31 de mar. de 2011

O IMPACTO DA MAÇONARIA NA IGREJA

Ensinos Maçônicos:

Qualquer rato de igreja tem discernimento suficiente para rejeitá-los.


A Natureza Zelosa do Nosso Deus

Nosso Deus é um Deus ciumento; ele detesta a adoração aos deuses falsos. Quando o povo de Israel estava para entrar na terra prometida, recebeu instruções específicas de Deus, que se encontram no livro de Êxodo:

"Guarda o que eu te ordeno hoje; eis que eu lançarei fora diante de ti os amorreus, e os cananeus, e os heteus, e os perizeus, e os heveus e os jebuseus. Guarda-te de fazeres aliança com os moradores da terra aonde hás de entrar; para que não seja por laço no meio de ti. Mas os seus altares derrubareis, e as suas estátuas quebrareis, e os seus bosques cortareis. Porque não te inclinarás diante de outro deus; pois o nome do SENHOR é Zeloso; é um Deus zeloso. Para que não faças alianças com os moradores da terra, e quando eles se prostituírem após os seus deuses, ou sacrificarem aos seus deuses, tu, como convidado deles, comas também dos seus sacrifícios, e tomes mulheres das suas filhas para os teus filhos, e as suas filhas, prostituindo-se com os seus deuses, façam que também teus filhos se prostituam com os seus deuses." [Êxodo 34:11-16].

A Penalidade Por Pregar um Falso Evangelho

Os falsos evangelhos não são uma coisa nova; já existiam no primeiro século. Paulo tratou da questão e falou sobre a conseqüência de ensinar um falso evangelho em sua carta aos Gálatas:

"Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho, além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema." [Galátas 1:8-9].

Considere a Questão da Maçonaria Dentro da Igreja de Duas Perspectivas

Primeiro, Vamos Assumir Que os Maçons na Igreja Realmente Sejam Cristãos

Os maçons cristãos fizeram aliança com o povo pagão que adora outro deus, isto é, os hindus, muçulmanos, budistas e todas as outras falsas religiões. Eles se reúnem em volta de um altar estranho, o altar da Maçonaria, e adoram a um deus chamado Grande Arquiteto do Universo (GADU). Se um pagão oferece uma oração na loja ao GADU, está orando ao Deus da Bíblia? É claro que não; está adorando a um demônio. Em 1 Coríntios 10:20, o apóstolo Paulo diz: "Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios." A Maçonaria discorda do ensino da Bíblia e afirma que os pagãos estão orando ao mesmo Deus que os cristãos adoram. Somente esse fato demonstra que a Maçonaria não conhece o Deus da Bíblia. Se ela não conhece o Deus da Bíblia, como pode o deus dela, o GADU, ser realmente o Deus da Bíblia? Se o GADU for um demônio, o maçom cristão está se reunindo em torno de um altar estranho para adorar a um deus falso. Ele ficou enlaçado, exatamente como Deus advertiu os israelitas. Nosso artigo A Paternidade de Deus e a Fraternidade dos Homens expõe esse problema.

Continuando com a suposição que os maçons na igreja realmente sejam cristãos, considere o falso plano de salvação que é ensinado no ritual maçônico. Os maçons são levados a acreditar que todos os mestres maçons irão para o céu, incluindo os maçons budistas, hindus e muçulmanos. Os maçons são encorajados a imitar o salvador maçônico, Hirão-Abi, para que possam dar as boas-vindas à morte e serem transportados para o céu. Jesus Cristo não é mencionado no ritual da Loja Azul (os três primeiros graus). Certamente aqueles que conduzem o ritual participam de um grau maior. No entanto, no instante no ritual em que a venda é removida dos olhos do iniciado, todos os presentes batem com os pés no chão e batem as mãos. (Isso é conhecido com o choque da entrada; e surpreende o iniciado.) O maçom cristão está participando na promoção de um falso evangelho. Qual é a questão importante aqui? Importa se o cristão maçom está realmente dependendo da fé em Jesus Cristo para sua própria salvação? Isso salvará a alma do homem que acredita no que aprende no ritual maçônico? Se ele acredita que tem salvação como resultado do evangelho maçônico, é mais ou menos provável que estará aberto a Jesus Cristo em um tempo posterior? Como o testemunho de um maçom cristão é afetado pela sua participação em um ritual que ensina salvação sem Jesus Cristo? O artigo Salvação Sem Jesus expõe o problema.

Segundo, Vamos Assumir Que os Maçons na Igreja Não Sejam Cristãos

Neste caso, todos os cristãos na congregação que permitem aos maçons serem membros fizeram uma aliança com o povo pagão da terra. Eles encorajaram os maçons a ingressar na igreja, mas não exigiram que parassem de adorar o GADU, ou de promover o falso plano maçônico da salvação. Nesse segundo caso, os cristãos na igreja estão em pecado porque não permaneceram separados, mas receberam os pagãos. 2 Coríntios 6:11-17 deixa claro que permanecer separado não é apenas uma idéia do Antigo Testamento. Se você olhar em volta, verá que os filhos e filhas dos maçons estão se casando com as filhas e filhos dos cristãos há várias gerações. A igreja torna-se enlaçada, exatamente como Deus advertiu os israelitas que eles seriam enlaçados. Deus exige que permaneçamos separados para sermos seus filhos. [2 Coríntios 6:17-18].

Como a Presença de Maçons na Congregação Afeta o Que é Dito do Púlpito?

A maioria dos pastores sabe que existem problemas com a Maçonaria; somente uma minoria desconhece os problemas. Muitos desses pastores que estão cientes receiam pregar uma mensagem criticando os ensinos da Maçonaria e evitam o assunto como a lepra. Eles não o discutem em público e, normalmente, não tomam uma posição firme em particular. Se sabem que a Maçonaria é incompatível com o cristianismo, mas refreiam a língua em público e quando estão ocupando o púlpito, podemos ver facilmente que estão contemporizando em seu ministério. Não estão tomando os passos necessários para garantir que outros membros da congregação não sejam enlaçados por meio do casamento com uma família de maçons ou por meio de envolvimento direto na Maçonaria. Se um pastor está ciente da malignidade da Maçonaria e não diz nada aos maçons na congregação, então será responsável diante de Deus, conforme o livro de Ezequiel deixa claro como cristal:

"Mas, se quando o atalaia vir que vem a espada, e não tocar a trombeta, e não for avisado o povo, e a espada vier, e levar uma vida dentre eles, este tal foi levado na sua iniqüidade, porém o seu sangue requererei da mão do atalaia." [Ezequiel 33:6].

Por Que a Maioria dos Pastores Receia Lidar com a Questão da Maçonaria a Partir do Púlpito?

Os pastores não trabalham no vácuo; eles conversam com outros pastores, até mesmo com colegas de outras denominações. Sempre que um pastor toma uma posição contra a Maçonaria, ou ensina claramente aqueles aspectos do evangelho que se opõem aos ensinos maçônicos, termina com uma tremenda batalha em suas mãos. Os testemunhos dos pastores batistas sulistas, Steward Bedillion, Daniel Carlen, Pierce Dodson e Stoney Shaw oferecem exemplos clássicos. Tudo o que um pastor precisa fazer para receber oposição maçônica é pregar a palavra. Em geral, os maçons não suportam ouvir sobre o Evangelho da Graça, que diz que o homem não pode conquistar seu lugar no céu por meio das boas obras. Se os maçons estiverem presentes em uma congregação e as coisas estiverem correndo tranqüilamente, isso depõe contra o pastor. Se ele estivesse pregando a palavra, a tempo e fora de tempo, sem deixar de corrigir, de repreender e de encorajar, estaria ou enfrentando oposição, ou os maçons estariam deixando a igreja. Em geral, poucos maçons se arrependem — embora alguns se arrependam. Não é responsabilidade do pastor obter o arrependimento. A responsabilidade dele é meramente zelar pelas almas e pregar, pois precisará prestar contas a Deus. Se os homens escolherem sair da igreja quando forem ofendidos pela verdade da palavra de Deus, isso não é problema do pastor.

Satanás Ama a Maçonaria

Veja o que ela faz para ele. Quando a Maçonaria está presente, a igreja está tolerando o ensino de um falso evangelho pelos membros da congregação. Além disso, a Maçonaria enlaça seus participantes na adoração a um falso deus. O acusador dos santos, Satanás, está ganhando terreno dentro da igreja. A batalha pode parecer ser da carne, mas existem forças espirituais poderosas trabalhando atrás dos bastidores. Alguns pastores foram forçados a deixar o púlpito quase que imediatamente após pregarem um sermão criticando a Maçonaria. Outros simplesmente fizeram comentários em conversas particulares e mais tarde, essas conversas particulares vieram ao conhecimento dos maçons na congregação e eles começaram a trabalhar contra o pastor. Os pastores que refreiam sua língua e deixam de falar sobre a Maçonaria fazem isso porque estão temerosos da batalha. Preferem contemporizar a combater o bom combate. Escolhem deixar que os homens vão para o inferno do que arriscar perder o púlpito. Eles ou têm um emprego, e não um chamado, ou não têm fé suficiente que Deus proverá. É uma coisa terrível de dizer, mas é a verdade.

Qual é a Pior Coisa Que Poderia Acontecer em uma Igreja com Relação à Maçonaria?

Alguns acham que o pior cenário possível seria as igrejas cristãs examinarem o evangelho da Maçonaria, compará-lo com o evangelho de Jesus Cristo, e depois escolher adotar e pregar o evangelho maçônico em vez de o evangelho de Jesus Cristo. Para fazer isso, teriam de pregar a imitação a Hirão-Abi como a chave para poder dar as boas-vindas à morte e entrar no céu. Necessariamente negariam a fé em Jesus como o requisito necessário para a salvação. Na verdade, esse cenário não teria nenhum impacto na igreja. Não teria nenhum impacto porque cessaria de ser a igreja e os cristãos reconheceriam o erro imediatamente. A separação ocorreria rapidamente. Muitos permaneceriam, imitando Hirão-Abi, e afirmando serem cristãos. No entanto, aqueles que são selados pelo Espírito Santo não seriam enganados por essas declarações. Esse cenário eliminaria o requisito necessário da Maçonaria: O SEGREDO. Se o segredo, ou a aparência do segredo, não for mantido, a Maçonaria seria rapidamente reconhecida pelo que é.

Outros acreditam que o pior cenário possível que poderia ocorrer seria a igreja cristã examinar o evangelho da Maçonaria em detalhe, compará-lo com o evangelho de Jesus Cristo e depois proclamar do púlpito que examinaram a questão cuidadosamente e concluíram que a participação na Maçonaria não é um problema para o cristão, mas somente uma questão de consciência individual.

A Implicação Desse Segundo Cenário Tem Grande Alcance

Como o deus da Maçonaria é um demônio e um dos propósitos principais da Maçonaria é a adoração, todos os maçons estão envolvidos em idolatria. A Bíblia é clara, os idólatras não herdarão o reino de Deus:

"Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus." [1 Coríntios 6:9-10].

As conseqüências de participar na promoção de um falso evangelho, encontradas em Gálatas 1:8-9, foram discutidas anteriormente. Como a Maçonaria envolve o homem na promoção de um falso evangelho, acoplado com a idolatria, é questionável se qualquer maçom será recebido no céu. A única esperança possível é se um homem não sabe com o que está envolvido. O artigo O Quanto Eles Sabem discute essa questão. Poucos poderão alegar ignorância. É muito perigoso ensinar que um homem pode participar na promoção de um falso deus e que ainda assim será recebido nos céus. Esse ensino anula a necessidade de arrependimento. Jesus Cristo deixou pouca dúvida sobre a necessidade de arrependimento:

"Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis." [Lucas 13:5].

Ensinar que um homem pode continuar em uma atividade que é idólatra e que promove um falso evangelho seria desviar-se dos ensinos de Jesus Cristo e dos apóstolos. O que João diz sobre aqueles que não perseverem nos ensinos de Cristo? Ele advertiu que eles podem não ter a Deus:

"Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus. Quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto ao Pai como ao Filho." [2 João 9].

Vemos que esse cenário poderia facilmente resultar em uma situação em que Jesus Cristo exige o arrependimento:

"Lembra-te, pois de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres." [Veja Apocalipse 2:5].

O Cenário do Pior Caso Ocorreu na Convenção Batista do Sul dos EUA

Em 1992-1993, a Convenção Batista do Sul dos EUA investigou a Maçonaria e publicou um estudo intitulado A Study on Freemasonry e o relatório A Report on Freemasonry, que continha a seguinte recomendação:

"À luz do fato que muitos dogmas e ensinos da Maçonaria não são compatíveis com o cristianismo e com a doutrina batista sulista, enquanto outros são compatíveis com o cristianismo e com a doutrina batista sulista, recomendamos, portanto, que de acordo com as profundas convicções da nossa denominação com relação ao sacerdócio dos crentes e à autonomia da igreja local, a participação como membro da Ordem Maçônica seja uma questão de consciência individual. Portanto, exortamos os batistas sulistas a avaliarem cuidadosamente a Maçonaria, com muita oração, à luz do senhorio de Cristo, dos ensinos das Escrituras, e das análises deste relatório, sob a direção do Espírito Santo de Deus."

O estudo e o relatório foram produzidos pela Junta de Missões Nacionais (Home Missions Board) da Convenção Batista do Sul dos EUA. Os membros da Junta (aproximadamente oitenta pessoas) foram notificados por escrito da existência de um salvador maçônico antes de revisarem o relatório, que continha a recomendação que a participação como membro fosse uma questão de consciência pessoal. Mesmo com a evidência direta que a Maçonaria tem um salvador secreto, os membros da Junta votaram e aprovaram a posição herética. O relatório foi levado diante de toda a Convenção em 1993 e aprovado pelos mensageiros das várias igrejas. Nesse ponto, a Convenção Batista do Sul, como denominação, votou continuar permitindo que os maçons usem as igrejas como uma cobertura enquanto se reúnem em segredo na loja para ensinar salvação com base na imitação de Hirão-Abi. Desde aquele tempo, a Junta foi renomeada como North American Mission Board (Junta de Missões Norte-Americanas). A NAMB distribuiu o relatório emitido pela HMB após a mudança de nome.

A maioria das igrejas que fazem parte da Convenção adotou a posição e continua a permitir que os maçons não somente sejam membros, mas também pastores, diáconos e professores nas congregações. Um número relativamente pequeno discordou do estudo e do relatório e tomou uma posição contrária à Maçonaria. Algumas igrejas excluem os maçons do rol de membros. Outras os excluem dos cargos de liderança, como se fosse aceitável para os membros reunirem-se nas lojas e participarem em rituais que ensinam salvação com base em outro salvador.

A Igreja Batista de Northside, em Indianápolis, é uma congregação representativa da SBC que decidiu apoiar e até mesmo defender a Maçonaria. Ela fez isso, embora tenha visto evidências que substancie a existência de um salvador maçônico. A liderança examinou exemplares dos Monitores Maçônicos, incluindo o Kentucky Monitor, que diz que Jesus é o salvador dos cristãos, enquanto que Hirão-Abi é o salvador dos maçons. A congregação recebeu diversas correspondências que documentavam os fatos. Nosso folheto Devemos Ignorar o Salvador Secreto Deles Para Manter a Unidade na Igreja? foi oferecido àqueles que estavam no cadastro de mala direta da igreja. Além disso, foram oferecidas cópias xerográficas dos Documentos da Grande Loja, que documentavam a existência de um salvador maçônico, Hirão-Abi. Uma carta final foi publicada no nosso boletim informativo e enviada para eles durante o mês de setembro de 1999. Um cópia do Boletim Com Documentos de Apoio, que substancia a natureza luciferiana da Maçonaria e a existência do salvador maçônico pode ser obtida no formato PDF em nosso site. Permitimos a duplicação do documento.


Leia também: Por Que Um Pastor Seria Leniente ou Defenderia a Maçonaria?

Ensinos Maçônicos:

Qualquer rato de igreja tem discernimento suficiente para rejeitá-los.

29 de mar. de 2011

REFLEXÕES DA CRISTANDADE


Reflexões da Cristandade:

"Toda a minha Teologia resume-se à seguinte frase:

"Jesus Cristo veio a este mundo para salvar os pecadores"." Archibald Alexande

"Ninguém poderá ir as bodas do Cordeiro, se não desejar, ardentemente, ver o noivo." Cleison Brugger
"Uma masmorra com Cristo é um trono, e um trono sem Cristo é um inferno." Martinho Lutero
"Deus sente prazer em nós quando sentimos prazer nEle." Agostinho
"Pregue o Evangelho sempre, se (quando) necessário, use palavras." Francisco de Assis
"A Bíblia, toda a Bíblia e nada mais do que a Bíblia, é a religião da Igreja de Cristo." Charles Spurgeon
"A pessoa que abraça o cristianismo não precisa abrir mão do seu cérebro. Ela deve continuar pensando e exercendo o seu senso crítico. A fé cristã, embora transcenda a razão, não é irracional. Ela faz sentido." Paulo Romeiro
“Triste tempo em que os reformados precisam de renovo, e os renovados precisam de reforma”. Vinícius Pimentel
" Minha posição escatológica? não interessa muito! O fato é que Cristo voltará, e esse advento trará à tona, o fim de tudo para muitos". Cleison Brugger
"Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem sonhos nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para a que há de vir." Martinho Lutero
"Se quiseres ser feliz por um momento, vingue-se; mas se quiseres ser feliz por toda a vida, perdoe!" Tertuliano
"Se você está à procura de uma religião que o deixe confortável, definitivamente eu não lhe aconselharia o cristianismo." C.S Lewis

Fonte: Pastor Ramos Silva blogspot

28 de mar. de 2011

26 de mar. de 2011

A BÍBLIA E SUAS ORIGENS

Quais foram os caminhos que as Escrituras que temos por Sagradas percorreram até chegarem às nossas mãos? Quais foram os meios e formas utilizadas por D'us para transmitir, preservar e guardar as Escrituras? É uma história emocionante e rica em detalhes, cujo fim nós conhecemos: vem abençoando, salvando, curando, transformando milhões de vidas pelos séculos a fio! Conheçamos um pouco desta fascinante história!

A inspiração da escritura se encontra em primeiro lugar nos manuscritos originais

Como poderemos conhecer à D'us, ou saber sua vontade para nossas vidas? Isso não é possível, a menos que Ele próprio se revele a nós! Se Ele próprio não nos informa, nunca poderemos saber com certeza as respostas às perguntas que a nós, como seres humanos, mais nos importam. Aqui é importante ressaltar que a Bíblia se nos apresenta como sendo a revelação escrita de D'us. Pretende ser o livro no qual D'us nos dá as respostas às grandes perguntas que preocupam a nossa alma, questões que toda a sabedoria e a ciência dos homens é incompetente para solucionar com qualquer grau de certeza.

A Bíblia declara acerca de si mesma que é a revelação especial de D'us; temos portanto de reconhecer que reivindica ser o verdadeiro tipo de fonte de onde se deriva um conhecimento de verdade religiosa digno de confiança. Chega às nossas mãos com a asserção que as palavras vêm do próprio D'us: "Assim diz o Senhor". Se D'us existe, e se se preocupa pela nossa salvação, esta é a única maneira (fora de uma revelação divina direta a cada indivíduo de cada geração sucessiva) que poderia, de maneira certeira, transmitir esse conhecimento para nós. Tem de ser através de algum registro escrito, exatamente aquilo que a Bíblia é, segundo seu próprio testemunho2. A inspiração que defendemos é das palavras originais, hebraicas, e gregas, escritas pelos profetas e apóstolos.


1) - Não há dúvida que há algumas outras escrituras religiosas que fazem a mesma reivindicação acerca de si mesmas, tais como o Corão e o Livro de Mórmon. Deve-se reconhecer, porém, que estes documentos não possuem as credenciais que autenticam a Bíblia como registro verdadeiro da revelação divina. Mais notadamente falta-lhes a validez que se comprova pela profecia anterior a seu subsequente cumprimento, e pela presença em todas as suas partes do Redentor humano e divino. O Livro do Mórmon é enfraquecido pelas muitas inconsistências e inexatidões; o Corão, que alegadamente foi ditado por um arquétipo coeterno com Alá, exibe não somente os mais estranháveis erros históricos, mas também pontos de vista mutáveis dum autor humano (Maomé), à luz dos acontecimentos do seu dia. Não há comparação entre a Bíblia e estes livros quando se trata da grandeza e da clareza dos pensamentos que transmite, e do poder que exibe ao penetrar na alma humana com consequências que transformam vidas.

2) - O que se pode dizer acerca da tradição oral? Não há a possibilidade de a verdade infalível de D'us ter sido transmitida de boca em boca durante sucessivas gerações? Sim, pode ter acontecido assim, e não há dúvida que algumas porções da Bíblia foram conservadas assim até chegar à sua forma autoritativa e final, por escrito. Mas a tradição oral é necessariamente instável de natureza e sujeita a alterações por causa do fator subjetivo: a memória incerta do guardião daquela tradição. O legado de fé foi transmitido oralmente durante milênios desde Adão até Moisés, na sua maior parte, mas a forma final escrita, lavrada por Moisés, deve ter sido especialmente supervisionada pelo Espírito Santo, para assegurar a sua divina veracidade. As próprias Escrituras dão considerável ênfase ao seu estado escrito, e raramente imputam divina veracidade a mera tradição oral. Embora seja verdade que as palavras pronunciadas por Moisés, os profetas, Jesus e os apóstolos fossem divinamente autorizadas desde o momento de terem sido pronunciadas, não havia outra maneira de conservá-las com exatidão a não ser pela escrituração (i.é., registrando-as por escrito sob a orientação do Espírito Santo).

3) - "Desde o começo, embora creiamos que na Galiléia e entre os seus íntimos nosso Senhor falava em aramaico, e embora saibamos que algumas de suas últimas palavras na cruz foram pronunciadas naquela língua, no seu ensino público, suas discussões com os fariseus e sua fala com Pôncio Pilatos, foram realizadas principalmente em grego".

Deve-se notar que há dois processos:

I -Transmissão das Escrituras
II -Tradução das Escrituras


I - A Transmissão
Podemos ver a providência de D'us na Transmissão do Texto. O fato é que as Escrituras que possuímos não são manuscritos originais, até são cópias das cópias, e muitas vezes estes documentos que possuímos diferem entre si. Será que podemos confiar no texto? Podemos confiar na inerrância dum texto que até tem corrupções? Se D'us tomou o cuidado de garantir a inerrância do texto original, porque permitiu que sofresse corrupção? Vamos ver a evidência, duma maneira bem resumida, rapidamente. Os manuscritos mais antigos que existem de trechos longos do Velho Testamento, datam de 850 depois de Cristo. Existem porém partes menores bem mais antigas como o Papiro Nash do segundo século da era cristã.

Porém, em 1947, a maior descoberta foram os manuscritos do Mar Morto, quando uma cópia completa de Isaías, fragmentos de Genesis, Levítico, Deuteronômio e Juízes foram encontrados. Estes manuscritos datam do século 1° ou 2° no máximo. Temos evidência indireta que vem da versão grega do Velho Testamento, a Septuaginta, que vem do 3° século AC, e o Pentateuco Samaritano, do 4° século, possivelmente. Há diferenças entre este texto e o texto hebraico, mas, são de pouca importância. Existe uma versão chamada a Hexapla de Origínes que consistia de seis colunas paralelas, das quais a primeira dava o texto hebraico e a segunda a sua transliteração para caracteres gregos. A versão siríaca era usada pela Igreja na Síria, e desde o século nono de nossa era vem sendo conhecida como Pesita (em siríaco, pshittâ) ou tradução "simples". Além disso, existem os Targuns, e outras fontes, que não mencionamos.

Temos os Códices - O Vaticano (325-350) tem a maior parte do Novo Testamento, além do Velho Testamento.
O Códice Sinaítico (375-400) que tem o Novo Testamento completo, mas falta partes do Velho Testamento. O Códice Alexandrino (450 DC) que só tem o Novo Testamento. As Versões Latinas - A mais antiga é a Versão do Latim, Antigo de Utala, (cerca de 200 DC), que era a tradução da Septuaginta. A Vulgata de Jerônimo (390-405 DC) uma tradução primeiramente da Septuaginta e finalmente do hebraico. Existem também outras versões como a Siríaca do século 2° ou 3°.

A Cóptica do 2° século, Etióptica do século 4° e a Armênia do 5° século DC.
Fizemos um estudo bem resumido, e escolhemos apenas algumas fontes para revelar o fato que a nossa herança é riquíssima; e não estamos confiando em apenas um ou dois manuscritos, mas em muitos documentos, que reunidos e comparados não revelam nada que exigiria a modificação da doutrina cristã. No caso de Novo Testamento, há na atualidade, cerca de 4.000 manuscritos gregos que contém o Novo Testamento no todo ou em parte. Quando comparamos a situação do Novo Testamento, com a matéria de evidências manuscritas para outras obras de antigüidade, vemos quão rico é o Novo Testamento. Das Guerras Gaulezas de César, escrito entre 58 a 50 AC, existem vários manuscritos, mas apenas nove ou dez são valiosos, e o mais antigo data de 900 anos após o guerreiro. Dos 142 livros da História Romana de Lívio (59 AC a 17 DC), sobrevivem apenas 35, estes nos são conhecidos a base de não mais de vinte manuscritos de algum valor, e apenas um fragmento que vem do século 4°. Dos 14 livros da História de Tácito (cerca de 100 AD), apenas quatro e meio sobrevivem, dos 16 livros dos seus Anais, restam 10 completos e 2 fragmentos. O texto destas porções remanescentes das duas grandes obras históricas, dependem inteiramente de dois manuscritos, um do século 9° e outro do século 11°. Vamos ver o veredicto pronunciado por Sir Frederic Kenyon estudioso cuja autoridade para emitir juízos quanto a manuscritos antigos, não havia superior: "O intervalo então entre as datas da composição original, é a mais antiga evidência existente, se tornarão tão reduzido, de sorte a ser praticamente desprezível, e o derradeiro fundamento para qualquer dúvida de que nos hajam as Escrituras chegado às mãos substancialmente como foram escritas, agora não mais persiste. Tanto a autenticidade quanto a integridade geral dos livros do Novo Testamento se podem considerar como firmados de modo absoluto e final" - The Bible and Archeology.


II - Tradução
Temos o problema da transferência de pensamento duma linguagem original para uma secundária. O problema é a verificação, será que o pensamento original foi transferido com exatidão? Podemos dizer que tantas são as precauções tomadas, que a tradução fiel da Bíblia em qualquer língua pode ser considerada como a Palavra de D'us. É lógico que quando se faz a tradução de qualquer palavra em qualquer idioma, perde-se a "força" original do termo na língua mãe. Isso ocorre também porque existem expressões que chamamos de "expressões idiomáticas" que caracterizam épocas e tempos contendo um significado próprio por causa de seu contexto. Por isso é tão importante conhecermos os termos (ou expressões) idiomáticas e seus significados originais para podermos, através deles compreender o contexto daquilo que é dito.

A FORMAÇÃO DO CÂNON DO VELHO TESTAMENTO
Quais são os livros que pertencem ao Cânon do Velho Testamento? Por que só os 39? A Igreja Católica Romana, desde o Concílio de Trento, (1546), tem recebido outros livros como canônicos. Estes são 14 apócrifos, que vem do adjetivo grego "apokriphos" (ocultos). Estes livros são: 1° e 2° Esdras, Tobias, Judite, Adições a Ester, Oração de Manassés, Epístola de Jeremias, Livro de Baruque, Eclesiástico, Sabedoria de Salomão, 1° e 2° Macabeus, Adições a Daniel, que inclui a Oração de Azarias, o Cântico dos Três Hebreus e Bel e o Dragão. Vamos examinar o conteúdo e origem destes livros duma maneira bem resumida, depois verificar porque não foram aceitos pela Igreja.

O CONTEÚDO DOS APÓCRIFOS
Os Apócrifos: É esta a denominação que comumente se dá aos 14 livros contidos em algumas Bíblias, entre os dois Testamentos. Originaram-se do terceiro ao primeiro século AC. a maioria dos quais de autor incerto, e foram adicionados a Septuaginta, tradução grega do Velho Testamento, feita naquele período. Não foram escritos no hebraico do Velho Testamento. Foram produzidos depois de haver cessado as profecias, oráculos e a revelação direta do Velho Testamento, Josefo rejeitou-os totalmente.


Nunca foram reconhecidos pelos judeus como parte das Escrituras hebraicas.
Nunca foram citadas por Jesus, nem por ninguém mais no Novo Testamento. Não foram reconhecidos pela Igreja Primitiva como de autoridade canônica, nem de inspiração divina. Quando se traduziu a Bíblia para o latim, no segundo século A.D. seu Velho Testamento foi traduzido, não o Velho Testamento hebraico, mas da versão grega da Septuaginta do Velho Testamento. Da Septuaginta esses livros apócrifos foram levados para a tradução latina; e daí para a Vulgata, que veio a ser a versão comumente usada na Europa Ocidental até o tempo da Reforma. Os protestantes baseando seu movimento na autoridade divina da Palavra de D'us, rejeitaram logo esses livros apócrifos como não fazendo parte dessa Palavra, assim como a Igreja Primitiva e os hebreus antigos fizeram. A Igreja romana, entretanto, no Concílio de Trento em 1546 A.D. realizado para deter o movimento protestante, declarou canônicos tais livros, que ainda figuram na versão de Matos Soares, etc... (Bíblia Católica Romana).

O VALOR DOS APÓCRIFOS
Não podemos dizer que esses livros não tem nenhum valor, pois não seria verdade. Tem valor, mas não como as Escrituras. São livros de grande antigüidade e valor real. Do mesmo modo que os manuscritos do Mar Morto, são monumentos a atividade literária dos judeus, estes também são. Em parte, preenchem a lacuna histórica entre Malaquias e Mateus, e ilustram a situação religiosa do povo de D'us naquela época.

PORQUE NÃO FORAM ACEITOS NO CÂNON DO VELHO TESTAMENTO?
1) - Nenhum dos livros foi encontrado dentro do cânon hebraico. Um estudo da história do Cânon dos judeus da Palestina, revela uma ausência completa de referências aos livros apócrifos. Josefo, diz que os profetas escreveram desde os dias de Moisés até Artaxerxes, também diz, e verdade que a nossa história tem sido escrita desde Artaxerxes, não foi tão estimada como autoritativa como a anterior dos nossos pais, porque não houve uma sucessão de profetas desde aquela época. O Talmude, fala assim: "Depois dos últimos profetas, Ageu, Zacarias e Malaquias, o Espírito Santo deixou Israel". Não constam no texto dos massoretas (copistas judeus da maior fidelidade) entregar tudo o que consideravam canônico nas Escrituras do Velho Testamento. Nem tão pouco parece ter havido "Targuns" (paráfrases ou comentários judaicos da antigüidade) ligado a eles. Para os judeus, os livros considerados "inspirados" são os 39 que hoje conhecemos como Velho Testamento. Eles os possuem numa ordem diferente da nossa por causa da forma pela qual dividem os livros.

2) - Todos estes livros foram escritos depois da época quando a profecia cessou em Israel, e não declaram ser mensagem de D'us ao homem. Fora dois deles, Eclesiástico e Baruque, os livros são anônimos, e no caso de Eclesiástico, o autor não se diz profeta, nem asseverou que escreveu sob a inspiração de D'us. O livro de Baruque que se diz ser escrito pelo secretário de Jeremias, não pode ser aceito como genuíno, pois contradiz o relato bíblico. Os livros de Macabeus não tem nenhuma pretensão para autoria profética. Mas registra detalhes sobre as guerras de independência em 165 A.C. quando os cinco irmãos macabeus lutaram contra os exércitos da Síria. I Macabeus é geralmente considerado como de maior valor histórico do que o II.

3) - O nível moral de muitos destes livros é bastante baixo. São cheios de erros históricos e cronológicos, por exemplo, Baruque 1.1, diz que ele está na Babilônia, enquanto Jeremias 43.6, diz que ele está no Egito. Baruque diz que os utensílios do templo foram devolvidos da Babilônia, enquanto Esdras e Neemias revelam o contrário. Baruque cita uma data errada para Beltesazar e diz que o cativeiro era de sete gerações 6.3, o que contradiz as profecias de Jeremias e o cumprimento de Esdras. Tobias e Judite estão cheios de erros geográficos, cronológicos e históricos. Tobias 1.4,5 contradiz 14.11. Mentiras, assassinatos e decepções são apoiados. Judite é um exemplo. Temos suicídios (4.10), encantamentos, magia e salvação pelas obras (Tobias 12.9; Judite 9.10,13).

4) - Não foram incluídos no Cânon até o fim do 4° século. Como já observamos, os livros apócrifos, não foram incluídos no cânon hebraico. Os livros apócrifos foram incluídos na Septuaginta, a versão grega do Velho Testamento e que não é de origem hebraica, mas de Alexandria, que é uma tradução do hebraico. Os Códices Vaticanos, Alexandrinos e Sinaíticos, tem apócrifos entre os livros canônicos. Porém temos de notar vários fatores aqui.

a) - Nem todos os livros apócrifos estão presentes nos Códices e não tem ordem fixa dentro dos Códices.

b) - Por ser um livro de origem egípcia, pois vem de Alexandria, a Septuaginta não tinha os mesmos salvaguardas contra erros e acréscimos, pois não tinham massoretas orientando a obra com o mesmo cuidado que usaram no texto hebraico.

c) - Manuscritos, naquele tempo, ficavam em rolos, não livros e são facilmente misturados, e seria fácil juntar outros que ficaram numa mesma caixa. No caso de guerras ou desastres, estes manuscritos poderiam ser colocados em jarros de barro e lacrados para serem posteriormente reutilizados. Alguns destes jarros foram achados nas cavernas de Qumran com manuscritos que nos ajudaram a comfirmar o conteúdo de nossas Bíblias atualmente, além de revelarem uma série de fatos muito interessantes sobre a vida daquela época.

d) - O preço de material para escrever pode influir também. Não era tão fácil calcular o espaço necessário para fazer um livro. Que fariam se cortassem o couro e descobrissem 30 ou 40 páginas de couro sobrando no livro? Naturalmente encheria com conteúdo devocional. A tendência seria de misturar livros bons com os canônicos até o ponto que os não canônicos fossem aceitos como canônicos. e) Os livros não canônicos não foram recebidos durante os primeiros quatro (4) séculos. Melito, o bispo de Sardis em 170 D.C., visitou a Judéia para verificar o número certo de livros do Velho Testamento. A lista que ele fornece, inclui os livros canônicos do Velho Testamento, menos Ester (porque não reconheceu entre os apócrifos) e não incluiu os apócrifos.

ORÍGENES, o erudito do Egito, com uma grande biblioteca, incluiu os 39 livros do Velho Testamento, mas em 22 e seguindo a lista ele fala: "Fora destes temos os livros dos Macabeus". Outros pais da Igreja, como Atanásio, Gregório de Nazianzus de Capadócia, Rufinus da Itália e Jerônimo, nos deixaram com uma lista que concorda com o cânon hebraico.

JERÔNIMO, que fez a Vulgata, não quis incluir os livros apócrifos por não considera-los inspirados, porém, os fez por obrigação do bispo, não por convicção, mesmo assim só traduziu Judite e Tobias, os outros apócrifos foram tirados diretamente dos versos latinos anteriores. Parece que a única figura da antigüidade a favor dos apócrifos era Agostinho, e dois Concílios que ele mesmo dominou (393 e 397). Porém, outros escritos dele (A cidade de D'us) parecem revelar uma distinção entre os livros canônicos e os apócrifos (17.24; 18.36,38,42-45).

GREGÓRIO, O GRANDE, papa em 600 D.C., citando I Macabeus falou que não era um livro canônico, e o cardeal Ximenis no seu poligloto afirma que os livros apócrifos dentro de seu livro, não faziam parte do cânon. Os livros apócrifos não foram aceitos como canônicos até 1546 quando o concílio de Trento decretou: "Este Sínodo recebe e venera todos os livros do Velho e Novo Testamentos, desde que D'us o autor dos dois, também as tradições e aquilo que pertence a fé e morais, como sendo ditados pela boca de Cristo, ou pelo Espírito Santo". A lista dos livros que segue inclui os apócrifos e conclui dizendo: "Se alguém não receber como Sagradas e canônicos estes livros em todas as partes, como foram lidos na Igreja Católica, e como estão na Vulgata Latina, e que conscientemente e propositadamente contrariar as tradições já mencionadas, que ele seja anátema". Para nós o fator decisivo é que Cristo e seus discípulos não os reconheceram como canônicos, pois não foram citados por Cristo nem os outros escritores do Novo Testamento!

O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO
Pelo Cânon do Novo Testamento queremos falar a coleção de 27 livros do Novo Testamento considerados como a norma ou regra de fé para a Igreja de Cristo. Surgem logo perguntas a respeito do cânon do Novo Testamento. Como e quando chegaram a ser reconhecidos como livros inspirados? Qual a base para a seleção destes livros e por que rejeitaram outra literatura da igreja daquele tempo? Vamos tentar responder estas perguntas, incluindo: Quando foram escritos estes livros?

O CONTEÚDO DO CÂNON NEO-TESTAMENTÁRIO
Como já notamos, o cânon do Novo Testamento tem 27 livros escritos em grego. Os primeiros cinco são de caráter histórico, sendo quatro os Evangelhos que contém ditos e feitos de Jesus Cristo, e um é o livro de Atos, escrito por Lucas, o autor do terceiro Evangelho. Temos 21 cartas escritas por Paulo, Pedro, Tiago, Judas e possivelmente mais um autor, se Hebreus não é paulino, é o livro de Apocalipse, escrito por João, o mesmo autor de um dos Evangelhos e três cartas.

AS DATAS DESTES LIVROS
Segundo a informação dada em Lucas 3.1, o ministério de João Batista que precedeu o início do ministério de Jesus Cristo data do 15° ano de Tibério César. Tibério tornou-se imperador em agosto de 14 A.D., assim o 15° ano começaria em outubro, 27 D.C. Temos três páscoas mencionadas no evangelho de João, se sendo que a terceira foi a Páscoa de 30 D.C., esta sendo a data mais provável da morte de Cristo na cruz. O Novo Testamento, como é conhecido hoje, estava completo por volta do ano 1000 D.C. e a grande parte dos livros já existindo há mais de 40 anos. Pode-se dizer que quase todos os livros foram escritos antes de 70 D.C.

COMO FOI FORMADO?
Evidência Interna: Isto é do próprio Novo Testamento. O fato é que a Igreja primitiva recebeu dos judeus a idéia de uma regra de fé e conduta escrita. Esta idéia foi confirmada pelo Senhor Jesus Cristo, e os escritores do Novo Testamento, que sempre se referiam ao Velho Testamento como sendo a palavra de D'us escrita. Sabemos que desde o princípio, a Igreja cristã tem aceitado as palavras de Cristo com a mesma autoridade com que aceitaram as palavras do Velho Testamento, e aceitaram não apenas isto, mas declararam os apóstolos que o seu próprio ensino, oral e escrito possuía autoridade semelhante a do Velho Testamento. Tal era a autoridade de seus escritos, que mandaram que fosse lido publicamente nas Igrejas (I Ts 5.27; Cl 4.16; II Pe 3.1,2). Era portanto natural que a literatura do Novo Testamento se acrescentasse ao Velho Testamento. No próprio Novo Testamento, pode ser que vejamos o início deste processo (I Tm 5.18; II Pe 3.1,2 e 15,16). Além da evidência interna, temos a evidência histórica da formação do Cânon do Novo Testamento.

O CRITÉRIO CANÔNICO
O critério que a Igreja aplicou como teste de autenticidade era ditado pelas necessidades de fazer face à controvérsia com hereges e descrentes. Como veremos a seguir, na seleção do mateiral que iria compor os primeiros escritos, as necessidades missionárias, ao lado das apologéticas, são o critério para a seleção de testimonia, ditos, milagres e parábolas de Jesus que, nos primórdios na nova época, iriam formá-los. Eis alguns critérios deseleção: A apostolicidade A obra em consideração pela Igreja deveria ter sido escrita por um dos doze ou possuir o que se chamaria hoje de imprimatur apostólico. O escrito deveria proceder da pena de um apóstolo ou de alguém que estivera em contato chegado com apóstolo e, quando possível, produzido a seu pedido ou haver sido especialmente comissionado para fazê-lo. Como consequência este documento deveria pertencer a um período bem remoto. Quanto aos Evangelhos, estes deveriam manter o padrão apostólico de doutrinas particularmente com referência à encarnação e ser na realidade um evangelho e não porções de evangelhos, como tantos que circulavam naquele tempo. A circulação e uso do livro É provável que certos livros houvessem sido aceitos e circulado como autoridade antes mesmo que qualquer relação com apóstolo, quer direta, quer indireta, fosse determinada. É deste modo que o escrito recebia o imprimatur da própria comunidade cristã universal que o usava. Ortodoxia Este era importante ítem na escala de padrões de aferimento. Percebe-se nos próprios escritos do Novo Testamento, que depois formaram seu cânon, o repúdio à falsa doutrina e a luta pela preservação da ortodoxia, que em Rm 6.17 chama de "padrão de doutrina", ou o que II Tm 1.13 denomina "padrão das sãs palavras", ou ainda o "depísito de I Tm 6.20. Autoridade diferenciadora Bem cedo, antes mesmo que os Evangelhos fossem mencionados juntos, já os cristãos distinguiam livros que eram citados e lidos como tendo autoridade divina e outros que continuavam fora do Novo Testamento.

A leitura em público Nenhum livro seria admitido para a leitura pública na Igreja se não possuísse características próprias. Muitos outros livros circulavam quando Mateus começou a ser usado pelos cristãos. Poderiam ser bons e de leitura agradável, mas só serviam para a aleitura em particular. Havia alguns, e entre eles os Evangelhos de modo restrito e Mateus de modo singular, que se prestavam à leitura e ao comentário perante as congregações cristãs, como a Lei e os Profetas nas Sinagogas. É o que I Tm 4.13 quer dizer quando Timóteo é exortado a aplicar-se à leitura, isto é, à "leitura pública das Escrituras" como sabiamente indica um rodapé da última revisão de Almeida.

O PRIMEIRO SÉCULO D.C.
Não se sabe quando as palavras do Senhor (At 20.35 e I Co 7.10) foram registradas por escrito pela primeira vez. Porém, em mais ou menos 58 D.C., quando Lucas escreveu seu Evangelho, muitos já haviam empreendido esta tarefa (Lc. 1.1). Pode ser que a Epístola de Paulo aos Gálatas fosse escrita tão cedo como em 49 D.C. É claro que a Epistola foi escrita antes de sua morte em 62 D.C. e as outras Epístolas de Paulo e Pedro, antes da morte deles, na época de 68 D.C. A maior parte do Novo Testamento já estava escrita antes da queda de Jerusalém em 70 D.C. O Evangelho e as Epístolas de João, e o Apocalipse, certamente foram completadas antes do fim do primeiro século.

O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO E OS PAIS DA IGREJA
Escritores "evangélicos" no fim deste mesmo século mostram que conheciam os evangelhos e epístolas. A atitude dos cristãos em face das normas da doutrina cristã que encontramos no fim da época apostólica (isto é, mais ou menos em fins do século I d.C.) podem ser encontradas no princípio da era pós-apostólica, principalmente na fase mais antiga dos pais apostólicos.

CLEMENTE, Bispo de Roma - Cerca de 95, escreveu uma carta a Igreja de Corinto, e nesta carta menciona, I Coríntios, Efésios, I Timóteo, Tito, Tiago, o evangelho de João e Hebreus.

INÁCIO, Bispo de Antioquia - Antes de 117, deixou sete cartas e nelas menciona passagens dos evangelhos, especialmente Mateus e João e as cartas paulinas, colocando os escritos do Novo Testamento num plano de autoridade superior aos do Velho Testamento, em virtude da clareza de seu testemunho.

INÁCIO, Bispo de Antioquia - Antes de 117, deixou sete cartas e nelas menciona passagens dos evangelhos, especialmente Mateus e João e as cartas paulinas, colocando os escritos do Novo Testamento num plano de autoridade superior aos do Velho Testamento, em virtude da clareza de seu testemunho.

POLICARPO, que conhecia João pessoalmente, escreveu uma carta em cerca de 105-108, que menciona cartas de Paulo como autoritativas, principalmente Filipenses, mas revela conhecimento de Mateus, Atos, Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, I e II Tessalonicenses, I e II Timóteo, I e II Pedro e I João. Estes escritores distinguiram claramente entre seus próprios escritos e os escritos dos apóstolos, atribuindo a estes últimos, inspiração e autoridade. Demonstram estes escritores que, mesmo nesta data primitiva, os evangelhos e as epístolas do Novo Testamento, já se achavam em circulação e eram honrados tanto nas igrejas do ocidente como do oriente. 100-150 D.C. - As Escrituras do Novo Testamento lidas nas Igrejas

PAPIAS - Cerca de 140 D.C. testifica que "a voz viva dos presbíteros ia sendo substituída pela autoridade da palavra escrita". Nos escritores deste período há referências claras a todos os livros do Novo Testamento, com exceção a 6 ou 7 das epístolas mais curtas; ele atesta a existência de Mateus e Marcos e o caráter apostólico destas obras.

JUSTINO, o Mártir (148 D.C.) - fala das recordações dos apóstolos e os que seguiam como sendo lidas nas igrejas. Tanto hereges, como cristãos ortodoxos, testemunham a sua autoridade, muitas vezes citando o Novo Testamento e acrescentando "como está escrito".

150-200 D.C. - Traduções e comentários do Novo Testamento Neste período a Igreja de Cristo se expandiu e desenvolveu-se. Com a inclusão de homens de novas raças e grande capacidade, os eruditos fizeram traduções das Escrituras em outras línguas. Remontam a este tempo a velha versão latina para o povo da África do Norte e a versão Siríaca para o povo do Oriente Médio. Começaram a aparecer comentários. Houve por exemplo, o Comentário sobre os oráculos do Senhor, da autoria de Papias (140). Um comentário sobre o Apocalipse, da autoria de Melito (165). Pouco depois, Tatião escreveu o DIATESSERON, ou Harmonia dos quatro evangelhos, que se reconheciam como possuidores de autoridade única. Ao fim do século, Clemente de Alexandria escreveu seus Esboços, que é um comentário em 7 volumes sobre os livros do Novo Testamento, que incluía todos os livros do Novo Testamento, mais a epístola de Barnabé e o Apocalipse de Pedro (que foram excluídos do cânon).

200 - 300 - Colecionam-se e separam-se os livros do Novo Testamento ORÍGENES, é um erudito da época, era tão trabalhador que se diz que empregou 7 estenógrafos que revezavam no trabalho de registro do que ditava, além de 7 copistas e outros que ajudavam na parte de secretaria. Redigiu ele do texto do Novo Testamento, defendeu sua inspiração, escreveu comentários ou discursos sobre a maioria dos livros.

TERTULIANO (cerca de 200) foi o primeiro a chamar a coleção que temos de "Novo Testamento", assim colocando-a ao mesmo nível de inspiração como os livros do Velho Testamento. BIBLIOTECAS se formaram em Alexandria, Jerusalém, Cesaréia, Antioquia, Roma e ainda outras cidades, das quais a parte mais importante consistia em manuscritos e comentários das Escrituras.

300 - 400 - O cânon bem estabelecido Vários fatores contribuíram para tornar importante a distinção entre livros canônicos e outros livros não canônicos. Alguns dos fatores eram:
a) - A coleção num só livro dos livros inspirados.

b) - Serem reconhecidos estes livros com a autoridade da fé cristã.

c) - O aumento das heresias e falsa doutrina.

Antes do fim do quarto século, todas as Igrejas tinham reconhecido o cânon do Novo Testamento, como o temos hoje. Eusébio, conta até que ponto o assunto do Cânon chegara a seu tempo (316 d.C.).

1) - Aceitos universalmente - Os 4 evangelhos, Atos, Epístolas de Paulo (incluindo Hebreus), I Pedro, I João e Apocalipse.

2) - Disputado por alguns - Embora admitidos pela maioria e pelo próprio Eusébio, Tiago, II Pedro, II e III João, Hebreus e Judas.

3) - Não genuínos - Atos de Paulo, Didache (ensinos dos Apóstolos), o Evangelho dos egípcios, o Evangelho de Tomé, o Evangelho das basilidas, o Evangelho de Matias e o Pastor de Hermes.

No ano de 367, Atanásio pela primeira vez apresentou um cânone do Velho e Novo Testamentos firmemente circunscritos, dentro do qual eram definidas as classes individuais dos textos e de sua seqüência. Ele designou vinte e sete livros como sendo os únicos realmente canônicos do nosso Novo Testamento; ninguém pode acrescentar mais nada a este número, bem como ninguém pode retirar coisa alguma. O 3° Concílio de Cartago (397) mandou que: "além das Escrituras canônicas, nada se lesse na igreja sob o título de "Escrituras divinas". A discussão a respeito do cânon nos séculos subseqüentes se acalmou, porém, muitos eruditos tem se perguntado a si mesmos porque haveriam eles de concordar com a resolução já feita. Agostinho disse que concordou por causa da natureza dos próprios livros e pela unidade praticamente completa entre os cristãos neste assunto. Calvino baseava a sua crença na autoridade desses livros no testemunho do Espírito Santo. Nós aceitamos por todas essas razões, mas principalmente porque já provamos em nossas vidas a veracidade de tudo aquilo que está escrito. Quando vivemos pelas Escrituras, descobrimos que elas são suficientes para todas as nossas necessidades, completas em si mesmas. A única regra de fé e prática.

OS MANUSCRITOS DO NOVO TESTAMENTO
Os manuscritos do Novo Testamento podem ser classificados segundo a matéria que os compõem, ou segundo os caracteres da escrita. Esta classificação ajuda a data-los. Estes manuscritos são papiros ou pergaminhos.

UM PAPIRO - é constituído por tiras de medula do papiro (espécie de cânico com caule triangular, da família das ciperáceas, da grossura de mais ou menos um braço e de 2,5 m a 5 m de altura), cortadas em finas talas e colocadas em camadas cruzadas, estas tiras formam folhas que são em seguida, fixadas umas após outras e enroladas em torno de uma vara. O rolo assim formado se chama, em grego, biblos (dai a palavra: Bíblia) e pode ter até 10 m de comprimento. Os papiros do Novo Testamento são os mais antigos documentos de base que possuímos: em sua maioria datam do século III (um papiro descoberto em 1935, deve mesmo ser datado do começo do 2° século). Se bem que nos transmitam apenas fragmentos de textos, estes documentos são testemunhas preciosas do texto, justamente em razão da sua antigüidade. Existem atualmente em número de 76, designados nas edições críticas por P1, P2 etc.

UM PERGAMINHO - é uma pele, ordinariamente de ovelha, cabra ou bezerro, tratada e cortada em folhetos (a palavra "pergaminho" se originaria da cidade de Pérgamo): estes são postos um em cima do outro para formar não um rolo, mas um volume (em grego: teuchos) de onde vem a palavra Pentateuco para assinalar os primeiros cinco livros do Velho Testamento). Os pergaminhos, trazendo textos do Novo Testamento, datam somente do século IV, no máximo, mas apresentam-nos, geralmente, textos completos do Novo Testamento. O princípio e o fim do texto faltam às vezes, em consequência da deterioração, fácil de imaginar, dos folhetos da capa. Todos estes documentos são escritos em grego mas em um grego que não é mais o grego clássico. (Este grego, comumente falado em todo império, é denominado Koinê: língua comum). Os manuscritos mais antigos do Novo Testamento são escritos em letra maiúsculas ou "unciais". Atualmente seu número é de 252 (excluem-se os achados de Qumran, que ainda não foram reconstituídos totalmente, não sabendo-se assim o seu número exato). As edições críticas os designam por letras maiúsculas. Os manuscritos em minúsculas (conhecemos hoje 2646) datam no máximo do século IV. Entretanto não devem ser negligenciados porque os copistas do século IX, X e XI recopiavam possivelmente manuscritos em maiúsculas muito mais antigos, que não possuímos mais. As edições críticas os assinalam por algarismos árabes.

Todos estes manuscritos são assaz difíceis de ler. As palavras, as frases e os parágrafos não são separados por espaço algum, e não encontramos nem acento nem sinal de pontuação. Seis manuscritos em maiúsculas são muito importantes:

o Vaticanos (designados por "B" nas edições críticas), assim chamado porque é conservado na biblioteca do Vaticano. Datando do século IV, é o mais antigo de todos os manuscritos sobre pergaminho.

O Sinaíticus (designados por "X"), descoberto em um convento do Sinai, no século IX, vendido em 1933, pelo governo soviético ao British Museum em Londres, também deve datar do século IV.

O Alexandrinus (designados por "A"), trazido de Alexandria a Inglaterra no século XVIII e igualmente conservado no British Museum, data do século V.
O Códex Ephrem (designado por "C"), e uma "palimpsesto", que quer dizer que o texto primitivo, um manuscrito do Novo Testamento datando do século V, foi apagado no século XII por um copista que se serviu do pergaminho para nele copiar tratados de Ephrem da Síria.

Felizmente, o texto primitivo não desapareceu totalmente e pode ainda ser lido sob o texto medieval por olhos peritos (trabalho penoso, facilitado hoje em dia pelos processos técnicos modernos). Este manuscrito é conservado em Paris, na Biblioteca Nacional. Estes quatro primeiros manuscritos não diferem entre si a não ser por "variantes" de pormenor. Dois outros manuscritos (designados por "D") apresentam, com os quatro precedentes, grande número de variantes e particularmente notória. Datam ambos do século VI. O primeiro: Códex Bezae Cantabrigiensis deve seu nome ao fato de ter pertencido, assim como aliás também o segundo, a Theodoro de Beza, amigo de Calvino, e que em 1581, seu proprietário o ofertou a Cambrige. Escrito sobre duas colunas, a primeira contendo texto grego, a segunda a tradução latina, oferece somente os 4 evangelhos e o livro de Atos dos Apóstolos.

Hoje em dia, após os achados do Qumran, existem vários manuscritos que estão sendo estudados e também são apresentados ao público em geral. Eles encontram-se em Jerusalém, no Museu do Livro. Ali percebemos o autêntico milagre de preservação dos mesmos, pois encontram-se alguns inteiros e outros fragmentados de tal forma que é preciso "monta-los" como a um quebra-cabeças para descobrir-se de que manuscrito se trata.

A ciência tem colaborado muito para desvendar este quebra-cabeças. Os manuscritos são feitos de pele de carneiro, e cada um deles está passando por um teste de DNA. Este teste determina que pedaços pertencem aos manuscritos mais "completos", pois o DNA possui o código genético de cada animal em particular. Assim torna-se impossível "juntar" pedaços diferentes!

AS VERSÕES DO NOVO TESTAMENTO
Há importantes traduções do original grego do Novo Testamento para dez idiomas antigos, conforme descrição abaixo: Latim: A tradição latina começou em cerca de 150 D.C. O "Latim Antigo" (anterior à "Vulgata") conta com cerca de 1000 manuscritos. Após o século IV, a versão latina foi padronizada na Vulgata. Há cerca de 8000 traduções latinas do tipo Vulgata, pelo que a tradição latina conta com cerca de 10.000 manuscritos conhecidos, ou seja, mais ou menos o dobro dos manuscritos em grego. Siríaco: Quanto ao siríaco antigo há apenas dois manuscritos, mas revestem-se de grande importância. Datam dos séculos IV e V. A tradição siríaca foi padronizada no Peshitto, do qual há mais de 350 manuscritos do século V em diante.

Copta: Esse é o Novo Testamento do Egito. Há duas variações desse texto, dependendo de sua localização geográfica. O saídico veio do sul do Egito, contando com manuscritos desde o século IV. O boárico veio do norte do Egito, contando com um manuscrito do século IV, mas os demais são de origem bem posterior. Nos séculos depois do século IV, os manuscritos coptas foram muito multiplicados, pelo que há inúmeras cópias pertencentes à esta tradição. Formam um grupo valioso, pois são de caráter "alexandrino", concordando com os manuscritos gregos mais antigos e dignos de confiança.

Armênio: Essa tradição começou no século V. Com excessão do latim, há mais manuscritos dessa tradição do que qualquer outra. Já foram catalogados 2000 deles. A versão armênia tem vários representantes do tipo de texto "cesareano", mas muitos pertencem à classe bizantina.

Geórgico: Os georgianos eram um povo da Geórgia caucásia, um agreste distrito montanhoso entre os mares Negro e Cáspio, que receberam o Evangelho durante a primeira parte do século IV. Supomos que a tradição geórgica dos manuscritos começou não muito depois, mas não há quaisquer manuscritos anteriores ao ano de 897. O seu tipo de texto é cesareano.

Etíope: Essa tradição conta com manuscritos datados desde o século XIII. Há cerca de 1000 desses manuscritos, essencialmente do tipo de texto bizantino.
Gótico: Algum tempo depois dos meados do século IV, Ulfias, chamado o apóstolo dos godos, traduziu a Bíblia do grego para o gótico, uma antiga língua germânica. Agora há apenas fragmentos, do século V em diante. São essencialmente do tipo de texto bizantino, com alguma mistura de formas ocidentais. O texto bizantino, entretanto, é uma variedade anterior àquela que finalmente veio a fazer parte do Textus Receptus.

Árabe e Persa: Alguns poucos manuscritos tem sido preservados nesses idiomas; mas são de pouca importância no campo da crítica textual. Quanto à versão árabe, os problemas de estudo são complexos e continuam sem solução, pelo que é possível que ela seja mais importante do que se tem suposto até hoje.

A LÍNGUA DO NOVO TESTAMENTO
Não se pode reconstruir o pensamento cristão primitivo se não se der atenção ao estudo acurado da língua grega durante o primeiro século. Os elementos auxiliares aqui indicados visam a uma introdução.

O GREGO COINÊ
O grego coinê existia lado a lado com a língua nativa; aquele era um mundo bilingue (talvez trilingue). Jesus e seus discípulos dirigiam-se às multidões em grego3, mas é certo que também utilizavam o aramaico, sua língua materna em outras ocasiões. O coinê era a língua do povo que não teve escola e que não possuía dotes literários. O coinê parece ter sido a linguagem da experiência humana, própria para a boca do homem e mulher comum, cuja lógica se movia em termos, não de argumentos eruditos, mas da metáfora colorida e cujas mentes eram ocupadas menos com o significado da vida do que com vivê-la. O coinê do Novo Testamento não tinha as qualidades artificiais sofisticadas do reavivamento ático, que possuía todos os tons da vida do povo em ebulição. Influências estranhas Há no grego do Novo Testamento traços hebraicos inquestionáveis. Resultam da influência do Velho Testamento hebraico e da Septuaginta. Muito da terminologia do Novo Testamento, em seus característicos semânticos, só pode ser explicado pelo Velho Testamento. A palavra nomo, no grego clássico significava "estatuto" ou "regra fixa".

Se olharmos para a Septuaginta, em que se traduz o hebraico torah, veremos que o judeu helenizado considerava a palavra traduzida para o grego não como um princípio abstrato, mas como a vontade graciosa de um D'us pessoal a seu povo. O verbo metanoe w , significava para o grego a mudança de mente ou opinião, mas usado pelos profetas hebreus, por João Batista e Jesus, queria dizer completa mudança de caráter e disposição, abandono completo da atitude negativa para com D'us e consigo próprio e tomada de outra posição diferente, positiva. Esta mudança de significado é alcançada pelo conceito de pecado dos judeus, diferentes dos gregos em tudo. Algumas palavras são resultados de simples transliteração, como: allheluia, amen, golgoqa, satan, libanos, manna, sabaton, etc... Existe ainda a presença de outros elementos estrangeiros, como egípcios (Biblos, sinapi): macedônios (parembolh); persas (gaza, sandalion), fenícios (arrabwn), etc... A influência cristã na semântica das palavras e na sintaxe do Novo Testamento é notável. Alguns desses novos significados tem um caráter técnico ou ritual: adelfos, para irmãos da mesma fé; apostolos, no sentido oficial de aggelos; glossa como "dom de línguas";iereis como apelativo dos cristãos; porfeteuw, como uma função cristã, e outros termos como ekklesia, diakonos, episkopos, etc., que passaram a ter novos significados. Os autores do Novo Testamento deram, em geral, um novo tom a seus vocábulos.

Elevaram, espiritualizaram e transfiguraram palavras então correntes, colocando velhos termos em nova roupagem, acrescentando mais brilho à concepções já luminosas. Palavras como agaph, eirhnh, zwe, pistis, swteria, caris, suneidhsis transformaram-se em instrumentos de grande poder a elevar a língua do Novo Testamento a pedestal de glória que só com o novo movimento poderia alcançar.

Isso nos mostra a diversidade de formas que o Eterno se utilizou para compor o Livro Sagrado, pois foi através de aproximadamente 40 homens, em épocas diferentes, utilizando-se de duas línguas muito ricas em sua terminologia. Assim o Eterno D'us dá vazão à revelação de Sua Pessoa e de Seus propósitos para que a humanidade possa então conhecê-lo definitivamente como Ele realmente é! Hoje temos à nossa disposição todo o conjunto de Escritos Inspirados, o qual chamamos de "Bíblia", com um ingrediente que é fundamental para nós: tudo reunido e traduzido em nossa própria língua! Aqueles que desejam conhecer à D'us podem fazê-lo adquirindo em qualquer livraria uma Bíblia. Esta conduzirá o homem de volta até seu Criador e Senhor! Só podemos concluir dizendo: esta é realmente a Palavra de D'us!

AS "ADIÇÕES" FEITAS À BÍBLIA A Escritura que possuímos hoje é um pouco diferente daquela que foi produzida na antigüidade pelos profetas no Velho Testamento e depois pelos apóstolos judeus no Novo Testamento. Todas as citações abaixo não constam do texto original! Vejamos alguns exemplos de adições:

1) - As palavras em itálico: elas não constam no original e servem para complementar o sentido do texto. Seu objetivo é enfatizar e firmar algo que está sendo dito.

2) - Palavras entre parêntesis: enquanto as palavras adicionais aparecem em itálico em algumas versões, em outras isso ocorre através do uso de parêntesis.

3) - Palavras na margem ou no rodapé: determinados trechos ou palavras encontrados ma margem ou no rodapé de nossas Bíblias são a tradução ou explicação de um texto ou palavra duvidosa.

4) - Divisão em capítulos e versículos: Isso também não existe nos originais. Em alguns casos este tipo de divisão prejudica, pois "quebra" o texto e tira o sentido completo do mesmo, prejudicando assim a sua interpretação.

5) - Divisão do texto em parágrafos: não existe no texto original, embora esta divisão seja muito útil para a compreensão da Escritura.

6) - Referências de rodapé: em praticamente todas as Bíblias hoje encontramos notas de rodapé que correspondem à pequenos números que são inseridos no texto bíblico. Estes números trazem aquilo que chamamos de "referências cruzadas", ou seja, outras ocorrências daquelas palavras ou expressões, o que torna mais fácil encontrarmos determinadas palavras na Bíblia.

7) - Versões bíblicas: na atualidade temos uma série muito grande de versões dos textos originais. Isso indica que houveram traduções variadas, algumas vezes adaptando-se a linguagem mais popular, para facilitar o entendimento daqueles que lêem. O texto original é único, sem variações e uniforme!

Todos estes fatores nos mostram, mais uma vez, o quanto evoluiu o processo de aprimoramento da Bíblia como um livro especial para a humanidade! Isso não significa que não devamos confiar na Bíblia, mas sim que precisamos cada vez mais nos aprofundarmos no conhecimento (e relacionamento) com D'us e com sua Palavra, pois ela é a única fonte de informação escrita que temos a respeito dele! Por isso, a Bíblia foi e ainda é o livro mais lido, conhecido e vendido do mundo.



Sua evolução foi tão fantástica quanto a evolução humana: dos primeiros escritos em pedras e papiros, passando pelas peles de animais, pergaminhos e papel, até finalmente chegar aos nossos dias e ser agora difundida através dos bytes da tecnologia! O avanço da tecnologia tem permitido que através dos bytes da informática a Palavra de D'us tenha trânsito livre através de milhões de computadores, levando pessoas a se renderem aos pés do Senhor Jesus através do avanço tecnológico! D'us está se utilizando disso para semear sua Palavra nos quatro cantos da terra! Este será também um dos motivos pelos quais a humanidade não poderá dizer: "eu não te conhecia Senhor!" Hoje através da Internet temos acesso à muitas coisas ruins, mas também temos acesso à Palavra do D'us Eterno que caminha pela rede mundial trazendo salvação, cura, conhecimento, revelação e mostrando ao mundo que Jesus ainda é o Senhor! É por isso que lemos na Palavra do Senhor: "Porque a palavra de D'us é viva e eficaz, e mais penetrante do que ESPADA alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração" (Hb 4:12). A palavra de D'us é a única que não passará!

Que assim seja e cumpra-se!
Baruch Há Shem!
Bendito seja o Nome!

Fonte: Biblia em Bytes

23 de mar. de 2011

O ESTADO DOS MORTOS


Que os homens não entram no estado final quando morrem bastante evidentes é para que se requeira provar minuciosa. As ressurreições, que ainda são futuras, provam um estado intermediário para os mortos atuais. A coisa com que estamos especialmente preocupados é a natureza do estado intermediário, matéria esta para a qual nos dirigimos agora.

Os adventistas do sétimo dia, russelitas e alguns outros ensinam o que é conhecido comumente por "sono dalma". Mas a substância real deste falso ensino é que dos mortos não é inexistente entre a morte e a ressurreição. Isto é logicamente verdadeiro desta teoria e é assim admitido pelos adventistas, pelo menos. É logicamente verdadeiro, porque um espírito dormente (se tal fosse possível) seria um espírito inexistente. A idéia de o espírito estar vivo e estar incônscio quando livre do corpo é o limite do absurdo. É que este ensino vale pela inexistência do espírito mostrado está nas seguintes palavras de "Signs of the Times", uma revista dos adventistas do sétimo dia (edição de 15 de dezembro de 1931): "Seguramente nenhuma expressão mais vigorosa podia ser possivelmente usada para mostrar a completa cessação da existência do que esta, - Na morte "eu não serei" (Comentário de Jó 7:21, por Carlyle B. Haines, um dos seus escritores notáveis)".

I. OS MORTOS NÃO SÃO INEXISTENTES

Contra esta teoria afirmamos e nos comprometemos provar pelas Escrituras que o espírito do homem não cessa de existir na morte. Pelo termo "espírito" queremos dizer a natureza imaterial do homem no seu parentesco mais elevado. Empregamos o termo "espírito" de preferência ao termo "alma" porque cremos que espírito melhor expressa a parte imaterial do homem em distinção da vida corporal.

"A parte imaterial do homem encarada como uma vida individual e cônscia, capaz de possuir e animar um organismo físico é chamada psuche (alma); como um agente racional e moral, suscetível de influência e moradia divinas, esta mesma parte imaterial chama-se pneuma (espírito)" (A. H. Strong). O espírito é a natureza imaterial do homem olhando na direção de Deus. "O espírito é a parte mais elevada, mais profunda e nobre do homem. Por ele está o homem ajustado para compreender coisas eternas e é, em suma, a casa que residem à fé e a Palavra de Deus. A ... alma é este espírito, segundo a natureza, mas com tudo outra espécie de atividade, nomeadamente, nisto, que ela anima o corpo e opera por meio dele" (Lutero). "A alma é o espírito modificado pela união com o corpo" (Hovey).

Algumas vezes as palavras para espírito, tanto no hebreu como no grego, denotam vento ou fôlego, mas que nem sempre são assim está evidenciado em Mat. 26:41; Lucas 23:46; Atos 7:59; 1 Cor. 2:11; 5:5; 7:34; 14:14 e 1 Tess. 5:23. Estudem os interessados estas passagens e substituam espírito por fôlego e vejam que sorte de sentido se forma. Então sabemos que espírito pode significar mais que fôlego, porque "Deus é espírito" (João 4:24).

1. A MORTE FÍSICA NÃO ACARRETA A INEXISTÊNCIA DO ESPÍRITO DO HOMEM, PORQUE O ESPÍRITO NÃO ESTÁ SUJEITO À MORTE FÍSICA.

Temos a prova disto em Mat. 10:28. Se o homem não pode matar o espírito, então a morte física não tem poder para dar cabo da existência do espírito. O homem pode matar qualquer coisa que esteja sujeita à morte física. Na morte física o corpo cessa de funcionar e começa a desintegrar-se, o homem cessa de ser uma "alma vivente" no sentido distinto do vocábulo "alma". Ma o espírito não pode ser mata do e dele nunca se fala como cessar na morte. Em vez achamos Jesus, ao morrer, entregando o Seu espírito nas mãos de Deus e Estevão entregando o seu espírito nas mãos de Jesus (Lucas 23:46; Atos 7:59). A morte física é meramente a separação do espírito do corpo.

2. A REPRESENTAÇÃO DA MORTE COMO UM SONO NÃO ENSINA QUE O ESPÍRITO DORME E QUE É, PORTANTO, INEXISTENTE.

O sono é puramente um fenômeno físico. A morte é sono só por analogia, não atualmente. E a analogia está na aparência do corpo, não no estado quer do corpo quer do espírito. No sono o espírito ainda está unido com o corpo e, portanto, condicionado por ele. Mas, na morte, como todos são forçados a admitir, espírito e corpo estão separados e o espírito separado do corpo não está mais condicionado pelo corpo.

Estevão dormiu (Atos 7:59), mas o seu espírito não cessou de existir, porque Estevão o encomendou nas mãos de Jesus e um espírito inexistente não podia ser encomendado nas mãos de ninguém. Paulo descreveu a morte como um sono (1 Cor. 15:6; 1 Tess. 4:14), mas não ensinou a inexistência dos mortos. Paulo considerou a morte, não como uma cessação da existência, mas como uma partida para estar com Cristo (Fil. 1:23). Estando ausente do corpo, Paulo quis dizer, não inexistente, mas presente com o Senhor (2 Cor. 5:6). Aquilo que é inexistente não pode estar presente em logar algum ou com pessoa alguma.

3. A REFERÊNCIA AOS ÍMPIOS MORTOS COMO "ESPÍRITO EM PRISÃO" MOSTRA QUE OS MORTOS NÃO SÃO INEXISTENTES (1 PED. 3:20).

Um espírito inexistente é uma não entidade e uma não entidade não pode estar em qualquer logar, porque ser é existir.

4. MOISÉS NÃO CESSOU DE EXISTIR QUANDO ELE MORREU, PORQUE SÉCULOS DEPOIS ELE APARECEU COM Cristo NO MONTE DA TRABSFIGURAÇÃO (MAT. 17:3)

Dirão alguns que Moisés foi ressuscitado imediatamente depois do enterro? Se sim, por eles está esperando uma refutação em 1 Cor. 15:20. Sendo Cristo as primícias dos mortos proíbe a teoria de Moisés ter sido ressuscitado logo depois do seu enterro.

5. OS HABITANTES DE SODOMA E GOMORRA NÃO CESSARAM DE EXISTIR QUANDO MORRERAM (JUDAS 7).

Judas os descreve nos tempos do Novo Testamento como "sofrendo a vingança do fogo eterno". A palavra sofrendo nesta passagem é um particípio presente, que expressa ação durativa progressiva. E que isto não é um presente histórico está mostrado pelo tempo presente do verbo "são postos."

6. O RICO E O LÁZARO NÃO CESSARAM DE EXISTIR QUANDO MORRERAM (LUCAS 16:19-31).

Isto não é uma parábola, mas pouco importa que fosse. O Filho de Deus não recorreu a desvirtuamentos mesmo em parábolas. Todas as Suas parábolas são verdadeiras a fatos.

7. CRISTO E O LADRÃO PENITENTE NÃO CESSARAM DE EXISTIR QUANDO MORRERAM.

Cristo não estava dependendo do corpo para a vida, porque Ele viveu antes que tivesse um corpo (João 1:1, 2, 14). E, na cruz, Cristo asseverou que Ele e o ladrão estariam naquele dia juntos no paraíso. Espírito inexistente não podiam estar em logar algum, muito menos juntos.

8. OS ESPÍRITOS QUE JÃO VIU DEBAIXO DO ALTAR NÃO TINHAM CESSADO DE EXISTIR (APOC. 6:9).

9. A RESSURREIÇÃO PROVA QUE OS MORTOS AGORA NÃO ESTÃO INEXISTENTES.

Se fosse inexistente, então seria necessário haver uma recriação em vez de uma ressurreição. E isto destruiria totalmente a base de recompensas, porque os que surgissem da sepultura seriam indivíduos diferentes daqueles que trabalham obras aqui neste mundo.

10. O FATO DE OS MORTOS BEM AVENTURADOS NÃO TEREM ATINGIDO O SEU MAIS ALTO ESTADO DE BEATITUDE, E DEVEM AINDA PASSAR PELA RESSURREIÇÃO, NÃO PROVA QUE ELES SEJAM AGORA INEXISTENTES.

"Aquela bem aventurada esperança" (Tito 2:13; 1 João 3:2,3) é a união do espírito com o corpo glorificado. Somente isto trará a satisfação completa da aspiração do crente (Sal. 17:15). Mas Deus escolheu adiar a realização desta esperança até um tempo por vir. E enquanto o estado desencarnado não é o ideal, todavia é melhor do que continuar na carne (Fil. 1:23); e os eu estão neste estado estão presentes com o Senhor (2 Cor. 5:8).

11. O FATO QUE OS ÍMPIOS FALECIDOS AINDA ESTÃO PARA SER JULGADOS E LANÇADOS NO LAGO DE FOGO NÃO PROVA QUE ELES AGORA SEJAM INEXISTENTES.

Aprouve a Deus confirmar os espíritos dos ímpios falecidos em prisão (Isa. 24:22; 1 Ped. 3:19), finalmente trazê-los e destiná-los juntos ao lago de fogo (Apoc. 20:11-15); mas que os ímpios falecidos já estão em tormento cônscio de fogo mostramo-lo previamente (Lucas 16:19-31; Judas 7). A miséria final dos ímpios, como a felicidade dos justos, espera a ressurreição do corpo, em cujo tempo os ímpios serão lançados, tanto corpo como alma, no inferno (Mat. 10:28).

12. O FATO DE A VIDA ETERNA SER RECEBIDA PELA FÉ NÃO PROVA QUE OS QUE A NÃO POSSUEM NÃO TEM EXISTÊNCIA ETERNA.

A vida eterna nas escrituras quer dizer mais do que existência eterna. Está em contraste com morte espiritual (João 5:24; Efe. 2:1; Col. 2:13; 1 João 3:14). A morte espiritual é escravidão íntima num estado de pecado e separação de Deus, no qual alguém está privado de vida espiritual divina, conquanto possua vida do espírito humano. A vida eterna é liberdade e comunhão com Deus . "A morte espiritual faz alguém sujeito à segunda morte, a qual é uma continuação da morte espiritual numa outra existência sem tempo" (E. G. Robinson). E vida eterna é isenção da segunda morte.

13. A REPRESENTAÇÃO DA IMORTALIDADE COMO ALGO A SER ALCANÇADO NÃO PROVA QUE OS QUE NÃO A ALCANÇARAM NÃO TEM EXISTÊNCIA ETERNA

Rom. 2:7 e 1 Cor. 15:53 tem referência ao corpo. O corpo se descreve como sendo mortal, mas o espírito nunca. Revestir-se de imortalidade no sentido da Escritura supra é receber um corpo imortal e, portanto, passar aquele estado no qual não podemos mais ser afetado pela morte. Este se revestir de imortalidade é a junção de um corpo imortal com um espírito imortal.

14. A IMPUTAÇÃO DE IMORTALIDADE SÓ A DEUS (1 TIM. 6:16) NÃO QUER DIZER QUE OUTROS NÃO POSSUEM EXISTENCIA ETERNA.

A passagem acima quer dizer que só Deus é totalmente imortal em todas as partes do Seu Ser e não afetado pela morte, que só Ele possui imortalidade inderivada e independente. Ao passo que o homem é imortal quanto a uma só parte de sua natureza, sua imortalidade, tanto do espírito como do corpo, deriva-se de Deus. O caso de Elias é uma resposta suficiente ao argumento de "dormentes dalma" sobre esta passagem. Elias cessou de existir em qualquer tempo? Se não, ele tinha existência imortal.

15. OS ENUNCIADOS DE JESUS EM JOÃO 3:13 E 13:33 NÃO ENSINAM QUE OS JUSTOS FALECIDOS SÃO INEXISTÊNTES.

A escritura deve ser interpretada à luz da Escritura. Portanto, a primeira passagem supra não pode ser tomada com absoluta literalidade. Porque em 2 Reis 2:2,11 assevera-se duas vezes que Elias foi recebido no céu. O sentido da afirmação de Cristo aqui, então, não pode ser mais do que ter Jesus só ascendido ao céu e voltado para revelar os mistérios a Ele comunicados lá. A segunda passagem é explicada pelo verso 36. Cristo quis dizer, meramente, que, entrementes, aqueles a quem Ele estava falando não podiam seguir; não que eles nunca O seguiriam, porque nesse caso eles nunca podiam ir ao céu.

16. O ENUNCIADO DE PEDRO EM ATOS 2:34 NÃO QUER DIZER QUE DAVI ERA INEXISTÊNTE.

Este enunciado sobre Davi está elucidado pelo de Cristo a Maria Madalena a respeito de Si mesmo (João 20:17). Cristo disse: "Ainda não subi a meu Pai". Mas o espírito de Cristo ascendera ao Pai (Lucas 23:43,46; Apoc. 2:7; 22:1,2). O significado então do enunciado de Pedro a respeito de Davi e o Cristo sobre Si mesmo é que eles não tinham ascendido em corpo.

17. AS ESCRITURAS DO VELHO TESTAMENTO NÃO PROVAM A INEXISTÊNCIA DOS MORTOS.

A Escritura deve ser explicado pela Escritura. As revelações incompletas e indistintas do Velho Testamento devem ser explicadas pelas revelações mais amplas e mais claras do Novo Testamento. E à luz destas últimas algumas afirmações no Velho Testamento concernentes ao estado dos mortos podem ser tomadas somente como a linguagem de aparência. Escritores do Velho Testamento, não tendo uma revelação clara concernente ao estado dos mortos, muitas vezes falaram dos mortos do ponto de vista desta vida. É neste sentido que devemos entender passagens tais como Jó 3:11-19; 7:21,22; Sal. 6:5; 88:11,12; 115:17; Ecles. 3:19,20; 9:10; Isa. 38:18.

II. OS JUSTOS FALECIDOS ESTÃO COM O SENHOR

Já aludimos ao estado tanto dos justos como dos ímpios falecidos. Mas, por causa da clareza, restabelecemos o ensino da Escritura sobre este assunto.

Os justos falecidos estão com o Senhor. Isto está provado pelas seguintes passagens:

"Enquanto estamos no corpo ausente do Senhor... porém temos confiança e desejamos muito deixar este corpo e habitar com o Senhor" (2 Cor. 5:6-8). Assim, para os justos, estar ausente do corpo, isto é, estar naquele estado ocasionado pela morte é estar na presença do Senhor.

"Estou apertado entre os dois, desejando partir e estar com Cristo" (Fil. 1:23). Paulo não podia decidir se ele preferia permanecer na carne, isto é, continuar a viver aqui na terra, ou morrer para estar com Cristo. Assim, para os justos, uma partida desta vida é uma entrada à presença de Cristo.

O ladrão arrependido moribundo ouviu de Jesus: "Hoje estarás comigo no paraíso". O paraíso é o terceiro céu dos judeus, o logar do trono de Deus (2 Cor. 12:2,4). Mais prova disto encontra-se no fato de a árvore da vida estar no paraíso (Apoc. 2:7), e perto do trono de Deus (Apoc. 22:1,2).

Pode ser, como crêem alguns, que, até a morte de Cristo, os justos não foram à presença de Deus senão a um logar intermediário de felicidade. Conquanto isso possa ser, as passagens supra mostram que os justos agora vão imediatamente à presença do Senhor através da morte.

III. OS FALECIDOS ÍMPIOS ESTÃO EM TORMENTO CÔNSCIO E ARDENTE

Está isto mostrado na história do rico e Lázaro (Lucas 16:19-31). Respondem alguns que isto é somente uma parábola. Mas não há, sequer, um indício que o seja. E o fato se estar nomeado o nome de uma pessoa envolvida é incoerente com todas as outras parábolas. Mas suponde que é uma parábola, Cristo torceu fatos nas Suas parábolas? Que propósito podia Ele ter tido em assim fazer? Uma caricatura de fatos na passagem em foco não ensina um erro? Os que buscam fugir a isto com fundamento que é uma parábola mostram o desespero de sua teoria com uma semelhante miserável escapatória.

Este fato também está patente, como já o frisamos, nas palavras de Judas no verso 7 de sua epístola a respeito dos habitantes de Sodoma e Gomorra. Ele os descreve como "sofrendo (tempo presente) a vingança do fogo eterno".

O lugar onde os ímpios estão confinados é chamado uma prisão (1 Ped. 3:19). São criminosos condenados esperando na prisão até ao tempo de serem colocados na eterna penitenciária de Deus, o lago de fogo (Apoc. 20:15). Isto é para ter logar no juízo do grande trono branco, tempo em que tanto o corpo como as almas dos ímpios serão lançados no fogo (Mat. 10:28).

IV. NENHUMA PROVAÇÃO DEPOIS DA MORTE

A noção que há provação depois da morte toma duas formas. Contém-se a primeira em:

1. O ENSINO CATÓLICO SOBRE O PURGATÓRIO.

"A Igreja Católica ensina a existência do Purgatório, onde aqueles que morrem com leves pecados nas suas almas, ou que não satisfazem a punição temporal devida aos seus pecados estão detidos até que se purifiquem suficientemente para entrar no céu" (O que a Bíblia protestante ensina sobre a Igreja Católica, Patterson).

As passagens dadas para substanciarem este ensino são: Mat. 5:26; 12:32; 1 Cor. 3:13-15; Apoc. 21:27; 1 Ped. 3:19.

Antes de abreviadamente cometer estas passagens, oportuno é observar a justificação e salvação totalmente de graça por meio da fé em Cristo. Vimos que Deus não cobra pecados ao crente (Rom. 4:8; 8:33). O crente foi eternamente quitado de todo pecado. Mais ainda, Heb. 9:27 implica claramente que não é possível nenhuma mudança entre a morte e o juízo. Estas passagens, para não mencionar muitas outras, mostram que o Purgatório é uma invenção humana.

Quanto às passagens empregadas para substanciarem a doutrina do Purgatório: Mat. 5:26 é para ser manifestamente considerada como se referindo à prisão romana. Mat. 12:32 faz simplesmente "uma declaração forte e expandida" que a blasfêmia contra o Espírito Santo não será jamais perdoada. Achar aqui a insinuação em que alguns pecados possam ser perdoados no porvir é fundar uma doutrina de longo alcance sobre uma inferência incerta. Semelhante doutrina, se verdadeira, acharia certamente afirmação mais clara do que a que esta passagem proporciona. Em 1 Cor. 3:13-15 temos apenas uma forte alusão ao teste das obras humanas nos dias de Cristo. Não há aqui nenhuma purificação ou purgamento, como os católicos supõem ocorrer no Purgatório, mas somente um desejo de obras inaceitáveis. Apoc. 21:27 declara somente que os ímpios não podem entrar em a Nova Jerusalém. O espírito e o corpo glorificado do crente não tem pecado. O espírito se purifica de todo pecado na regeneração. A última passagem (1 Ped. 3:19) será estudada no próximo título.

A segunda forma desta noção de provação depois da morte jaz principalmente em:

2. A CRENÇA QUE CRISTO PREGOU AOS ÍMPIOS FALECIDOS.

Baseia-se a crença em 1 Ped. 3:19,20. Esta forma da noção de provação depois da morte é diferente do ensino católico do purgatório, em que ela inclui somente incrédulos, ao passo que o ensino católico inclui somente crentes, como tendo provação. Segundo esta forma da doutrina de provação depois da morte, os incrédulos terão a oportunidade de se arrependerem e serem salvos depois da morte. Isto está discutido em extenso em What Happens After Death!(O Que Acontece Depois da Morte!) por William Striker, publicado pela Sociedade de Tratados Americana.

Deve ser admitido que as traduções comuns de 1 Ped. 3:19,20, emprestam encorajamento a esta crença; mas, mesmo nisso, estranho é que Jesus tivesse pregado somente aos que foram desobedientes durante os dias de Noé, ou que, se a todos foi pregado, apenas oito almas fossem mencionadas.

E não pode insistir-se sobre o verbo "foi" como indicando que Jesus veio em contato pessoal com os espíritos em prisão. "Grande peso se tem dado a esta palavra em sustento da idéia que Cristo foi em prisão a prisão dos perdidos; mas a palavra não implica necessariamente locomoção pessoal" (N. M. Williams, Comment. In loco). Acham-se em Gen. 11:5-7 e Efe. 2:17 casos de uma palavra igual em que não se indica locomoção pessoal.

Mas, ainda mais, não é em absoluto necessário traduzir o verso 20 como nas traduções comuns. A idéia de desobediência nesta passagem expressa-se em grego por um particípio aoristo sem o artigo, apiethesasi; e, enquanto é verdade que o particípio sem o artigo pode ser traduzido atributivamente, isto é, como livremente equivalente a uma clausula relativa, contudo, isto é a exceção mais que a regra. A regra é que o particípio sem o artigo é empregado predicativamente, exigindo uma clausula temporal para a sua tradução. Segundo a regra, então, a primeira clausula do v. 20 devera ser traduzida "quando primeiramente foram desobedientes", indicando que a pregação ocorreu (pelo espírito de Cristo operando por Noé) no tempo da desobediência e não dois mil anos depois.

Pode ser perguntado porque a versão do Rei Tiago, a Revista e as versões da União Bíblia, todas traduzem esta construção com uma clausula relativa. Respondemos que isto, evidentemente, é por causa da influência da Vulgata e a parcialidade teológica da cristandade que tem favorecido a noção de provação depois da morte. Mas o Novo Testamento está em toda parte oposto à idéia de provação depois da morte, sem a qual esta suposta pregação aos ímpios falecidos foi inútil. Tal probação não é precisa para vindicar a justiça de Deus, porque mesmo os pagãos sem o evangelho estão "sem desculpa" (Rom. 1:20).

1 Pedro 4:6 , que é outra passagem empregada para ensinar a provação depois da morte, significa que o Evangelho foi pregado aos mortos enquanto estiveram vivos.


Autor: Thomas Paul Simmons, D.Th.
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br