17 de mar. de 2016

INTERPRETAÇÃO LITERAL DAS ESCRITURAS



A interpretação literal é mais apropriada

Ron Rhodes
No início dos anos 80, trabalhei em um serviço de correspondência cristão, juntamente com mais algumas dezenas de estudantes do Seminário de Dallas. Nós entregávamos certos tipos de documentos na área de Dallas e de Fort Worth.
Para esse serviço, foi necessário aprender a utilizar um guia de ruas. Com o auxílio do índice, no final do guia, ficava fácil e rápido encontrar a página certa e até o segmento da página onde se podia identificar a rua procurada. Constantemente éramos alertados: “Enquanto utilizássemos corretamente o guia de ruas não haveria erros para encontrar os endereços pretendidos”. Toda vez que ocorria um engano na busca de algum endereço, a razão era a de não ter procurado a orientação no guia com a devida atenção.
Com a Bíblia ocorre algo semelhante. Enquanto a lermos com a devida atenção, isto é, enquanto fizermos a interpretação adequada dos seus ensinamentos, não corremos o risco de nos perdermos em suas páginas ou de cometermos enganos. Então compreenderemos a Bíblia da maneira como Deus pretendia que fosse.
Gostaria de falar brevemente sobre o modo correto de ler a Bíblia. Se o fizermos dessa maneira, teremos condições de entender as revelações que Deus fez, através da Profecia Bíblica, também de modo correto – principalmente no que diz respeito à cronologia profética. Por outro lado, teremos melhores condições de verificar o quanto as interpretações proféticas da Teologia da Substituição[a] e do Preterismo[b] são falhas.

[a] A Teologia da Substituição afirma basicamente que a Igreja substituiu Israel no plano de Deus e que as promessas feitas para Israel serão cumpridas pela Igreja.
[b] A palavra “Preterismo” é derivada do termo preter, em Latim e significa “passado”. De acordo com essa perspectiva, as profecias do livro de Apocalipse (principalmente dos capítulos 6-18) e do Sermão do Monte das Oliveiras, proferido por Jesus (Mateus 24-25), já foram cumpridas.

Iniciaremos com a aplicação da interpretação literal nas Escrituras. O termo “literal”, utilizado na Hermenêutica (a ciência da interpretação bíblica) tem origem no Latim – sensus literalis – e pretende descobrir o sentido literal do texto, ao contrário de um sentido não literal ou alegórico. Trata-se de procurar a compreensão que uma pessoa com inteligência normal teria ao ler um texto, sem a aplicação de chaves ou códigos especiais.
A interpretação literal das Escrituras também pode ser definida como o entendimento dos conceitos com base na vida diária normal. As palavras recebem o mesmo significado que possuem numa comunicação usual. Trata-se de interpretar uma passagem bíblica da maneira normal ou óbvia. No entanto, é necessário mencionar algumas limitações.

O método literal não exclui expressões idiomáticas ou figuras de retórica

Quando a Bíblia menciona os olhos, os braços ou as asas de Deus (Sl 34.15; Is 51.9; Sl 91.4), isso não deveria ser interpretado literalmente. Deus não possui características físicas – Ele é Espírito (Jo 4.24). Da mesma maneira, é impossível que Ele seja literalmente uma rocha material (Sl 42.9). De qualquer modo, nós não saberemos, nesse aspecto literal, aquilo que Deus não é, enquanto não tivermos conhecimento daquilo que Ele literalmente é.
Por exemplo, se não fosse literalmente verdade que Deus é Espírito e Eterno, não poderíamos afirmar que certas referências feitas a Deus em outras passagens da Bíblia não podem interpretadas literalmente, como, por exemplo, uma forma material ou finita. A afirmação de Jesus, em João 15.1: “Eu sou a videira verdadeira...” não é considerada como uma verdade física pelo método de interpretação literal. Muito antes, ela é entendida como uma figura de retórica – ela significa que os crentes recebem sua vida espiritual de Jesus, nossa “videira espiritual”. É importante que tenhamos a compreensão disso, pois a literatura profética e apocalíptica, como Daniel e o livro do Apocalipse, fazem uso frequente de expressões idiomáticas e de figuras retóricas.
Às vezes não é fácil descobrir se uma passagem deve ser compreendida literalmente, ou não. No entanto, existem algumas diretrizes que podem nos auxiliar nesse sentido. Resumindo: um texto pode ser interpretado figurativamente...
quando ele obviamente tem o sentido figurado, por exemplo, quando Jesus afirmou que Ele é a porta (Jo 10.9);
quando o próprio texto indica um sentido figurativo, por exemplo, quando Paulo mostra o sentido alegórico de um texto (Gl 4.24);
quando uma interpretação literal for contrária a outras verdades descritas na Bíblia, ou mesmo fora dela, por exemplo, quando ela fala dos “quatro cantos da terra” (Ap 7.1).
Trazendo tudo a um denominador comum: “Quando o sentido literal faz sentido, não procure por outro sentido, a não ser que o resultado seja um absurdo”.

O método literal não exclui o emprego de símbolos

A Bíblia está repleta de símbolos. No entanto, cada símbolo consta figurativamente em relação a algo literal.
Por exemplo, no livro do Apocalipse aparecem muitos símbolos que representam literalmente coisas concretas. Jesus explicou que as sete estrelas em Sua mão direita representam “os anjos [mensageiros] das sete igrejas” (Ap 1.20) e que os sete candeeiros representam as sete igrejas (Ap 1.20). As taças de incenso representam as orações dos santos (Ap 5.8) e as “águas” simbolizam “povos, multidões, nações e línguas” (Ap 17.1,15). Assim, cada símbolo consta em relação a algo que realmente existe. Muitas vezes há indicações no texto que nos conduzem à intepretação literal oculta nos símbolos – tanto no contexto imediato ou mesmo distante em outra passagem da Escritura.

O método literal não exclui a aplicação de parábolas

Jesus apresentou parábolas que não tinham interpretação literal. No entanto, cada parábola expressa algum objeto literalmente.
Jesus pretendia que as parábolas fossem entendidas pelas pessoas que estivessem dispostas para isso. Ele até explicou duas delas aos Seus discípulos – a Parábola do Semeador (Mt 13.3-9) e a Parábola do Trigo e do Joio (Mt 13.24-30). O Senhor o fez, não somente para dirimir qualquer dúvida sobre a interpretação correta, como também para mostrar aos crentes como as outras parábolas devem ser interpretadas. Jesus não interpretou as demais parábolas, certamente indicando que Ele considerava os crentes capacitados a seguir o Seu método e a compreender o significado literal das mesmas.

Seis razões para empregar o método literal

Existem pelo menos seis bons motivos que favorecem a abordagem literal das Escrituras (incluindo as profecias).
  1. Trata-se do modo normal como cada idioma é entendido.
  2. A maior parte da Bíblia adquire um sentido quando ela é interpretada literalmente.
  3. Esse método permite que haja um sentido secundário (alegórico) quando o contexto assim requer.
  4. Todos os significados secundários (alegóricos), no entanto, são dependentes do significado literal. Não seria possível identificar o que textualmente se refere a Deus enquanto não soubermos o que é literalmente verdade.
  5. Trata-se do único controle sensato e seguro para nossas suposições subjetivas.
  6. É a única abordagem que coincide com a essência da inspiração (do conceito de que as palavras das Escrituras foram geradas pelo “sopro de Deus”).

A confirmação bíblica para o método literal

O próprio texto bíblico fornece numerosas comprovações para o método literal de interpretação. Assim, textos bíblicos mais recentes permitem a compreensão literal de textos mais antigos, como, por exemplo, o relato da Criação, em Gênesis 1-2 (ver Êx 20.10-11). O mesmo ocorre com o relato da criação de Adão e Eva (Mt 19.4-6; 1Tm 2.13); o pecado de Adão e, em consequência, a sua morte (Rm 5.12,14); Noé e o Dilúvio (Mt 24.38) e os relatos sobre Jonas (Mt 12.39-41), Moisés (1Co 10.2-4,11) além dos vários personagens históricos.
Além disso, em Sua primeira vinda, Jesus cumpriu mais de cem profecias. Assim, por exemplo, havia as promessas de que Ele seria:
  • o descendente de uma mulher (Gn 3.15);
  • oriundo da linhagem de Sete (Gn 4.25);
  • descendente de Sem (Gn 9.26);
  • descendente de Abraão (Gn 12.3);
  • descendente da tribo de Judá (Gn 49.10);
  • o Filho de Davi (Jr 23.5-6);
  • nasceria de uma virgem (Is 7.14);
  • nasceria em Belém (Mq 5.2);
  • anunciado como o Messias (Is 40.3);
  • o futuro Rei (Zc 9.9);
  • o sacrifício para o perdão dos nossos pecados (Is 53);
  • traspassado em Seu lado (Zc 12.10);
  • “aniquilado” – morto (Dn 9.24-26), por volta de 33 d.C.;
  • ressuscitado dentre os mortos (Sl 2 e 16).
Observe também: Jesus, ao interpretar a profecia literalmente, indicava de maneira clara que Ele concordava com o método literal de interpretação do Antigo Testamento (Lc 4.16-21).
Ao vermos a Bíblia confirmar a presença de parábolas (Mt 13.3) ou de um significado alegórico (Gl 4.24), ela demonstra que o normal é o significado literal. Além disso, quando Jesus explicava uma parábola, Ele deixava claro que uma parábola traz em si um significado literal (Mt 13.18-23).
Quando Jesus repreendeu aqueles que não consideravam a ressurreição de maneira literal, Ele indicava que a interpretação literal do Antigo Testamento era a correta (Mt 22.29-32). A maneira como Jesus aplicava as Escrituras é uma das provas mais convincentes de que a Bíblia deve ser interpretada literalmente.
O que isso significa é óbvio. Uma cronologia da Profecia, que exige dados exatos, precisa se basear na interpretação literal das profecias bíblicas, individualmente. (Ron Rhodes — Chamada.com.br)

O JEJUM QUE AGRADA A DEUS

PORQUE JEJUAR ?
O Jejum é saudável para o corpo, alma e espírito. 

Focalizaremos três tipos de Jejuns. Ei-los :

A. O JEJUM NORMAL - Mt 4.2. Alguns acham que o Jejum de Jesus foi de abstenção somente de alimentos, já que Satanás não o tentou pela sede e sim pela comida. A sede trás sofrimentos mais aterradores que a fome, a menos que o Jejum de Jesus, tenha sido sobrenatural como o de Moisés e Elias.
O Jejum normal, então, é a abstenção somente de alimentos sólidos ou líquidos, mas não de água.

B. O JEJUM ABSOLUTO - At 9.9. Este é um tipo de Jejum em que a pessoa se abstêm de alimento e de bebida, ele deve durar no máximo três dias, pois ficar sem água no organismo durante muito tempo é prejudicial à saúde.
Jejuns sobrenaturais são os de Moisés (Dt 9.9; Ex 34.28) e Elias (I Rs 19.8). Estes tiveram Jejuns sobrenaturais e o fim deles também foi sobrenatural.
Devemos ter muita certeza da vontade de Deus antes de fazer um Jejum prolongado.

C. O JEJUM PARCIAL - Dn 10.3. Uma restrição na dieta e não uma abstenção completa. Este tipo de Jejum pode servir de primeiro passo para as pessoas de complexão física fraca e para as que estão começando a Jejuar. Este não foi o caso de Daniel, pois ele usou numa visão maior de consagração.

A DECLARAÇÃO DE JESUS SOBRE O JEJUM - Mt 6. 2,5,16. 

A questão aqui é "quando" jejuares e não "se" jejuares. O Jejum deve ser uma prática normal como o Orar e o Dar. Pode haver Oração sem Jejum e também Jejum sem Oração, pelo menos no sentido de intercessão contínua. Parece que os Profetas e Mestres em Antioquía Jejuavam e Adoravam ao Senhor continuamente. O Jejum é para hoje (Mt 9.15). A Igreja está passando pelo período da ausência do Noivo.

 JEJUNS PÚBLICOS E REGULARES - Jr 36.6; Jl 2.15

Os Israelitas tinham um Jejum anual como o Jejum da Expiação (Lv 23.27; 16.29; Nm 29.7). Na época de Zacarias havia Jejum no quinto e no sétimo mês (Zc 7.3-5). Os Jejuns devem ser feitos quando a ocasião e a necessidade exigirem. Devemos nos cuidar do período de um determinado dia do ano para Jejuar, pois pode tornar-se em algo vazio, sem forma, como um ritual. Isto não deve nos impedir de Jejuar, ocasionalmente e sempre que o Senhor pedir.

JEJUANDO PARA DEUS - Zc 7.5; At 13.2

O Jejum não deve ser uma forma externa de santificação. Deve ser para Deus que vê em secreto. Pode-se cair no desejo extremo dos Fariseus de aparecerem ou no desejo pessoal, egoístico, para satisfazer ambições pessoais sem que o motivo seja a Glória de Deus. Isaías 58 fala que o Jejum agradável para Deus é o Jejum que
Ele escolheu. O Jejum, assim como a Oração deve ter a sua origem em Deus para que tenha efeito.

PROPÓSITO DO JEJUM 

Vimos que é importante Jejuar, os vários tipos de Jejuns, por isso vejamos agora para que serve o Jejum?

A. PARA SANTIFICAÇÃO INDIVIDUAL (Sl 69.10; 35.13). Por trás dos pecados que tentam nos dominar, dos fracassos pessoais e dos muitos males que afetam a Igreja ao obstruir os canais da Benção de Deus, por trás dos choques de personalidades, temperamentos se encontra o orgulho do homem. O Jejum é um corretivo divino que prepara a terra, quebra o orgulho disciplina o corpo e humilha a alma.

B. PARA BUSCAR A DEUS E SE HUMILHAR (Ed 8.21-23; Ne 9.1-3). O Jejum dá asas a Oração, dá Poder nas Petições. A Oração é a guerra contra as forças opositoras. O Homem que Ora com Jejuns testifica aos Céus que quer aquilo que busca (Jr 29.13-14; Jl 2.12). "O Jejum serve para expressar, aprofundar e confirmar a resolução de que estamos prontos para sacrificar qualquer coisa a fim de conseguir o que buscamos para o Reino de Deus"(André Murray). O Homem que Ora com Jejuns está dizendo aos Céus que é sincero, que está "importunando" e mostrando porque o seu caso é urgente.

C. PARA QUE DEUS MUDE A SITUAÇÃO (Jn 3.4,10). Aqui uma cidade prevaleceu com Deus pelo jejum e a Oração. Deus enviou Jonas a cidade de Nínive a fim de estender a Sua Misericórdia aos Ninivitas. O pecado é visitado com Juízo, mas o Arrependimento com Misericórdia (Jr 18.7-8). Acabe Jejuou "para o mal" até possuir a Vinha de Nabote, ao ser alertado por Deus através de Elias, Acabe se Arrependeu e Deus não fez o mal que prometera em seus dias ( I Rs 21.27-29; Jl 2.12-14).

D. PARA SOLTAR OS CATIVOS (Is 58. 6). Há em Isaías 58.6 uma aplicação espiritual para os nossos dias. É uma luta travada nas "regiões celestiais". Satanás é um adversário duro e não quer tirar as suas mãos das vidas a menos que seja forçado a fazê-lo. O Jejum provê esta força é um fortalecimento do intercessor para forçar o inimigo a largar a sua presa. No caso do discípulo o jejum é uma arma com a qual podemos vencer ao Diabo (Mc 9.29). Dá também autoridade ao Discípulo no momento que dá a ordem de libertação.

E. PARA RECEBER REVELAÇÃO (Dn 9. 2,3,21,22). No Novo Testamento há casos de Jejum (At 10.10) Pedro; Paulo (At 27.21-24); Paulo Jejuava com frequencia (II Co 11.27) e o Capítulo seguinte fala de suas grandes Revelações. Nada nas Escrituras indica que devemos andar a cata de Sonhos e Revelações. Quando se busca a Deus, entretanto, pode-se encontrá-las. Necessitamos constantemente da Revelação de Deus para as nossas vidas.

F. PARA SUBJUGAR O CORPO (I Co 9.27; Ex 16.3; Nm 11.4-5, 21.5). O modo mais fácil de chegarmos a uma pessoa é através de seu estômago. Foi assim com Eva, Noé (Gn 3.6; 9.20-21). Deus nos deu o corpo e certos instintos básicos que incluem os apetites do corpo, mas Ele requer que tenhamos o físico submisso ao espiritual. O Discípulo deve distinguir a linha entre satisfazer os desejos do corpo e as demandas do espírito. Paulo insiste em disciplinar o corpo para não "satisfazer os desejos da carne" (Rm 13.14), "revestir-se do Senhor Jesus".
O Jejum deve ser para o discípulo um exercício espiritual normal, assim como para um atleta é o preparo físico. O Novo Testamento sempre alerta assim: "Foge... dos desejos da mocidade"(II Tm 2.22); "Renunciando... aos desejos mundanos"(Tt 2.12); "Peço-vos... que vos abstenhais dos desejos carnais"(I Pe 2.11). É importante eliminar alimentos que trazem vícios ao corpo.

ASPECTOS PRÁTICOS DO JEJUM

A. O JEJUM E O CORPO (I Co 6.13, 19-20). Um corpo normal, saudável e bem alimentado, pode resistir ao Jejum por várias semanas, sem ser prejudicado. O corpo se alimenta do excesso de gorduras e somente depois de muito tempo é que começa a consumir as células vivas e entra então em estado de inanição. O Jejum ajuda o corpo a purificar-se.

B. PARA A SAÚDE E CURA (III Jo 2; Is 58.8). A promessa da cura está incluída no Jejum escolhido por Deus. No Jejum os depósitos de gorduras, material desgastado e tecidos mortos são digeridos e eliminados.

C. COMO COMEÇAR:

1. Não comece logo Jejuando 40 dias !
2. Comece com Jejum Parcial. Abstendo-se apenas do café da manhã.
3. Progressivamente elimine o almoço e depois também a janta.
4. Antes de dormir "quebre" o Jejum com uma fruta, não coma muito.
5. Não devemos comer muito no dia que antecede o Jejum.
6. Quanto mais longo for o Jejum, mais precisamos nos certificar de que é da vontade de Deus que Jejuemos.
7. É bom eliminar o chá e o café gradativamente, quem quer ter a prática do jejum não pode depender do café ou do chá.
8. Prepare-se para que o Jejum seja um tempo de lutas contra os poderes das trevas; sempre faça estas perguntas:

a. Tenho certeza que este desejo de Jejuar procede de Deus?
b. Deus quer um Jejum Normal ou Parcial?
c. São os motivos corretos? Haveria um desejo oculto de causar impressão aos outros?
d. Quais são os objetivos espirituais que busco com este Jejum?(Santificação pessoal ou consagração; por problemas; intervenção divina; orientação; bençãos; plenitude do Espírito Santo para mim ou para os outros; para libertar os cativos; acalmar a ira divina e pedir avivamento).
e. São os meus objetivos egocêntricos? Estes desejos de benção pessoal está equilibrado por uma sincera preocupação com os outros?
f. Acima de qualquer coisa será que a minha determinação é a de servir ao Senhor durante este Jejum?

D. COMO TERMINAR O JEJUM.

Um Jejum prolongado não deve ser terminado comendo-se comidas que fermentem muito (I Sm 30.11-12).

* ESTES DADOS FORAM RETIRADOS DO LIVRO DE ARTHUR WALLIS: "O JEJUM ESCOLHIDO POR DEUS".
 
Fonte: aportadoreino.blogspot.com.br 

15 de mar. de 2016

LÓ, O SOBRINHO DE ABRAÃO


 

Ló, o Sobrinho de Abraão — Apesar de Tudo, um Santo de Deus

Não se deve julgar um livro pela sua capa!!



Como vemos registrado em Gênesis 11:27, o patriarca Abraão tornou-se tio quando seu irmão Harã teve um filho. A criança recebeu o nome de Ló (que em hebraico significa "cobertura") e no verso 28 ficamos sabendo que seu pai morreu antes de a família se mudar de Ur dos caldeus (uma cidade que estaria situada no atual Iraque). A partir do relato do capítulo 12 em diante, parece que Abrão assumiu o papel de pai de Ló:
"Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra." [Gênesis 12:1-3; ênfase adicionada].
Precisamos observar que o chamado de Deus a Abrão (a quem Deus renomeou como Abraão) precedeu a mudança original da família da cidade de Ur para a terra de Canaã [11:31]. No verso 1 do capítulo 12, Deus disse a Abrão para deixar sua terra, sua parentela e a casa de seu pai. Mas, aparentemente, quando Abrão informou seu pai Terá de sua intenção de partir, Satanás entrou no quadro! Por que digo isso se a narrativa nada diz? Simplesmente por que as ações subseqüentes de Terá "telegrafam" essa mensagem. Pense nisto — Terá teve três filhos, o mais novo dos quais está agora morto (Harã) e o mais velho (Abrão) recebeu a visitação de um "deus" (como o pagão Terá deve ter imaginado) e está agora decidido a deixar toda a família para trás e se mudar para um lugar distante mais de 1.500 km! Assim, para lidar com esse dilema, Terá decide também deixar tudo para trás — incluindo Naor, o filho do meio e a família dele — e partir com Abrão para um futuro muito incerto. Dizer que isso vai contra o senso comum seria uma suavização. Em seguida, Terá (cujo nome, de forma muito apropriada, significa "atraso") atrapalha Abrão indo somente um pouco mais da metade do caminho para onde Deus o estaria levando. Seguindo a rota conhecida como "crescente fértil", que era regada pelos rios Tigre e Eufrates — áreas verdes no meio de regiões áridas — eles chegaram até as nascentes e Terá decidiu parar e se estabelecer naquele local.
Então, uma vez que eles armaram suas tendas, parece provável que o velho homem deu ao novo local de residência um nome em homenagem ao seu filho que tinha morrido. Embora eles já tivessem viajado uma boa distância — ainda estavam bem longe do local em que Deus desejava que Abrão se estabelecesse. Abrão tinha sido especificamente escolhido dentre todos os homens e Satanás certamente tomou nota disso. O objetivo de Deus de prover um Salvador foi revelado no Jardim do Éden [Gênesis 3:15] — naquilo que os teólogos chamam de "proto-evangelho" — o protótipo da mensagem do evangelho. Se olharmos com atenção, descobriremos que em todo o Antigo Testamento, Satanás fez muitas tentativas para estorvar esse plano, estando este incidente claramente entre eles.
Quanto tempo eles passaram em Harã não é indicado no texto bíblico, mas sabemos que Abrão tinha 75 anos quando finalmente reiniciou sua jornada após a morte de seu pai [12:4]. Não há dúvidas que o atraso veio como resultado da obediência à vontade de seu pai terreno, mas os anos em Harã foram desperdiçados por que a obediência ao chamado celestial estava incompleta. Somente quando fazemos exatamente aquilo que Deus nos diz é que podemos esperar receber um galardão completo. E não se engane a respeito disto — o Diabo usará nosso amor à família para se opor à vontade de Deus para nossas vidas, se permitirmos que ele faça isso.
Finalmente, Abrão reuniu sua família — incluindo seu sobrinho Ló — e continuou o processo de separação, conforme Deus o tinha instruído anos antes. Veja: o povo de Ur, a cidade natal de Abrão — bem como seu pai e a família ampliada — não eram adoradores de Jeová. Eles eram politeístas, pois adoravam muitos deuses e rotineiramente se inclinavam diante deles. Portanto, o intento de Deus era afastar Abrão desse ambiente espiritualmente decaído para o lugar de bênçãos — a terra de Canaã.
À medida que a jornada de Abrão continuou, vemos que ele cresceu espiritualmente à medida que lapsos de discernimento ensinaram-lhe preciosas lições. Mas, em geral, sua vida foi caracterizada pela retidão. [Gênesis 15:6].
Entretanto, quando consideramos seu sobrinho Ló, encontramos um agudo contraste no modo como eles viveram suas vidas! Como muitos cristãos hoje em dia, Ló amava as coisas deste mundo e fazia tudo o que podia para "ser alguém". Em vez de imitar o exemplo de seu tio piedoso e depender do Senhor para suprir todas suas necessidades, ele exibia uma atitude de ingratidão. Os versos 5 e 6 do capítulo 13 nos dizem que Ló foi grandemente abençoado enquanto permaneceu com Abraão:
"E também Ló, que ia com Abrão, tinha rebanhos, gado e tendas. E não tinha capacidade a terra para poderem habitar juntos; porque os seus bens eram muitos; de maneira que não podiam habitar juntos." [Gênesis 13:5-6].
Mas logo ele quis mais e quando Abrão gentilmente permitiu que ele escolhesse que parte da terra ele queria, Ló aproveitou-se da oportunidade e escolheu a melhor — "a campina do Jordão", que o verso 10 chama de "jardim do Senhor" por causa de sua beleza comparável ao Jardim do Éden. Entretanto, existiam espinhos naquela bela rosa que Ló não reconheceu! As cidades extremamente ímpias de Sodoma e Gomorra estavam situadas ali e em breve "Ló armou suas tendas até Sodoma". [verso 12].
Como alguém já disse: "Deus opera de formas misteriosas suas maravilhas" e nos versos 14-18 encontramos uma pista que nos mostra que a separação de Ló de Abrão era a vontade de Deus — por que a aliança de Deus só foi estabelecida depois que Ló partiu:
"E disse o SENHOR a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta agora os teus olhos, e olha desde o lugar onde estás, para o lado do norte, e do sul, e do oriente, e do ocidente; porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua descendência, para sempre. E farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que se alguém puder contar o pó da terra, também a tua descendência será contada. Levanta-te, percorre essa terra, no seu comprimento e na sua largura; porque a ti a darei. E Abrão mudou as suas tendas, e foi, e habitou nos carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom; e edificou ali um altar ao SENHOR." [Gênesis 13:14-18].
Essa promessa feita a Abrão (a quem Deus mais tarde renomeou como Abraão) é chamada de "Aliança com Abraão" e é incondicional. Não existiam "cordões amarrados" com base em Abrão ser um bom menino e comer seus legumes. Não, isso significa exatamente aquilo o que diz e é uma aliança eterna e incondicional prometida à maior de todas as sementes de Abraão — Jesus Cristo e todos os Seus eleitos — começando com os eleitos entre os judeus. (E o remanescente eleito de crentes judeus hoje — juntamente com os eleitos entre os gentios — ambos estando "em Cristo" [Efésios 1:4] — agora são herdeiros da terra de Canaã, que o mundo chama de Palestina!)
"Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua descendência, que é Cristo." [Gálatas 3:16].
"Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego." [Romanos 1:16; ênfase adicionada].
"Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego." [Romanos 2:10].
Em seguida, no capítulo 14, ficamos sabendo que Ló e sua família foram tomados cativos pelos exércitos de quatro reis confederados que atacaram Sodoma e Gomorra. Quando Abrão ficou sabendo o que tinha acontecido, imediatamente reuniu 318 de seus servos e perseguiu os invasores até que os alcançou em Dã — uma localidade situada no extremo norte de Canaã. Abrão dividiu seu pequeno "exército" em duas unidades e surpreendeu a força muito superior atacando-a à noite. Os reis foram mortos e todos os cativos e seus bens foram recuperados, mas Ló obviamente não aprendeu a lição — porque voltou direto para Sodoma! Na próxima vez que o encontramos, o texto diz que ele estava na porta da cidade [Gênesis 19:1]. Há um velho adágio que diz mais ou menos assim: "Uma vez que o camelo ponha seu nariz para dentro da tenda, a próxima coisa que você saberá é que poderá encontrar o camelo dentro da tenda!" Ló começou a "armar suas tendas até Sodoma", que é uma metáfora para dizer que ele cobiçou as coisas do mundo. Em seguida, ele continuou se aproximando cada vez mais com o passar do tempo, até que finalmente se mudou e se estabeleceu naquela cidade extremamente ímpia. E agora, pelo fato de estar sentado à porta da cidade, podemos saber que ele tinha se tornado um político — um líder daquela comunidade! Havia um costume de os anciãos assentarem-se à porta da cidade para ouvir e julgar as disputas jurídicas entre o povo. Assim, nosso amigo Ló é agora uma figura importante naquela cidade e está totalmente integrado na vida secular de Sodoma. Mas o que ele ignora é que Deus tinha aparecido anteriormente a Abrão (no capítulo 18) e dito que as cidades de Sodoma e Gomorra seriam destruídas por causa de sua impiedade. Bem, Abrão ainda ama seu sobrinho e tenta imediatamente interceder com Deus em um esforço de salvar Ló e sua família da destruição. Ao negociar com Deus como seu amigo [Tiago 2:23], ele consegue fazer Deus dizer que pouparia a cidade se encontrasse apenas dez justos nela.
Sabemos que a família de Ló consistia de pelo menos dez pessoas por causa do número final que Abrão buscou — (Ló, sua mulher, duas filhas ainda solteiras, e pelo menos duas filhas casadas [19:14 — em que "filhas" está no plural] e seus maridos, e talvez filhos?). Mas, de qualquer maneira, os eventos subseqüentes provam que os dez justos não foram encontrados — e esse fato fala muito claramente sobre a falta de testemunho de Ló com sua família. Quando ele advertiu seus genros a fugirem, foi tido por zombador aos olhos deles. [verso 14].
Assim, os anjos que foram enviados para destruir as cidades então apressaram Ló para pegar sua mulher e as duas filhas e fugir para salvarem suas vidas. "Sendo-lhe o Senhor misericordioso" (verso 16), os anjos literalmente os pegaram pelas mãos e os tiraram da cidade — instruindo-os a escaparem para o monte para que não perecessem com as cidades. E para mostrar a gravidade do declínio espiritual de Ló, em vez de escapar para o monte, ele pede permissão para fugir para a pequena cidade de Zoar, que estava ali perto. Exasperado, o anjo concorda em poupar Zoar para que Ló e sua família possam se abrigar ali (verso 21). Em seguida, no verso 22, encontramos um tremendo princípio da Palavra de Deus:
"Apressa-te, escapa-te para ali; porque nada poderei fazer, enquanto não tiveres ali chegado. Por isso se chamou o nome da cidade Zoar." [Gênesis 19:22; ênfase adicionada].
Os anjos vingadores de Deus não estavam autorizados a executar o julgamento até que aqueles que estavam sob a proteção de Deus fossem postos em segurança. Mas era essa proteção unicamente devido à intercessão de Abrão? Fique ligado...
Anteriormente, os anjos tinham instruído Ló e sua família a não olharem para trás (verso 17) e eles fugiram para Zoar. Assim que Ló entrou na cidade — "o SENHOR fez chover enxofre e fogo, do SENHOR, desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra" — destruindo totalmente as cidades da planície, com a única exceção de Zoar, escolhida como refúgio por Ló e sua família. Mas a irresistível atração daquilo que o pecado tem a oferecer dominava a mulher de Ló e ela não conseguia deixar de pensar em seus bens que ficaram em Sodoma. Por causa dessa desobediência, ela foi instantaneamente convertida em uma coluna de sal [verso 26]. O livramento estava tão perto, mas por cobiçar as coisas do mundo ela também pereceu.
O que aconteceu em seguida é repugnante, mas retrata vividamente como Ló tinha ensinado pouco à sua família sobre os valores espirituais — as coisas que ele sem dúvida alguma aprendeu quando viveu com seu piedoso tio Abrão — mas deixou de transmitir para seus próprios familiares.
Temendo por sua vida, Ló levou suas duas filhas para o monte e foi morar em uma caverna. Algum tempo depois, a filha mais velha "teve uma idéia" (e sabemos com quem essa idéia se originou, não sabemos? — o mesmo que quis atrapalhar quando Abrão tentou se separar do mundo e de sua parentela em Ur dos caldeus!) Ela disse à irmã mais nova que as possibilidades de elas se casarem e terem filhos eram remotas, de modo que para a árvore genealógica da família sobreviver — elas teriam de agir com suas próprias mãos. Assim, ela planejou embriagar seu pai naquela noite e manter intercurso sexual com ele. O plano funcionou e Ló estava tão bêbado que não percebeu quando ela veio nem quando saiu de sua cama. Na noite seguinte a irmã mais nova fez a mesma coisa, com os mesmos resultados. Ambas engravidaram de um relacionamento incestuoso com o próprio pai e eu fico imaginando quanto tempo levou para Ló descobrir todos os detalhes de como aquilo tinha acontecido!
Esse incidente me faz lembrar uma passagem das Escrituras que diz:
"Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna." [Gálatas 6:7-8].
Ló amou o mundo e deu corda para seus desejos carnais. Ele claramente colheu os frutos das "sementes" que plantou em suas filhas. Ambas tiveram meninos. A mais velha chamou seu filho de Moabe e a mais nova chamou seu bebê de Ben-Amí. Mais tarde, esses dois meninos cresceram e tomaram mulheres gentias como esposas, e assim deram origem aos povos moabita e amonita — ambos amargos inimigos de Israel em toda sua história!
(Antes que nos esqueçamos de Abrão neste mesmo departamento, vamos lembrar que ele tentou "ajudar Deus" a prover o filho que foi prometido e tomou Hagar, a serva egípcia, como sua mulher. Ela deu à luz Ismael — o pai dos povos árabes, e eles também têm sido um espinho na carne de Israel até o dia de hoje.)
O que podemos então concluir a respeito desse homem, Ló? É remotamente concebível que devamos esperar encontrar esse sujeito pecaminoso e mundano no reino eterno de Deus? Com base nas evidências apresentadas no livro de Gênesis, receio que a maioria de nós tenha sérias dúvidas! Mas, louvado seja o Senhor, a salvação não depende das opiniões dos homens e o apóstolo Pedro dissipa todas as dúvidas quando diz:
"E condenou à destruição as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e pondo-as para exemplo aos que vivessem impiamente; e livrou o justo Ló, enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis (porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa, vendo e ouvindo sobre as suas obras injustas)." [2 Pedro 2:6-8; ênfase adicionada].
Ló não podia acusar ninguém, somente a si mesmo, e seus próprios pecados o torturaram a cada dia enquanto ele viveu entre aquele povo vil e ímpio de Sodoma. Mas ele também será um dia julgado pelo Senhor Jesus Cristo — juntamente com todos os indivíduos eleitos do Antigo Testamento — e receber uma repreensão por ter sido um servo inútil parece que será uma possibilidade muito distinta para ele. Entretanto, devemos meditar naquilo que a inspirada Palavra de Deus diz por meio do apóstolo Pedro — Ló era inegavelmente um filho eleito da graça de Deus e seus pecados não comprometeram de modo algum sua salvação. Destarte, para aqueles de vocês que estão convencidos que alguém pode perder a salvação, o que mais poderia Ló ter feito para perdê-la??!!

Fonte: Espada do Espírito