“Quando Yeshua acabou de instruir os seus doze discípulos...”.
Essas palavras assinalam “o fim” do segundo grande trecho de ensinos de Yeshua.
O 1º trecho de ensinos se encontra em: (Mt 3 – Mt 7)
O 2º trecho - (Mt 8 – Mt 10)
O 3º trecho - (Mt 11 – Mt 13) em seguida (Mt 14 – Mt 18) (Mt 19 – Mt 25) Os capítulos (Mt 26 – Mt 28) formam a conclusão do evangelho de Mateus.
“... partiu Yeshua dali para ensinar e clamar nas cidades deles.” (Mt 11:1)
Yeshua estava cumprindo verdadeiramente sua “missão sacerdotal” quando “clama na cidade deles.”
A Missão Sacerdotal contém duas funções apenas:
Primeiro: Gritar, clamar e proclamar anunciando a Vontade do Eterno estabelecida na sua palavra. Ensinar o povo a separar o santo do profano.
Segundo: Purgar o santuário; limpando-o e esvaziando-o completamente de toda imundícia, desembaraçando o caminho do povo. (Por isso nós encontramos várias denúncias dos profetas, que os sacerdotes não livravam o caminho do povo, antes criavam tropeços. (Cf Mq 3:1-7)
“Mas vós vos desviastes do caminho, a muitos fizestes tropeçar na Torah, corrompestes a aliança de Levi, diz o Senhor dos Exércitos.” (Ml 2:8)
Yeshua ensinou: “Mas aquele que escandalizar (fizer tropeçar) um destes pequeninos que crêem em Mim, melhor seria que pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e se precipitasse na profundeza do mar.” (Mt 18:6)
Tropeço significa: Pisar em falso, dificultar, colocar obstáculo, cometer erro. Fig. Embaraçar o caminho de alguém.
A Bíblia nos ensina que é bom não fazer nosso irmão tropeçar. “Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça.” (Rm 14:21)
Exemplo de tropeço: A “Filosofia”.
O que é Filosofia? A Filosofia, como palavra (etimologicamente) significa: “Amigos da Sabedoria”.
Acontece que a sabedoria, para alguns, ou para muitos, está ligada ao mundo das idéias. Idéias nos remetem ao pensamento lógico; nesse momento, então, a filosofia é desconectada da Fé, porque Fé não se explica e a Filosofia busca razões.
O Best-seller mundial, a Bíblia Sagrada, em sua carta aos hebreus, ensina o que é a Fé. “Ora a Fé é a certeza das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem.”
(Hb 11:1)
Como entender a razão de estarmos no mundo, buscando a compreensão das coisas somente através da lógica? Mesmo a filosofia não conseguiu responder questões existenciais, que atormentam os seres humanos pensantes, quando buscam respostas para questões como: De onde viemos? O que estamos fazendo aqui? Para onde vamos?
Se a Filosofia não consegue explicar, ela busca auxílio na ciência, mas a ciência também não consegue satisfazer os anseios da humanidade. Portanto, Razão e Fé só poderão andar de mãos dadas, quando nós reconhecemos a nossa inferioridade como criaturas ignorantes e incapazes de entender os mistérios da Fé, os mistérios que regem o mundo.
A Torah deixa bem claro que: “Os mistérios são de Adonai nosso Elohîm. Porém as coisas reveladas pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta Lei.” (Dt 29:29)
Razão implica explicações prontas e acabadas. Fé implica aceitação e rendição à nossa condição de comandados por um poder supremo, que a filosofia e a ciência não conseguem explicar.
Todas a vezes que afrontamos as coisas de D’us, estamos nos condenando à estagnação que nos impede de evoluir e seguir o caminho que Yeshua veio para nos assegurar. A recusa dessa aceitação, de criaturas dependentes do pai Eterno é a assinatura da nossa condenação.
Yeshua, “a salvação”, veio para confirmar a Torah já existente e não para filosofar sobre ela.
Em verdade, filosofar é buscar explicação, é querer entender o funcionamento do mundo com sua complexidade e profusão de idéias.
Isso não significa que precisamos ser passivos e aceitar qualquer coisa. Devemos sim, utilizar o pensamento, a razão, que nos foram dados pelo Pai, para que possamos entender a Filosofia como mais um ponto de apoio para justificar e comprovar que o pensar, essa capacidade que temos de “Pensar”, nos foi doada para que possamos obedecer ao Eterno e aos seus mandamentos.
O Espírito Santo tem nos ensinado que a “Filosofia” nos últimos dias, será um tropeço bem penetrante, bem hábil e engenhoso para a Igreja de Yeshua; serão como “gotas holísticas”.
Gota: É uma quantidade muito pequena de líquido que se destaca sob forma de um glóbulo; pingo. Gota a gota, aos pinguinhos, pingo por pingo; lentamente, pouco a pouco
O Senhor está nos fazendo saber, nos prevenindo, a respeito da operação que já está sobre nós. Um medicamento filosófico será utilizado para tratamento da Comunidade de Yeshua.
Porque gotas holísticas? Por causa da Medicina holística. Holístico é um adjetivo relativo ao holismo. O holismo é uma atitude, uma ação, uma prática filosófica que busca tudo abranger, ou seja, conter tudo em si.
A Medicina holística tem sua base na medicina oriental, e a medicina moderna buscou resgatar esta prática.
Conceito: Medicina holística é a prática da medicina alternativa que defende “toda pessoa”, que abrange tudo. Então compreendemos, que a medicina holística (alternativa) entendeu que pode tratar também a alma e o espírito do homem, pois, para seus praticantes uma pessoa não é apenas um corpo com parte física, mas também um ser espiritual.
Quanto a isto estão corretos, somos seres espirituais. Porém, tentar tratar o espírito com atitudes filosóficas, isto é loucura! Pois, nenhum recurso humano é capaz de suprir nossas necessidades espirituais, curar nossa alma ferida, doente, por causa do pecado.
A função da “Palavra do Eterno” diz a Bíblia é penetrar em nós, com a finalidade “... de discernir os nossos pensamentos e as intenções do nosso coração...” corrupto; a fim de que possamos arrepender-nos dos nossos pecados, confessá-los e sermos curados. (Cf Hb 4:12)
Irmãos, devemos perceber com que sutileza o inimigo trabalha. Ele materializou, através da medicina holística uma cura não só para o corpo do homem, mas também para o espírito.
Porque a medicina holística é considerada uma medicina alternativa?
Porque se pode escolher em vez de um tratamento, outro; isto quer dizer um caminho alternativo para curar as doenças do homem. Seus adeptos buscam evitar cirurgias, drogas como tratamento; embora gostem de rezas, das meditações, das dietas exóticas, como tratamento para diferentes problemas, inclusive os problemas espirituais.
Irmãos, o que é uma cirurgia, senão a intervenção da mão do homem ou da mão de D’us? Porque evitar as cirurgias? Porque evitar a intervenção do Eterno em nossas vidas?
Quando o Eterno deseja fazer uma cirurgia em nós, Ele, na realidade quer intervir com objetivo espiritual, cuja finalidade é julgar nossas ações e atitudes pecaminosas, para que sejamos curados. Porém irmãos, são poucos que desejam esse tipo de tratamento.
Por isto, que os teólogos, os líderes têm buscado um caminho alternativo, mais fácil, que satisfaça o “Eu” do homem, para resolver os problemas espirituais. Gotas filosóficas.
O Instituto de Medicina holística reconhece a “acumpultura”, homeopatia, a iridologia e a alimentação natural, como formas de tratamento holístico.
Yeshua, quando “... clamava nas cidades deles.” (Mt 11:1) Ele simplesmente estava cumprindo a Torah e sua missão sacerdotal, obedecendo a ordem do Eterno: clama, grita para que todos ouçam a Minha Palavra e sejam sarados.
O manual dos sacerdotes é um dos livros da Torah, cujo nome em hebraico é “Vayikrá” que significa “Ele clama”. Na tradução para o grego, na LXX (septuaginta) deu-se o nome de Levitikou (Levítico). Os exegetas tradicionais chamam-no de Torah-há Kohanîns, ou seja: Torah dos Ministrantes, Manual dos Ministrantes.
A Raiz da palavra “Vayikrá” é “qara” que significa: gritar, anunciar, chamar, ensinar e proclamar a Palavra do Eterno.
Se, os sacerdotes de Elohîm não proclamarem, não anunciarem a Vontade do Eterno, estabelecida em sua palavra, os sacerdotes de “Allah” o farão, pois qara (que significa: gritar, clamar e anunciar) no árabe é “Qur’ãn” (O Corão) o livro sagrado dos mulçumanos, que significa “A Grita” o apelo, a proclamação pública da palavra de Allah.
Por isso que Davi testifica de Yeshua o seguinte: “Jurou o Senhor, e não se arrependera: Tu és Sacerdote Eterno, segundo a ordem de Melquisedeque”. (Sl 110:4) (Cf Hb 7:1-11)
João Batista se encontrava preso em uma fortaleza chamada “Maquero” (que sig: Fortaleza da Praia) segundo o historiador Josefo. Josefo menciona que em Maquero, João Batista ficou aprisionado e ali foi decapitado (o profeta que andava ao ar livre do deserto ficou encerrado quase um ano, antes de ser decapitado porque proclamou fortemente a Palavra do Senhor, denunciando o pecado).
O encerramento de João ilustra o fato real de que ninguém deve supor que a vida espiritual ainda quando vivida em alto nível e sob o favor de D’us, sempre é acompanhada de prosperidade, paz e ausência de problemas. Esta é uma questão muito difícil para os teólogos, os filósofos entenderem, como também para o crente individualmente.
A Vida Espiritual dessas três classes de pessoas (o filósofo, o teólogo e a maior parte dos crentes) não é a Fé que espera no Eterno, mais do que o conhecimento deste mundo, mais do que o conhecimento presente.
“Disse-lhes Yeshua: Eu vi satanás, como raio, cair do céu. Eu vos dei autoridade para pisar serpentes e escorpiões, e toda força do inimigo, e nada vos fará dano algum. Mas não vos alegreis, porque os espíritos se vos submetem, alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus.” (Lc 10:18-20)
A fortaleza de Maquero, onde estava João Batista foi ocupada pelos judeus que se rebelavam do governo romano. Mais tarde a fortaleza foi entregue definitivamente ao governador Romano “Lucilius Bassus” em 71 d.C. Foi deste cárcere que João enviou dois de seus discípulos a Yeshua perguntando-lhe: “João ouvindo no cárcere falar dos feitos de Yeshua, enviou dois de seus discípulos a perguntar-lhe: És tu aquele que vem, ou ainda devemos esperar outro?” (Mt 11:2-3)
O Messias esperado seria aquele que restabeleceria a Soberania de Israel e lavrá-lo-ia para sempre de seus inimigos. Israel esperava uma solução para o tempo presente.
- O Salmista cantou a respeito d’Ele. “Ó Senhor, salva-nos; ó senhor concede-nos prosperidade. Bendito aquele que vem em nome do Senhor. Da casa do Senhor vos bendizemos.” ( Sl 118:25-26)
- O profeta Daniel anunciou a respeito d’Ele. “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e vi que vinha nas nuvens do céu um como filho do homem. Ele se dirigiu ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi lhe dão domínio, a honra e o reino; todos os povos, nações e línguas o adoraram. O seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino único que não será destruído.” (Dn 7:13-14)
- O próprio João Batista declarou. “Eu vos batizo com água, para arrependimento. Mas após mim vem aquele que é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. Na mão Ele tem a pá e limpará a sua eira, recolhendo o trigo no seu celeiro e queimando a palha com fogo que nunca se apagará.” (Mt 3:11-12)
Podemos entender assim, que todos aguardavam uma solução imediata para os problemas graves que enfrentava a nação de Israel desde a destruição do templo, pois, várias nações estrangeiras dominaram-nos por longos anos.
Yeshua não responde diretamente a questão de João. Ele se contenta em expor fatos. Ele devolve a pergunta de João a respeito de sua identidade com a seguinte proposta. “Respondeu-lhes Yeshua: Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes.” (Mt 11:4)
Yeshua leva os seus discípulos a praticar o exercício de lucidez. Seus adeptos deviam demonstrar que compreenderam claramente seu ensino. “Os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho.” (Mt 11:5)
Vejamos que Yeshua só se pronunciará claramente a respeito de sua identidade, em Samaria, diante da mulher samaritana. “Disse-lhe a mulher: eu sei que o Messias chamado Yeshua vem. Quando Ele vier, nos explicará tudo. Disse-lhe Yeshua: Eu o Sou, Eu que falo contigo.” (Jo 4:25-26)
Em (Mt 16:15) (Mc 8:29) (Lc 9:21). É Ele mesmo que interroga os seus adeptos a respeito da sua identidade.
Yeshua sonda a percepção dos seus discípulos para ver se eles possuíam uma clarividência, ou seja, uma visão clara e penetrante a respeito d’Ele e do seu ensino. Sua intenção é ensinar o tempo inteiro.
Ele então encerra dizendo: “É bem-aventurado (no hebraico) “asheréi”, que significa “em marcha” é aquele que não se escandalizar por minha causa.” (Mt 11:6)
Sandra Mara Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário