NOSSO TRÁGICO ENGANO | ||
Escrito por Rachmiel Frydland | ||
Traduzido por Ruth Julieta Pereira da Silva | ||
Os anais da História estão repletos de fatos e estórias de tragédias que aconteceram como conseqüência de engano de identidade. Nas Escrituras Hebraicas estas tragédias começaram com a estória de Lameque, que conta para suas esposas sobre um acontecimento trágico, dizendo: "Ada e Zilá, ouvi-me; vós, mulheres de Lameque, escutai o que passo a dizer-vos: Matei um homem porque ele me feriu; e um rapaz porque me pisou" (Gênesis 4:23). De acordo com as interpretações tradicionais, Lameque foi caçar e em vez de matar o animal, ele matou, sem querer, seu próprio filho. Que trágico engano de identidade! Então, temos a estória de José, que foi acusado injustamente pela esposa de Potifar e sofreu encarceramento durante muitos anos. Uma tradição judaica, registrada no Targum aramaico, no livro de Ester, conta-nos que por muitos anos Salomão foi destronado como rei em Jerusalém e um demônio chamado Ashmadai reinava disfarçado no lugar de Salomão, enquanto o verdadeiro rei ia de cidade em cidade clamando nas palavras de Eclesiastes 1:12: "Eu, o pregador, fui rei sobre Israel em Jerusalém". Igualmente, há uma estória popular do príncipe e do mendigo, que temporariamente disfarçado com as roupas do príncipe, foi príncipe enquanto o verdadeiro príncipe tornou-se um mendigo. Uma estória mais recente conta que Fritz Kreisler, o violinista, estava em Hamburgo uma noite, com uma hora vaga para gastar antes de tomar o navio para Londres, onde ele teria de tocar na noite seguinte. Então, ele foi até uma loja de instrumentos musicais. O proprietário pediu para ver o violino que ele carregava sob o braço e então desapareceu por um momento e voltou com dois policiais. Um deles colocou sua mão no ombro de Kreisler e disse: "Você está preso!" "Por quê?" perguntou o Sr. Kreisler. "Você está com o violino de Fritz Kreisler". "Bem, eu sou Fritz Kreisler". "Vamos, vamos!" disse o policial "Você não pode pull that on us. Vamos para a delegacia". O Sr. Kreisler se livrou de ser preso ao encontrar um disco com sua música na loja e pediu para lhe dar seu violino de volta e então ele tocou aquela mesma música. Há muitos incidentes sérios, com tais enganos de identidade, na história do nosso povo. Um deles, especialmente, foi quando Israel pediu para Arão fazer o bezerro de ouro e identificá-lo com o D-us de Israel, dizendo: "São estes, ó Israel, os teus deuses, (ou literalmente "Este é seu D-us"), que te tiraram da terra do Egito". Quinhentos anos se passaram e uma outra enorme tragédia aconteceu ao nosso povo quando o atraente, física e mentalmente, Absalão, persuadiu o povo de Israel a segui-lo e a rejeitar seu pai, o rei Davi. Novamente centenas do nosso povo pereceu por causa deste engano. A estória completa está registrada nas Escrituras Hebraicas em 2 Samuel capítulos 17 e 18. O ENGANO SOBRE A IDENTIDADE DO MESSIAS Será que a maior parte do nosso povo poderia também cometer um engano ao identificar o Messias? Certamente temos cometido erros a este respeito. A estória de Simão Bar Kosiba, que alegava ser o Messias em 135 d.C., é muito conhecida. Durante muito tempo tínhamos só um conhecimento fragmentado dele, baseado numas poucas moedas e algumas referências sobre ele no Talmud. Uma vez que ele também era conhecido como Bar Kochba, alguns estudantes de História pensaram que este fosse o seu verdadeiro sobrenome, o qual mais tarde foi mudado para Bar Kosiba, quando os líderes judeus se convenceram de que ele não era o Messias (a palavra Kosiba pode estar relacionada à raiz hebraica de koseb ou kozev, que significa mentira, mentir ou mentiroso). No entanto, com os novos achados arqueológicos em Israel, incluindo uma quantia de cartas que Simon Bar Kosiba escreveu a vários comandantes, sabemos com certeza que seu verdadeiro nome era Simão Bar Kosiba - Simão da cidade ou município de Kosiba. Os líderes de Israel, no entanto, ficaram tão impressionados com suas vitórias temporárias sobre os romanos e com suas perseguições a aqueles judeus que criam em Jesus de Nazaré, que até mesmo a maior autoridade rabínica daquele tempo, Rabi Akiba, referiu-se às Escrituras de Números 24:17 a ele, onde as profecias de Balaão dizem: "Uma estrela procederá de Jacó, de Israel subirá um cetro que ferirá as têmporas de Moabe e destruirá todos os filhos de Sete". A palavra hebraica para estrela é Kochab; conseqüentemente, os líderes judeus começaram a se referir a este homem como Simão, a Estrela - Shimeon Bar Kochba. Quão amarga foi a decepção deles a respeito deste homem a quem tanto admiraram até mesmo quando ele se vangloriou ao dizer que não precisava da ajuda de D-us e que tudo o que ele queria de D-us era que Ele não ajudasse seus inimigos! Somente depois de sua completa derrota que nossos líderes judeus se deram conta de que o seu verdadeiro sobrenome, Bar Kosiba, deveria ter sido um aviso para eles e seus olhos teriam sido abertos para a falsidade de suas alegações. Talvez o Senhor Jesus o tivesse em mente quando advertiu Seus discípulos dizendo: "Eu vim em nome de meu Pai, e não me recebeis; se outro vier em seu próprio nome, certamente, o recebereis" (João 5:43). SERÁ QUE PODEMOS NOS ENGANAR NOVAMENTE? Sim, podemos estar enganados novamente, especialmente se preferirmos seguir a visão humana sobre o Messias em vez da visão revelada de D-us em Sua Palavra. A maioria dos exegetas judeus ortodoxos segue a visão de Maimonides, o grande filósofo do século XIII. A visão dele é de que os sinais do Messias são que Ele irá lutar as batalhas de Israel e ser vitorioso e irá forçar os judeus a guardarem a Torah (Lei Mosaica) assim como foi interpretado pelos rabinos (Halacha). Neste caso, qualquer dos líderes militares israelitas bem sucedido poderia alegar ser o Messias, sendo religioso. Mas, não estaremos enganados se aceitarmos o pleno ensinamento da Palavra de D-us e procurarmos pelos sinais do Messias. Eles são claros com relação à identidade do Messias. O Messias deve cumprir a figura que os profetas desenharam dEle. Vamos alistar apenas alguns exemplos: O Messias deverá ter um nascimento sobrenatural como está registrado em Isaías 7:14: Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel (D-us conosco). O Messias deverá nascer em Belém como foi profetizado por Miquéias em 5:2: E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. O Messias deverá realizar obras sobrenaturais como previsto em Isaías 35:5-6: Então, se abrirão os olhos dos cegos, e se desimpedirão os ouvidos dos surdos; os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará; pois águas arrebentarão no deserto, e ribeiros, no ermo. O Messias deverá morrer como expiação pelo pecado como foi descrito em Isaías 53:5-8: Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca. Por juízo opressor foi arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido. As mãos e os pés do Messias deverão ser perfurados como foi profetizado no Salmo 22:16: Cães me cercam; uma súcia de malfeitores me rodeia; traspassarem-me as mãos e os pés. O Messias também deverá ser ressuscitado dentre os mortos como predito pelo rei Davi que disse: Pois não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção. Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente (Salmo 16:10-11). O Messias deverá vir antes que o Segundo Templo seja destruído por Tito. O arcanjo Gabriel esclareceu isto a Daniel quando revelou a ele o que aconteceria depois que o Messias viesse. Então falou a Daniel: Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário (9:26). Os comentaristas que seguem a exegese de Rashi, onde a palavra hebraica Moshiach (Messias) se refere ao rei Agripa, que morreu antes de Tito conquistar e destruir o templo, confirmam que esta profecia deveria ser cumprida antes de 70 d.C. Mas não poderia ser o rei Agripa! O arcanjo Gabriel, com certeza, não o nomearia com o título de Messias. Ele nem mesmo era da semente de Davi, mas um descendente dos odiados Antipátride e Herodes, um rei devasso que fazia tudo que podia para agradar aos romanos. De acordo com as Escrituras, o Messias ganhará a obediência de grande proporção de não judeus. Portanto, o patriarca Jacó predisse que: O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Silo; e a ele obedecerão os povos (gentios) (Gênesis 49:10). Ele deverá ser uma Luz para os gentios conforme Isaías 49:5-6: Mas agora diz o Senhor, que me formou desde o ventre para ser seu servo, para que torne a trazer Jacó... a ele... Sim, diz ele: Pouco é o seres meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os remanescentes de Israel; também te dei como luz para os gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra. Israel aceitará o Messias, "Aquele que foi traspassado": E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas; olharão para aquele que traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito (Zacarias 12:10). A SOLUÇÃO DE SUA IDENTIDADE Estas são apenas algumas das marcas de identificação do Messias descritas pelos profetas e pelos patriarcas. Não deve haver agora mais nenhuma dúvida em sua mente de que estas profecias foram totalmente cumpridas em Jesus de Nazaré. No decurso dos últimos dezenove séculos, centenas de milhares do nosso povo chegaram a crer em Sua messianidade por causa destas e outras provas. Milhões de gentios abandonaram seus ídolos de madeira e pedra e suas filosofias feitas pelo homem e confiaram no D-us de Israel, nosso próprio Messias judeu, e creram em nossas Escrituras judaicas, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Com certeza, este é o momento para nós clamarmos juntos com Seus primeiros seguidores judeus, dizendo: "ACHAMOS AQUELE DE QUEM MOISÉS ESCREVEU NA LEI, E A QUEM SE REFERIRAM OS PROFETAS: JESUS, O NAZARENO, FILHO DE JOSÉ" (João 1:45). Extraído do site: http://www.beitmashiach.org |
23 de nov. de 2009
TRÁGICO ENGANO DE ISRAEL
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