21 de jun. de 2016

ONDE ESTÁ A ARCA DA ALIANÇA?

Onde está a Arca da Aliança?

Por Matheus Z. Guimarães

Um dos maiores desejos de arqueólogos de várias partes do planeta e de várias épocas da história é descobrir o paradeiro da Arca da Aliança. Ao longo da história moderna, várias foram as notícias sobre a descoberta da localização da Arca, mas nenhuma delas pode comprovar sua veracidade. É interessante notar que o desejo audaz de se encontrar a Arca da Aliança não é tão presente na comunidade judaica mundial. Cristãos, muçulmanos e até mesmo nazistas já desembolsaram milhões de dólares em pesquisas e expedições, mas a comunidade judaica parece encarar o fato do desaparecimento da Arca como sendo resultado da soberania de D-us. Mas qual é o verdadeiro interesse em se encontrar a Arca da Aliança? Será que ela ainda existe, ou está aguardando ser encontrada?

Na Torá (Ex 25:10-22) temos a descrição de uma espécie de baú (Arôn, em hebraico), que deveria conter o “Testemunho”  – edut – literalmente “prova”, ou seja, objetos usados para se comprovar algum fato. Por isso, os objetos determinados por D-us para estarem dentro da Arca serviam como “prova” da Aliança de D-us com o povo de Israel: As tábuas da Aliança – simbolizando a Aliança de D-us com Israel por intermédio da Torá; – Um pote com o Maná do deserto – simbolizando o poder milagroso de D-us e seu sustento para com a nação de Israel;  e o Bordão de Arão – que representava a escolha da tribo de Levi e da Descendência de Arão para o exercício do sacerdócio (Hb 9:4).

Durante os dias de Moisés e de Josué, a Arca era conservada no Tabernáculo e utilizada em serviços de Adoração. Na travessia do deserto, os sacerdotes a levavam à frente do povo e em algumas batalhas. Ela testemunhava para as outras nações e povos inimigos que o D-us criador dos céus e da Terra possuía uma aliança com o povo de Israel.  Nos dias dos juízes ela se encontrava na cidade de Silo (Shilo – 35Km ao norte de Jerusalém), onde o Tabernáculo foi fixado (Js 18:1). Após ter sido roubada pelos filisteus, a Arca segue para a cidade de Beit-Shemesh e em seguida para Quiriat-Iearim (ISm 6 e 7). Lá ela é entregue a Eleazar, filho de Abinadabe. A casa de Abinadabe fica então responsável pela preservação da Arca. Já nos dias de Davi, o Rei decide por trazer a Arca para Jerusalém, deixando-a na casa de Obede-Edom, um levita da casa de Corá (IISm6:1). O Rei Salomão se encarrega de levar a Arca para o interior do Templo durante a Festa dos Tabernáculos, ao local chamado em hebraico de “Kodesh Há Kadashim” ou Santo dos Santos (IICr 5:2-14). A Arca então permanece no Templo até a invasão de Jerusalém por Nabucodonozor, em 586 a.C. Na ocasião da invasão, o Templo de Salomão é destruído, e grande parte dos utensílios tomados como despojo.

A partir daí especula-se sobre o paradeiro da Arca. Sabe-se que a Arca não foi recolocada no Santo dos Santos durante a reconstrução do Templo por Esdras e Neemias. Quando o imperador Antíoco Epífanes, no século II a.C, invade e profana o Templo em Jerusalém, ele nada encontra no Santíssimo lugar.  Grande parte dos estudiosos bíblicos acredita que a Arca da Aliança foi destruída durante a invasão Babilônica. Mas alguns rabinos, baseados em documentos antigos como a Mishná, crêem que os sacerdotes esconderam a arca pouco antes da invasão de Jerusalém, e que a mesma foi mantida escondida mesmo com o Segundo templo reconstruído, visando preservar sua integridade.

A Mishná (Lei Oral agregada e compilada pelo Rabino Yehuda Há Nissi no séc. II d.C), contém os relatos mais confiáveis sobre a localização da Arca. A Mishná, depois acrescida da Gemara, seu comentário, deu origem ao Talmud. O texto a seguir foi retirado da Mishná, tratado Shekalim 6:

“Era costume se prostrar diante da Arca 13 vezes no santuário. Mas a família do rabino Gamaliel e o Rabino Ananias, o sumo sacerdote, se prostravam 14 vezes, sendo a última vez diante da “pilha de madeira” (*1), pois de acordo com a tradição de seus pais, a Arca da Aliança estava escondida ali (*2). Uma vez, um sacerdote que estava orando no local viu que uma pedra do pavimento estava diferente das outras (*3). Ele correu para contar aos outros sacerdotes e antes de terminar sua fala, caiu morto. Então se teve certeza de que a Arca da Aliança estava escondida ali.”
(1) O termo “Pilha de Madeira” se refere ao compartimento onde se guardava madeira para ser usada no altar. Tal compartimento se localizava no Pátio das Mulheres e tinha cerca de 18 m².
(2) Segundo a Mishná, antes de Nabucodonozor destruir o Templo em 586 a.C, a Arca da Aliança foi retirada dali pelos sacerdotes e escondida.
(3) Esta pedra era removível. Ela cobria a entrada de um túnel de 33km que se estendia do Templo até Qumram, nas proximidades do Mar Morto. Este túnel existe até os dias de hoje, mas é inaccessível.

Mas se a comunidade judaica tem conhecimento da localização da Arca, porque não tenta recuperá-la? A resposta é simples: os rabinos dizem que nos temos dos Reis, a Arca se tornou um substituto para D-us. Ao invés de orarem a D-us, os israelitas depositavam sua confiança na Arca, fazendo dela um amuleto. Nestes aspectos, a Arca se tornou um ídolo para os hebreus. D-us é único, e tudo o que se coloca entre Ele e o adorador se torna uma ofensa para o Criador. “Se D-us a tirou de nosso meio, é melhor que continue assim”, dizem os rabinos do Instituto do Templo em Jerusalém, “Ele sabe o que faz”.

Interior da Arca da Aliança contendo as tábuas da Lei, o Maná e o bordão de Arão – Réplica do Tabernáculo em tamanho real em Timna – Deserto do Negév – ISRAEL.
É interessante nos lembrarmos que as profecias sobre a reconstrução do Templo (Ez 40) não listam a presença da Arca da Aliança entre os utensílios. Além disso, o profeta Jeremias, ao profetizar sobre o milênio, afirma que a Arca da Aliança não poderá ser reconstruída: “…nunca mais se exclamará: A Arca da Aliança do Senhor! Ela não lhes virá a mente, não se lembrarão dela nem dela sentirão falta; e não se fará outra.” Jeremias continua exortando os Israelitas quanto à idolatria ao Templo e a Arca: “Não confieis em palavras falsas, dizendo: Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este.” (Jr 7:4).

Em 1992, utilizando-se de sismógrafos e sensores de rádio, os professores Tzvi Ben Avraham e Uri Basson, da Universidade de Tel-Aviv, investigaram o túnel de 33km entre Jerusalém e Qumran. Eles descobriram objetos e compartimentos no decorrer do túnel, mas não puderam confirmar se tais observações representavam a Arca. Uma vez que é impossível adentrar o túnel sem que ele desmorone, a localização da Arca da Aliança continua um mistério.

17 de jun. de 2016

FÉ COMO UM GRÃO DE MOSTARDA

Fé Como Um Grão de Mostarda

Marcel Malgo
"Respondeu-lhe o Senhor: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá" (Lc 17.6).
"Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível" (Mt 17.20).
Que pensamentos e emoções invadem o nosso coração quando lemos essas afirmações do Senhor Jesus? Estamos de fato firmemente convictos de que isso se cumprirá literalmente com uma ordem nossa, fazendo uma amoreira ou um monte se transplantarem de um lugar a outro? Ou reagimos justamente ao contrário, simplesmente rejeitando essas afirmações e dizendo que isso não é possível?
Infelizmente, são justamente essas afirmações de Jesus que criam em muitos crentes uma sensação de fraqueza interior, pois quase automaticamente vem o pensamento: "isso não é possível!" Pelas leis da natureza, infelizmente, é o que acontece com essas passagens das Escrituras; em princípio, sempre despertam dúvida e incredulidade, levando-nos à humilhante constatação de que não entendemos direito o que a Palavra quer nos dizer.
Por isso empenhemo-nos para entender qual é, afinal, o sentido espiritual mais profundo das palavras de Jesus especialmente em Mateus 17.20.
Em primeiro lugar, quero dizer que em nosso texto: "Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível", não se trata de uma grande fé, mas de uma grande façanha, de um ato grandioso! Essa afirmação é totalmente contrária à interpretação tradicional que sempre fala de uma fé tão grande que muda um monte de lugar. Mas repito: aqui prioritariamente não se trata de uma grande fé, mas de uma grande ação pela fé!
Afinal, que fé é esta, que pode ter um efeito tão impressionante como o deslocamento de um monte? Será que é uma fé imensa, sistemática, objetiva, planejada, convincente, que não vê empecilhos, e que de maneira soberana supera tudo o que atravessa o seu caminho? Uma fé que move montanhas evidentemente poderia ter tais características. Mas o Senhor Jesus não fala de uma fé desse tipo. Então, que fé é esta, que tem – como Jesus expressa figuradamente – a condição de transferir montes? A esta fé capaz de fazer grandes façanhas, o Senhor Jesus chama de:

Fé como um grão de mostarda

Grãos de mostarda
"Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível". O que é um grão de mostarda? Em Marcos 4.31, ele é chamado de "...a menor de todas as sementes sobre a terra". De fato ele tem um diâmetro de apenas 0,95 -1,1 mm. Esse pequeno grão de semente, que tem de ser observado com uma lente se quisermos vê-lo nitidamente, é considerado pelo Senhor como exemplo para uma fé que é capaz de mover montanhas.
Por que Jesus considera justamente esse pequeno grão de mostarda como exemplo para uma fé pela qual podem acontecer grandes coisas? Pelo fato desse pequeno grão de semente ser capaz de ilustrar o que significa transportar montes. Esse grão de semente extremamente pequeno, que quase não pode ser visto a olho nu, no espaço de um ano se transforma num grande arbusto, numa pequena árvore com galhos de cerca de 2,5 a 3 metros. Portanto, como são diminutos os pré-requisitos para um resultado tão grande num minúsculo grão de semente, onde aparentemente nada existia. No entanto, justamente estas condições mínimas são um exemplo que o Senhor usa para ilustrar uma fé que é suficiente para remover montanhas! Essa "fé como um grão de mostarda" não aponta de maneira clara para a nossa fé, que muitas vezes é tão fraca e pequena? Com isso, de maneira alguma quero desculpar nossa repetida incredulidade dizendo simplesmente: afinal, só tenho uma fé bem pequena, como um grão de mostarda! Quero lembrar que muitos de nós, repetidas vezes, já tivemos a impressão de que nossa fé era assim tão pequena e insignificante, e isso pode provocar dificuldades consideráveis. Assim mesmo, essa é justamente a pequena fé, quase imperceptível, que, segundo as palavras de Jesus, tem o poder de transpor montes.

É necessário mudar o raciocínio!

Oração de fé
Será que, às vezes, não imaginamos algo errado quando pensamos na fé que precisamos ter para viver como cristãos verdadeiros? Todos nós nos defrontamos diariamente com situações, perguntas e problemas que se avolumam como montes. Não é justamente nesses momentos que aspiramos de todo o coração ter mais fé, ter uma fé maior, a fim de vencermos tudo isso? É justamente aí que muitos precisam aprender a mudar o raciocínio, pois Jesus diz: "Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá!" Em outras palavras: nossa fé não necessita ser particularmente grande para transferir montes – simplesmente é suficiente "termos fé".
Se o grão de mostarda tivesse a possibilidade de olhar para si mesmo e conseguisse se enxergar, teria tudo para desanimar, pois em si mesmo não teria nada a apresentar. E assim é também, muitas vezes, em nossa vida: olhamos para nós e vemos uma fé relativamente pequena, limitada, e então ficamos desanimados. Mas o grão de mostarda não faz isso. Ele não olha para si mesmo para então desanimar. Não, ele simplesmente se deixa plantar na terra, ali começa a crescer, e finalmente se torna aquilo que deve ser, ou seja, uma árvore em cujos ramos "aninharam-se as aves do céu" (Lc 13.19).
Ao mesmo tempo é de se considerar que o grão de mostarda não se torna uma árvore porque empreendeu grandes esforços, mas simplesmente porque torna ativo e aplica o que possui! Oh!, como seria bom se compreendêssemos hoje que, com todas as nossas fraquezas, dificuldades e tentações diárias, simplesmente podemos nos aquietar com fé infantil na mão de nosso Salvador! Que modificação isso provocaria em nossa vida espiritual!
Simplesmente creio que, muitas vezes, caímos no erro de ter conceitos errados acerca da fé. Na verdade, é a fé singela na obra consumada de Jesus Cristo que consegue nos levar adiante e que, a cada dia, nos conduz para uma comunhão mais profunda com o Cordeiro de Deus, e não o esforço da nossa alma em crer bastante.
Em nossa vida como cristãos não precisamos nos estender buscando novas formas e grandezas de fé, mas simplesmente ter e usar a fé pela qual fomos salvos, ou seja, a fé simples no Senhor Jesus Cristo. Nesse contexto, leia novamente o que Davi diz no Salmo 18.29: "Pois contigo desbarato exércitos, com o meu Deus salto muralhas". Ou veja também o que ele diz nos Salmos 60.12 e 108.13: "Em Deus faremos proezas, porque ele mesmo calca aos pés os nossos adversários". Essas afirmações testificam de uma fé poderosa e vencedora que Davi tinha? Eu penso que não, pois Davi era um homem com fraquezas e erros como nós. Ainda assim, esses versículos testemunham que Davi se agarrava com toda a simplicidade ao seu Deus e por meio dEle podia fazer grandes proezas.
Ou lembremos de 1 João 5.4: "Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé". Que fé é essa que vence o mundo? É uma fé poderosa, forte, que supera tudo? De modo algum! A fé que vence o mundo é a fé singela, que muitas vezes não se sente; é a fé sacudida e posta à prova, mas assim mesmo firmada no sangue reconciliador e salvador de Jesus Cristo! Isso é tudo! Essa fé não se apóia no que sentimos ou percebemos, mas naquilo que sabemos, ou seja, que Jesus venceu o mundo (Jo 16.33b), e que de fato somos filhos de Deus. Essa é a fé que remove montanhas!
Como seria bom se compreendêssemos hoje o que significa de maneira bem prática nos contentarmos com a fé simples como um grão de mostarda. Então muitos de nós mudariam totalmente sua vida espiritual teimosa e pouco inteligente! Que de uma vez por todas reconhecêssemos que o caminho da fé é simples; que não se trata de fazer grandes esforços espirituais, mas simplesmente de confiar naquilo que nos é oferecido em Cristo!

Grandes resultados da fé como um grão de mostarda

Monte
Em Isaías 42.3 está escrito: "Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega". Essa é uma profecia messiânica que é confirmada no Novo Testamento (Mt.12.20) de maneira direta em relação a Jesus Cristo, e por isso já se tornou grande fortalecimento para muitos filhos de Deus. Essas palavras também são uma figura de uma pessoa que possui fé como um grão de mostarda. Pois a cana quebrada ainda não foi esmagada, está apenas quase partida, e uma torcida que fumega ainda não está totalmente apagada. Nesse sentido essas palavras apontam para a fé mais pequena possível que uma pessoa pode possuir, fé como a de um grão de mostarda.
O que vimos no caso do grão de mostarda? Que ele não tem quase nada a oferecer, mas oferece tudo o que tem, e por meio disso experimenta grandes resultados!
Meu irmão, minha irmã, você compreende o que o Senhor quer lhe dizer com isso? Talvez você leia esta mensagem com o estado interior de uma "cana quebrada" ou de uma "torcida que fumega". Você se sente interiormente fraco e miserável, e em seu interior só resta uma fé ínfima, do tamanho de um grão de mostarda? Você se sente assim porque diante de sua alma se amontoam grandes montanhas de angústias, preocupações e problemas. Mas agora escute bem: o fato de você se sentir como uma "cana quebrada" ou uma "torcida que fumega" prova que em você ainda existe algo. Pois uma cana quebrada ainda não está amassada, e uma torcida que fumega ainda não está apagada. Apesar de todos os montes de dificuldades que talvez neste momento existam à sua frente, você ainda tem uma centelha de fé. E é justamente isso que você tem que ativar agora, pois Jesus diz: "Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível". Todos estes montes, problemas e dificuldades podem ser "lançados no mar" se você ativar e aplicar sua pequena fé, embora ela seja como um grão de mostarda. Em outras palavras, isso acontece se você simplesmente vier agora a Jesus como você é. Ele não "esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega". Pelo contrário, no Salmo 34.18 está escrito: "Perto está o Senhor dos que têm coração quebrantado e salva os de espírito oprimido". Uma coisa, porém, você precisa fazer: você – "a cana quebrada" e "a torcida que fumega " – tem que buscar a Jesus como você é. Assim você torna ativa a sua fé como um grão de mostarda. E por meio disso você terá condições de "lançar no mar" todos os montes, preocupações e problemas. Incentivo você a vir ainda hoje, agora, a Jesus com o pouco que você tem – com sua fé como um grão de mostarda. Assim o Senhor poderá lhe encontrar de maneira totalmente nova, e fazer transbordar sua vida como talvez nunca aconteceu antes!
Nesse contexto, façamo-nos a pergunta:

Como aconteceu a alimentação dos cinco mil?

Pão
Para poder alimentar os milhares de ouvintes, os discípulos já haviam projetado um plano "muito bom": "Ao cair da tarde, vieram os discípulos a Jesus e lhe disseram: O lugar é deserto, e já vai adiantada a hora; despede, pois, as multidões para que, indo pelas aldeias, comprem para si o que comer" (Mt 14.15). O Senhor, porém, não havia esperado por uma proposta dessas, mas por outra bem diferente. Ele não necessitava dos estoques de gêneros alimentícios dos arredores para poder alimentar as milhares de pessoas. Ele procurou por alguém que tivesse fé como um grão de mostarda. Ele necessitava de uma pessoa que possuísse pouco, mas que estivesse disposta a dar ao Senhor o pouco que possuía. Por meio disso, Ele seria capaz de realizar uma grande obra.
E de fato estava presente "um rapaz" que, como está escrito em João 6.9, tinha "cinco pães de cevada e dois peixinhos", e que estava disposto a Lhe entregar esse pouco! E o que fez o Senhor com isso? "Então, Jesus tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os entre eles; e também igualmente os peixes, quanto queriam" (v. 11). Dessa maneira o Senhor Jesus Cristo alimentou cinco mil homens além das suas mulheres e crianças com cinco pães de cevada e dois peixinhos. Entendamos corretamente: Ele somente realizou esse milagre porque estava presente alguém – justamente esse rapaz – que demonstrou a fé como um grão de mostarda, entregando ao Senhor o pouco que possuía. Que montanhas de problemas e receios foram afastados dos discípulos e ao mesmo tempo lançados no mar! Eles viam montes enormes diante de si, pois como seria possível alimentar um número tão grande de pessoas? Eles também já haviam se preocupado em como poderiam afastar estes "montes". Mas Jesus não necessitava de nada disso. Ele apenas procurou a fé como um grão de mostarda que acabou encontrando nesse rapaz. Dessa maneira todos os montes de dificuldades e impossibilidades "foram lançados no mar".
Meu irmão e minha irmã, seja, ainda hoje, como esse rapaz: consagre ao Senhor o pouco que tem. Traga ao Senhor a sua fé como um grão de mostarda, e Ele virá ao seu encontro de maneira totalmente nova. Entregando o pouco de fé que você possui, Ele terá condições de "lançar no mar" as montanhas de sua vida, suas dificuldades e preocupações! Portanto, não é o tamanho de nossa fé que faz a diferença, mas a fé como um grão de mostarda num grande Deus! (Marcel Malgo – http://www.chamada.com.br)

O MUNDO: UM REINO DE ESCURIDÃO

 

O Mundo: Um Reino de Escuridão

William MacDonald
Quando falamos em mundo neste sentido, não queremos dizer o planeta terra que Deus nos deu como um lugar temporário de habitação. Tampouco queremos indicar o mundo da natureza, que Deus nos deu para desfrutar. E certamente não queremos dizer o mundo da humanidade, que Deus espera que o amemos assim como Ele o ama (Jo 3.16). O que então queremos dizer?
O mundo é a civilização que o homem tem construído para poder satisfazer seus desejos sem Deus. Não é somente independente de Deus, mas em oposição a ele. O sistema do mundo está baseado em princípios enganosos promovendo falsos valores. É inteiramente egoísta. Riqueza, poder e sexo são aspectos centrais de sua cultura. “Toda a civilização sem Deus, desde o princípio, tem sido marcada pela Sua maldição; e o que os homens chamam de desenvolvimento, invenções e progresso, sem Deus, parecem simplesmente ser uma tentativa de erigir uma torre de Babel, essencialmente idólatra e centrada em sua própria glória”.[1]
Toda a sociedade é inspirada e energizada por Satanás. Assim como os anjos santos são guardiões do povo de Deus, os poderes demoníacos são ativos nos acontecimentos do reino do mal.

Um show vazio

Na verdade o mundo é vazio. É apenas uma fachada. É uma piada doentia. Tudo o que ele oferece não pode satisfazer o coração humano. Um livro inteiro da Bíblia – Eclesiastes – é dedicado para expor a vaidade do mundo da vida abaixo do sol. Malcom Muggeridge compreendeu isto: Ele escreveu: “Agora percebo, que a vida humana, em todas as suas manifestações públicas ou coletivas, é apenas um teatro, e apenas um melodrama barato”.[2]
Outra pessoa disse: “O mundo trabalha com o que é falso e imaginário; o reino é uma realidade eterna”. As pessoas do mundo estão querendo mais dele do que ele realmente pode oferecer.
E mesmo assim ainda é muito atrativo às pessoas. O mundo se apresenta como o summum bonum, isto é, o maior bem. As pessoas ficam deslumbradas por suas luzes psicodélicas, por sua música contemporânea, por suas roupas sensuais. Todos na região do Marlboro são bonitos, possuem um cavalo, ou se apóiam ao lado de um lindo carro conversível, fascinam ou são fascinados por uma linda mulher. É uma terra do nunca – uma sociedade artificial. É muito brilho e sucesso sem substância alguma.

O que é mundano?

O mundanismo é o amor pelas coisas passageiras. É qualquer coisa que afasta um cristão de Deus. Uma pessoa mundana é uma pessoa em que todos os seus planos se encerram na sepultura. Jowett disse muito bem: “O mundanismo é um espírito, uma condição. Não é tanto um ato como é uma atitude. É uma pose, uma postura... Mundanismo é atividade humana sem Deus. Mundanismo é vida sem chamada divina, vida sem ideais, vida sem aspirações. O mundanismo não reconhece nada do glorioso chamado de Deus em Jesus Cristo. Não há perspectivas para cima. É apenas uma vida horizontal. Não há nada de vertical no mundanismo. Tem ambição, mas não tem sonhos. Sua motivação é o sucesso, e não a santidade. Está sempre dizendo ‘Para frente’ e nunca ‘Para cima’. Um homem mundano ou uma mulher mundana nunca dizem, ‘Elevo os olhos para os montes’”.[3]
Em alguns círculos, a definição para mundanismo tem sido limitada a beber, fumar, jogar, dançar, cinema e atividades semelhantes. Porém, é mais amplo do que isto. O Dr. Dale escreveu:
“Ser mundano é permitir que a lei maior à qual devemos obediência, e as glórias e temores do universo invisível que nos é revelado pela fé, e nossa relação transcendente com o Pai dos espíritos por meio de Cristo Jesus nosso Senhor, sejam superados por interesses inferiores”.
“Meu irmão, se você quiser voltar a viver uma vida mundana, você tem que retornar a ela através da sepultura, porque a sepultura encontra-se entre o corpo de Cristo, do qual você faz parte, e o mundo que O expulsou. O mundo O expulsou e nós fomos sepultados em Cristo pelo mundo que odeia a Igreja”.[4]
Existe um limite da paciência divina com alguém que tenta extrair o melhor de ambos os mundos. (William MacDonald — Chamada.com.br)