17 de set. de 2010
PEDRAS QUE FALAM
Em Jerusalém as pedras falam...
Cada período do tempo deixou sua marca nas pedras usadas para reconstruir a cidade, e na arquitetura típica de cada geração de construtores. Durante séculos pedreiros trabalharam as pedreiras dos morros da Judéia, usando calcário rosa e branco locais, que caracterizavam Jerusalém. Nos tempos modernos o uso desta pedra rosada tem se tornado mais do que um costume. Todas as construções em Jerusalém devem, por lei, ser feitas com essa pedra. Os visitantes rapidamente aprendem a identificar os locais históricos de Jerusalém, por seu revestimento singular. Aqui está um guia rápido para ajuda-lo a "juntar Jerusalém".
No começo: ABRAÃO
Abraão, não tendo filho algum, adotou Ló, seu sobrinho, filho de seu irmão Harã. Em obediência aos mandamentos de Deus, partiu da Caldéia, aos 75 anos, viajando de sua terra natal, Ur (Mesopotânia), em direção à terra que Deus lhe prometera - Canaã (Gn 12:1-9). Deixou sua parentela. Segundo Flavius Josephus, Abraão era um homem de grande sagacidade, tanto para entender todas as coisas como para convencer seus ouvintes, nunca se equivocando em suas opiniões. Por esta razão determinou renovar e mudar a opinião dos homens na sua terra, a respeito de Deus. Foi o primeiro a divulgar publicamente sua opinião sobre a existência de um só Deus, Criador do universo, e a ineficácia dos demais deuses, que em nada contribuíam para a felicidade dos homens. Em conseqüência de sua doutrina a respeito de um único Deus, os caldeus e outras pessoas da Mesopotânia provocaram um grande tumulto contra ele. Hostilizado por todos, recebeu a ordem de Deus de deixar toda sua parentela e seguir para a terra por Ele prometida, e a promessa de que abençoaria os que o abençoassem e amaldiçoaria os que o amaldiçoassem (Gn 12:3). Chegando a Canaã Abraão edificou um altar ao Deus que lhe aparecera (Gn 12:7). Vários historiadores falaram sobre ele. Berosus disse sobre Abraão:
"Na décima geração depois do dilúvio, havia entre os caldeus um homem justo e de grande habilidade na ciência espiritual". Jerusalém é mencionada pela primeira vez nas peregrinações de Abraão pela Terra Prometida. Lá ele encontra Melquisedeque, o rei justo que governava Ir Shalem (o nome de Jerusalém, em hebraico). Mais tarde, Deus ordena a Abraão que retorne com seu filho Isaque, afim de o oferecer em sacrifício (Akedah). Apesar de Isaque ter sido salvo da morte, o local adquiriu uma certa reverencia, e foi chamado de Even He Shetiyah (A Pedra Angular do Mundo). Este lugar santo no Monte Moriá seria mais tarde o local do Templo. Centenas de anos mais tarde Josué conduziu nas doze tribos de Israel à Terra Prometida (Eretz Israel - A Terra de Israel), ou Canaã como era comumente conhecida. Os relatos da conquista de Canaã descrevem muitas batalhas com a população local (cananeus) e encontros com vários reis na região. Um governador especificamente mencionado foi o Rei de Jerusalém, apesar de sua cidade não haver sido capturada.
Jerusalém - do Hebraico, Habitação de Paz, tem 70 nomes.
Desde o tempo de Abraão o povo judeu tem expressado amor pela Cidade Santa com nomes carinhosos e expressões poéticas. Aqui estão alguns destes nomes: Moriá (Gn 22.2) - Jebus (Jz 19.10) - Sião (II Sm 5.7) - Lareira de Deus (Is 30.14) - Ariel ou Leão de Deus (Is 29.1) - Cidade de Justiça (Is 1.26) - Neve Tsedik, ou Casa Nova (Jr 31.22) - Klilat Yofi, Modelo de Perfeição (Lm 2.15) - Cidade do Grande Rei (Mt 5.35) - Cidade de Davi (Lc 2.11) - Yerushalaim Shel Zehav , ou Jerusalém de Ouro (Ap 2.118).
Dentro de Jerusalém encontra-se o Monte Moriá, onde estava o Templo Sagrado, o santuário do povo de Israel. No cume está a Pedra da Fundação (Even Há Shetiyah), a base do mundo inteiro e seu centro. Os sábios de Israel registraram: "E foi chamada de Pedra da Fundação porque o mundo foi fundado nela..." Principal cidade da Palestina, a cidade dos judeus, dos cristãos e dos maometanos (muçulmanos). Centro espiritual do mundo, é a cidade de maior influência sobre a esperança e o destino do gênero humano. Cidade escolhida pelo único e verdadeiro Deus, para ser o centro dos seus cultos, leis e revelações.
DAVI
Duzentos anos depois da conquista, o grupo fragilizado das tribos de Israel se uniu para se tornar uma monarquia. Davi sucedeu Saul como segundo rei. Ele era conhecido por sua externa coragem nas batalha, sua ousadia política e habilidade artísticas.
O primeiro ato de Davi, após ter se tornado rei de Judá, foi haver enviado mensageiros para abençoar os homens de Jabes-Gileade, por terem enterrado Saul (2º Sm 2:4-7). Davi mostrou aqui que os verdadeiros homens de Deus amam seus inimigos, ora pelos que os perseguem e até mesmo procuram matá-los, como foi o caso de Saul. Davi mostrou amor a Saul durante todos os anos de sua vida, e até na morte.
Contudo Davi ainda não se tornara rei de Israel, visto que Abner, tio de Saul, comandante do exército de Israel, fez do filho mais novo de Saul, Is-Bosete, o único parente de Saul vivo, rei de Israel. Isso impediu e atrasou por sete anos e seis meses a vontade de Deus se cumprisse, e Davi se tornasse rei de Israel.
Davi não contestou a atitude de Abner, nem provocou situação alguma para vir a ser rei de Israel. Simplesmente esperou e confiou nas promessas de Deus, que nunca falham.
Davi escolheu Hebrom para ser a sede de seu governo, enquanto Abner reinava em Judá.
Abner foi morto, e Davi foi então nomeado rei de Israel por todos os principais homens de todas as tribos. Veio uma multidão a Hebrom, com uma grande quantidade de trigo, vinho e toda a sorte de alimento, regozijando-se e festejaram por três dias em Hebrom.
Na época de Davi (1000 AC), Jerusalém era governada pelos jebusitas. Quando Davi expulsou os jebusitas da cidade, reconstruiu Jerusalém e a chamou de "Cidade de Davi", lá permanecendo todo o tempo do seu reinado.
Em 2º Samuel encontra-se uma descrição do cidade, bem como as razões que levaram a Davi a escolhe-la como capital do seu reino unido de Israel. Certamente os vales de Kidrom (Cedro) e Há Gal, que proviam muros de segurança e o constante abastecimento de água em Gichon (Gion), eram duas fortes razões para mudar a capital de Hebrom, a primeira cidade de Davi. Contudo havia um terceiro motivo, político. Jerusalém, na fronteira norte da tribo de Judá, era uma área neutra não ocupada por nenhuma das doze tribos. Esta era a escolha perfeita, e não era motivo de briga nem de competição entre o povo de Israel.
Apesar de desejar construir um santuário no monte Moriá, Davi era inabilitado para tal tarefa, pois era um guerreiro "com muito sangue nas mãos". Mesmo assim ele comprou a terra para o templo, em Aruná, que fora o local de provisão no caso do sacrifício de Isaque. E entregou a tarefa da construção do templo a seu filho Salomão.
O período dos Templos - Salomão
Salomão, tendo edificado seu reinado, puniu seus inimigos - conforme orientação de seu pai - e reconstruiu os muros de Jerusalém, mais largos e fortes, com altas torres. No quarto ano de seu reinado (961 a C), Salomão se entregou à tarefa de construir a casa do Senhor no Monte Moriá. I Reis e II Crônicas descrevem a magnificência desta construção, que era de bronze, cobre e cedro do Líbano, este último sendo mandado pelo rei Hiram de Tiro. Com o término do Templo, as doze tribos passaram a ter um centro político, religioso e cultural em Jerusalém. Agora no Templo eram feitos os sacrifícios, eram também celebradas as festas e dali era anunciada a Palavra do Senhor pelos sacerdotes. Salomão era pacífico, em todos os problemas públicos agia com justiça, observando em tudo a lei de Moisés. Dedicava-se a cada obrigação como um ancião, e não como jovem que era.
Era visível a sabedoria que Deus lhe concedera para governar o povo, após o sacrifício que oferecera a Deus em Hebrom, no altar de bronze construído por Moisés. Durante esse período de tranqüilidade, as pessoas vinham em romaria à cidade, nos feriados de Succot (Tabernáculos), Pesach (Páscoa) e Shavuot (Pentecostes), para trazer suas ofertas ao Templo. Salomão viveu 94 anos e reinou por quarenta anos. Foi enterrado em Jerusalém. Sobrepujou a todos os reis em sabedoria, riqueza, felicidade. Entretanto, com o avançar da idade deixou de observar as leis do Senhor, o que trouxe grande prejuízo a todo o povo. Após a morte de Salomão (922 a C), o reino passou por um dramático período de mudanças. Brigas políticas internas dividiram-no em dois: Israel ao norte, e Judá ao sul, com sua capital em Jerusalém. Salomão casou-se com 700 mulheres, e manteve 300 concubinas, algumas não judias. A maioria dos casamentos eram arranjos políticos com as nações não judias, ao redor de Eretz Israel. A divisão do reinado de Salomão fora um castigo de Deus pelos casamentos entre diferentes raças e religiões.
1950 A.C
Peregrinações de Abraão
1250
A.C Moisés / Êxodo
1200 A.C
Conquista de Israel
1000 A.C
Saul / Davi
Reino Unido Após o reinado de vários reis, tanto em Judá como em Israel, lemos nos livros de Reis e Crônicas: da descendência de Davi reinaram 21 reis durante 514 anos, seis meses e 10 dias. Exceto Saul, que foi o primeiro rei e que governou por 20 anos. No quarto ano do reinado de Jeoaquim (II Cr 36.5), Nabucodonosor se tornou rei da Babilônia, e com grande exército foi contra Neco, rei do Egito, que dominava toda a Síria. O rei da Babilônia passou o Eufrates, e tomou toda a Síria, e Pelúsia, exceto Judá. O profeta Jeremias inutilmente avisava todo o povo, a cada dia, que não alimentassem esperanças em relação ao Egito. Contudo as profecias foram desprezadas, e Nabucodonosor acabou levando cativos os principais homens e mulheres de Israel, três mil ao todo, até mesmo o profeta Ezequiel, que ainda era bem jovem. Levou também com ele todos os utensílios da casa do Senhor.
br> Com a conquista do reino de Israel, as dez tribos que habitavam na área ficaram em cativeiro. Com base neste evento datamos "As dez tribos perdidas de Israel". Há muita especulação quanto ao destino destes presos. Alguns estudiosos acreditam que esses judeus terminaram em lugares distantes e exóticos, como o Afeganistão, Paquistão e a Etiópia, baseando tais conclusões em evidências de vestígios da lei e costumes judaicos em certas tribos. Israel foi conquistado pelos assírios, mas não Judá, o reino do sul, então liderado pelo rei Ezequias.
Jerusalém havia se estendido pelo vale de Gei ao monte oeste, no Monte Sião. Esta expansão urbana levou Ezequias a construir uma nova muralha de defesa em torno da área (hoje conhecido como o lado judeu da cidade antiga de Jerusalém) e a simultaneamente cavar um túnel para trazer águas mais para dentro de Gichon e atingir a parte nova da cidade. Pode-se ver hoje um segmento do muro de Ezequias no lado judeu de Jerusalém, e caminhar pelo túnel de Ezequias - 2.500 anos depois! Nos livros de Reis e Crônicas, na Bíblia, aprendemos que os esforços de Ezequias foram bem-sucedidos. Os assírios jamais capturaram Jerusalém. A cidade continuou como a capital da Judéia até a invasão dos babilônicos.
O Túnel de ezequias
Conhecido como o "Rei Virtuoso", Ezequias sucedeu a Acaz na idade de 25 anos e reinou durante 29 anos. Fortalecido pelas vitórias sobre os filisteus (II Reis 18.8), ele se preparou para sacudir o odioso jugo da Assíria. Sua preparação consistia, em parte, no aperfeiçoamento das fortalezas de Jerusalém, e em levar abundância de água por baixo da terra (II Rs 20.20; II Cr 32.5).
Dados do "Túnel de Ezequias"
533 m./ 1749 pés sob a terra.
320 m./ 1056 pés de superfície.
Altura: 1.1-3-4 m (3.6 pés - 11.22 pés).
Largura: 0.58-0.65 m de largura (1 ¾ -2 pés). Profundidade: 52 m/ 170 pés do topo do morro. Gradiente: 7 pés.
Tempo de construção: 7-9 meses.
Dois times de trabalhadores braçais, trabalhando simultaneamente, um começando no norte, no vale Kidron, e um no sul, em HaGai.
"Junto aos rios de Babilônia nos assentamos e choramos, lembrando-nos de Sião. Nos salgueiros, que há no meio dela, penduramos as nossas harpas. Porquanto aqueles que nos levaram cativos , nos pediam uma canção; e os que nos destruíam, que os alegrássemos dizendo: cantai-nos um dos cânticos de Sião. Mas como entoaremos o cântico do Senhor em terra estranha? Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha desta de sua destreza. Apegue-se a língua ao paladar, se me não lembrar de ti, se não preferir Jerusalém à minha maior alegria" Sl 137.1-6.
Durante esse período o povo judeu se tornou displicente para com suas leis. Tornaram-se corruptos e descuidados com respeito à justiça social, ao amor e à prática dos rituais. O profeta Jeremias os preveniu seriamente sobre a catástrofe que estava por acontecer, caso não melhorassem. Nabucodonosor enviou o general do seu exército e ordenou que se queimassem todos os pilares do Templo de Salomão, e todo o palácio real; que a cidade de Jerusalém fosse transformada em poeira; e todo o povo fosse levado cativo para a Babilônia. O templo de Salomão foi queimado quatrocentos e setenta anos após a sua construção. Isso aconteceu 1062 anos depois da saída do povo do Egito, com Moisés. Nabucodonosor reinou 43 anos e seu império foi um dos maiores do mundo. Jeremias profetizou não apenas o retorno dos judeus do cativeiro de Babilônia, e isso debaixo dos medos e persas, como também a reconstrução do Templo e da cidade de Jerusalém, inclusive.
"Assim diz o Senhor: uma voz se ouviu em Ramá, lamentação, choro amargo: Raquel chora seus filhos, sem admitir consolação por eles, porque já não existem. Assim diz o Senhor: reprime a tua voz de choro, e as lágrimas de teus olhos: porque há galardão para o teu trabalho, diz o Senhor, pois eles voltarão da terra do inimigo. E há esperanças no derradeiro fim para os teus descendentes, diz o Senhor, porque teus filhos voltarão para os teus termos" Jr 31.15-17.
O retorno
Novamente a direção da história judia foi alterada pelas marés das conquistas mundiais. A Babilônia fora dominada pela força dos persas, sob Ciro, o Grande, cuja política oficial com relação às nações que haviam sido conquistadas era totalmente diferente da de Nabucodonosor. No primeiro ano do reinado de Ciro, setenta anos depois dos judeus haverem sido removidos para Babilônia, Ciro anunciou que os povos que haviam sido capturados poderiam deixar Babilônia e retornar à sua terra de origem. Nessa época, no entanto, muitos judeus babilônios haviam prosperado, e assimilado a cultura e a civilização de seus anfitriões. Aprenderam a linguagem local (aramaico), freqüentavam sinagogas, envolveram-se nos negócios, na cultura e na política. Apesar de Jerusalém ser muito sagrada, e da grande oportunidade oferecida por Ciro, o Grande, a maioria dos judeus preferiu permanecer na Babilônia.
A essa altura, Esdras e Neemias foram usados por Deus para levar o povo de volta a Jerusalém. Esdras era um excelente mestre da Torá; levou grandes grupos de judeus a Jerusalém e Judá e fundou escolas onda a Torá era ensinada. Neemias proveu o tino comercial necessário para orquestrar a construção complexa do Segundo Templo. Estes dois líderes deixaram registros fascinantes de seus trabalhos nos livros da Bíblia que levam seus nomes. O segundo Templo, construído anos antes, foi dedicado numa cerimônia gloriosa dirigida por Esdras e Neemias, e assim o culto foi restabelecido no Monte Moriá. Os muros de Jerusalém foram reconstruídos e a cidade reconquistou seu lugar como capital judia.
"Então lhes disse: Bem vedes vós a miséria em que estamos, que Jerusalém está assolada, e que suas portas tem sido queimadas a fogo: vinde pois e reedifiquemos o muro de Jerusalém, e não estejamos mais em opróbrio" Ne 2.17.
Helenização
Helenização é a palavra usada para descrever a assimilação da cultura dos países pela cultura grega. Alexandre, o Grande, após ter vencido Dario, se tornou amigo dos judeus; considerou a profecia de Daniel, que afirmava que um dos gregos destruiria o império persa, e este seria ele. Deixou seus exércitos nas vizinhanças de Jerusalém. Alexandre conquistou não só o reino persa, mas todos os territórios que faziam parte do Império Persa. Incluía Mesopotâmia e Egito, Samaria e Judá. Por onde estendesse suas conquistas, ele pretendia que fossem centros de civilizações gregas. Eram estabelecidas por gregos, administradas por gregos e defendidas por gregos. A cidade egípcia se tornou a do seu próprio nome, "Alexandria". Era talvez a maior delas no seu Império. A cultura que compartilhavam era helenista, Hellas, o nome grego para sua terra natal. Depois que Alexandre o Grande conquistou o Império Persa, o impacto da cultura grega se espalhou pelas províncias. Judá não foi poupada.
Duzentos anos de cultura grega deixaram forte impressão na vida judia em Jerusalém. Muita gente pobre e rica foi afetada pelas idéias e práticas gregas, e quando os sacerdotes que trabalhavam no Templo se helenizaram também, a situação ficou perfeita para a revolta daqueles que não aceitaram essa mudança cultural. Foi tamanha a influência grega sobre o povo judeu, que o Novo Testamento foi escrito em grego. Alguns historiadores consideram este fato importante para a divulgação do evangelho, já que facilitou o crescimento posterior da Igreja Primitiva, pois todos falavam grego. O rei Antiochus Epiphanes, procurando exercer seu poder sobre a vida cultural e civil, decretou o fim do estudo e da obediência da Torá.
Judá Macabeu, que escreveu o livro dos Macabeus, liderou a revolta que permitiu à população judia voltar à vida segundo suas tradições. O período de influência helenista na Palestina, que começou com Alexandre, o Grande, 332 a C., mostra que apesar da revolta de muitos ultra-ortodoxos contra esta absorção de cultura do povo judeu, principalmente escrita no livro de Macabeus, teve um saldo positivo, até mesmo na divulgação da Palavra de Deus. Mesmo na época de Jesus o helenismo era uma força na Palestina, e o foi por três séculos. A importância das idéias gregas, costumes, métodos de administração, a grande expansão de construção de casas no estilo helenista, tudo isso afetou a vida dos habitantes ricos da Palestina, a aristocracia da capital de Judá, e Jerusalém. Judeus falavam grego, e termos gregos entraram no seu vocabulário diário. Havia em Judá muitas colônias gregas, e muitos gregos se converteram ao judaísmo.
A Menorah de sete ramificações (conhecido como candelabro) ocupava uma posição central no Templo. Após a revolta, os macabeus rededicaram o templo e reacenderam a Menorah, fato esse que não acontecia desde há muito, pois fora extinto durante o culto pagão. A pequena jarra de óleo puro que encontraram, suficiente para um único dia, queimou durante sete dias. Para comemorar esse milagre a Menorah usada em Chanukah tem oito ramificações. Os líderes hasmoneanos que seguiam a Judá e sua família desenvolveram e refortificaram a Jerusalém.
Durante esses anos os cargos do rei e do sumo sacerdote foram consolidados numa única função da monarquia reinante.Com o passar do tempo a visão macabeana de um país independente se esvaiu, em face do tumulto político existente. Roma, que era o poder em crescimento no Mediterrâneo, conquistou a Grécia e logo depois Jerusalém, no ano 63 a C., acabando com a independência política. Os hasmoneanos continuaram a reinar, sob a proteção de Roma, até 37 a C. A Menorah é o símbolo do estado moderno de Israel. Durante o Segundo período do Templo, os muros da cidade de Jerusalém se expandiram até sua máxima circunferência conhecida na história, na era de Esdras e Macabeu, Judá Macabeu e Herodes o Grande. Era o tempo de reconstruir o Templo, a cidadela perto da Porta de Jafa, e um calidoscópio de outras estruturas, semelhantes às que uma pessoa encontraria em qualquer cidade greco-romana contemporânea. Jerusalém assumira a aparência de uma grande cidade helenística, embora com alma judia.
HERODES
Herodes, nomeado pelos romanos, foi Procurador da Judéia de 37 a C. a 4 d C. Tinha a fama duvidosa de ter sido o líder menos popular da história judia. Diz-se que era judeu por religião. Sua família veio da Iduméia, região no sul de Judá. Tinha geralmente o cuidado de não ofender as leis judaicas, como por exemplo: pelo fato de não permitir que suas moedas apresentassem efígie romana, e não ser permitido colocar nos prédios em Jerusalém símbolo algum da ocupação Romana. Reconstruiu o Templo - no estilo helenista, evidentemente - mas tão somente os sacerdotes judeus tinham a permissão para tomar parte na sua reconstrução.141 A C Dinastia
"E acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do Senhor no cume dos montes e se exalçará por cima dos outeiros: e concorrerão a ele todas as nações. E virão muitos povos e dirão: vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine o que concerne aos seus caminhos, e andemos nas usas veredas; porque de Sião sairá a lei e a palavra do Senhor de Jerusalém. E ele exercerá o seu juízo sobre as gentes, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças em foices: não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerrear" Is 2.2-4 4 A C
Como o segundo templo foi reconstruido
O Templo foi bem maior que o anterior, o que a princípio não agradou aos judeus. Contudo Herodes os convenceu de que seria bem mais bonito. No seu lado oeste havia quatro portões: o primeiro levava ao Palácio real por uma passagem pelo vale intermediário; o segundo e o terceiro conduziam aos subúrbios da cidade; o último ia dar em outra cidade.
Iniciador: Herodes
Arquitetos: artesãos romanos
Mão-de-obra: população local - 10.000 homens.
Tempo de construção: aproximadamente 10 anos.
Apoio: 1.000 vagões.
Renovação do próprio Templo: 18 meses.
Mão-de-obra para o mesmo Templo: sacerdotes.
O Monte do Templo: 40 acres.
Altura: canto sudeste 48 m do leito da rocha (158 pés).
Muro oeste: 485 m (1.600 pés).
Muro Norte: 313 m (1.033 pés).
Muro sul: 280 m (924 pés).
Muro leste: 470 m (1.550 pés).
Pedras: Calcário local talhados no norte da cidade. Acabamento com estrutura e centro liso "saliente".
Altura: 1.3 m - 1.85 m de altura (3.3-6 pés).
Comprimento médio: 1m - 10m (3 pés - 30 pés).
Peso médio: 1-40 toneladas.
Maior pedra: 12.5 m de comprimento (41 pés), 5 m de grossura, 400 toneladas.
Dominação Romana
Existe pouca informação quanto a Jerusalém durante os primeiros anos da ocupação romana, exceto o fato de os judeus terem, ocasionalmente, permissão para orar entre os escombros do Monte do Templo. No ano de 132 d C., o imperador Adriano anunciou seus planos para a reconstrução da cidade, mudando seu nome para Aelia Capitolina. A comunidade judia, sob a liderança de Bar Kochba e Rabi Akiva, deu início à malfadada revolta judia contra Roma. Após um período de conflito, Bar Kochba e seus seguidores foram derrotados e Adriano retornou a seu plano de construir a nova cidade romana. A rua principal, Cardo, com barracas de mercado, começava no Portão Damascus, indo até a estrada leste-oeste, chamada Decamanus. O fórum e a quadra abrigavam divindades romanas. A população judia, proibida até mesmo de visitar o interior dos muros de Jerusalém, estabeleceu novas fortalezas em Yavneh e na Galiléia. Os romanos tentaram apagar a rebelde nação judia do mapa. Mudaram o nome oficial da região, de Judéia para Palestina, que lembrava as tribos filistéias expulsas fazia muito tempo. É claro que o povo judeu nunca aceitou a tentativa romana de erradicar seu nome do mapa, sempre chamando a região de Eretz Israel. Quando Julius César foi assassinado, em 44 a C., Octavius, de 19 anos, neto da irmã de Julius César, foi rapidamente da Grécia para Roma, a fim de reivindicar sua herança como cabeça do Império Romano.
Depois de algumas batalhas ele passou a reinar, e reinou durante 45 anos. O suicídio de Marco Antonio e Cleópatra, rainha do Egito, deixou Octavius em ótima posição no domínio Romano. Deram-lhe o título de honra de Augustus. Foi nesse período que Jesus nasceu e cresceu numa das províncias romanas, tempo esse que foi como uma era de ouro. Augustus restituiu ao Senado Romano alguma dignidade, da que lhe fora roubada por Julius César. Tentou trazer de volta a antiga religião romana, reconstruindo templos e revivendo rituais antigos. Esforçou-se por soerguer os padrões morais da família. A literatura e a arte floresceram. Ovídio (Ars Amoris), Virgílio e Horácio escreveram sobre essas virtudes levantadas por Augustus. Após sua morte, em 14 d C., seu filho adotivo, Tibério, o sucedeu.
Depois veio Gaio, conhecido como Calígula, em 41 d C., a seguir Cláudio e finalmente Nero. Mesmo após o incêndio que deixou ilesas tão somente quatro regiões da cidade, ele construiu a Domus Aurea, um vasto complexo de edifícios, com cerca de 125 acres. Nero suicidou-se em 68 d C., após uma revolta no seu exército. Foi nesse tempo que os apóstolos Pedro e Paulo atuaram.
"Como se acha solitária aquela cidade, dantes tão populosa! Tornou-se como viúva; a que foi grande entre as nações, e princesa entre as províncias, tornou-se tributária!" Lm 1.1
Período Bizantino
Constantino, filho de Constantinus e Helena, foi promovido a César sob o reinado de Maximiano, em 293 d. C. Posteriormente, Constantino se casou com Fausta, filha de Maximiano, quando veio a dominar toda a metade do Império, na parte noroeste. A parte leste estava sob o controle de Liticinius. Eles se encontraram em Milão e fizeram um acordo político de liberdade de adoração aos cristãos e restauração de todos os bens confiscados. O edito veio a ser conhecido como o "Edito de Milão", de grande importância para os cristãos, pois estabeleceu o cristianismo como religião oficial do império. Por que Constantino deu esse passo?
Alguns afirmam que foi por influência de sua mãe Helena; outros, que foi uma ferramenta política, já que Constantino se mostrava muito forte na época. Seguindo a rebelião de Bar Kochba, a presença dos judeus em Jerusalém dependia da boa vontade dos diferentes conquistadores que estariam no comando. Em 326 d. C. o Cristianismo se tornou a religião oficial do então Santo Império Romano. Muitas igrejas foram construídas. A importância de Jerusalém como centro cristão foi temporariamente interrompida pelo Imperador Juliano, que se voltou para a antiga religião grega. Sua ordem de reconstrução do Templo, em 363 d. C., trouxe esperança aos judeus, mas foi eliminada no ano seguinte, ao ser ele morto numa batalha. Nos anos que se seguiram os muros da cidade foram reconstruídos, e um novo programa de reconstrução foi iniciado.
Uma imagem da cidade é preservada no mapa de Madaba, do século VI. O aspecto que mais chamava a atenção era o Cardo, a rua principal que ligava o Portão de Damasco à área do Portão de Sião. Proeminentemente nessa rota estavam as igrejas do Santo Sepulcro, e a nova igreja, Nea. A área do Monte de Templo permanecia deserta. Os judeus estavam proibidos de visitar este local, tão sagrado. Foi nessa época que surgiu a idéia da Jerusalém Espiritual, para a tão dispersa nação judia. A cidade não poderia ser fisicamente tocada, no entanto judeus pelo mundo afora poderiam sonhar em retornar a Jerusalém e orar diante do Monte do Templo, situado a milhares de milhas.
Desse período em diante, qualquer casamento testemunharia a centralização de Jerusalém, pois a tradição de o noivo quebrar um copo com o pé significava lembrar a destruição do Templo. A cada Páscoa os judeus culminariam o Cedro tendo esperança para o próximo ano em Jerusalém! Três vezes por dia os judeus olhavam em direção ao leste, quando oravam, voltando o rosto para a terra de Israel, a terra espiritual judia. Quer estivessem em Portugal, no Paquistão, na Pensilvânia, África do Sul, ou Dakota do Sul, oravam por chuva ou tempo seco, de acordo com as necessidades climáticas de Israel. E suplicavam, ansiando pela volta à independência judia em sua terra natal: "Que possamos ver o misericordioso retorno a Sião!"
Conquista Muçulmana
Logo após a conquista muçulmana, em 638 d. C., o califa Omar veio a Jerusalém e imediatamente iniciou a renovação da cidade, começando com o entulho que sujava o Monte do Templo. De acordo com a tradição local, Omar atirou sua bolsa cheia de moedas de ouro nos escombros que cobriam o Monte Moriá. Os pobres e necessitados cuidavam de limpar o lugar, tendo as moedas como recompensa. Omar rededicou a área como um local de adoração muçulmana. Seu filho Abdel-Malik venerou a memória do pai num memorial construído sobre a rocha da lenda (a pedra da fundação, o local onde Isaque fora oferecido como sacrifício, o ponto onde o Templo tinha permanecido), o Domo da Rocha em 691 d.C.
Continuando a dinastia, El-Walid construiu a mesquita de Al-Aksa, em 701 d.C., que se tornou o terceiro santuário mais sagrado do Islã. Os muçulmanos chamavam a plataforma do Templo inteiro por um novo nome, Haram el-Shariff (santuário nobre). Esses muçulmanos fizeram muita coisa para melhorar a cidade de Jerusalém: seus muros foram reparados, e a vida em geral retornou à normalidade. A comunidade judia cada vez mais voltou a morar na cidade, construiu sinagogas e centros de estudo.
Quando o califa Omar visitou Jerusalém, logo após a conquista perguntou aos judeus: Em que parte da cidade vocês gostariam de morar? Eles responderam: Na parte sul. Era o mercado dos judeus. Sua intenção era estar perto do Templo e seus portões, bem como das águas do Siloam, para seus banhos rituais. O emir dos fiéis lhes concedeu isso.
"A comunidade judia uma vez mais floresceu, e os judeus estavam entre aqueles que guardavam os muros de pedra. Em troca eles foram empregados para limpar a área de Haram, de lixo. Existe também evidência de que outros judeus fizeram o vidro e os pavios para as lamparinas, e que essas eram as ocupações tradicionais dos judeus do século VIII em diante" (Mujir al-Din, História de Jerusalém e Hebrom).
Reino latino de Jerusalém
Respondendo ao chamado do Papa para libertar a Terra Santa das mãos dos infiéis, os cruzados sitiaram Jerusalém durante um mês, no verão de 1099. Guiados pelos cavalheiros franceses e alemães, tomaram a cidade pelo Norte. Os muçulmanos e os judeus eram considerados pagãos pelos cruzados cristãos, e eram mortos, caso - na hora - não se tornassem cristãos. Os cruzados restabeleceram Jerusalém como cidade cristã. Mapas desse período retratam-na como centro do mundo. No entanto, nem todos eles estavam entusiasmados com o idealismo da sua missão. Muitos eram desajustados e criminosos, que seguiam os cavaleiros levados pela esperança de ganhar fama, fortuna e aventura. Muitas igrejas e mosteiros foram construídos nos locais que de alguma forma estavam conectados com a vida de Jesus e de seus discípulos. No final do reino dos cruzados em Jerusalém, bairros foram estabelecidos para as comunidades latinas, armênias e sírias, enquanto muçulmanos e judeus, em grande número, eram impedidos de nela viver.
Retorno dos Mulçumanos
No ano de 1187, Jerusalém já não estava nas mãos dos cruzados. Os muçulmanos, liderados pelo general árabe Saladino, recapturaram a cidade. Foi quando estes governaram Jerusalém que o rabino Moshe bem Nachman (Nachmanides) se mudou para lá e estabeleceu a sinagoga Ramban, hoje bairro judeu. Uma réplica da carta que ele enviou a seu filho está hoje em exposição na sinagoga Ramban. "Encontramos somente dois judeus, irmãos, tintureiros, uma casa em ruínas com pilares em mármore e um lindo domo que julgamos ser uma sinagoga (...) Fomos á cidade de Sechem para trazer de lá os Pergaminhos da Lei, que antes se encontravam em Jerusalém, e haviam sido roubados pelos tártaros. Construímos uma sinagoga, e nela oraremos". Vieram então os mamelucos, ex-escravos que à força se haviam convertido ao islamismo. Como acontece freqüentemente, eles eram mais zelosos com a identificação de sua religião do que os muçulmanos haviam sido com sua fé. Os mamelucos pouca atenção prestavam às estruturas políticas e de defesa de que Jerusalém necessitava. Em vez disso, construíram edifícios religiosos (madrassas), que demonstravam seu amor pelo Islã. A evidência da bela arquitetura mameluca pode ser vista abundantemente na área do Shuk (bazar, mercado) e no Monte do Templo. Na história dos judeus, 1492 marca sua expulsão da Espanha, pelo Rei Ferdinando e a rainha Isabel, que enviou Colombo à sua famosa missão ao novo mundo. Muitos judeus que foram forçados a deixar o lar foram para Jerusalém.
O rabino Ovadia de Bartinora (1450-1510) manteve registros de sua viagem por Jerusalém. Ele descreveu uma cena de desolação e pobreza, com as famílias judias estabelecidas na cidade, aparentemente sem meios de sustento material. No entanto de algum modo - talvez por sua força espiritual - os judeus se prenderam tenazmente à vida de sua querida cidade sagrada. O rabino Ovadia também se estabeleceu em Jerusalém, apesar de todos os perigos e dificuldades, e sua liderança carismática inspirou o aliyah (imigração) de muitos judeus, da Espanha e de Portugal (Sephardim).
O império otomano
Muitos governantes estrangeiros conquistaram e perderam Jerusalém. Em 1517 os turcos tomaram posse da cidade, e a Palestina e Jerusalém se tornaram parte do Império Otomano (muçulmano turco).
Suleiman, o Magnífico, Sultão do Império Otomano, ordenou, em 1538, que os muros de Jerusalém fossem reconstruídos. Com um ponto de vista diferente dos mamelucos, que se dedicavam à construção de estruturas religiosas, Suleiman percebeu que a construção de um muro em torno de Jerusalém criaria uma defesa adequada à sua recente conquista.
Os engenheiros de Suleiman, na intenção de agradar o sultão e terminar logo o enorme trabalho, deixaram de fora o canto sudeste da antiga cidade - o Monte Sião -, fora dos muros. Em razão de sua displicência, os engenheiros foram decapitados, e enterrados em duas sepulturas no Portão de Jafa.
Os turcos aderiram ao conceito islâmico de considerar os judeus cidadãos de Segunda classe. Eles eram chamados de "Dhima" e só eram tolerados por serem considerados "povo do Livro", compartilhando a crença monoteísta do Islã. Eles não confiavam nos judeus, e os perseguiam, em razão de sua rejeição a Maomé e seus ensinamentos. As sinagogas, por lei, não poderiam ser mais altas que as mesquitas da cidade. Os judeus tinham que usar um emblema especial. Seu testemunho na corte não tinha valor algum, se fosse contra um muçulmano.
Até hoje existe o status de "Dhima" em alguns países árabes.
Século 18 em diante
"Parece que todas as raças e cores e línguas da Terra devem ser representadas entre as catorze mil almas que vivem em Jerusalém. Superabundam trapos, desolação, pobreza e sujeira, sinais e símbolos que indicam a presença de liderança muçulmana, mais do que a própria bandeira". Mark Twain, Os inocentes no exterior.
Em 1860, os judeus começaram a passar para fora dos muros de Jerusalém. O governo turco Otamano deu início a muitas reformas civis, que proporcionaram aos judeus uma sensação cada vez maior de status e liberdade. Quando o rico filantropista inglês Sir Moses Montefiore contemplou a construção de Mishkenot Sha'ananim (Residências Tranquilas), fora dos muros da cidade, muitos dos residentes do bairro judeu concordaram em relocar. Não há dúvidas que Sir Moses lhes deu "gratificações" financeiras por suas corajosas atitudes modernas.
Sem os muros da cidade para protegê-los, os colonos de Jerusalém voltavam à noite às suas moradias dentro dos muros. O eventual sucesso de Mishkenot Sha'ananim levou a uma maior expansão para fora do muro. O estabelecimento de Mea hearim (cem medidas) em 1875 foi típico do que se transformou em êxodo de tipos. Iemenitas, húngaros e outros grupos comunitários se mudaram para fora dos muros à medida que Jerusalém se expandia para o norte e para oeste. O retrato de Jerusalém começou a mudar no final de 1880, com o influxo de poderes europeus que abriram consulados. Com sua política segura, os peregrinos cristãos, bem como os judeus, se estabeleceram na cidade. O caráter de Jerusalém foi realçado pela construção de vários prédios públicos. O Hospício Italiano e a Igreja Russa, ambos construídos nessa época, refletem o estilo arquitetônico trazido à cidade por grupos novos.
Mandato Britânico
Na virada do século, o Império Otomano começou a desmoronar. A população de Jerusalém foi engolida pela primeira e Segunda Aliyah da Europa e milhares de judeus do Iemen. Muitos se estabeleceram na parte oeste da cidade. A primeira guerra mundial trouxe o fim para a lei otomana. O general Allenby entrou na cidade Velha pelo Portão de Jafa para assumir o controle de Jerusalém, para os britânicos. Sob o governo britânico, os serviços aumentaram e bairros com jardins, como Rehavia, foram reestruturados. Talbiah, as colônias gregas e alemãs e Romena se desenvolveram, e sedes municipais foram centralizadas na nova prefeitura, na Estrada de Jafa. Em 1917, a Declaração Balfour levou a população local e os judeus do mundo inteiro a acreditar que a Terceira comunidade Judia estava pronta.
Este documento, uma carta de Lorde Balfour ao Dr. Chaim Waizman (posteriormente primeiro presidente de Israel), falava sobre a intenção do governo britânico de estabelecer um local na Palestina onde os judeus pudessem viver. No entanto, quando tumultos aconteceram em Jerusalém e em outras cidades, entre 1929 e 1936, o governo britânico deu início a um programa de reconciliação com os árabes. O infame White Paper (1939) limitava a imigração judia à Palestina. A sua publicação, na época em que Hitler aumentou sua perseguição ao povo judeu europeu, foi um tempo negro para os judeus em Jerusalém.
Segunda guerra mundial
Muitos sobreviventes, com cicatrizes profundas e desolados com suas experiências nos campos de concentração, estavam determinados a construir uma nova vida com os judeus. Muitos deles se mudaram para a Palestina, apesar das restrições para a entrada dos britânicos, e se tornaram os pioneiros da Israel moderna, fundando Kibbutzim e cidades e criando uma conscientização judia de coragem e independência. Eles se uniram à recém formada força de defesa de Israel e ajudam na luta que levou a fundação do que é hoje o moderno estado de Israel, em 15 e maio de 1948 (5 lyar, 5708).
Depois da guerra da independência, a velha cidade de Jerusalém estava sob o controle jordaniano. Muitos imigrantes novos vindos de países orientais incharam a população de Jerusalém. Novos projetos de casas populares foram realizados em Katamom e Shmuel HaNavi para absorver o número cada vez maior de imigrantes. Com a cidade dividida, muitos ex-residentes do bairro judeu se estabeleceram em subúrbios ao norte e a oeste, e este se tornaram parte de Jerusalém.
Guerra dos seis dias
"Motta estava encostado contra um dos muros, sentindo como se houvesse retornado a casa, a meta de suas aspirações. Nomes da história lhe rodam no pensamento. O Monte do Templo, Monte Moriá, Abraão e Isaque, o Templo, os Macabeus, Bar Kochba, romanos, gregos. Nós no Monte do Templo. O Templo é nosso." O portão do Leão, reproduzido no Muro Ocidental, Meir Bem Dov. A Guerra dos Seis dias, em junho de 1967, restaurou a Israel a velha cidade de Jerusalém. A cidade capital, que fora dividida durante 19 anos, estava unida. Na euforia que se seguiu à libertação de Jerusalém, milhares de pessoas foram ao Monte do Templo, a Kotel, para ver tocar e agradecer junto ao Muro, que se tornou o centro nacional, cultural e religioso do Estado de Israel e do povo judeu pelo mundo afora. Um avião contendo um grupo de brasileiros que realizava um tour pelo oriente, Seul, Egito, Israel, chegara à Jerusalém na 5ª feira. No Sábado, que é o Sabbath, em meio a ruas tranqüilas, de repente toca a sirene de alarme, avisando que a Guerra havia começado.
Jerusalém no futuro
Com a reunificação de Jerusalém, mais terra ficou disponível para a expansão da cidade. Novos bairros residenciais com estilos arquitetônicos únicos começaram a surgir em Jerusalém: Ramor, French Hill, Gilo e NveYaacov foram estabelecidos como um cinturão de segurança, assegurando a integridade de Jerusalém. Os nomes das ruas de algumas dessas áreas lembram a coragem nas batalhas da Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967. Depois de 1967 Jerusalém continua a crescer e a desenvolver-se. A população dobrou e os novos bairros estão completos. Grandes parques, boulevards e áreas públicas muito bem cuidadas compõem hoje o retrato de Jerusalém, uma cidade moderna e próspera. Jerusalém é uma cidade de contrastes, o novo e o velho girando em cima de 4.000 anos de história. Ela é a cidade eterna, nas encruzilhadas do mundo, ansiosamente contemplando o futuro.
Baruch Há Shem!
Bendito seja o Nome!
Fonte: www.bibliabytes.com.br
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