz, podemos ter a firme certeza de que Deus não nos abandonou! (Marcel Malgo — Chamada.com.br)

9 de mai. de 2015

QUANDO DEUS PARECE CALADO

 


Quando Deus Parece Calado

“Atenda, atenda!”, você grita ao telefone enquanto a pessoa que você ama está caída inconsciente no chão. Você já ligou freneticamente para a emergência. O telefone chama e chama, mas ninguém responde. “Quanto tempo, Deus, quanto tempo vai demorar até que eles respondam à minha chamada?” Nada.
Imagine seu desespero. Segundos transformam-se em minutos, mas ainda não há nenhuma resposta do atendente da emergência. Você está clamando por socorro, mas recebe apenas silêncio em troca.
Você já clamou a Deus e não recebeu nenhuma resposta? Você já se sentiu como se Deus estivesse surdo para você? O rei Davi de Israel sentiu-se assim. No Salmo 13, Davi registrou sua intensa frustração com o silêncio de Deus durante um tempo de profunda necessidade. Ali ele nos deu o exemplo de oração para seguirmos quando nos sentirmos como ele se sentiu.
É interessante que Davi não nos fornece os motivos específicos de seu chamado de emergência a Deus. Portanto, não sabemos se foi causado por enfermidade ou outra forma de dificuldade. O que sabemos é que a falta de reposta de Deus foi agonizante. Um escritor comentou: “O próprio tempo se torna uma força destrutiva, esgotando a capacidade do homem de se suster e intensificando o sofrimento em um nível desumano”.[1]

O Lamento

O Salmo 13 é um lamento individual, “um gênero de salmo no qual o falante do poema define uma crise e invoca a Deus para pedir por socorro”.[2] Ele “termina com uma nota de esperança e confiança”.[3] Davi colocava sua confiança em Deus com respeito ao seu pedido, e o salmo enfatiza, cândida e sinceramente, a reação tripla de Davi à falta de resposta de Deus. Primeiro, Davi revelou seu problema – que passara a ser a falta de resposta do próprio Deus.
Até quando, Senhor? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto? Até quando estarei eu relutando dentro de minha alma, com tristeza no coração cada dia? Até quando se erguerá contra mim o meu inimigo?” (Sl 13.1-2).
Davi se sentia ignorado e esquecido por Deus – alienado, sozinho com seus pensamentos.
Davi implorou a Deus quatro vezes, perguntando: “Até quando?” Você pode perceber a intensidade da emoção nas perguntas retóricas de Davi. Ele se sentia ignorado e esquecido por Deus – alienado, sozinho com seus pensamentos. Como aquele que chama a emergência. Davi estava profundamente angustiado.
Ele, então, verbalizou seu tumulto interior à medida que lutava com seu problema que parecia não terminar e que o cercava por todos os lados. As emoções francas de Davi podem ser desconfortáveis para alguns leitores. Entretanto, como observaram Kenneth Baker e Waylon Bailey:
Deus é amigo do que duvida honestamente, que ousa conversar com Ele em vez de falar sobre Ele. A oração que inclui um elemento de questionamento a Deus pode ser um meio de aumentar a fé daquela pessoa nEle. Expressar dúvidas e clamar sobre situações injustas no universo mostram a confiança que a pessoa tem em Deus de que Ele deveria ter uma resposta para os problemas insolúveis da sociedade.[4]
Quando você se defrontar com suas próprias frustrações com Deus, confie nEle – como Davi – expressando sua luta e angústia.

A Petição

Davi, então, faz uma transição: de questionar a Deus para orar a Deus. Ele faz sua petição a Deus, pedindo por uma resposta:
Atenta para mim, responde-me, Senhor, Deus meu! Ilumina-me os olhos, para que eu não durma o sono da morte; para que não diga o meu inimigo: Prevaleci contra ele; e não se regozijem os meus adversários, vindo eu a vacilar” (Sl 13.3-4).
O salmista usou uma oração com três partes (atente, responda, ilumine) para implorar a Deus. Ele buscou uma resposta, preferivelmente a resposta positiva das bênçãos e do favor de Deus. Depois, Davi apelou a Deus e a Sua reputação (v.4). Um comentarista escreveu o seguinte: “Antes que venham mais problemas, e antes que os ímpios tenham motivo para se regozijar por causa da derrota dos justos, Deus deve agir para proteger Sua honra”.[5] Davi implorou a Deus, dizendo essencialmente: “Por favor, dá-me motivos para me alegrar. Ou, pelo menos, não dês aos meus inimigos (e aos Teus inimigos) motivos para se alegrarem”. Como Davi, devemos orar a Deus em meio às circunstâncias difíceis e pedir que Ele nos responda.

O Louvor

Depois que Davi expressou seu problema e orou, ele louvou a Deus por Sua bondade e pelas bênçãos passadas:
No tocante a mim, confio na tua graça; regozije-se o meu coração na tua salvação. Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem” (Sl 13.4-5).
Que grande contraste entre o apelo emocionado de Davi a Deus no início (vv.1-2) comparado com estes versículos tranqüilos de confiança. Davi verbalizou sua escolha intencional de confiar em Deus a despeito de suas circunstâncias difíceis. Ele expressou sua confiança no amor do Senhor, um amor que não falha – resolvendo se regozijar e cantar ao Senhor porque Ele “me tem feito muito bem”.
“A esperança desespera, todavia, o desespero dá esperança”. Martim Lutero
Foi dito a respeito de Davi: “Embora ele tenha passado por profundo desespero, o salmista não desiste. (...) Ele se apegou à promessa da aliança de amor de Deus”.[6] Davi não estava arrasado pelos seus problemas; em sua situação desafiadora, ele disse: “Confio”. Martim Lutero certa vez declarou: “A esperança desespera, todavia, o desespero dá esperança”.
É interessante que todos os salmos de lamentação (com exceção do Salmo 88) terminam com louvor a Deus pela libertação e fidelidade mostradas no passado.[8] Claus Westermann descreveu o final da situação de Davi: “Aquele que lamenta seus sofrimentos a Deus não permanece em seu lamento”.[9] Davi decididamente colocou sua confiança no cuidado soberano de Deus, a despeito da falta de resposta de Deus. Ele determinou que poria sua confiança naquilo que ele sabia que era verdade sobre o caráter e a fidelidade de Deus em vez de ceder aos seus sentimentos de desânimo e desilusão.
O Dr. Mark McGinniss disse: “O silêncio de Deus não significa a ausência de Deus”. Davi resolveu confiar que o Deus soberano a quem ele servia estava agindo por detrás das cenas, a despeito de Sua aparente ausência.
Até quando, Senhor, eu terei que viver com esta doença crônica? Até quando, Senhor, não trarás de volta meu neto desobediente? Até quando, Senhor, terei que continuar desempregado? Até quando, Senhor, não nos darás um filho? Quando nós, como Davi, estamos enfrentando o que parece ser um silêncio sem respostas de Deus – a chamada sem resposta à emergência, quando clamamos pelo Seu nome – devemos seguir o exemplo de Davi: derramar diante de Deus os detalhes do problema; orar, pedindo a Ele por uma resposta; e louvá-lO por quem Ele é, a despeito de como nos sentimos em meio às nossas circunstâncias.
Deus tem um propósito para todas as coisas, até para aquilo que parece ser o silêncio dEle. Todavia, Ele promete que nunca nos deixará, nem nunca nos abandonará (Hb 13.5). Clamar pelo nome do Senhor está apenas a uma chamada de emergência de distância. (Paul Golden — Israel My Glory — Chamada.com.br)

UM LADRÃO NA NOITE

Um Ladrão na Noite

Portanto, vigiem, porque vocês não sabem em que dia virá o seu Senhor. Mas entendam isto: se o dono da casa soubesse a que hora da noite o ladrão viria, ele ficaria de guarda e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. Assim, também vocês precisam estar preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em que vocês menos esperam” (Mt 24.42-44, NVI).
Para muitos de nós, nascidos por volta da década de 1950, o início dos anos 1970 foi um tempo bem estimulante! O Movimento de Jesus viu centenas de milhares de jovens virem a Cristo. Foi um tempo no cristianismo dos Estados Unidos em que houve grande ênfase na profecia bíblica, especialmente no Arrebatamento da Igreja.
Embora eu tivesse crescido na igreja, fui pela primeira vez apresentado à profecia bíblica e ao Arrebatamento durante essa época, quando estava terminando a adolescência. Havia um ar de expectativa de que Cristo poderia realmente vir para Sua Igreja a qualquer momento, o que não vi acontecer desde aqueles dias. Naquela época, muitos estavam aguardando a vinda do Senhor enquanto alcançavam os perdidos com o Evangelho para que eles não perdessem o Arrebatamento. Eu tinha muitos amigos que aceitaram a Cristo durante aqueles dias por causa da urgência da hora.

Evangelismo nos anos 1970

Primeiro, creio que o Espírito Santo estava extremamente ativo, movendo-se sobre minha geração rebelde como Ele jamais havia feito. O Senhor usou livros como O Grande Planeta Terra, de Hal Lindsey, o qual certamente fez milhões virem a Cristo por meio de sua influência. Filmes como A Thief in the Night [Um Ladrão na Noite], de Russell Doughten,[1] ensinavam sobre o Arrebatamento antes da Tribulação e também foram um catalisador que levou muitas pessoas a Cristo. Doughten apresenta o Arrebatamento como Cristo vindo feito um ladrão na noite.
Começando em 1969, surgiu em cena o que foi na época chamado de música “Jesus Rock” [N.T.: um trocadilho entre Jesus como sendo a Rocha, e o Rock de Jesus]. O enfoque de grande parte da música do movimento incluía a crença de que Jesus voltará em breve e que é melhor você confiar nEle como Salvador para não perder o Arrebatamento. Larry Norman foi considerado o fundador e líder do “Jesus Rock”, com sua conhecida canção sobre o Arrebatamento “I Wish We’d All Be Ready” [Gostaria Que Todos Estivéssemos Prontos]. Larry compôs uma outra canção, em torno de 1970, chamada “Right Here in America” [Bem Aqui na América], uma balada de sete minutos e meio sobre a vinda da perseguição sobre os cristãos.
Ele colocou as seguintes palavras na canção:
Oro para que nós, cristãos, nos levantemos do sofá,
E fiquemos em pé em favor do que cremos.
O tempo é muito curto e Cristo está voltando.
É melhor nos aprontarmos para partir.
Nós, que somos cristãos, deveríamos acender a luz,
Para que a luz brilhe como o dia.
Jesus virá como um ladrão na noite,
E levará todos os que O amam.
A letra também vê a vinda de Cristo no Arrebatamento como “um ladrão na noite”. Para mim, isto levanta a questão: o Arrebatamento está ou não diretamente ligado com o tema “um ladrão na noite”.

Uso bíblico

A idéia do “ladrão” em relação à vinda de Cristo é usada sete vezes, apenas no Novo Testamento (Mt 24.43; Lc 12.39; 1Ts 5.2,4; 2 Pe 3.10; Ap 3.3; Ap 16.15). Cristo usa “um ladrão vindo no meio da noite” na ilustração do pai de família sensato apresentada em Mateus e Lucas (Mt 24.43; Lc 12.39). Nenhum desses textos se refere ao Arrebatamento da Igreja; em vez disso, ambos os contextos apóiam a noção de que Jesus se referiu à Sua Segunda Vinda. Nessas passagens Jesus fala da nação de Israel durante o tempo da Tribulação de sete anos, quando os crentes judeus fiéis daquela época estarão aguardando o retorno do Senhor, diferentemente daqueles que não estavam esperando pela chegada do Messias em Sua primeira vinda.
À medida que nos movemos cronologicamente através do cânon do Novo Testamento, chegamos a uma importante passagem dos escritos de Paulo que se refere duas vezes a um ladrão vindo de noite (1Ts 5.2,4). 1 Tessalonicenses 5.1-11 é uma seção que segue o parágrafo anterior (1Ts 4.13-18), no qual Paulo fala sobre o Arrebatamento (1Ts 4.17). Paulo usa a frase transitiva do grego peri de (“relativamente”) em 1 Tessalonicenses 5.1, à medida que muda do assunto profético do Arrebatamento para “o Dia do Senhor”.
John MacArthur explica o significado:
Paulo empregou palavras gregas conhecidas para indicar a mudança referente aos tópicos dentro do mesmo tema geral da profecia (cf. 4.9,13; 1Co 7.1,15; 8.1; 12.1; 16.1). A expressão aqui aponta para a ideia de que, num contexto mais amplo sobre o tempo final da vinda do Senhor Jesus, o tema está mudando de uma discussão a respeito do arrebatamento dos cristãos para o julgamento dos incrédulos.[2]
Deve-se observar que Paulo identifica claramente seu tópico como “o dia do Senhor”, que “vem como ladrão de noite” (1Ts 5.2b). O Arrebatamento não é mencionado como algo que vem como um ladrão à noite. O versículo 3 nos fala daqueles que estarão dizendo: “Paz e segurança, então, de repente, a destruição virá sobre eles, como dores à mulher grávida; e de modo nenhum escaparão”. Os incrédulos, descritos como “das trevas” (v. 5), são aqueles que serão pegos desprevenidos e despreparados para a ira de Deus durante a Tribulação.
Na verdade, o versículo 9 lembra aos crentes que eles não experimentarão a ira de Deus durante a Tribulação, pois diz: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para recebermos a salvação por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.9). O meio de livramento da ira de Deus será o Arrebatamento da Igreja mencionado por Paulo no final do capítulo 4.
A figura do ladrão também é usada em 2 Pedro 3.10, onde o Dia do Senhor é o assunto abordado por Pedro. Fica bem claro que essa passagem não é uma referência ao Arrebatamento, uma vez que diz: “Os céus desaparecerão com um grande estrondo, os elementos serão desfeitos pelo calor, e a terra, e tudo o que nela há, será desnudada”.
“Mas se você não estiver atento, virei como um ladrão e você não saberá a que hora virei contra você” Apocalipse 3.3
As duas últimas referências ao tema do ladrão ocorrem em Apocalipse 3.2 e 16.15. Jesus está falando diretamente à igreja carnal de Sardes, a quem Ele diz para acordar da inércia espiritual e se arrepender: “Mas se você não estiver atento, virei como um ladrão e você não saberá a que hora virei contra você” (v.3 – NVI). Esta passagem certamente não está relacionada ao Arrebatamento, mas a uma promessa de juízo para aqueles dentro da Igreja que não se arrependerem.
Apocalipse 16.15 é um enunciado intercalado que ocorre entre a sexta e a sétima taça de juízo. Desta forma, dezoito dos dezenove juízos da Tribulação já aconteceram. Como a última taça de juízo está associada à preparação para a Segunda Vinda de Cristo, ela é uma admoestação para os santos da Tribulação observarem os sinais que apontam para o retorno de Cristo, o que está descrito na segunda metade de Apocalipse 19. Esta certamente não é uma referência ao Arrebatamento.

Conclusão

Embora haja outras questões de maior importância do que analisar se o Arrebatamento pode ser comparado com a chegada de um ladrão na noite, creio que é importante manejarmos adequadamente a Palavra de Deus (2Tm 2.15), relacionando frases e descrições bíblicas da mesma forma que a Bíblia o faz. Pode acontecer que, quando aplicamos mal o imaginário bíblico, não apenas criamos associações falsas, mas também deixamos escapar a aplicação do tema que a Bíblia está realmente ensinando. Este poderia ser o caso da linguagem do ladrão na noite.
A figura do ladrão na noite nunca se aplica ao Arrebatamento. Tal linguagem é geralmente descritiva dos incrédulos e da ira de Deus ou do juízo relacionado com a Tribulação ou com a Segunda Vinda. A figura de um ladrão na noite mostra que ela se aplica aos incrédulos que são pegos desapercebidos, uma vez que eles nunca realmente crêem que Deus vai julgar a história. O incrédulo pensa que vai sair impune, mesmo ignorando Deus por toda a sua vida; portanto, Deus não é um fator decisivo, pensa ele.
O que a Bíblia quer enfatizar é: “Algum dia ele vai ter uma grande surpresa”, exatamente como o indivíduo que é roubado por um ladrão. Ser roubado é um acontecimento que interrompe o estado normal de voltarmos para casa todos os dias, encontrando-a da maneira como deveria estar. Como o aluno indolente, que nunca está pronto para o exame e, portanto, é pego desprevenido quando chega realmente a hora da prova, assim o incrédulo nunca estará preparado, já que ele não acredita em Deus de jeito nenhum, ou não acredita que Deus um dia o responsabilizará por seus erros.
A canção de Larry Norman diz: “Jesus virá como um ladrão na noite, e levará todos os que O amam”. Cristo não levará nada como um ladrão no Arrebatamento. Ele virá para Sua Noiva – a Igreja, o Corpo de Cristo. Os crentes são chamados “filhos da luz” em 1 Tessalonicenses 5.5 e instruídos por Paulo a ficarem despertos durante o tempo presente, que antecede o Arrebatamento, ao qual ele dá o nome de noite. “Mas vocês, irmãos, não estão nas trevas, para que esse dia os surpreenda como ladrão. Vocês todos são filhos da luz, filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas” (1Ts 5.4-5). No contexto de 1 Tessalonicenses 5, o dia se refere ao Dia do Senhor, que é o tempo da ira de Deus, que geralmente chamamos de Tribulação.
Os acontecimentos dos últimos dias pegarão o mundo desapercebido, já que, mesmo em seus sonhos mais desvairados, as pessoas não crêem que aqueles cristãos malucos e sua Bíblia poderiam estar certos. Todavia, nós, crentes, conhecemos a verdade e não nos surpreenderemos quando os acontecimentos da profecia bíblica começarem a se desenrolar. Maranata! (Thomas Ice - Pre-Trib Perspectives - Chamada.com.br)