Apocalipse 1:1-20
O Cristo Triunfante
O livro de Apocalipse retrata Cristo triunfante sobre Satanás e suas forças. É triste que esta mensagem confortante seja freqüentemente objeto de amargo debate. Estes artigos ressaltarão o propósito de Apocalipse, e não a especulação.
Indicações para interpretação:
João escreveu o que ele viu (1:11,19), que era basicamente uma peça vívida, emocionante. Para entendê-la, precisamos visualizar as cenas em nossa imaginação.
Jesus enviou a mensagem de Apocalipse às sete igrejas (1:4,11) que estavam passando por um período de dura perseguição (1:9). Como em qualquer carta, nós a entenderemos melhor vendo a mensagem através dos olhos de seus destinatários originais. Em certo sentido, estamos lendo a correspondência de alguém.
O livro revela as coisas que aconteceriam logo (1:1,3; 22:6,10). Em todos os séculos, os intérpretes da Bíblia têm pensado que o Apocalipse descreve os eventos políticos de sua própria época. Na realidade, esses símbolos especiais e predições foram cumpridos pouco tempo depois de serem escritos. Considere: quando Daniel escreveu sobre acontecimentos que ocorreriam 400 anos mais tarde, ele selou as palavras porque elas se referiam a um futuro muito distante (Daniel 8:26). Quando João escreveu Apocalipse ele não selou as palavras porque o tempo estava próximo (22:10).
Apocalipse foi escrito com símbolos (veja 1:20). Os candelabros que João viu, por exemplo, simbolizavam igrejas; as estrelas significavam anjos. Precisamos distinguir entre o que João viu e o significado do que ele viu. Livros como Daniel, Zacarias, Ezequiel e Isaías usam linguagem figurada semelhante.
Aparição de Cristo:
Em Apocalipse 1, Jesus apareceu a João. Que cena aterradora! Ele era enorme: sete estrelas em uma mão. Seu semblante resplandecia como o sol. Sua voz troava como as cataratas de Iguaçu. Seus pés eram como o bronze refinado no fogo, incinerando tudo em sua passagem. Seus olhos flamejantes poderiam penetrar como uma "visão raio X". Cristo tinha entrado no reino da morte e emergiu vitorioso possuindo as chaves da morte e do inferno (Hades).
João desmaiou. Ele nunca tinha visto o exaltado Jesus. Muitos, hoje, jamais perceberam a glória do Senhor. Eles ainda imaginam Jesus como um recém-nascido numa manjedoura ou uma figura patética na cruz. Mas Cristo está, hoje, exaltado e extraordinariamente poderoso.
Indicações para estudar:
Leia o livro de Apocalipse ligeiramente algumas vezes, tentando ver em sua imaginação o que João descreveu. Não se preocupe, desde logo, com a interpretação; veja apenas o quadro.
Observe os aspectos de Jesus descritos no capítulo 1. Olhe para os elementos descritivos no resto do livro (especialmente capítulos 2-3).
Compare os símbolos usados no capítulo 1 com outras passagens para ajudar a interpretá-los: sete Espíritos (Isaías 11:2-3); pés como bronze polido (Miquéias 4:13; Malaquias 4:3); espada de dois gumes (Hebreus 4:12).
Apocalipse 2:1 - 3:22
Cartas às Sete Igrejas da Ásia
Jesus incumbiu João de enviar o livro de Apocalipse a sete igrejas. Nos capítulos 2 e 3, o Senhor deu mensagens especiais a cada uma dessas igrejas. Cada carta segue quase o mesmo modelo: ì uma comunicação ao anjo que representava a igreja; í uma frase descrevendo Jesus; î um comentário das boas coisas feitas pela igreja (em um caso nada de bom é mencionado S veja 3:14-22); uma repreensão pelas más coisas que Jesus observava (em duas cartas nada de mau é mencionado S veja 2:8-11 e 3:7-13); encorajamento para corrigir o erro (exceto para as igrejas em que nada de mau tinha sido notado): ñ uma exortação a ouvir; ò uma promessa àquelas que triunfassem (em alguns casos a ordem destas últimas duas é invertida).
Lições:
Éfeso; uma igreja doutrinariamente sólida e ativa, ainda que seu amor tivesse ficado frio. É perigoso permitir que nosso serviço a Deus se torne mecânico e ritual; o primeiro mandamento é amar a Deus com todo o coração. Quando uma igreja deixa de amar a Deus ela prejudica sua relação com ele.
Esmirna: esses irmãos estavam sofrendo perseguição e dificuldades econômicas, mas Deus estava orgulhoso deles. O mito que a fidelidade a Deus sempre traz prosperidade e termina o sofrimento é falso.
Pérgamo: esse grupo permanecia fiel mesmo quando um membro foi martirizado, mas tinha um grande problema: tolerava o ensino de falsas doutrinas que encorajavam idolatria e imoralidade. O Senhor ameaçou fazer guerra contra ele.
Tiatira: essa congregação estava procedendo bem de todos os modos (2:19), mas foi criticada pelo Senhor porque aceitava uma mulher "que a si mesma se declara profetisa" que promovia pecado sexual. As igrejas têm que rejeitar os membros que encorajam o pecado (Tito 3:10-11).
Sardes: essa igreja tinha grande reputação, mas a realidade desmentia o nome. Não podemos descansar sobre nosso passado. As igrejas vivem por causa de seu atual serviço a Deus.
Filadélfia: as duas igrejas que não foram criticadas (Esmirna e Filadélfia) eram as igrejas que sofriam maior perseguição. O Senhor reassegurou-as de que era ele quem tinha a chave, e que quando ele abrisse a porta para elas, ninguém seria capaz de fechá-la.
Laodicéia: Se autoconfiança fosse o padrão, essa igreja seria proeminente. Sua autoconfiança era imensa, mas sua falta de fervor tinha deixado o Senhor do lado de fora, batendo na porta para entrar em sua própria igreja. Arrogância e prosperidade material freqüentemente produzem cristãos complacentes.
Indicações para Estudar:
Usando os sete pontos no começo deste artigo, esboce a carta para cada igreja.
Em cada carta, observe as ligações entre a descrição de Cristo e o resto da mensagem.
Encontre cumprimentos de promessas feitas aos vencedores (veja capítulos 21-22).
Apocalipse 4:1 - 5:14
Um Vislumbre do Céu
Não seria maravilhoso ver o céu? O apóstolo João viu. No começo de Apocalipse 4, ele foi convidado a subir e ter uma visão da morada de Deus. Através de sua descrição escrita podemos "ver" o trono do Senhor.
O quadro:
O trono de Deus: No centro do universo, tudo o mais irradiando dele. É significativo que aquele que ocupava o trono nunca foi diretamente descrito (veja 1 Timóteo 6:16).
Várias criaturas: Quatro eram semelhantes aos querubins em Ezequiel; elas estavam constantemente louvando a Deus. Vinte e quatro eram anciãos, gloriosos e exaltados; eles lançaram suas coroas diante do Senhor supremo.
Em volta do trono: Como um mar de vidro! Imagine as cores vívidas refletindo desse mar tremeluzente. Luzes celestiais e trovões emanavam do trono.
O livro: Selado, na mão de Deus. Um anjo forte perguntou, mas em todo o céu e a terra não havia ninguém digno de abri-lo. Subitamente, o Cordeiro (Jesus) prevaleceu e veio até aquele que ocupava o trono. Ele tomou o livro e começou a abrir os selos. Isso descreve a perspectiva do céu da ascensão vitoriosa de Jesus de volta para o Pai (veja Atos 1:9-11 para a perspectiva terrestre). Os capítulos subseqüentes informam sobre a abertura desse livro selado.
Orações dos discípulos: Bem no meio desse esplendor empolgante. O grande Deus do universo em toda a sua glória ouve os seus filhos.
Louvor: Um aumento progressivo de adoração ao Cordeiro e seu Pai. Ouçamos com João quando ele ouve, primeiro, as criaturas viventes e os anciãos em volta do trono, depois milhões de anjos com altas vozes, e, finalmente, todas as criaturas do universo juntam-se para honrar e glorificar a Deus.
Sugestões para aplicações:
Esses capítulos requerem mais do que estudo; eles exigem meditação e aplicação em nossas vidas. Imagine João, imediatamente após ele ter visto tudo isso, ou na semana seguinte ... O resto de sua vida deve ter sido profundamente afetado por causa dessa cena. Ele escreveu o que viu para que nós possamos ver e ouvir também. E, assim, precisamos deixar-nos comover profundamente.
Adoração: Devemos participar ansiosamente, de coração, da adoração a Deus, uma vez que partilhamos desse vislumbre da realidade do louvor celestial.
Reverência: Deus é um grande Deus; ele merece e exige respeito. Precisamos respeitar o nome de Deus (nunca usando em vão frases como "meu Deus"), a palavra de Deus (estudando cuidadosamente e obedecendo tudo o que ele diz) e a presença de Deus (reconhecendo que estamos sempre em sua presença e procurando nunca fazer nada que possa ofendê-lo).
Perspectiva: Os cristãos tendem a se distrair com as atividades da vida diária. Precisamos aprender a concentrar o coração e a vida no Senhor.
Apocalipse 6:1-7
O Cordeiro Abre os Selos
A hora de abrir o livro tinha chegado. Imagine-se sentado na platéia de um teatro. Quando se descerra a cortina, o Cordeiro abre os primeiros quatro selos e quatro cavalos galopam através do palco. Cada um é de uma cor diferente e tem uma missão diferente. O quinto selo revela as almas dos mártires em baixo do altar clamando por vingança contra aqueles que derramaram seu sangue. Quando o sexto selo foi aberto, houve um terremoto e catástrofes horríveis; os homens estavam tomados de pânico.
Interpretação:
Quatro cavalos. O livro de Apocalipse utiliza freqüentemente sinais do Velho Testamento. Em Zacarias 1 e 6, cavalos coloridos simbolizam forças de reconhe-cimento de Deus e suas armas de punição. É razoável entender os cavalos de Apoca-lipse do mesmo modo. Eles pertencem ao Senhor e através deles ele observa a situa-ção do mundo e exerce sua ira. O cavalo branco é o cavalo conquistador de Deus; o vermelho é o cavalo de guerra do Senhor. O preto traz fome sobre a terra e o cavalo cinza traz a morte. O julgamento que os cavalos executaram não foi total. O cavalo cinza matou um quarto do povo. A fome trazida pelo cavalo preto danificou somente o trigo, porém nem o óleo, nem o vinho (numa seca limitada, os grãos, de raiz mais rasa, serão atacados antes das vinhas e das oliveiras).
Almas sob o altar. Quando eram feitos sacrifícios no Velho Testamento, o sangue (representando a vida ou a alma Levítico 17) do animal era derramado na base do altar. Semelhantemente, a vida ou o sangue dos cristãos que tinham sido sacrificados pelos perseguidores estava na base do altar celestial de Deus, clamando a Deus por vingança contra os inimigos e para que fosse vitorioso sobre a perse-guição feroz. O sangue injustamente derra-mado clama por justiça (veja Gênesis 4:10). Este apelo dos mártires forma o tema central do livro inteiro. O livro de Apocalipse revela Deus castigando os perseguidores e vingando os cristãos.
Eventos cataclísmicos. O sexto selo revela o começo do julgamento de Deus contra os perseguidores dos cristãos. Soa como se fosse o fim do mundo. Mas não pode ser, ainda há 16 capítulos restantes em Apocalipse. De fato, esta linguagem foi usada freqüentemente pelos profetas do Velho Testamento de um modo tocante para simbolizar a queda de uma nação ou uma cidade (veja, por exemplo, Isaías 13:9-13; 34:4-5; Ezequiel 32:7-8). Estes símbolos indicaram o começo do trans-bordamento da ira de Deus contra aqueles que haviam assassinado os cristãos.
Sugestões para aplicações:
Aqui estão três lições importantes:
Deus está no comando de tudo. Ainda que seus cavalos sejam invisíveis, ele executa seus planos por meio deles, como lhe agrada.
Deus corrigirá os agravos que os cristãos sofrem. Ainda que o horário de Deus não seja nosso, no fim ele fará sua causa prevalecer.
A ira de Deus é feroz e inescapável. Leia 6:15-17 de novo e observe o terror daqueles que estão enfrentando a fúria de Deus.
Apocalipse 7:1 - 9:21
O Sétimo Selo
No início de Apocalipse 7, seis selos são abertos e um permanece fechado. O sexto selo era especialmente dramático e sem dúvida João estava esperando ansiosamente a abertura do sétimo. Mas permaneceu fechado. Houve um intervalo na ação (compare com os programas de televisão, que fazem intervalos para os comerciais no momento mais emocionante). Pelo menos três cenas ocorrem antes que o conteúdo do sétimo selo fosse revelado: a selagem do povo de Deus na terra, a celebração do povo de Deus no céu e trinta minutos de silêncio. Estas demoras certamente aumentaram a sensação de maravilha e expectativa de João. Finalmente, as sete trombetas (o conteúdo do sétimo selo) começam a soar.
Interpretação:
Observe quatro eventos principais:
Os 144.000 são selados (7:1-8). Antes que Deus permitisse mais destruição na terra, ele selou seu povo; isto é, ele marcou-o como pertencentes a ele, de modo a protegê-los do desastroso julgamento que ele estava impondo sobre e terra. O número 144.000 (12x12x1000) simboliza o total do povo de Deus, uma vez que 12 representa o número especial do povo de Deus (12 tribos, 12 apóstolos, etc), e 1000 é um número significando totalidade.
Celebração da grande multidão (7:9-17). A grande multidão reunida em volta do trono representa aqueles cristãos que tinham morrido. Sua morte não era uma tragédia, pois eles se regozijavam num grande festival em torno do trono de Deus.
Trombetas (8:1-9;19). As primeiras seis trombetas eram julgamento parcial da terra. As trombetas de 1 a 4 revelavam a destruição de um terço da terra, do mar, dos rios e dos corpos celestiais. A quinta era uma horrorosa praga de gafanhotos que resultou no desejo do povo morrer. A sexta era um pavoroso exército de cavalos que expeliam fogo de suas bocas. Todos estes quadros simbolizam a advertência de Deus aos ímpios para que se arrependam. Não devem ser vistos literalmente, mas como meios de representar dramaticamente a poderosa mão de Deus quando castiga aqueles que estavam perseguindo os cristãos
Recusa a arrepender (9:20-21). A reação às trombetas foi surpreendente: nenhum arrependimento. Quando o Senhor adverte, mas os homens recusam arrependerem-se, não há outra alternativa para ele que não seja destruir totalmente os objetos de sua ira.
Sugestões para estudar:
Estude Ezequiel 9 para ver um paralelo ao episódio da selagem e considere o motivo porque os servos de Deus foram marcados.
Observe a localização dos 144.000 e da grande multidão. Como isto se compara com o ensinamento das Testemunhas de Jeová que 144.000 estarão no céu e uma grande multidão restará na terra?
Faça uma lista dos aspectos maravilhosos da comemoração celestial (7:9-17).
Considere a localização das orações dos santos e como são relacionadas com os acontecimentos descritos nos capítulos 8 e 9.
Veja como as trombetas mostram o domínio soberano de Deus.
Apocalipse 10:1 - 11:19
A Sétima Trombeta
O que o Senhor pode fazer com aqueles que se recusam a arrepender?
Depois de ter visto o arsenal de armas de Deus (Apocalipse 6:1-8) e o desesperado apelo dos cristãos perseguidos (6:9-11), João presenciou devastadores julgamentos de advertência do Senhor (6:12-17; 8:1-9:19). Através de todo o sexto selo e as primeiras seis trombetas do sétimo, os perseguidores experimentaram todos os dolorosos chamados de Deus ao arrependimento. O resultado: teimosa recusa a mudar (9:20-21).
O verdadeiro castigo tinha que vir, e não podia esperar mais. Ainda que houvesse sete trovões prontos para fazer mais advertências, eles foram selados (10:4) pois não poderia haver mais demora (10:6). O livro dos julgamentos foi dado a João para comer e ele foi mandado profetizar contra as nações e os reis que se tinham aliado contra o povo de Deus (10:8-11).
Mas, antes que o julgamento fosse revelado, houve um intervalo para mostrar o que estava acontecendo ao povo de Deus durante sua terrível perseguição. O templo deles foi medido e assim protegido por Deus, ainda que o átrio externo fosse pisoteado por incrédulos durante três anos e meio (11:1-2; veja as sugestões para estudo). Eles profetizaram com tristeza durante este período, foram brevemente dominados, mas Deus os reergueu tomando sua causa e derrotou seus inimigos (11:3-13). Conquanto houvesse dor, perseguição e aflição, no final o povo de Deus sairia vitorioso.
Finalmente, a sétima trombeta soou e Deus manifestou sua soberania sobre o mundo, obteve a vitória e derrotou os perseguidores (11:14-19). O apelo dos mártires foi atendido (6:9-11). Deus reina supremo.
Sugestões para estudar:
Leia Ezequiel 2:8 - 3:3. Observe as semelhanças e medite por que o livro era doce na boca e amargo no estômago.
Lembre-se de que o templo significa o lugar onde Deus mora. Examine 1 Coríntios 3:16-17; 6:19-20 para ajudar no entendimento do que é o templo hoje. Como Mateus 10:28 faz distinção entre o templo e o átrio externo? Assim, qual parte de nós o Senhor protege? Que parte ele permite que seja perseguida?
Há muita especulação quanto à identidade das duas testemunhas. Uma comparação de Apocalipse 1:20 e 11:4 ajuda no entendimento do que elas representam? Quanto às "duas" testemunhas, pense na importância de duas testemunhas para confirmação em textos como Deuteronômio 19:15; Mateus 18:16; 2 Coríntios 13:1; 1 Timóteo 5:19; Hebreus 10:28.
Faça uma lista das coisas que haveriam de acontecer em 3½ anos = 42 meses = 1260 dias = tempo, tempos e meio tempo: Daniel 7:25; 12:7; Apocalipse 11:2,3; 12:6,14; 13:5. Examine a relação entre 3½ e o número completo, 7.
Volte e percorra através de Apocalipse 1-11. Tente memorizar os eventos chaves em cada capítulo.
Apocalipse 12:1-17
A Derrota do Diabo
No fim de Apocalipse 11 a sétima trombeta soou, marcando o fim da primeira metade do livro. Nos capítulos 12-22 os mesmos eventos são apresentados de um ponto de vista diferente. A atenção muda para os instrumentos específicos que o diabo usa para atacar os cristãos e o modo com que Cristo derrota cada um.
As personagens (12:1-6)
Uma mulher deu à luz um menino a quem o dragão tentou devorar. A mulher representa o povo de Deus (veja Miquéias 4:9 - 5:4). A criança é o Cristo (veja Salmo 2:7-9). O dragão é Satanás (12:9). Durante a vida terrestre de Jesus o diabo tentou repetidamente destruí-lo matando os recém nascidos em torno de Belém, tentando-o, e pregando-o na cruz. Deus protegeu seu Filho e todo esforço do diabo não teve sucesso.
A batalha celestial (12:7-11)
Este parágrafo pinta a derrota de Satanás, quando Miguel e seus anjos arremessaram do céu o diabo e seus anjos. Esta cena não é uma descrição de alguma queda do diabo no começo dos tempos, mas descreve a vitória decisiva contra o diabo através da morte, sepultamento e ressurreição de Jesus. Esta vitória ocorreu no tempo quando a salvação e o reino de Cristo vieram (12:10).
Satanás trabalha para acusar os homens de pecado e provocar sua morte. Antes da vinda de Jesus ele tinha pleno sucesso ("todos pecaram," Romanos 3:23). Mas a morte, o sepultamento e a ressurreição de Cristo derrotaram Satanás (note Mateus 12:28-29; João 12:31; 14:30; 16:11; Colossenses 2:15; 1 Pedro 3:22), porque sua morte expiou o pecado (João 1:29) e sua ressurreição deu-lhe as chaves da morte (2 Timóteo 1:10; Apocalipse 1:17-18). Agora, acusação contra o povo de Deus é impossível; o diabo está vencido (Romanos 8:33; Hebreus 2:14-15; 1 João 3:8). A vitória de Miguel simboliza os resultados do sacrifício de Cristo.
A batalha terrestre (12:12-17)
Porque Jesus venceu Satanás, o diabo ficou furioso e desceu à Terra para tentar destruir a mulher e seus filhos. Os cristãos primitivos sentiram em primeira mão a ferocidade da ira do diabo perseguindo-os. Alguns deles talvez imaginassem que a intensidade dos ataques fosse um sinal da vitória iminente de Satanás; de fato, era um sinal da enormidade de sua derrota. Ele não mais podia acusar os homens diante do Pai; tudo o que lhe resta é tentar desviá-los do Senhor na terra.
Sugestões para aplicações:
O diabo foi chicoteado. Não há desculpa para os cristãos serem vencidos na batalha da tentação por alguém que já perdeu a guerra!
Observe o versículo 11 e exatamente o que é necessário para sobrepujar Satanás.
Considere quanto encorajamento este capítulo dá aos cristãos que enfrentam oposição do diabo. A força dos ataques dele é um mero sinal da frustração por ter sido vencido.
Apocalipse 13:1-18
As Bestas do Mar e da Terra
Satanás quer desesperadamente vencer os cristãos. Por causa do sacrifício de Jesus ele não pode mais acusá-los de pecado; assim sendo, agora ele só pode perseguir, enganar e seduzir. Para fazer isto, ele convoca todos os aliados possíveis.
A Besta do Mar
A primeira besta surgiu do mar e guerreou contra os cristãos durante quarenta e dois meses. Esta besta representa a persegui-ção, que é uma das táticas do diabo para tentar render-nos. Toda oposição nos aflige, mas o ataque físico é uma prova especialmente severa. Somente pela fé e pela perseverança podemos permanecer fortes (Apocalipse 13:10).
Sabemos que esta besta do mar é o "monstro" de Daniel 7 por causa das semelhanças: emergência do mar (7:3), dez chifres (7:7), nomes blasfemos (7:8, 21), leopardo/urso/leão (7:4-6, 12), grande poder (7:7), palavras arrogantes (7:8, 21), período de tempo (7:25), guerra contra os santos (7:21, 25), etc. Estas comparações são tão próximas que não poderia haver dúvida de que a besta do mar em Apocalipse 13 é a mesma besta monstruosa de Daniel 7. Desde que a besta de Daniel é a quarta na série de impérios mundiais (os três primeiros são Babilônia, 2:37-38; Medo-Pérsia, 8:20; e Grécia, 8:21), ela deve ser o Império Romano. Durante os primeiros dias da igreja Satanás usou o Império Romano para perseguir os cristãos.
A Besta da Terra
A segunda besta saiu da terra. Esta besta produziu grandes sinais para fazer os homens adorarem a primeira besta. A besta da terra ilustra a segunda arma que o diabo usa para tentar conquistar os cristãos: a falsa religião. Observe como a besta da terra imitou Cristo: o cordeiro (Apocalipse 5:6), os sinais (11:4-5), marca nos seguidores (7:1-8), número seis (o número de Deus através de todo o livro é sete). Satanás é um mestre do disfarce (2 Coríntios 11:13-15). E procura constante-mente falsificar as verdades de Deus.
Neste contexto histórico, a besta da terra simbolizava provavelmente a adoração do imperador Romano. Muitos dos impera-dores consideravam-se divindades e exi-giam que seus súditos se prostrassem diante da imagem deles e lhes oferecessem incenso. Aqueles que se recusassem eram perseguidos.
Aplicação
É uma infelicidade que o sensacionalismo domine a interpretação de Apocalipse. Alguns imaginam a marca da besta e o número 666 espreitando em cada esquina. Fazendo assim, eles não somente não entendem o significado do livro, mas também se descuidam das reais ameaças de Satanás hoje em dia. A marca da besta não era mais literal do que o selo de Deus (Apocalipse 7); 6 (repetido três vezes para ressaltar) é principalmente uma referência ao fracasso, em contraste com 7, que representa o sucesso. Tudo isto tinha referência principalmente aos aconteci-mentos daqueles dias e se aplica a nós somente no sentido que o diabo continua a usar os aliados da perseguição e falsa religião em suas batalhas contra nós. Fiquemos firmes: assim como Jesus derrotou o diabo, assim nós também podemos (17:14).
Apocalipse 14:1 - 16:21
A Batalha do Armagedom
Conflito! O livro de Apocalipse está cheio de guerras: o dragão contra o filho varão, Miguel contra os anjos de Satanás, as bestas contra os cristãos. Quando cada lado é descrito, a tensão aumenta. Qual será o resultado da batalha? Quando as almas sob o altar serão vingadas (6:9-11)? Seja bem vindo ao Apocalipse 14-16.
Pré-estréia
No capítulo 14 os anjos anunciam as manchetes dos próximos capítulos. A primeira (14:6-7) revela que a hora do julgamento de Deus chegou, que é o tema dos capítulos 15-16. A segunda (14:8) declara a queda de Babilônia (capítulos 17-18). A terceira (14:9-11) descreve o castigo dos adoradores da besta (capítulos 19-20). A quarta (14:12-13) comemora a vitória dos santos (capítulos 21-22). Finalmente, a ceifa (14:14-16) e a vindima das uvas (14:17-20) simbolizam o julgamento de Deus contra os perseguidores.
Execução de julgamento
Os capítulos 15-16 descrevem as taças da ira, que completam o julgamento abrasador de Deus (15:1). Enquanto os selos feriram 1/4 e as trombetas destruíram 1/3, as taças devastam tudo. Cada praga continua quando a próxima começa: ferimentos em todos os ímpios, o mar se torna sangue, rios viram sangue, o sol abrasa os homens, há trevas sobre o reino da besta, os exércitos do oriente marcham.
Qual foi o efeito destas taças? O altar regozijou porque o apelo dos mártires por vingança foi respondido. Desde que seus perseguidores "derramaram sangue de santos e de profetas, também sangue lhes tens dado a beber; são dignos disso" (16:5-6). Os ímpios, por outro lado, não se arrependeram, mas blasfemaram contra Deus. Pessoas castigadas deveriam desistir, mas estes apoiaram o esforço do diabo para retaliar quando enviou três espíritos imundos semelhantes a rãs para reunir tropas para a batalha do Armagedom. A imagem de rãs convocando o exército é para provocar riso; ela simboliza a impotência das forças do mal.
Uma estreita passagem entre montanhas, Megido serviu como uma localização ideal para emboscadas. Débora, Saul e Josias lutaram ali em tempos críticos na história de Israel; portanto, Armagedom (a montanha de Megido) tornou-se um símbolo de batalhas decisivas. Quando o exército do Senhor enfrenta o de Satanás em Megido o suspense é grande, na expectativa de ataque e contra-ataque, de estratégia e táticas, de montes de mortos e feridos, finalmente um lado emergindo como vitorioso de uma batalha sangrenta. Mas o texto não descreve nenhuma ação militar. Logo que os exércitos se reúnem, o anjo anuncia, "Feito está!" (16:17). O que aconteceu com a batalha? Quando Deus e o diabo se encontram para uma demonstração, o Senhor vence sem luta. A batalha termina antes de começar. A terra treme e o céu deixa cair pedras de granizo de 35 quilos. Mas nenhum julgamento jamais muda os corações dos ímpios incorrigíveis; apesar do granizo, eles continuam blasfemando contra Deus.
Apocalipse 17:1 - 18:24
A Grande Meretriz
Em Apocalipse 17, João viu uma prostituta, vestida sensualmente, seduzindo os reis da terra. Seu nome era Babilônia, a Grande, e ela representa a terceira maior ferramenta que o diabo maneja em sua luta para conquistar a humanidade. Em capítulos anteriores foram apresentadas a besta do mar, representando a perseguição, e a besta da terra, representando a falsa religião. A prostituta representa a imoralidade, uma das ferramentas mais eficazes de Satanás, uma que ele jamais hesitou em usar.
Cada uma das ferramentas do diabo tinha uma manifestação concreta nos dias de João. A besta do mar era o Império Romano; a besta da terra era a adoração do imperador. Não é difícil ver quem era Babilônia. Era uma grande cidade que dominava sobre os reis da terra (17:18), construída sobre sete colinas (17:9). Ela era rica (18:11-13), arrogante (18:7) e absolutamente ímpia (17:5). Ela era a cidade de Roma.
A história da queda de Babilônia, narrada em Apocalipse 18, mostra a derrota de um dos principais aliados do diabo. No capítulo 19, a queda das bestas será descrita e no capítulo 20 o próprio diabo será amarrado. Desde que Babilônia estava embriagada com o sangue dos santos (17:6), o julgamento contra ela respondia aos gritos dos mártires (6:9-11). Finalmente, a espera terminou e Deus vingou o sangue de seus servos (18:20; 19:2).
Lições
Os fiéis serão vitoriosos. Não importa o que possa parecer a qualquer tempo, aqueles que estão com o Senhor vencerão, porque Ele é Senhor de senhores e Rei de reis (17:14). Mas para estar com o Senhor precisamos separar-nos do mundo e de suas más influências (18:4). É perigoso se permitirmos que riqueza e cobiça nos atraiam para longe de Deus.
O egoísmo .penetra por todo o caráter dos ímpios. A lamentação pela queda de Babilônia (18:9-19) mostra os reis, os negociantes e a indústria de navegação lamentando seu falecimento porque ela lhes dava lucro e prazer. Eles eram tão "amigos leais" que, quando ela começou a cair, ficaram à distância porque temiam serem feridos pela queda. Não pode haver amor verdadeiro, lealdade ou amizade entre os ímpios. Cedo ou tarde o mal se destrói (observe 17:12-13,16-17).
Para mais estudo
Faça uma lista de comparações e contrastes entre a mulher do diabo, Babilônia, e a mulher de Deus, descrita nos capítulos 12 e 21.
Percorra o livro e faça uma lista das referências ao quinto selo, que é o tema do livro (6:9-11). Inclua passagens que mencionem o altar, aqueles que foram martirizados por causa de Cristo, o curto tempo durante o qual a perseguição continuaria, a vingança do sangue dos mártires, etc. Ver o quinto selo como o princípio de organização do livro ajuda a interpretar o Apocalipse corretamente.
Considere a identidade dos reis em 17:10-11 (para auxílio, veja "Entendendo o Livro de Apocalipse" por Dennis Allan).
Apocalipse 19:1 - 22:21
A Vitória dos Santos
As visões de Apocalipse começam com os santos sendo martirizados sob o altar no céu, clamando por vingança (6:9-11). Eles tinham sido derrotados; Satanás tinha vencido. O livro termina com Satanás amarrado e com os santos martirizados erguidos para sentarem-se em tronos (20:1-4?). Em Cristo os vencidos vencem.
Apocalipse 19 - 22 não pode ser entendido fora do contexto. Muitos usam este texto para sustentar sua doutrina de um reino de Cristo de um milênio na terra. Mas cada ponto desta doutrina é errado. O reino não é de Cristo, mas dos mártires com Cristo. Não é na terra, mas no céu. Os 1000 anos não são literais, mas simbolizam uma vitória completa. A ressurreição não é de corpos, mas das almas dos mártires que são erguidos de debaixo do altar para reinar em tronos.
Apocalipse 19-22 se ajusta ao resto do livro como uma luva. Depois de guerrear com o Cordeiro e Seus seguidores, o diabo e seus instrumentos são esmagados. O livro começou com o grito angustiado dos cristãos derrotados implorando justiça. Foi-lhes dito que esperassem um pouco. Os capítulos 6-18 descreveram esse pouco tempo. Agora o clamor deles é respondido; eles estão se regozijando (19:1-10) e reinando (20:4-6), tendo conseguido a vitória através de Jesus Cristo (note 19:11-21). Quando o Senhor escreveu a cada uma das sete igrejas, Ele prometeu que os vencedores seriam abençoados. Agora eles o são, e quase todas as promessas são especialmente cumpridas nos capítulos 19 - 22. A mulher de Deus do capítulo 12 foi perseguida no deserto; no capítulo 17 a mulher/cidade do diabo estava embriagada com o sangue dos santos. Agora a mulher do diabo é destruída em uma hora (capítulo 18) e a mulher de Deus é uma cidade majestosa, vitoriosa (21:9-27). Arrancando estes capítulos de seu contexto de modo a "provar" algum esquema de eventos do fim dos tempos destrói a unidade do livro.
Deus é um Deus de reversões. Nele, os humildes são exaltados, os pobres são enriquecidos, os loucos recebem sabedoria e os derrotados reinam (veja 1 Samuel 2:1-10). Mas a vitória em Cristo não é imediata. A curto prazo, o povo de Deus freqüentemente sofre. Mesmo depois de sua derrota e de ser amarrado, Satanás voltaria e usaria Gogue e Magogue para assediar o campo dos santos. Gogue e Magogue simbolizam os inimigos que o diabo usaria contra o povo de Deus. Mas assim como Deus derrotou-o na batalha do livro de Apocalipse, assim ele derrotará o diabo novamente e conquistará até estes terríveis reinos mítológicos. Não importa quanto os cristãos sofram, eles sempre vencem em Cristo, no final.
Indicações para estudar
Note as duas ceias descritas no capítulo 19. Quem é convidado a cada uma e o que elas simbolizam? Compare com Ezequiel 39.
Mostre o cumprimento (capítulos 19-22) de cada promessa aos vencedores (capítulos 2-3).
Faça uma lista de itens mencionados na introdução (1:1-11) que são repetidos na conclusão (22:6-21).
Observe as comparações e os contrastes entre a mulher de Deus (capítulos 12, 21) e a mulher do diabo (capítulos 17-18).
O Livro de Apocalipse (Conclusão)
A Revelação de Cristo
O maior perigo no estudo de Apocalipse é ficar-se desencaminhado por assuntos de menor importância. Esta é uma revelação de Jesus Cristo (1:1): Ele é tanto o revelador da mensagem como o centro dela. Muitos, em suas explicações de Apocalipse, chamam a atenção para o diabo e fazem dele o personagem principal. Mas o papel do diabo nessa profecia serve para ressaltar a glória e a grandeza do Cordeiro, pois este derrota Satanás. Outros olham mais para a terra, mas João viu estas cenas no céu. Ele estava vendo a perspectiva espiritual, simbólica, celestial. O estudo de Apocalipse não nos deve direcionar para o jornal diário, mas para o trono de Deus. Muitos usam as visões para incentivar a especulação sobre o fim dos tempos, e assim desviam a atenção das pessoas da soberania do Senhor para a engenhosidade do especulador. Se entendemos corretamente esse livro maravilhoso, vemos Cristo.
O que você vê quando olha para Jesus? Uma criancinha numa manjedoura? Um meigo pastor? Uma figura trágica na cruz? Nenhuma dessas coisas está completamente errada, mas todas estão desatualizadas. Jesus está hoje exaltado e glorioso. Queira ler novamente os retratos de Cristo em 1:12-18; 5:1-14; 19:11-16. Feche seus olhos e tente ver o Jesus que João viu. A emocionante majestade de Jesus deve inspirar-nos, fortalecer-nos e levar-nos à adoração.
O Apocalipse significa guerra. Batalha no passado: Cristo venceu a morte, o hades e expulsou Satanás do céu (veja 1:17-18; 12:7-12). Batalha no presente: o diabo, enfurecido como um tirano derrotado, veio para a terra com grande ira porque ele sabe que seu tempo é curto. Batalha no futuro: a vitória de Jesus. Apocalipse começa com os cristãos sofrendo grande tribulação; termina com os cristãos triunfantes. Apocalipse começa com Satanás perseguindo os cristãos e termina com Satanás amarrado durante mil anos. Foi Jesus que obteve essa notável vitória.
Os mitos correntes sobre Jesus enganam. De algum modo, chegamos a ver Jesus como um avô brando, indulgente, que raramente altera sua voz acima de um sussurro e está sempre sorrindo. Apocalipse ajuda a corrigir esse retrato distorcido. E ajuda a refutar a noção popular de que o Deus do Velho Testamento era um Deus de ira, mas o Deus do Novo Testamento é um Deus de amor. Em nenhum lugar da Bíblia a ira de Deus é mostrada mais claramente do que no livro de Apocalipse (veja especialmente 14:9-11; 19:1-4, 15-21).
Apocalipse revela Jesus. Não deveria causar especulação, mas inspirar adoração, admiração e confiança.
Indicações para estudar
Reveja e anote os elementos da descrição de Jesus (especialmente capítulos 1, 5, 19); medite sobre cada ponto.
Leia de novo através do livro, anotando os vários aspectos de Deus que são mencionados. Faça algumas anotações de tudo que você entenderia sobre ele, caso esse livro fosse o único na Bíblia.
By Gary Fisher
Perspectiva da volta de Cristo - Apocalipse 1:1-11
Aula 1
Introdução
Vamos iniciar o estudo do livro do Apocalipse, o qual encerra a revelação de Deus ao homem. A palavra Apocalipse é uma transliteração da palavra grega, cuja tradução quer dizer revelação. Em Gênesis está o início de todas as coisas. Gênesis relata o começo de tudo e muito mais: o começo da terra, dos céus, bem como o começo da revelação dos princípios de Deus ao homem. Em Apocalipse, está descrita a consumação de todas as coisas.
Entre Gênesis e Apocalipse, o que temos? O meio; temos um processo, o plano de Deus para resgatar o homem; tudo que estudamos até aqui. Então, Gênesis é o início, Apocalipse é o término; e o que liga um ao outro é o que estivemos estudando até agora. A pergunta que surge então é: como tudo irá terminar? Vamos começar a ver hoje.
Muitos dizem: o valor de alguma coisa é verdadeiramente alto, se considerarmos a seguinte pergunta: o que eu faria sem essa coisa? Caso você sobrevive sem essa coisa, então a mesma não tem muita importância; mas se você não sobrevive sem essa coisa, então ela tem muita importância.
Podemos aplicar isso ao livro do Apocalipse: como seria a Bíblia, sem o livro do Apocalipse? Seria algo com começo, meio, mas sem fim; seria um livro sem um desfecho, sem um término, sem um arremate final. Sem o livro de Apocalipse, a Bíblia seria estranha.
Para compreendermos bem o livro do Apocalipse, é necessário conhecermos o restante da Bíblia, especialmente o V.T. Dos 404 versículos do Apocalipse, 265 contém frases que envolvem cerca de 550 referências do V.T. Não é possível compreendermos bem o Apocalipse, sem estudarmos o V.T, como fizemos. Cuidado! Existem muitos "especialistas" de Apocalipse; só podemos estudar o Apocalipse com a base, principalmente do V.T.
O livro do Apocalipse, é uma profecia de Deus para o homem. Porque Deus nos dá profecias? Já pararam para pensar nisso? A história da humanidade aconteceria de qualquer forma, porém porque Deus nos deixou escrito as profecias, ou seja, tudo que acontecerá no futuro, com detalhes impressionantes, como a profecia que vimos das setenta semanas de Daniel? Porque Deus fez isso?
Quando Jesus veio a 1ª vez, cumpriram-se centenas de profecias; Deus havia contado tudo antes aos seus profetas. Quando Jesus foi levado ao Templo, ainda recém nascido, Simeão, que estava lá no Templo, declarou: os meus olhos já viram a tua salvação. A profetiza Ana, que também estava no Templo, quando viu o menino deu graças a Deus. Eles conheciam todas as profecias da vinda daquela criança.
Porque Deus dá profecias ao homem? A resposta é: por amor. Deus deu e dá profecias aos homens, que são seus, por amor.
Gênesis 18:17; ocultarei eu a Abraão o que faço?
Tiago 2:23; Abraão foi chamado o amigo de Deus.
É amizade, irmãos! É amizade a essa raça que diz não ao Senhor o tempo todo. É por causa de seu amor pelo homem, que Deus nos dá as profecias. A amizade da parte de Deus para o homem é tremenda. Deus nos trata no mais profundo sentido dessa palavra, nos trata como amigos. Jesus disse: o amigo dá a sua vida pelo seu amigo. Temos uma noção muito vaga do que é amigo. Por amor Deus não oculta nada a nós, Ele nos conta tudo antecipadamente.
Isaías 46: 9-10; "... anuncio o fim desde o princípio e desde a antigüidade as coisas que ainda não sucederam"
Amós 3:7; o Senhor Deus não faz coisa alguma, sem nos revelar antes.
João 15:12-15; "... chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer"
As profecias nos dão segurança, nos trazem paz e o Apocalipse foi escrito por esses motivos, além de outros. O Apocalipse, muito especialmente, foi escrito para consolar nossos irmãos no início da Igreja, os quais estavam sendo tremendamente perseguidos pelo Império Romano. Eles receberam a revelação das coisas futuras, como consolo e animo, para perseverarem no testemunho de Jesus.
Apocalipse 1:9; companheiro convosco na aflição, no reino e na perseverança em Jesus.
João escreveu o livro do Apocalipse e o enviou para consolar as Igrejas, revelando Jesus como Juiz. O Apocalipse mostra Jesus como o Soberano Senhor da Igreja e como Juiz de toda Terra. Até a revelação do livro do Apocalipse, a revelação acerca de Jesus, era do humilde servo que se entregou como ovelha muda ao matadouro. A mensagem da graça é uma mensagem de humildade, porém o Apocalipse revela o Juiz.
João, foi o apóstolo mais íntimo de Jesus; ele foi o apóstolo que reclinou sua cabeça no peito de Jesus, durante a última ceia. João é chamado: o apóstolo do amor. Ele era íntimo de Jesus. Porém, quando João viu o Senhor Jesus, como descrito em Apocalipse, não ficou força sobre sí, ele caíu como morto (Apocalipse 1:17). Apocalipse revela Jesus glorificado; é tremendo meus irmãos. Por isso o livro do Apocalipse é tão importante.
Os quatro evangelhos, apresentam Jesus como rei, como servo, como homem e como Deus. As epístolas apresentam Jesus como o cabeça da Igreja. Mas, o Apocalipse apresenta Jesus como o Soberano Senhor da Igreja e o Juiz de toda Terra.
Sabemos que toda Bíblia aponta para Jesus; tudo foi escrito para entendermos a pessoa gloriosa do Senhor Jesus. A divisão desta revelação, para a humanidade, se divide em duas partes: a 1ª vinda de Jesus e sua 2ª vinda. Tudo que foi escrito sobre a 1ª vinda, já se cumpriu. Todas as profecias, que ainda não se cumpriram, são dirigidas, concentram-se, apontam para a 2ª vinda. Podemos resumir a Bíblia assim: tudo que foi escrito, foi para revelar Jesus; Jesus veio a 1ª vez, voltou para o céu e virá a 2ª vez. Referente a 1ª vinda de Jesus, tudo já foi cumprido; falta cumprir-se o que está relacionado à sua 2ª vinda.
Deus tem um propósito ao revelar, tão detalhada e claramente, a 2ª vinda de Jesus. Temos dentro de nós, uma vontade muito grande de aprendermos o livro do Apocalipse, uma vontade muito grande de sabermos como serão as últimas coisas, segundo a Palavra de Deus. Há uma curiosidade natural e saudável, de conhecermos essas coisas, quando verdadeiramente nos interessamos em Jesus; é saudável. Mas há também uma curiosidade que não é saudável, quando temos apenas curiosidade.
O propósito de Deus, ao deixar revelado tantos detalhes das coisas futuras, sabe qual é? O de tomarmos uma posição de espera da volta de Jesus. Sabendo que é tão certa essa volta, nossa geração é chamada a tomar uma posição de vida, uma posição de espera do noivo, espera do dia do casamento. Essa posição é de termos uma vida de santidade. Igreja!, Estudo de profecias é para chamar nossa atenção de que Jesus está às portas. A certeza de sua volta deve mover em mim: deixar minha vida pronta para esse dia. E se Jesus não voltar até eu morrer fisicamente? Não importa. Eu só tenho essa vida. Como eu quero chegar no céu? Não importa, caso seja através do arrebatamento ou pela morte física, minha carreira aqui na terra estará completa. Temos que chegar lá no céu como Paulo: combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. A minha coroa já está guardada, não somente a minha, mas as de todos que amam a volta de Jesus. Amar a volta de Jesus, já estudamos, é estar pronto para ela, é consumir o que falta de nossa vida para esse dia glorioso. Temos que nos posicionarmos dessa forma, para estudarmos o livro do Apocalipse.
I João 3:2~3 “Amados, agora somos filho de Deus, ... , assim como (ele) é, o veremos. E todo o que nele tem essa esperança, purifica-se a si mesmo, assim como ele é puro.”
II Pedro 3:11~14
Pedro está falando do final dos tempos. Como devemos estar? V.14; “como estais aguardando estas coisas, procurai diligentemente que por ele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz.”
Tito 2:11~15
Jesus, “se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda iniqüidade, e purificar para si um povo todo seu, zeloso de boas obras.”
Lemos três passagens que falam das últimas coisas, da volta de Jesus, do término de tudo. O que está ligado ao que lemos? Sê santo! Santifica a tua vida, seja irrepreensível, seja sem mácula. Renegue as paixões mundanas (do mundo), renegue tudo que é sujo, tudo que é do mundo ( I João 2:15-17). Renegue tudo que é da carne, tudo que vem de Satanás. São essas coisas que nos “sujam” espiritualmente e nos afastam de Deus.
Vamos concordar entre nós: vamos estudar as últimas coisas, escritas no livro do Apocalipse, mas junto com isso, cada um de nós, em sua vida diária, vivamos uma vida de santidade, de pureza. Não é você nem eu que conseguimos purificar nossas vidas, é o sangue de Jesus que nos purifica de todo pecado. Mas, Jesus não arromba a porta. Eu e você, temos que entregar as áreas da nossa vida a Jesus para que ele as mude. As vezes, nem queremos reconhecer certos pecados, achamos normal, achamos que está certo. Jesus não muda o que está certo, temos que reconhecer que estamos errados. Peça iluminação ao Espírito Santo e ele trará à sua mente, tudo que não é bom para você, tudo que contraria a Palavra de Deus. Você, então, com toda postura correta, com sensatez, com mansidão, confessa o pecado, é limpo e purificado. Quanto mais limpo e purificado, mais sensível ao pecado seremos.
Outra coisa absolutamente necessária, é que cada um de nós estejamos lendo o livro do Apocalipse e o livro de Daniel, várias vezes, e você vai ter sua própria revelação. Muitas pessoas dizem que não lêem o Apocalipse porque não entendem; é uma incoerência. Como é que uma pessoa diz que não entende uma coisa, se nunca leu? Não é estranho? Outros dizem que leram e não entenderam nada. Isso é por falta de conhecimento; são absolutamente necessárias, leituras anteriores. Como vimos, o Apocalipse é a consumação, sem a base, principalmente do V.T., ninguém entende o Apocalipse.
Daniel 12:8-10 Vejam que interessante; essas são as últimas palavras do livro de Daniel. Após receber revelações tremendas, Daniel diz: eu, pois, ouvi, mas não entendi ... mas os sábios entenderão. Deus falou: Daniel vai-te, sela, não adianta você ficar aí “matutando”, você não vai entender. O que você escreveu aí é para os últimos tempos.
Nós somos a geração dos últimos tempos. Em nome de Jesus, cada um de nós é um sábio e vamos entender. Quanto mais perto estivermos daquele dia, mais vamos entender. Os ímpios não vão entender, mas os sábios entenderão. Apocalipse não é um livro difícil de se entender, é o livro do desfecho da Bíblia. Daniel recebeu revelações tremendas de Deus; guardem bem isto: foi Deus quem as revelou a Daniel. Nessa passagem que lemos, vimos que Deus não revelou e Daniel disse: mas não entendi. É Deus quem revela sua Palavra. O livro de Apocalipse, não é difícil ou fácil, como não é nenhum outro livro da Bíblia; dependemos sim da revelação de Deus. Somos a geração dos últimos tempos; notem o que Deus falou a Daniel: ... “mas os ímpios procederão impiamente, e nenhum deles entenderá; mas os sábios entenderão”.
Os sábios entenderão, porque Deus revelará a eles. Nesta passagem, o contrário de ímpio é sábio . Não há requisito, não é necessário ser inteligente, fazer curso de teologia. Todo aquele que aceitou Jesus, tem o Espírito Santo em seu novo espírito, não é mais ímpio e sim sábio, portanto entenderá; é Deus quem vai revelar e por isso entenderá.
Considere o livro do Apocalipse como se fosse uma continuação do V.T. Não se esqueçam que o programa de Deus para Israel está em pausa; Israel está em disciplina. Quando a Igreja for arrebatada, continua o programa com Israel, começam os últimos sete anos, dos 490 anos que Deus tinha para Israel. Por isso Apocalipse envolve cerca de 550 referências do V.T. Apocalipse é puro V.T.; existem mais de 70 referências só do livro de Isaías. Porquê? Porque é continuação; Deus volta a lidar com Israel, é o desfecho do V.T. O desfecho da Igreja é no arrebatamento; para Israel, Deus encerra o programa no período da tribulação.
Mas, o Apocalipse foi escrito para quem? Para a Igreja, é interessante isso. O Apocalipse foi escrito para a Igreja saber do desfecho de tudo.
Há uma benção muito especial para quem lê, para quem ouve e para quem guarda as profecias do Apocalipse, veremos na próxima aula. Eu creio que Satanás tem agido muito intensamente para vedar a revelação deste livro ao Corpo de Cristo. Mas nós, em nome de Jesus, vamos ser participantes da benção especial de quem lê, quem ouve e quem guarda as revelações do livro de desfecho da Bíblia. Que Deus nos abençoe.
Continua na próxima aula (se não formos arrebatados)...
Aula 02
Perspectiva da volta de Cristo - Apocalipse1:1-11
Sabemos que o livro do Apocalipse, em grande parte do seu conteúdo, revela o período da Tribulação. Mas, como todos os demais livros da Bíblia, a mensagem principal do Apocalipse, é a revelação de Jesus Cristo; Apocalipse revela Jesus de uma maneira que os outros livros da Bíblia ainda não tinham revelado tão claramente.
O testemunho de Jesus é o espírito da profecia. Portanto, mais importante do que conhecer todas as trombetas, todos os selos, todas as taças, todas as catástrofes, todos os juízos, todas as bestas, todos os cavalos do Apocalipse, o mais importante é conhecermos a pessoa revelada de Jesus como juiz de toda Terra. Tenham sempre isso em mente; temos que estar posicionados da maneira correta, para que Deus nos revele sua Palavra e nos abençoe nesse estudo.
Apocalipse 1:1-3
- V.1; “Revelação de Jesus Cristo...”
Este é o título do livro. Vejam, na sequência do versículo, como a revelação foi transmitida: Deus deu a Jesus, Jesus envia um anjo que transmite a João e João passa para a Igreja. E nós, estamos aqui, hoje, recebendo essa revelação, porque as coisas de Deus são eternas. Aleluia! Não é maravilhoso? Estamos aqui, hoje, 2000 anos depois, recebendo algo que Deus deu a Jesus, Jesus deu a um anjo, o anjo deu a João, João deu a Igreja lá atrás e nós estamos aqui, recebendo essa profecia de Deus. É mesmo impressionante.
- V.2; “o testemunho de Jesus Cristo”
É isto que trata este livro e João vai relatar e testificar da Palavra de Deus, “de tudo quanto viu”.
- V.3; “Bem-aventurado...”
Por sete vezes o Apocalipse usa esta expressão, bem-aventurado. “Bem-aventurado aquele que lê”. O correto, no original grego, é no singular, o que lê; “e bem-aventurados os que ouvem”. Mas, eu creio que a ênfase está em “os que guardam”. Naquele tempo, pouquíssimos sabiam ler. Por isso, havia uma benção para quem lia. Você pode pensar: porque diz o que lê e os que ouvem, quem lê, já não está ouvindo? Porém, poucos liam e Deus, através de João, deu ênfase para aquele que lê; outros ouviam. Mas, ambos são bem-aventurados, somente se guardarem.
- “porque o tempo está próximo”
Então você diz: já se passaram 2000 anos, será que está próximo mesmo? Realmente, já se passaram 2000 anos que tudo isso foi escrito.
O tempo; há duas palavras gregas, traduzidas para nossas Bíblias em português, como tempo: a palavra “cronos” e a palavra “kairos”.
A palavra “cronos”, da qual vem cronologia, significa: um tempo indeterminado; tempo em geral. Mas, a palavra “kairos”, é a palavra que determina um certo tempo, um tempo determinado, um período de tempo determinado. Aqui, no V.3, a palavra é “kairos”, ou seja, o tempo determinado, o período determinado, está próximo.
Estudamos os períodos, desde a criação: o período de Adão e Eva, inocência; depois tivemos Caim e Abel, conciência; o período de Noé, a formação das nações; o período de Abraão, a promessa; o período da lei e a Igreja, que estudamos.
O V.3, está dizendo que é neste período, não haverá outro para estas coisas acontecerem, e este período está próximo. É neste período, o período em que a Igreja está se formando; este período é chamado de últimos tempos. O nosso período se chama “últimos tempos”; vai além da Igreja, mas inclui a Igreja. Por isso o texto diz: está próximo, não vai haver outro. Qual será o próximo período? O Milênio. Mas quando o Milênio chegar, tudo que for relatado aqui, já terá acontecido.
Apocalipse 1:4~8
Na Bíblia inteira, não há uma síntese como esta que lemos, que apresente a Tri-Unidade e a obra redentora de Jesus, completa, em tão poucas palavras. Somente o Espírito Santo, poderia fazer essa síntese assim, tão completa.
Como é que começamos normalmente uma carta? Com a apresentação do autor e as saudações. Aqui, V.4-6, o autor da carta ou os autores, se apresentam; tanto você pode falar no singular ou no plural, pois a Tri-Unidade forma um Deus. Muitas pessoas dizem que não há evidência direta da Tri-Unidade; é impressionante a passagem que lemos.
- V.4; “graça e paz da parte daquele que é, e que era, e que há de vir...”
Este é o nome de Deus Pai, o eterno, o EU SOU; e mesmo o nome da Tri-Unidade.
“e da parte dos sete espíritos que estão diante do seu trono”
Mas, são sete espíritos ou somente um? Que coisa estranha! Em mais passagens, no livro do apocalipse, o Espírito Santo é descrito como sete espíritos. A que se refere essa descrição? É claro que não são sete Espíritos Santos; está se referindo ao Espírito Santo em sua forma completa, em sua manifestação total. Não falamos no estudo da Igreja, que o ministério de restrição do Espírito Santo vai sair da Terra, quando a Igreja for arrebatada? O Espírito Santo não vai sair da Terra, mais o seu ministério de restrição será retirado.
A descrição aqui em Apocalipse refere-se a manifestação plena do Espírito Santo em seus ministérios.
Isaías 11:1-2; manifestação plena do Espírito Santo; cada lâmpada do candelabro judaico, refere- se a um dos ministérios do Espírito Santo aqui descritos.
Espírito do Senhor
espírito de sabedoria e de entendimento
espírito de conselho e de fortaleza
espírito de conhecimento e de temor do Senhor
O Espírito Santo é o autor da Bíblia e o número 7 está gravado (na Bíblia), como sua marca registrada. O número 7, que o Diabo brinca, dizendo ser o número da mentira, é o número que simboliza, na palavra de Deus, tudo que é completo e perfeito. O número 7, representa Deus; tudo que é completo e perfeito, tem o número 7. Em quantos dias Deus criou a Terra, inclusive com o seu descanso? Veremos em Apocalipse: sete taças, sete trombetas, sete selos. O Apocalipse é o livro que completa e os juízos de Deus são completos, são perfeitos. O 7 é o número de Deus, assim como o 6, na Bíblia, simboliza o número do homem, pois não chegou lá, não está completo, é incompleto. Veremos que a besta tem o número 666, pois é número de homem; o sete é o número de Deus.
- V.5; “e da parte de Jesus Cristo...”
Viram a Tri-Unidade? Mas, a identificação de Jesus com o Pai é tão grande (Eu e o Pai somos um), que a descrição do Pai pode ser a descrição do Filho e vice-versa. Jesus aqui se apresentou com 3 títulos: a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o Príncipe (Soberano) dos reis da Terra. Nestes 3 títulos, está revelada a obra salvadora de Jesus:
João 18:37; Jesus é a “fiel testemunha”, porque ele foi até a morte para dar esse testemunho. Sê fiel até a morte! I João 5:9-12 .
Atos 26:23 e I Coríntios 15:20; Jesus é o primogênito, foi o primeiro a ressuscitar para nunca mais morrer. Jesus é o primeiro homem da nova raça.
Se a “fiel testemunha”, fala de sua morte, o título “primogênito dentre os mortos”, fala da sua ressurreição.
E qual o 3º título? “Príncipe (Soberano) dos reis da Terra”.
Este título fala da sua glorificação. Apocalipse 19:16 mostra Jesus glorificado em sua 2ª vinda à Terra; Rei dos Reis, Senhor dos Senhores.
Morte, ressurreição e glorificação, mostram a obra redentora de Jesus Cristo.
“àquele que nos ama ...”
Está no verbo presente, nos ama. Isso mostra a obra duradoura desse amor sobre nós; não é que nos amou, ou que vai nos amar, ou sempre nos amará; é que nos ama, presente. Essa é a constância do amor de Deus por nós.
Ao estudarmos o Apocalipse (como toda Bíblia), temos que prestar muita atenção nos tempos verbais, nos títulos, para quem está falando, atenção no contexto. Qualquer alteração faz diferença no entendimento; Mateus 5:18.
“àquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados”
Em algumas traduções está escrito: nos lavou dos nossos pecados. O sentido é o mesmo. Quem tem Jesus Cristo como Salvador, está liberto e lavado. Apocalipse 22:14 .
- V.6; “e que nos fez reinos, sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele seja a glória e domínio pelos séculos dos séculos. Amém.”
O Apocalipse, se dirige àquele que nos ama, que nos libertou e não diz àquele que nos transformou em santos. Porém, chama a atenção para uma coisa: nós somos reinos e somos sacerdotes para Deus. Temos que agir e tratar nesta terra dos interesses do Reino de Deus e somos também constituídos sacerdotes para Deus. Se analizarmos as vestes sacerdotais, descrita no V.T., veremos que o sacerdote levava na sua fronte, na mitra, uma lâmina de ouro, onde estava escrito: SANTO (SANTIDADE) AO SENHOR. Êxodo 28:36-38
Igreja! A coisa que mais está faltando na Igreja de Jesus Cristo, é santidade! Lembre-se, nós todos somos sacerdotes e reis. Em nossa fronte, visivelmente, tem que estar escrito: SANTO AO SENHOR. Está escrito isso, na minha, na sua fronte? Quem olha para mim, para você, para a nossa vida, isso sobressai: SANTO AO SENHOR, SANTIDADE AO SENHOR? Vamos nos examinarmos e lembrarmos que levamos a todo lugar, a roupa de sacerdote e todos devem ver em nossa fronte, SANTIDADE.
“Amém”.
Amém é um título de Jesus; ele é chamado “O Amém” Apocalipse 3:14. O que quer dizer amém? Quer dizer: é verdade, assim seja. Amém é uma palavra hebraica; é uma transliteração do hebraico. Em muitas passagens, Jesus disse: em verdade, em verdade, vos digo. Em hebraico seria: amém, amém, vos digo.
- V.7; “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o transpassaram; e todas as tribos da Terra se lamentarão sobre ele. Sim, Amém”
Zacarias 12:10; o arrependimento de Jerusalém.
Vejam o texto falando de Israel. Naquele dia, o dia da volta de Jesus, Israel estará cercada pelos exércitos do anti-cristo e o espírito de graça e de súplica, cairá sobre a nação e todos vão clamar. Jesus então, volta e Israel reconhecerá, através das marcas em seu corpo, que Jesus é o Messias; chorarão, se arrependerão e serão salvos. É disso que o V.7 está falando, da 2ª vinda de Jesus.
“vem com as nuvens, e todo olho verá ...”; quando Jesus voltar para a Igreja, todo olho o verá? Não, somente a Igreja, quando chegarmos nos ares. “e todas as tribos da Terra se lamentarão sobre ele”; porque não diz: todas as nações, países, porque fala tribos? Porque se refere a Israel. A Igreja vai se lamentar quando Jesus vier para buscá-la? Não, subirá cantando. Mas aqui, está falando da 2ª vinda de Jesus a Terra; “Sim. Amém”.
- V.8;”Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso”
Todo-Poderoso aparece no N.T., dez vezes; é um título que aparece muito no V.T., é o El-Shadai. Nove das dez vezes no N.T., está em Apocalipse; uma única vez aparece em II Coríntios. Vejam como o Apocalipse é contexto de V.T.
A Tri-Unidade se introduz no início do capítulo, dá as saudações. Agora o Senhor diz: “Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, (Jeová Elohim), aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso”. Alguém tem dúvida da origem desta carta? Quem é que está assinando esta carta? A Tri-Unidade; é Deus, o Todo-Poderoso, escrevendo esta carta diretamente a nós, preste bem atenção.
Apocalipse 1: 9-11
- V.9; agora vem aquele que Deus usou para transcrever tudo para nós. “Eu, João, irmão vosso e companheiro na aflição, no reino e na perseverança em Jesus ...”. Três palavras que a Igreja tem que estar bem acostumada: aflição (tribulação) - reino -perseverança. Vai recebendo o que o Espírito Santo for te revelando e depois medite. Estar ao lado de Cristo, envolve aflição (tribulação), envolve o reino de Deus e envolve perseverança.
Temos que examinar bem a Palavra de Deus e nossa vida. Há pessoas que dizem assim: antes de aceitar verdadeiramente a Jesus, parace que tudo estava em ordem, agora tudo está mais conturbado! Então, devemos concluir: essa pessoa verdadeiramente recebeu Jesus na sua vida.
Pregação do Evangelho que diz para recebermos a Jesus e tudo será calmaria, maravilhoso, que não existirão mais problemas, é mentira. Você recebe Jesus, é salvo, mas permanece no mundo, no território inimigo. Como é então que não ocorrerão problemas? O que vai haver sim, em sua vida, é a paz que excede todo entendimento; são as vitórias em sua vida. É maravilhoso! Tribulação, reino, perseverança, mas não largo essa salvação, você larga? Não, mas creia, está em território inimigo e não será um pic-nic. Aceitou Jesus, começam as implicâncias!
Tribulação, aflição; não é necessário estarmos na “ilha chamada Patmos”, avançado em idade, como João nessa época. Vejam, porque João estava lá? “por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus”. Isso era lá, ele estava sendo castigado pelo Império Romano, por causa do testemunho de Jesus, porque João era cristão. E como João começa o V.9, escrevendo para a Igreja, para nós? “companheiros!, na aflição, no reino e na perseverança”. Perseverança, Igreja! Não fuja quando a aflição (tribulação) vier, persevere, é glorioso. Não há glória maior neste mundo, no universo, do que perseverar na tribulação, na aflição, e assistir a vitória do Senhor; nada que se compara a isso, não é verdade?
- V.10; “Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor...”
Há uma briga teológica, por causa dessa expressão: dia do Senhor. Muitos querem dizer que “o dia do Senhor”, se refere ao domingo; que foi num domingo que João foi arrebatado e achou-se em espírito diante de Deus. Eu tenho muita dificuldade de aceitar isso; eu creio muito mais de que “o dia do Senhor”, se refere ao período da tribulação. Lembram quando estudamos a expressão “Dia do Senhor”, o grande e terrível dia do Senhor? Como João, após ser arrebatado, vai receber a revelação e escrever sobre a tribulação, sobre aquilo que viu, eu creio que o dia do Senhor é o periodo da Tribulação. Eu creio que foi dado a João a revelação como se ele estivesse lá na frente, no período da Tribulação, e é isso mesmo que acontece.
- V.11; “o que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas...”
A quem a carta, o livro foi enviado? Às sete igrejas; o número sete represente a totalidade da Igreja.
Vamos então, ler novamente os versículos que estudamos e sermos participantes da benção do que lê e dos que ouvem; porém, vamos dar a ênfase e sermos os que guardam.
Apocalipse 1:1-11
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