30 de mai. de 2014

Por Que Lutero Tornou-se um Anti-Semita?


Por Que Lutero Tornou-se um Anti-Semita?
Jan Willem van der Hoeven
Em 1523, Martim Lutero escreveu:
Talvez eu consiga atrair alguns judeus para a fé cristã, pois nossos tolos, os papas, bispos, sofistas e monges... até agora os têm tratado tão mal que... se fosse judeu e visse esses idiotas cabeças-duras estabelecendo normas e ensinando a religião cristã, eu preferiria ser um porco a ser cristão. Pois esses homens trataram os judeus como cães, e não como seres humanos.[1]
Essa declaração foi feita no início do período da Reforma, quando Lutero ainda era muito jovem. Nos anos seguintes, entretanto, ele ficaria cada vez mais irritado com o fato de que os judeus, ao lado de quem ele se colocara contra os preconceitos da Igreja Católica Romana, recusavam-se terminantemente a se converter ao Cristianismo.
Vinte anos mais tarde, amargurado e desapontado, Lutero escreveu estas palavras inacreditáveis a respeito do povo que um dia defendera:
Em primeiro lugar, suas sinagogas deveriam ser queimadas... Em segundo lugar, suas casas também deveriam ser demolidas e arrasadas... Em terceiro, seus livros de oração e Talmudes deveriam ser confiscados... Em quarto, os rabinos deveriam ser proibidos de ensinar, sob pena de morte... Em quinto lugar, os passaportes e privilégios de viagem deveriam ser absolutamente vetados aos judeus... Em sexto, eles deveriam ser proibidos de praticar a agiotagem [cobrança de juros extorsivos sobre empréstimos]... Em sétimo lugar, os judeus e judias jovens e fortes deveriam pôr a mão na debulhadeira, no machado, na enxada, na pá, na roca e no fuso para ganhar o seu pão no suor do seu rosto... Deveríamos banir os vis preguiçosos de nossa sociedade ... Portanto, fora com eles...
Resumindo, caros príncipes e nobres que têm judeus em seus domínios, se este meu conselho não vos serve, encontrai solução melhor, para que vós e nós possamos nos ver livres dessa insuportável carga infernal – os judeus.[2]
Muitos alemães puderam afirmar, séculos depois, que estavam seguindo a orientação de Lutero ao incendiarem sinagogas judaicas durante a Kristallnacht ["Noite dos Cristais"], episódio que se tornou o ponto de partida para acontecimentos muito piores [durante o tempo do nazismo].

Com essas palavras, e a atitude assustadora por trás delas, o alemão Lutero lançou os fundamentos do anti-semitismo do Terceiro Reich. Muitos de seus compatriotas puderam afirmar, séculos depois, que estavam seguindo a orientação de Lutero ao incendiarem sinagogas judaicas durante a Kristallnacht ["Noite dos Cristais"], episódio que se tornou o ponto de partida para acontecimentos muito piores [durante o tempo do nazismo].
Com razão, o Dr. Michael Brown, um judeu messiânico, pergunta:
Seria possível que [...] um homem cujos escritos deflagraram a Reforma Protestante, [...] cujos comentários sobre Romanos e Gálatas contribuíram para as conversões de John e Charles Wesley [...] seria possível que suas palavras tivessem ajudado a atiçar as chamas dos fornos de extermínio nazistas?[3]
Em seu livro Why the Jews [Por Que os Judeus?], Dennis Prager e Joseph Telushkin escrevem:
[...] os escritos posteriores de Lutero, atacando os judeus, eram tão virulentos que os nazistas os citavam freqüentemente. De fato, Julius Streicher argumentou durante sua defesa no julgamento de Nuremberg que nunca havia dito nada sobre os judeus que Martim Lutero não tivesse dito 400 anos antes.[4]
O próprio Hitler considerou Lutero uma das três maiores figuras da Alemanha, juntamente com Frederico, "o Grande", e Richard Wagner.[5]
Julius Streicher argumentou durante sua defesa no julgamento de Nuremberg que nunca havia dito nada sobre os judeus que Martim Lutero não tivesse dito 400 anos antes.

Ao executarem seu primeiro massacre em larga escala, em 9 de novembro de 1938, no qual destruíram quase todas as sinagogas da Alemanha e assassinaram trinta e cinco judeus, os nazistas anunciaram que a perseguição era uma homenagem ao aniversário de Martim Lutero.[6]
Portanto, em seus últimos anos de vida, Martim Lutero pode ter abortado o efeito da Reforma que ele mesmo havia iniciado, por causa de seu ódio e de seus discursos amargos contra o mesmo povo que nos legou as Escrituras, que trouxe ao mundo os apóstolos e profetas e através do qual veio até nós o Messias – Jesus, nosso Senhor.
Tudo isso é extremamente triste e deve nos servir de alerta, pois o que ocorreu a um homem tão poderosamente usado por Deus pode acontecer com qualquer um de nós, no que se refere aos judeus – o povo de Deus.
Lutero deveria ter prestado mais atenção às palavras de Paulo em sua Epístola aos Romanos (como todos nós devemos), que ele conhecia tão bem: "Pergunto, pois: terá Deus, porventura, rejeitado o seu povo? De modo nenhum! [...] Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios. E, assim, todo o Israel será salvo..." (Romanos 11.1,25-26).
Portanto, talvez a arrogância e a cegueira que se verificam nos dias de hoje em relação ao plano e propósito final de Deus para com Seu povo, os judeus, sejam piores que a cegueira e o anti-semitismo da maior parte dos membros da igreja no passado, inclusive de Lutero, pois, enquanto eles viveram no período da dispersão dos judeus, nós vivemos no período da reunião de Israel.
Poderíamos dizer que, em sentido bíblico, a dispersão dos judeus sempre teve uma conotação negativa como juízo de Deus sobre Seu povo. Mas, da mesma forma, sua reunião tem uma conotação positiva, pois o que permite aos judeus retornarem ao seu lar é o amor de Deus e Sua graça para com eles. Desse modo, a atitude crítica e muitas vezes anti-semita que a igreja de hoje adota em relação a Israel é ainda mais condenável do que a de Lutero.
Isso nos faz lembrar as seguintes palavras: "Assim diz o Senhor dos Exércitos: Com grande empenho, estou zelando por Jerusalém e por Sião. E, com grande indignação, estou irado contra as nações que vivem confiantes; porque eu estava um pouco indignado, e elas agravaram o mal. Portanto, assim diz o Senhor: Voltei-me para Jerusalém com misericórdia; a minha casa nela será edificada... As minhas cidades ainda transbordarão de bens; o Senhor ainda consolará a Sião e ainda escolherá a Jerusalém" (Zacarias 1.14-17).
E também: "Ouvi a palavra do Senhor, ó nações, e anunciai nas terras longínquas do mar, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como o pastor, ao seu rebanho" (Jeremias 31.10). "Não temas, pois, servo meu, Jacó, diz o Senhor, nem te espantes, ó Israel; pois eis que te livrarei das terras de longe e à tua descendência, da terra do exílio; Jacó voltará e ficará tranqüilo e em sossego; e não haverá quem o atemorize. Porque eu sou contigo, diz o Senhor, para salvar-te; por isso, darei cabo de todas as nações entre as quais te espalhei; de ti, porém, não darei cabo, mas castigar-te-ei em justa medida e de todo não te inocentarei" (Jeremias 30.10-11).
Talvez a arrogância e a cegueira que se verificam nos dias de hoje em relação ao plano e propósito final de Deus para com Seu povo, os judeus, sejam piores que a cegueira e o anti-semitismo da maior parte dos membros da igreja no passado, inclusive de Lutero, pois, enquanto eles viveram no período da dispersão dos judeus, nós vivemos no período da reunião de Israel.

Portanto, fica claro que, assim como Deus disse que Seu povo seria espalhado, Ele também afirmou que haveria um dia em que ele seriam novamente reunido na terra que lhe havia prometido. O salmista anteviu que, assim como houve um período de desfavorecimento, chegaria também o dia em que Israel voltaria a desfrutar do favor de Deus: "Levantar-te-ás e terás piedade de Sião; é tempo de te compadeceres dela, e já é vinda a sua hora" (Salmo 102.13).
Como é triste ver que um dos pais da Reforma estava cego para esta verdade e acabou se voltando ferozmente contra os judeus, em vez de revestir-se da humildade que Paulo recomenda em suas cartas: "Não te glories contra os ramos; porém, se te gloriares, sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz, a ti" (Romanos 11.18).
Desse modo, por causa de seu próprio preconceito anti-semita, Lutero – cuja Reforma originou-se de uma rebelião contra a influência pagã de Roma sobre a fé cristã – foi incapaz de levar a igreja de volta às suas raízes judaicas e à sua origem em Jerusalém. Curiosamente, em vez de Jerusalém e os ensinos dos apóstolos terem se tornado o ponto central da Reforma, Genebra e os ensinos de Calvino e outros reformadores ocuparam o centro do Protestantismo.
Portanto, Lutero abortou a Reforma da qual tanto desejava ser instrumento. Em vez de afastar a igreja das influências pagãs de Roma e fazê-la retornar às suas origens bíblicas em Jerusalém – onde a igreja verdadeira está arraigada e enxertada – ele tirou-a da direção de Roma e apontou-a na direção de Genebra. E, hoje em dia, com Israel habitando novamente em sua terra, pela graça de Deus, a atitude arrogante e crítica da maior parte da igreja em relação a Israel demonstra que ela está mais longe do que nunca de Jerusalém. Enquanto isso, Genebra está voltando às suas origens, em nome de um falso espírito ecumênico que devorará os frutos da Reforma numa igreja mundial unida, cuja capital será Roma.
Com os judeus agora de volta à sua terra e prontos para entrar no período mais abençoado de sua história, num claro cumprimento das repetidas promessas de Deus, alguém poderia pensar que a igreja, cônscia de seu vergonhoso passado em relação ao povo judeu, estaria desejosa de consertar-se, de todo o coração, demonstrando amor e misericórdia, dando apoio e orando por esse povo. Mas, longe disso! A maioria das igrejas já está emitindo declarações oficiais em relação aos judeus reunidos em sua terra que mostram que o anti-semitismo "cristão" do passado está mais vivo do que nunca, com uma diferença: agora ele se dirige contra o povo judeu em sua terra e recebe o nome de anti-sionismo.
Os judeus estão de volta à sua terra e prontos para entrar no período mais abençoado de sua história, num claro cumprimento das repetidas promessas de Deus.

O capítulo sobre anti-semitismo anti-sionista do livro de Prager e Telushkin mostra com clareza que não existe nenhuma diferença real entre essas duas posturas:
Durante sua longa história, o judaísmo tem defendido a idéia de que a nacionalidade judaica constitui a base do judaísmo, juntamente com Deus e a Torá. Como está escrito num antigo texto judaico, "Deus, Torá e Israel são um". A autodefinição dos judeus como uma nação com pátria em Israel não é uma nova crença política dos judeus contemporâneos, mas a essência do judaísmo, desde os tempos bíblicos.[7]
É quase inacreditável o modo como igrejas e crentes genuínos de hoje – a exemplo do que fez Lutero no passado – censuram e criticam violentamente o povo de Israel, quando a Bíblia em que eles afirmam crer não deixa a menor dúvida acerca das intenções de Deus para com Seu povo, repetindo diversas vezes a mesma afirmação: após um período de dispersão, Ele o reunirá novamente na terra que prometeu dar-lhe em possessão eterna.
Knesset, o parlamento israelense.

O fato de até mesmo crentes verdadeiros terem a ousadia de emitir declarações antiisraelenses faz com que nos perguntemos: será que a mesma falta de progresso evangelístico, que fez com que Lutero se voltasse contra os judeus, não estaria colocando os cristãos genuínos de hoje contra os claros ensinamentos da Palavra de Deus, em que afirmam crer? Assim como Lutero queria que a Epístola de Tiago – irmão de Jesus – fosse retirada do cânon porque parecia judaica demais, essas pessoas parecem querer contornar os claros ensinamentos do Novo Testamento acerca do futuro bíblico e maravilhoso de Israel, descrito por Paulo em Romanos 9-11.
Lutero sucumbiu às influências de sua época e acreditou na calúnia de que os judeus estavam tramando envenenar os cristãos, como demonstrou ao escrever:
Se eles [os judeus] pudessem matar-nos, o fariam alegremente, sim, e muitas vezes o fazem, principalmente os que professam a medicina...[8]
Do mesmo modo, alguns cristãos de hoje não hesitam em repetir, deliciados, todas as mentiras e invenções contra os israelenses que os muçulmanos e inimigos de Israel espalham em qualquer lugar do mundo, aceitando-as prontamente como fatos comprovados, e não como distorções maldosas do que realmente está ocorrendo. Um bom exemplo é o rebuliço gerado entre os cristãos em geral, e até entre cristãos amigos de Israel, pela proposta de um projeto de lei anti-missionário. Esse projeto não conta sequer com o apoio do governo israelense, como fica claro numa carta do então primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, recebida por um colega meu:
Gostaria de assegurar-lhe que esse projeto de lei não tem o apoio do governo de Israel. Ele foi apresentado como uma proposta particular de alguns membros, pelas mãos de Nissim Zvilli, do Partido Trabalhista, e do rabino Moshe Gafni, do partido YaHadut HaTorah. Com menos de trinta membros do Knesset [o parlamento israelense] presentes na sessão, o projeto conseguiu aprovação numa leitura preliminar. Entretanto, para ser sancionado como lei, ele precisa ser aprovado em três outras audiências. O governo é terminantemente contra esse projeto e não poupará esforços para que ele não seja aprovado*.[9]
Por sua vez, como lemos num artigo de Yossi Klein HaLevi publicado no Jerusalem Report, a Autoridade Palestina não tem pudores de dizer que, perante suas leis e costumes, o ato dum cristão levar um muçulmano a Cristo é considerado crime. Isso foi evidenciado no caso de Muhammed Bak’r, um ex-muçulmano que, depois de aceitar Jesus, levou quatro outros muçulmanos a se converterem ao cristianismo e, por isso, foi preso e torturado pelas autoridades palestinas.
O mesmo destino teve Shakr Saleh, um muçulmano que se entregou a Cristo há alguns anos e agora vive escondido após ter sido arrancado de sua casa, seqüestrado, interrogado e torturado pelos "policiais" palestinos de Jibril Rajoub, em Jericó.
Segundo um recente comunicado cristão à imprensa:
Bak’r é a mais recente vítima da campanha empreendida oficialmente pela Autoridade Palestina com o intuito de perseguir ex-muçulmanos que se converteram à fé cristã para desestimular novas conversões. De acordo com a lei islâmica, converter-se a outra religião é crime punível com a morte.[10]
Diante disso, é chocante ouvir o clamor de cristãos do mundo inteiro contra Israel por causa de uma lei que ainda nem foi aprovada, enquanto não se ouve quase nenhum murmúrio pelos pobres cristãos palestinos torturados e ameaçados de morte por seus próprios compatriotas. Isso realmente é muito estranho.
Deveríamos ler novamente os relatos sobre os gritos aterradores de muitos cristãos, homens e mulheres, que foram mortos, mutilados e violentados pelos asseclas de Arafat, durante os anos em que este exerceu seu brutal reino de terror no Líbano. Assim saberíamos qual – ou quem – é a principal ameaça à comunidade cristã palestina. Não se trata de Israel!
Vejamos alguns relatos:
1. Testemunhando numa audiência diante da subcomissão de Relações Exteriores do Senado dos EUA sobre perseguições religiosas no Oriente Médio, em 1º de maio, a escritora Bat Ye’or declarou:
O século XIX – até mesmo após a I Guerra Mundial – foi um período traumático marcado pelo genocídio de cristãos em massacres que se estenderam desde os Bálcãs (Grécia, Sérvia, Bulgária) até a Armênia e o Oriente Médio. Nesse contexto de morte, os cristãos orientais conceberam, em finais do século XIX, a doutrina da simbiose islâmico-cristã numa tentativa desesperada de se protegerem contra o terror e a escravidão. Essa doutrina – que também incluía o anti-sionismo – tinha muitas facetas, tanto políticas quanto religiosas. No fim das contas, seus resultados foram, em sua maioria, negativos.
Essa doutrina, que ainda tem seguidores nos dias de hoje, é responsável pelo silêncio geral em relação à tragédia permanente em que vivem os cristãos orientais. Qualquer menção da jihad e das perseguições de cristãos pelos muçulmanos era assunto tabu, porque não fazia sentido denunciar a perseguição e, simultaneamente, proclamar a existência de uma pretensa simbiose islâmico-cristã, desde o passado até os dias atuais. É nesse casulo de mentiras e de silêncio deliberadamente imposto, firmemente apoiado pelas igrejas, os governos e a imprensa – cada um por suas próprias razões – que a perseguição de cristãos pôde desenvolver-se livremente durante este século até o presente momento, quase sem obstáculos.[11]
O tributo de sangue do islã:
• Mais de 5.000 cristãos foram mortos por árabes muçulmanos no Líbano, entre 1975 e 1982.
• Cerca de 120.000 católicos foram assassinados por muçulmanos nas Filipinas, desde 1972.
• Aproximadamente 200.000 católicos foram mortos durante a invasão do Timor Leste (de maioria cristã) pelas autoridades islâmicas da Indonésia.
• Uma estimativa conservadora aponta que entre 500.000 e 700.000 cristãos negros do Sul do Sudão foram mortos ou vendidos como escravos por árabes muçulmanos que ocuparam a região Norte do país.
• Os muçulmanos também mataram muitos judeus (cerca de 16.000 em Israel, desde 1948), assim como outros muçulmanos que caíram em desgraça por qualquer razão (na Argélia, por exemplo, foram mortas cerca de 60.000 pessoas, de todas as posições sociais, desde 1992).[12]
2. Mike Horowitz, do Hudson Institute, declarou numa entrevista concedida a Chuck Colson, ex-assessor da Casa Branca:
Pelo mesmo preço que antes se pagava por algumas galinhas, é possível comprar um escravo cristão... nas feiras-livres do Sudão. As mulheres custam mais caro, e são compradas como concubinas. Esses escravos são crianças cristãs arrancadas violentamente de seus lares pelos bandoleiros que mandam no Sudão. E essas crianças são marcadas a ferro. Se tentarem escapar, seus tendões de Aquiles são cortados. Elas são usadas como bancos de sangue vivos para soldados feridos. As comunidades cristãs são submetidas sistematicamente à fome e a bombardeios devastadores. Além disso, no Sul do Sudão uma grande porcentagem da comunidade cristã (os números são quase impossíveis de determinar com exatidão) já foi exterminada por esse governo islâmico radical.[13]
Exceto a do Sudão, cujos líderes perversos e fanáticos eram amigos de Yasser Arafat, nenhuma comunidade cristã sofreu tanto nas mãos de muçulmanos quanto os libaneses durante o domínio dos homens comandados pelo então chefe da OLP. Aqui estão alguns relatos impressionantes e dramáticos:
1. Hassan Abdel al-Hamid contou a um repórter israelense a respeito da antiga prisão no quarteirão da casbah, a cidade velha de Sidom, que serviu de câmara de tortura para os adversários políticos da OLP e onde uma das salas foi separada especialmente para a prática de estupros:
A prisão foi construída em 1973 e muitas famílias foram levadas para lá. À noite, eles traziam moças jovens para o gabinete. Numa sala especial usada apenas para este fim, podia-se ouvir as moças gritando: "Alá, deixe-nos em paz; Alá, proteja suas mulheres; por favor, não permita que nossa honra seja manchada". Depois de algum tempo, os gritos cessavam.
Uma fotografia de Arafat foi encontrada sobre a cama onde as atrocidades eram cometidas. Os moradores de Sidom disseram que, nas ruas próximas, era possível ouvir os gritos das jovens quase todas as noites.[14]
2. A escola cristã no norte de Nabatieh era dirigida por sete freiras, antes da OLP tomar o poder. A irmã A. contou o que aconteceu quando a OLP chegou:
Primeiro, eles levaram a irmã C. à força e a violentaram. Depois, nos espancaram. Ficamos escondidas nos porões do mosteiro por dezoito meses. A comida era trazida à noite pelos cristãos da região. Durante sete anos, os sinos do nosso mosteiro não tocaram.[15]
Não é estranho – muito estranho – que, apesar de todo esse terror e morticínio que os cristãos enfrentam nas mãos de muçulmanos e palestinos, grande parte da TV, rádio e imprensa escrita – e até mesmo a imprensa cristã – não diga praticamente nada sobre esse aspecto do sofrimento dos cristãos no Oriente Médio e, ao mesmo tempo, numa típica atitude anti-sionista e anti-semita, aponte Israel repetidamente como a ameaça à paz e à presença cristã no Oriente Médio?
Vejamos as palavras esclarecedoras do Dr. Walid Phares:
Os atuais problemas políticos, as limitações impostas sobre os cristãos como resultado das investidas constantes e os dramas da intifada garantiram aos árabes [palestinos] islâmicos considerável ajuda por parte das nações muçulmanas "irmãs".

As pessoas geralmente pensam que os cristãos do Oriente Médio restringem-se a um grupo de palestinos. Na verdade, estes são apenas uma parcela dos milhões de cristãos que se encontram distribuídos desde o Sudão até a Armênia: mais de 10 milhões de cristãos coptas vivem no Egito; 4 milhões de cristãos no Sul do Sudão; 1 milhão e meio no Líbano; 1 milhão de assírios-caldeus no Iraque; 1 milhão de cristãos na Síria e 500 mil no Irã, entre outros.
Aos olhos dos cristãos do Oriente Médio, a criação do Estado de Israel foi vista como um progresso altamente positivo, pois eles consideraram o renascimento de Israel como uma promessa de que sua própria libertação estava a caminho. Durante décadas, secreta ou abertamente, os cristãos de países como o Líbano, o Iraque e o Sudão têm enaltecido o modelo de Israel e procurado imitá-lo. Essa atração entre Israel e os cristãos do Oriente Médio vem desafiando a ordem árabe-islâmica na região.[16]
Ouçamos também as palavras de um padre católico na Terra Santa, divulgadas numa publicação oficial do Vaticano, La Terra Sancta, em 1997:
As dificuldades enfrentadas pelos cristãos são causadas pelo fato dos muçulmanos estarem cada vez mais tomando posse da terra a fim de impedir que os cristãos continuem habitando ali [...].
Os cristãos estão abandonando o Oriente Médio. Infelizmente, este é um fato inegável. Muitos têm analisado esse fenômeno, e alguns prevêm que, daqui a 30 anos, não haverá mais cristãos na região [...]
Já que os muçulmanos não podem, por enquanto, implementar uma sociedade islâmica homogênea na nação inteira, envolvendo estilo de vida e as leis do país, eles estão tentando "islamizar a terra", i.e., torná-la propriedade de muçulmanos [...]
De qualquer forma, os muçulmanos continuam usando seus truques para adquirir propriedades. Eles pagam quantias astronômicas em Belém, não só para comprar terras. Nas áreas sob a jurisdição de minha paróquia, uma família cristã quis vender parte de sua propriedade. Apareceram uns compradores muçulmanos, mas a família avisou que preferia vender para outros cristãos. Finalmente, eles conseguiram vender a área, mas, pouco tempo depois, os muçulmanos tentaram incendiar a casa. Quem foi responsabilizado pelo fogo criminoso? "Crianças", disseram eles. Felizmente, desta vez os proprietários da casa perceberam o início do incêndio e conseguiram apagá-lo a tempo. Mas, em Jerusalém, duas lojas foram queimadas por dois garis e ficaram completamente destruídas.
Como vemos, a idéia de islamizar a terra provoca grandes tensões e, ao mesmo tempo, diminui cada vez mais o espaço vital disponível para os cristãos. Os atuais problemas políticos, as limitações impostas sobre os cristãos como resultado das investidas constantes e os dramas da intifada garantiram aos árabes [palestinos] islâmicos considerável ajuda por parte das nações muçulmanas "irmãs", enquanto aos cristãos é dito apenas: "Vocês têm suas igrejas" (que coletam ofertas na Sexta-Feira da Paixão e que não são sustentadas por poços de petróleo).
Se essa situação continuar, as jovens famílias cristãs terão cada vez maior dificuldade de adquirir suas propriedades e casas e, assim, não conseguirão fincar raízes em sua terra natal e serão forçadas a juntar-se à onda de cristãos que estão emigrando da Terra Santa.[17]
Diante disso tudo, fica a pergunta: qual a razão dessa insistente atitude tendenciosa – até mesmo entre os cristãos – contra o povo judeu em geral, e contra o povo de Israel em particular, enquanto os verdadeiros culpados pela situação do Oriente Médio geralmente ficam impunes?
Será que, se algum dia os muçulmanos tiverem a bomba atômica e se sentirem em condições de completar a Solução Final de Hitler, incorporando a nação independente de Israel a um Estado palestino muçulmano, eles poderão justificar suas ações usando como argumento as citações de muitos clérigos e críticos cristãos que ajudaram a criar o clima favorável à destruição de Israel com suas violentas e incessantes censuras e sua tendenciosidade?

Será que o antigo antagonismo de Lutero e de outros patriarcas da igreja e teólogos está influenciando a teologia e as atitudes da igreja moderna em relação ao povo de Israel? É isso que demonstra a recente resolução tendenciosa do Sínodo Presbiteriano dos EUA contra Israel.
Será que, se algum dia os muçulmanos tiverem a bomba atômica e se sentirem em condições de completar a Solução Final de Hitler, incorporando a nação independente de Israel a um Estado palestino muçulmano, eles poderão justificar suas ações usando como argumento as citações de muitos clérigos e críticos cristãos que ajudaram a criar o clima favorável à destruição de Israel com suas violentas e incessantes censuras e sua tendenciosidade?
Pouca coisa mudou com o passar dos anos. A história – ao que parece – realmente se repete. (www.israelmybeloved.com - http://www.beth-shalom.com.br)
Jan Willem van der Hoeven é diretor do International Christian Zionist Center.
Notas:
  1. Martim Lutero: That Jesus Christ was born a Jew [Que Jesus Cristo Nasceu Judeu], reimpresso em Frank Ephraim Talmage, ed. Disputation and Dialogue: Readings in the Jewish-Christian Encounter (Nova York: Ktav/Anti-Defamation League of B’nai B’rith, 1975), p. 33.
  2. Martim Lutero: Concerning the Jews and their lies [A respeito dos judeus e suas mentiras], reimpresso em Talmage, Disputation and Dialogue, pp. 34-36.
  3. Michael L. Brown: Our hands are stained with blood [Nossas mãos estão manchadas de sangue] Shippensburg, PA: Destiny Image Publishers, 1992), p. 16.
  4. Dennis Prager e Joseph Telushkin: Why the Jews? The reason for anti-Semitism [Por que os Judeus: A causa do anti-semitismo] (Nova York: Simon & Shuster, 1983), p. 107.
  5. Adolf Hitler: Mein Kampf, p. 213.
  6. Prager e Telushkin, p. 107.
  7. Prager e Telushkin, p. 171.
  8. Joshua Trachtenberg: The Devil and the Jews: The medieval conception of the Jew and its relation to modern anti-Semitism [O Diabo e os Judeus: A concepção medieval do judeu e sua relação com o anti-Semitismo moderno], p. 99.
  9. Benjamin Netanyahu, então primeiro-ministro de Israel, em carta enviada a Elwood McQuaid, datada de 3 de junho de 1997.
  10. Comunicado da ICEJ distribuído à imprensa em julho de 1997.
  11. A cocoon of lies [Um casulo de mentiras]: Middle East Digest (agosto, 1997), p. 6.
  12. Middle East Digest (agosto, 1997).
  13. Chuck Colson: Jubilee (Edição da Primavera).
  14. Eliyahu Tal, ed: citação tirada da TV israelense, 13 de julho de 1982, em The PLO: Now the story can be told [A OLP: Agora a história pode ser contada], (Tel Aviv, Achduth Press, 1982), pp. 42, 43.
  15. Tal, p. 43.
  16. Middle East Digest (agosto, 1997), p.6.
  17. The bitter exodus of Christians from the Holy Land [A amarga saída dos cristãos da Terra Santa]: La Terra Sancta, 1991.

24 de mai. de 2014

O ARREBATAMENTO ESTÁ PRÓXIMO!

O Arrebatamento - Consolem-se, Jesus Virá!

Há tanto tempo se diz: “O Senhor virá em breve!” Ele realmente está próximo? Ou será que estamos enganados?
Certamente você já se perguntou: “Quando Jesus virá?”. Meu filho também tinha essa dúvida. Ele chegou às suas próprias conclusões e me disse: “Sabe, papai, eu penso que Jesus não virá mais”. Eu quis saber por que ele pensava assim. Ele explicou: “Há tanto tempo você fica dizendo que Jesus está voltando, eu já tenho oito anos e Ele ainda não chegou! Acho que Ele não vem mais, porque já espero há tanto tempo!” Tentei explicar que essa esperança já existe há dois mil anos e o que significa tê-la sempre no coração.
Com muita freqüência recebemos cartas e telefonemas com exatamente a mesma pergunta: “Você dizem há tanto tempo que Jesus está às portas. Isso é ou não é verdade?”.

O que a Palavra de Deus tem a nos dizer nessa questão?

O apóstolo Paulo escreveu em 1 Tessalonicenses 4.13-5.4: “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras. Irmãos, relativamente aos tempos e às épocas, não há necessidade de que eu vos escreva; pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o Dia do Senhor vem como ladrão de noite. Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão. Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse Dia como ladrão vos apanhe de surpresa”.
A igreja de Tessalônica era uma igreja jovem. Atos 17 relata sua fundação. Paulo pregou por três semanas na sinagoga dessa cidade. Talvez mais tarde tenha passado algum tempo ali, mas não pode ter sido um tempo longo, já que teve de fugir dali. Judeus e muitos gregos se converteram a Cristo: “E alguns deles creram, e ajuntaram-se com Paulo e Silas; e também uma grande multidão de gregos religiosos, e não poucas mulheres principais” (At 17.4, ACF). Mas houve um levante em Tessalônica, alguns cristãos foram lançados na prisão e, no final, Paulo e Silas foram obrigados a deixar a cidade (v.10). Portanto, Paulo não teve muito tempo para pregar ali, e continuou sua jornada indo para Beréia. “Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim” (At 17.11).
Apesar da perseguição, uma igreja surgiu em Tessalônica. “Os judeus, porém, movidos de inveja, trazendo consigo alguns homens maus dentre a malandragem, ajuntando a turba, alvoroçaram a cidade...” (At 17.5). A cidade toda ficou alvoroçada! Provavelmente muitos nem sabiam a verdadeira razão dos tumultos. Desde seu princípio, a igreja de Tessalônica deve ter sofrido perseguição, como podemos ler em 1 e 2 Tessalonicenses. Apesar dessa pressão, a igreja continuou sendo um exemplo, como Paulo testemunhou: “Com efeito, vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra, posto que por meio de muita tribulação, com alegria do Espírito Santo, de sorte que vos tornastes o modelo para todos os crentes na Macedônia e na Acaia” (1 Ts 1.6-7).
“Depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (1 Ts 4.17).
Por experiência própria, Paulo sabia o que era perseguição e estava preocupado com essa igreja tão jovem. Ele estava ciente das conseqüências que a perseguição pode acarretar. Paulo desejava visitar os tessalonicenses, mas Satanás o impediu: “Ora, irmãos, nós, orfanados, por breve tempo, de vossa presença, não, porém, do coração, com tanto mais empenho diligenciamos, com grande desejo, ir ver-vos pessoalmente. Por isso, quisemos ir até vós (pelo menos eu, Paulo, não somente uma vez, mas duas); contudo, Satanás nos barrou o caminho” (1 Ts 2.17-18). Por isso enviou apressadamente Timóteo a Tessalônica: “e enviamos nosso irmão Timóteo, ministro de Deus no evangelho de Cristo, para, em benefício da vossa fé, confirmar-vos e exortar-vos, a fim de que ninguém se inquiete com estas tribulações. Porque vós mesmos sabeis que estamos designados para isto” (1 Ts 3.2-3). Hoje em dia, aqui no mundo livre, nem sabemos mais o que significa ser perseguido por causa da fé em Jesus Cristo. Mas deveríamos tentar entender a situação dos tessalonicenses para avaliar corretamente o que Paulo tentava fazer por eles ao engrandecer tanto a esperança da volta de Jesus diante de seus olhos espirituais.
Apesar da perseguição e do sofrimento que a igreja teve de passar desde seu primeiro dia de existência, Timóteo voltou muito animado de Tessalônica: “Agora, porém, com o regresso de Timóteo, vindo do vosso meio, trazendo-nos boas notícias da vossa fé e do vosso amor, e, ainda, que sempre guardais grata lembrança de nós...” (1 Ts 3.6).
Mesmo que Paulo não tenha ficado muito tempo em Tessalônica, essa era uma igreja muito bem ensinada. Provavelmente tinha fome pela Palavra de Deus, de forma que Paulo teve condições de passar-lhe muitos ensinamentos. Os tessalonicenses sabiam acerca do Dia do Senhor. Sabiam que o Senhor voltaria. E viviam na expectativa desse evento. Em 2 Tessalonicenses, que traz mais informações sobre o Dia do Senhor, Paulo diz: “Não vos recordais de que, ainda convosco, eu costumava dizer-vos estas coisas?” (2 Ts 2.5). Portanto, quando Paulo esteve em Tessalônica, já falara sobre o Dia do Senhor. – Em muitas igrejas nem se fala mais nisso! É um assunto aparentemente difícil e delicado... Mas para Paulo, falar da volta de Cristo era parte integrante de sua mensagem, inclusive para uma igreja em formação. Essa é a grande esperança que todos nós temos: Jesus virá, Jesus voltará!

Uma questão em aberto

Timóteo levou consigo algumas perguntas que preocupavam os crentes de Tessalônica. Uma delas era: “O que será dos crentes que já faleceram?” Muitos já haviam falecido em Tessalônica, seja por doenças, perseguições ou de velhice. E agora a igreja ficava se perguntando com uma certa ansiedade se esses crentes falecidos teriam algum prejuízo por terem partido desta terra antes dos outros irmãos. Estariam juntos quando Jesus voltasse? Os tessalonicenses viviam em amor fraternal (1 Ts 4.9), e por amor se preocupavam com seus irmãos na fé. A segunda questão que os inquietava era: “O Dia do Senhor já chegou?” Por que eles pensavam isso? Já que tinham sido ensinados sobre o Dia do Senhor e a volta de Jesus e enfrentavam angústia, achavam que esse Dia já poderia ter chegado. Essa era uma das razões. Por outro lado, entrava gente na jovem igreja propagando falsas doutrinas. Na Segunda Carta aos Tessalonicenses (escrita logo depois da primeira, sendo na verdade um complemento dela), Paulo escreve: “Irmãos, no que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós vos exortamos a que não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor” (2 Ts 2.1-2). Vemos que havia gente afirmando que o Dia do Senhor já estava se desenrolando em seus dias. Alguns chegavam a apresentar cartas falsas para sublinhar essa afirmação. Isso confundia os tessalonicenses, pois acreditavam que as cartas eram de Paulo. Ele os havia instruído de uma certa forma, e agora supostas cartas suas diziam o contrário. A isso somava-se a perseguição, e eles ficaram inquietos e cheios de questionamentos. São justamente essas perguntas que Paulo trata de responder ao escrever as duas cartas aos tessalonicenses.

Preocupação de pastor

Paulo escreveu sua primeira carta aos tessalonicenses como pastor preocupado com sua igreja: “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança” (1 Ts 4.13). Em 1 Tessalonicenses 4.13-18 ele responde à pergunta acerca do paradeiro dos crentes que já morreram. Essa resposta deveria servir de alento e fortalecimento aos tessalonicenses: “Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras”.
Paulo faz uso – como já fazia Jesus – da expressão “os que dormem” ao falar dos falecidos em Cristo. Eles não estão mortos da forma que o mundo entende a morte, mas encontram-se adormecidos. Como podemos entender esse sono? Atos 7 relata sobre o apedrejamento de Estêvão: “E apedrejavam Estêvão, que invocava e dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito! Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado! Com estas palavras, adormeceu” (At 7.59-60). Mais uma vez vemos o uso da palavra “adormecer”. Mas o próprio Estêvão diz: “recebe o meu espírito!” No momento em que o crente morre, está na presença de Deus. O que Jesus prometeu ao malfeitor crucificado a Seu lado? “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43). O espírito passa imediatamente à presença de Deus. O corpo não, pois está morto. A ressurreição do corpo ocorre mais tarde. Quando o crente morre, seu corpo adormece. Nós, cristãos, temos uma esperança. Qual é essa esperança?

A esperança dos crentes

“Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança” (1 Ts 4.13).
Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem” (1 Ts 4.14). Paulo retorna à base da conversão: “se cremos que Jesus morreu...” Você crê que Jesus morreu em seu lugar? Filipenses 2.7-8 testemunha que Jesus “a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se esvaziou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz”. Muitas vezes a ênfase é colocada nos sofrimentos físicos de Jesus. De fato, o que Jesus sofreu em Seu corpo foi terrível. Mas quando foi pregado na cruz, Seu sofrimento ia muito além do mero sofrimento físico. Na cruz Ele clamou “em alta voz”: “Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27.46). Ele estava no lugar mais solitário do mundo. Nesse momento, Jesus tomou nossos pecados sobre si, de forma que o Pai não podia mais ter comunhão com Seu Filho. E nesse momento Jesus pagou o que nós merecíamos.
Paulo continua escrevendo em 1 Tessalonicenses 4.14 que Jesus “morreu e ressuscitou”. Quando viajamos a Israel e visitamos o Sepulcro do Jardim (deixemos de lado a questão se este é ou não o autêntico túmulo de Jesus), vemos uma placa onde está escrito: “Ele não está aqui! Ele ressuscitou!” O sepulcro está vazio! Sem ressurreição Jesus teria sido um grande profeta ou um bom exemplo para muita gente, mas não seria nosso Salvador. Ele morreu por nós, Ele ressuscitou por nós. “Sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos ressuscitará com Jesus e nos apresentará convosco” (2 Co 4.14).). Temos esta segurança: Já que Jesus foi ressuscitado por Deus o Pai, temos a prova e a garantia de que tudo está pago. Sua ressurreição é a prova de nossa salvação – e de nossa própria ressurreição!

A importância da ressurreição

Infelizmente, em certas igrejas cristãs a ressurreição de Cristo é vista como lenda e não como um fato histórico. Paulo, porém, escreve: “Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos” (1 Co 15.20-21). E acrescenta o seu próprio testemunho para reforçar a importância da ressurreição: “Se, como homem, lutei em Éfeso com feras, que me aproveita isso? Se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos, que amanhã morreremos” (1 Co 15.32). Se Cristo não ressurgiu dentre os mortos, toda a nossa fé é vã.

E o Arrebatamento?

A partir de 1 Tessalonicenses 4.15 Paulo passa a tratar do Arrebatamento da Igreja e diz: “vos declaramos, por palavra do Senhor...” Ele sublinha de forma muito enfática que o que dirá a seguir será Palavra do Senhor. Em 1 Coríntios 15.51 ele diz que o Arrebatamento é um mistério. Mistério é algo não revelado até então. O Arrebatamento é um mistério. Não sabemos quando ele se dará. É e continuará sendo um mistério até acontecer.
Infelizmente, em certas igrejas cristãs a ressurreição de Cristo é vista como lenda e não como um fato histórico. Paulo, porém, escreve: “Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos” (1 Co 15.20-21).
Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem” (1 Ts 4.15). Prestemos atenção especial às palavras “nós, os vivos, os que ficarmos...”. Ele não sabia quando se daria o Arrebatamento, mas esperava por ele. Paulo estabeleceu uma regra geral: Jesus voltará! E todos nós, os vivos, devemos estar preparados. Paulo inclui a si mesmo na regra. – Todos nós esperamos que Jesus virá em nosso tempo de vida, o quanto antes melhor! Mas Deus tem a Sua hora. Não haverá diferença se morrermos hoje e o Senhor voltar apenas daqui a três anos. Para aqueles que vivem e para aqueles que já faleceram tudo será igual na ressurreição.
Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (1 Ts 4.16).

Deus tem um tempo para tudo

Somente Deus sabe quando ocorrerá o Arrebatamento. Ele mesmo dará a ordem. E então soará a voz do arcanjo. A Bíblia menciona só um arcanjo, Miguel (Judas 9). Gabriel também é um anjo importante, mas não é chamado de arcanjo. A trombeta de Deus ressoará. Em 1 Coríntios 15.52 essa mesma trombeta é chamada de última trombeta. Existem diversas teorias acerca do que seria essa trombeta. Primeiramente, constatamos que é uma “trombeta de Deus”. É uma trombeta especial. E é a última trombeta. Isso pode ser entendido de diversas formas. Mas não creio que tenha relação com a última das sete trombetas de Apocalipse 11. No tempo em que Paulo escreveu 1 Tessalonicenses e 1 Coríntios, o Apocalipse ainda não tinha sido escrito. Paulo já havia falecido há muito tempo quando João escreveu esse livro. A última trombeta do Apocalipse é uma trombeta de juízo. 1 Tessalonicenses e 1 Coríntios dizem respeito à Igreja e não à época de juízo que virá sobre a terra. Podemos entender a última trombeta em paralelo com Êxodo 19. Ali o povo de Israel estava diante do monte Sinai. Os israelitas não podiam tocar o monte, que era santo pela presença de Deus. “Ao amanhecer do terceiro dia, houve trovões, e relâmpagos, e uma espessa nuvem sobre o monte, e mui forte clangor de trombeta, de maneira que todo o povo que estava no arraial se estremeceu. E Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus; e puseram-se ao pé do monte. Todo o monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo; a sua fumaça subiu como fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia grandemente. E o clangor da trombeta ia aumentando cada vez mais; Moisés falava, e Deus lhe respondia no trovão” (Êx 19.16-19). Essas trombetas conclamavam o povo de Israel a virem a Deus. A última trombeta talvez seja isso: Deus chamando Seu povo.

Deus desce dos céus

O texto bíblico diz: “e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (1 Ts 4.16). “depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (1 Ts 4.17).
Vejamos a seqüência:
  1. Haverá a palavra de ordem
  2. a voz do arcanjo se fará ouvir
  3. a trombeta ressoará
  4. Deus descerá dos céus
  5. “os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro”
  6. depois “nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles” e
  7. “assim, estaremos para sempre com o Senhor”.
Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras” (v.18).. Essas palavras deveriam servir de estímulo à igreja em Tessalônica. Vivendo ou morrendo, todo cristão tem a mesma esperança: Jesus virá, Ele virá para Sua Igreja.

Sobre tempos e épocas

Os tessalonicenses também queriam saber quando tudo isso iria acontecer. Paulo escreveu acerca de um mistério, em que ele mesmo se incluía. Ele partia do princípio de que Jesus poderia voltar já naquele tempo, em seus dias. Acerca dos “tempos e épocas”, porém, ele escreveu: “Irmãos, relativamente aos tempos e às épocas, não há necessidade de que eu vos escreva” (1 Ts 5.1). Por que isso não era necessário? Primeiro, porque os tessalonicenses já estavam prevenidos: “Pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o Dia do Senhor vem como ladrão de noite” (v.2). Se queremos falar sobre o Dia do Senhor precisamos considerar o que está escrito em 2 Tessalonicenses. Nessa carta Paulo aprofunda mais essa temática e explica o que precisa acontecer até que venha o Dia do Senhor.
Muitos já se perguntaram acerca dos “tempos e épocas”. A questão não é nova. “Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel? Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou para sua exclusiva autoridade” (At 1.6-7). Conhecer “tempos e épocas” não é assunto nosso. Uma coisa é bem certa: ninguém sabe a data. Quem estipula dia e hora contradiz o Senhor Jesus.
Conhecer “tempos e épocas” não é assunto nosso. Uma coisa é bem certa: ninguém sabe a data.
Seitas cristãs já surgiram baseadas em especulações acerca das coisas futuras. Por exemplo, a volta de Jesus foi anunciada para um dia de março de 1844. Muitos se prepararam. Quanto mais a data se aproximava, mais gente vendia ou doava seus bens – o Senhor viria com certeza, pensavam eles. Mas o Senhor não veio. Aí foi preciso fabricar rapidamente uma solução para o impasse. A data foi transferida para 22 de outubro de 1844. Mas nem nessa segunda vez Jesus Cristo voltou, e muitos cristãos perderam sua fé. Isso deu origem a mais outras seitas cristãs, como os adventistas. Eles explicaram que Jesus não teria vindo porque o sábado não estava sendo celebrado. Outra idéia foi que o Senhor veio apenas em espírito.
Imagine por um momento que eu poderia afirmar com certeza quando o Senhor virá. Imagine se eu pudesse fixar a data certa e ainda comprovar o que digo. O que você faria com essa informação? Provavelmente mudaria completamente a sua vida. Deixaria de fazer muitas coisas que pratica. Pararia de gastar seu tempo em coisas inúteis...

Se soubéssemos

Se de fato soubéssemos que o Senhor virá, por exemplo, daqui a um ano, tentaríamos resolver todas as desavenças que existem entre nós. Evangelizaríamos rapidamente nossos vizinhos. Pois se Jesus virá, tanto faz o que eles vão pensar de nós. Se temos em mente que o Senhor virá podemos direcionar nossa vida para esse evento e muitas coisas mudam na nossa vida.
Coloque suas coisas em ordem como se o Senhor viesse ainda hoje. Ele pode vir logo, hoje ou amanhã. Toda a sua vida deveria estar voltada para esse grande acontecimento: o Senhor virá! Providenciemos para que não seja tarde demais para muitas coisas que ainda devemos fazer ou deixar de lado. Uma coisa é certa: não sabemos o dia nem a hora. Mas a Bíblia nos fornece a grande moldura onde se encaixa esse grandioso evento: o palco está sendo preparado diante dos nossos olhos. A vinda de Jesus está hoje mais próxima do que nunca.
Pedro testifica: “Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração” (2 Pe 1.19). Fazemos bem em atentar à palavra profética. Precisamos reconhecer o tempo em que vivemos. A profecia bíblica se cumpre diante dos nossos olhos. E é justamente esse cumprimento que deveria nos acordar. O povo de Israel está voltando para sua terra, um povo que esteve ausente de sua pátria por dois mil anos. Deus retoma Seu plano com Israel. Isso significa que Seu plano com a Igreja em breve estará encerrado. Rico ou pobre, saudável ou doente, tenha um bom testemunho diante dos homens. Mantenha somente Jesus diante dos olhos do seu coração, pois Ele certamente virá. Ele virá em breve! (Nathanael Winkler - http://www.chamada.com.br)

PROVAÇÕES. CONFIANDO NA PALAVRA DE DEUS

Provações: Confiando na Palavra de Deus

O que todo crente precisa, mas não quer; tem, mas não sabe o que fazer com elas? A resposta é: provações. Não as queremos, mas as temos. Quando as temos, não sabemos o que fazer com elas. E, embora elas sejam sempre individualizadas, todas envolvem a mesma questão subjacente: confiar na Palavra de Deus e viver por ela.
O Livro de Tiago tem muito a dizer sobre passarmos por provações e confiarmos na Palavra. Ele foi escrito pelo meio-irmão de Jesus, que era o líder espiritual da igreja de Jerusalém. Ele estava escrevendo aos milhares de crentes judeus que foram forçados a fugir de Jerusalém devido à intensa perseguição. Essas pessoas haviam perdido seus empregos, suas casas, e seus bens. Em alguns casos, haviam também perdido sua família e seus amigos. A vida para elas estava extremamente difícil, e Tiago escreveu para encorajá-las, confortá-las e ajudá-las a direcionarem seus caminhos.

A sabedoria é a chave

Primeiro, ele lhes lembrou que as provações produzem a maturidade; portanto, devemos aceitá-las com alegria: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações” (Tg 1.2). As provações deveriam nos fazer antever o que Deus realizará. Devemos aceitá-las com alegria, não porque gostamos de provações, mas porque gostamos dos resultados.
Para agirmos assim, precisamos da sabedoria de Deus: “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida” (v.5). Alguns de nós estamos enfrentando o desemprego, problemas familiares, questões de saúde, ou lutas relacionadas ao futuro de Deus para nós. Em todos esses casos, precisamos da sabedoria de Deus. Devemos nos perguntar: “Como estou reagindo a esta situação? Qual é o caminho de Deus? Qual é o plano dEle para mim nas circunstâncias que estou enfrentando?”.
As Escrituras dizem: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (v.17). Tiago estava se referindo às provações. Deus as deu a você com amor. A frase “todo dom perfeito” descreve o dom em si e o fato de que ele foi perfeitamente projetado para a sua situação.
Deus dirige e supervisiona tudo o que Ele lhe dá. Ele sabe quanto você pode suportar e o que é necessário para que você amadureça. Deus vê o seu potencial. Ele é como um professor gabaritado e um pai perfeito em uma só pessoa, e quer apenas o melhor para você. Ele usa de provações para ajudá-lo a crescer, para que você possa maximizar seu serviço em Seu Reino.
A chave para suportarmos as provações é a sabedoria de Deus, que vem apenas por meio de Sua Palavra. Conseqüentemente, devemos aplicar as Escrituras às nossas situações diárias com diligência, sendo “praticantes da Palavra, e não apenas ouvintes” (v.22). A sabedoria de Deus sempre funciona. Ela é perfeita. Quando obedecemos à Palavra, superamos o pecado e impedimos a provação (que é neutra) de se transformar em uma tentação (que é negativa).
Segundo, Tiago relembrou a esses crentes em sofrimento que, se uma pessoa tem fé, mas não tem obras, ela realmente não tem fé: “Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta” (Tg 2.17). Esta afirmação não é sobre ser nascido de novo ou ser salvo do pecado. É sobre ser livre das provações. Quando Tiago perguntou: “Qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?” (v.14), a resposta é “não”. A fé sem obras não ajudará você a passar pelas lutas. Sua fé tem que ser ativa.
Deus vê o seu potencial. Ele é como um professor gabaritado e um pai perfeito em uma só pessoa, e quer apenas o melhor para você. Ele usa de provações para ajudá-lo a crescer, para que você possa maximizar seu serviço em Seu Reino.
Por exemplo: “Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o próprio filho, Isaque?” (v.21). Aqui a palavra justificado não significa “nascido de novo”. No versículo 23, Tiago citou o fato que Abraão recebeu vida espiritual em Gênesis 15, quando creu na promessa de Deus de que o Senhor lhe daria um filho. Aqui Tiago explicou que Abraão demonstrou que era justo quando se preparou para sacrificar aquele filho aproximadamente 40 anos mais tarde. Abraão tinha 75 anos quando ganhou vida espiritual, e tinha 115 anos quando colocou Isaque sobre o altar. Abraão estava disposto a crer nas instruções de Deus e a responder com base na Palavra de Deus, a despeito do fato de que não entendia como tudo iria se realizar.
Romanos 4.19 diz: “Abraão, esperando contra a esperança, creu”. É isto que Deus quer que façamos. Ele está apenas nos dizendo: “Quando você estiver passando por um momento difícil, confie em Mim. Viva pela Minha Palavra. Deixe-Me fazer de você uma pessoa a quem eu possa usar de maneira maravilhosa em Meu Reino”.

Conselhos são baratos

Quando você estiver buscando a sabedoria de Deus, evite conselhos baratos. Tiago 3.1 diz: “Não vos torneis, muitos de vós, mestres”. Este versículo não se refere ao papel formal de um professor. O contexto envolve provações. Quando vemos alguém passado por provações, amamos dar conselhos. Adoro dar minha opinião. Se você quiser saber que tipo de carro deve dirigir, que tipo de cereal deve comprar, que tipo de loção funciona melhor, pergunte para mim. Eu entendo disso!
Todavia, as Escrituras nos advertem que sejamos cuidadosos para não darmos conselhos errados. A maior parte das pessoas reage emocionalmente às coisas. Pedro reagiu assim depois que “começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém para sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia” (Mt 16.21). Ele afirmou: “Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá” (v.22). Jesus, então, repreendeu-o e disse que a reação dele não era de quem cogitava “das coisas de Deus, e sim das dos homens” (v.23).
Os cristãos podem dar conselhos ímpios. Às vezes, é um conselho motivado pelas emoções, às vezes é motivado por atitudes práticas. Seja de uma forma ou de outra, não vem de Deus. Para sabermos o conselho de Deus, temos que consultar Sua Palavra.
Talvez, se estivéssemos com Jesus quando Satanás O tentou a ordenar “que estas pedras se transformem em pães” (Mt 4.3), poderíamos ter dito: “Não acho que Deus vai ficar chateado se Você transformar uma dessas pedrinhas em um Big Mac. Afinal, Você já está aqui há 40 dias sem comer nada. É lógico que Deus não espera mais de Você do que Você já fez”.
Quantas vezes você já tentou consolar um amigo, dizendo: “Você já sofreu por tanto tempo. Você não acha que é hora de parar com suas perdas? Você já tem se esforçado o suficiente. Certamente Deus não espera mais de você do que o que você já passou”. Talvez, como o de Pedro, seu conselho não venha de Deus.
Existem duas fontes de sabedoria neste mundo, a de Deus e a do Diabo; e elas nos levam a dois diferentes caminhos:
Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão e sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras. Se, pelo contrário, tendes em vosso coração inveja amargurada e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a verdade. Esta não é a sabedoria que desce do alto; antes, é terrena, animal e demoníaca. Pois, onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins. A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento” (Tg 3.13-17).
O rei Salomão falou sobre isto da seguinte maneira: “Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte” (Pv 14.12). A opinião da maioria das pessoas é geralmente conforme o mundo. Deus nos diz: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos” (Is 55.8-9).
Existem duas fontes de sabedoria neste mundo, a de Deus e a do Diabo; e elas nos levam a dois diferentes caminhos.
Deus opera em um plano completamente diferente do plano dos seres humanos. Ele tem um conjunto diferente de valores e maneiras diferentes de agir e de reagir. Ele quer que nós abracemos Sua verdade, caminhemos com Ele e entendamos para onde Ele está indo.
Precisamos da sabedoria de Deus para suportar as provações. Também precisamos de fé. Devemos estar dispostos a confiar em Deus, humilhando-nos debaixo de Sua poderosa mão, para que Ele nos erga e nos leve à maturidade.
Você está com problemas financeiros, situações difíceis de saúde, dificuldades em casa? Então, ajoelhe-se e peça que Deus lhe proporcione o que você precisa. Dê os passos indicados em Sua Palavra e aguarde por Ele (Tg 5.7). Enfrentar provações requer persistência paciente, que confiemos em Deus no dia-a-dia e que aguardemos que Ele faça com que as coisas aconteçam.
No final, Jesus prometeu uma coroa da vida àqueles que O amam a despeito de suas provações e que as suportam confiando em Sua Palavra (Tg 1.12).
Não sei o que você pensa, mas eu quero crescer. Ainda estou trabalhando nisso. Quero me apresentar diante de Jesus e ouvi-lO dizer: “Você cresceu bem. Levou bastante tempo, mas você cresceu. Muito bem, servo bom e fiel”. Quando esta vida terminar, nossas lutas terão valido a pena. (Richard D. Emmons - Israel My Glory - http://www.chamada.com.br)