20 de jul. de 2012

A ALIANÇA DAVÍDICA

A Aliança Davídica - a Fidelidade Eterna de Deus com Israel

Salmo 89 fala da aliança eterna entre Deus e Davi. Esse é o terceiro salmo mais longo da Bíblia (depois dos Salmos 78 e 119), e é um dos salmos messiânicos porque a aliança de Davi, descrita nesse texto, somente encontra sua validade e seu cumprimento definitivo em Jesus Cristo.
Vamos ler o Salmo 89 inteiro: “Salmo didático de Etã, ezraíta. Cantarei para sempre as tuas misericórdias, ó Senhor; os meus lábios proclamarão a todas as gerações a tua fidelidade. Pois disse eu: a benignidade está fundada para sempre; a tua fidelidade, tu a confirmarás nos céus, dizendo: Fiz aliança com o meu escolhido e jurei a Davi, meu servo: Para sempre estabelecerei a tua posteridade e firmarei o teu trono de geração em geração. Celebram os céus as tuas maravilhas, ó Senhor, e, na assembléia dos santos, a tua fidelidade. Pois quem nos céus é comparável ao Senhor? Entre os seres celestiais, quem é semelhante ao Senhor? Deus é sobremodo tremendo na assembléia dos santos e temível sobre todos os que o rodeiam. Ó Senhor, Deus dos Exércitos, quem é poderoso como tu és, Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti?! Dominas a fúria do mar; quando as suas ondas se levantam, tu as amainas. Calcaste a Raabe, como um ferido de morte; com o teu poderoso braço dispersaste os teus inimigos. Teus são os céus, tua, a terra; o mundo e a sua plenitude, tu os fundaste. O Norte e o Sul, tu os criaste; o Tabor e o Hermom exultam em teu nome. O teu braço é armado de poder, forte é a tua mão, e elevada, a tua destra. Justiça e direito são o fundamento do teu trono; graça e verdade te precedem. Bem-aventurado o povo que conhece os vivas de júbilo, que anda, ó Senhor, na luz da tua presença. Em teu nome, de contínuo se alegra e na tua justiça se exalta, porquanto tu és a glória de sua força; no teu favor avulta o nosso poder. Pois ao Senhor pertence o nosso escudo, e ao Santo de Israel, o nosso rei. Outrora, falaste em visão aos teus santos e disseste: A um herói concedi o poder de socorrer; do meio do povo, exaltei um escolhido. Encontrei Davi, meu servo; com o meu santo óleo o ungi. A minha mão será firme com ele, o meu braço o fortalecerá. O inimigo jamais o surpreenderá, nem o há de afligir o filho da perversidade. Esmagarei diante dele os seus adversários e ferirei os que o odeiam. A minha fidelidade e a minha bondade o hão de acompanhar, e em meu nome crescerá o seu poder. Porei a sua mão sobre o mar e a sua direita, sobre os rios. Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus e a rocha da minha salvação. Fá-lo-ei, por isso, meu primogênito, o mais elevado entre os reis da terra. Conservar-lhe-ei para sempre a minha graça e, firme com ele, a minha aliança. Farei durar para sempre a sua descendência; e, o seu trono, como os dias do céu. Se os seus filhos desprezarem a minha lei e não andarem nos meus juízos, se violarem os meus preceitos e não guardarem os meus mandamentos, então, punirei com vara as suas transgressões e com açoites, a sua iniquidade. Mas jamais retirarei dele a minha bondade, nem desmentirei a minha fidelidade. Não violarei a minha aliança, nem modificarei o que os meus lábios proferiram. Uma vez jurei por minha santidade (e serei eu falso a Davi?): A sua posteridade durará para sempre, e o seu trono, como o sol perante mim. Ele será estabelecido para sempre como a lua e fiel como a testemunha no espaço. Tu, porém, o repudiaste e o rejeitaste; e te indignaste com o teu ungido. Aborreceste a aliança com o teu servo; profanaste-lhe a coroa, arrojando-a para a terra. Arrasaste os seus muros todos; reduziste a ruínas as suas fortificações. Despojam-no todos os que passam pelo caminho; e os vizinhos o escarnecem. Exaltaste a destra dos seus adversários e deste regozijo a todos os seus inimigos. Também viraste o fio da sua espada e não o sustentaste na batalha. Fizeste cessar o seu esplendor e deitaste por terra o seu trono. Abreviaste os dias da sua mocidade e o cobriste de ignomínia. Até quando, Senhor? Esconder-te-ás para sempre? Arderá a tua ira como fogo? Lembra-te de como é breve a minha existência! Pois criarias em vão todos os filhos dos homens! Que homem há, que viva e não veja a morte? Ou que livre a sua alma das garras do sepulcro? Que é feito, Senhor, das tuas benignidades de outrora, juradas a Davi por tua fidelidade? Lembra-te, Senhor, do opróbrio dos teus servos e de como trago no peito a injúria de muitos povos, com que, Senhor, os teus inimigos têm vilipendiado, sim, vilipendiado os passos do teu ungido. Bendito seja o Senhor para sempre! Amém e amém!”
Teus são os céus, tua, a terra; o mundo e a sua plenitude, tu os fundaste.
A aliança que Deus fez com Davi só encontrou seu cumprimento e sua validade definitiva em Jesus Cristo, o que vemos no anúncio do nascimento de Jesus do anjo Gabriel a Maria: “Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lc 1.31-33).
Depois da ressurreição e da ascensão de Jesus, Paulo diz aos judeus em relação à aliança de Davi: “E, que Deus o ressuscitou dentre os mortos para que jamais voltasse à corrupção, desta maneira o disse: E cumprirei a vosso favor as santas e fiéis promessas feitas a Davi” (At 13.34).
E a Timóteo, seu filho espiritual, Paulo escreve: “Lembra-te de Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos, descendente de Davi, segundo o meu evangelho” (2 Tm 2.8).
O autor do Salmo 89 chama-se Etã. De acordo com Abraham Meister, esse nome significa: “(Deus é) constância, persistência”. Não foi por acaso que esse Salmo, que fala da aliança eterna de Deus com Davi, foi escrito por um homem com esse nome.

As promessas da aliança

No Salmo 89.1-4 lemos: “Cantarei para sempre as tuas misericórdias, ó Senhor; os meus lábios proclamarão a todas as gerações a tua fidelidade. Pois disse eu: a benignidade está fundada para sempre; a tua fidelidade, tu a confirmarás nos céus, dizendo: Fiz aliança com o meu escolhido e jurei a Davi, meu servo: Para sempre estabelecerei a tua posteridade e firmarei o teu trono de geração em geração” (veja também vv. 21-35).
Ao consultarmos o termo “aliança” em enciclopédias, encontraremos uma grande quantidade de informações. Essas fontes mencionam tratados entre países, alianças militares, pactos sociais e acordos de paz. Como exemplos, tivemos em passado recente o Pacto de Varsóvia, o Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e a União Européia. As enciclopédias também citam órgãos governamentais das mais diversas áreas, como meio ambiente, economia e navegação. Há ainda alianças de exilados, de contribuintes, de tendências políticas, de empregadores, de empregados, de inquilinos, de fornecedores e de proteção ambiental. Não faltam alianças ecumênicas, eclesiásticas e teológicas. A aliança mais importante de todas talvez seja o casamento.
Todas essas alianças são caracterizadas pelo fato de serem frágeis e passageiras e não terem durabilidade, pois muitas vezes as partes entram em conflito. Os termos dos pactos quase nunca são cumpridos integralmente, e na maior parte das vezes já de antemão estão condenados ao fracasso. Por isso, a História tem tantos relatos de alianças rompidas e pactos quebrados.
Os pactos e alianças que Deus celebra são totalmente diferentes. Sua garantia é indiscutível e não poderia ser mais segura. No Salmo 89.35-37 o Eterno promete: “Uma vez jurei por minha santidade (e serei eu falso a Davi?): A sua posteridade durará para sempre, e o seu trono, como o sol perante mim. Ele será estabelecido para sempre como a lua e fiel como a testemunha no espaço”. Tentemos responder quatro perguntas:

1. Por que a aliança de Deus é imutável e pode ser mantida para sempre?

Porque está baseada na graça, e não na lei. Tem sua existência eterna na fidelidade e santidade de Deus. Nem mesmo a infidelidade da geração descendente de Davi invalidou a aliança com Deus (cf. Sl 89.30-33). Naturalmente isso teve conseqüências para aquela geração mas não interferiu na própria aliança. Quando Salomão andou por seus próprios caminhos, Deus respondeu dividindo o reino e anunciando o reinado de Jeroboão sobre as dez tribos. O Senhor disse: “Por isso, afligirei a descendência de Davi; todavia, não para sempre” (1 Rs 11.39).
O Salmo 89 cita oito vezes a palavra graça ou suas correlacionadas (v.1, “misericórdias”; v.2, “benignidade”; v.14, “graça”; v.17, “favor”; v.24, “bondade”; v.28, “graça”; v.33, “bondade”; v.49, “benignidade”).
Há quatro menções à aliança nesse Salmo (vv.3, 28, 34 e 39).
O conceito da eternidade (“para sempre”) aparece seis vezes (vv.2, 4, 28, 29, 36, 37).
A fidelidade de Deus é referida sete vezes (vv.1, 2, 5, 8, 24, 33, 49).
E há cinco menções ao trono (vv.4, 14, 29, 36, 44).
Os pactos e alianças que Deus celebra são totalmente diferentes das humanas. Sua garantia é indiscutível e não poderia ser mais segura.
Deus também falou da Sua aliança eterna com Davi pela boca do profeta Jeremias: “Assim diz o Senhor: Se a minha aliança com o dia e com a noite não permanecer, e eu não mantiver as leis fixas dos céus e da terra, também rejeitarei a descendência de Jacó e de Davi, meu servo, de modo que não tome da sua descendência quem domine sobre a descendência de Abraão, Isaque e Jacó; porque lhes restaurarei a sorte e deles me apiedarei” (Jr 33.25-26; cf. também Gn 15.18-21; 17; Êx 33.1-2; Lv 26.41-42,44-45; Dt 4.30-31; 2 Sm 23.5; 2 Rs 13.23; Sl 105.8-11; Sl 132.11ss.).
Essa profusão de menções à aliança também é uma clara indicação de que todas as doze tribos de Israel serão preservadas, retornando no final, mesmo que hoje sua identificação ainda seja difícil.

2. Quando teve início a aliança de Deus com Davi?

Já na escolha de Davi como rei de Israel. Basta atentar para a palavra “poder”, “óleo” ou “ungir”: “...no teu favor avulta o nosso poder...” (Sl 89.17). “...com o meu santo óleo o ungi” (v.20). “...e em meu nome crescerá o seu poder” (v. 24).
Deus mandou o profeta Natã dizer a Davi: “Mas a minha misericórdia se não apartará dele, como a retirei de Saul, a quem tirei de diante de ti. Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre” (2 Sm 7.15-16).
Há uma diferença profética muito significativa entre a unção de Saul e a unção de Davi para serem reis. No caso de Saul lemos: “Tomou Samuel um vaso de azeite, e lho derramou sobre a cabeça, e o beijou, e disse: Não te ungiu, porventura, o Senhor por príncipe sobre a sua herança, o povo de Israel?” (1 Sm 10.1). Quando Davi foi ungido rei, o relato diz: “Tomou Samuel o chifre do azeite e o ungiu no meio de seus irmãos; e, daquele dia em diante, o Espírito do Senhor se apossou de Davi...” (1 Sm 16.13). O vaso de azeite é quebrável, já o chifre de azeite não é. Essa é uma indicação profética da fragilidade do reinado de Saul e da durabilidade do reinado de Davi.
Saul foi instituído rei por Deus, mas não havia sido Seu eleito; ele era um rei mais de acordo com a vontade do povo (1 Sm 12.13). Já Davi era homem segundo o coração de Deus e eleito pelo Senhor (2 Cr 6.5-6).
Quando Saul foi morto pelos filisteus, Davi lamentou sua morte: “Montes de Gilboa, não caia sobre vós nem orvalho, nem chuva, nem haja aí campos que produzam ofertas, pois neles foi profanado (quebrado) o escudo dos valentes, o escudo de Saul, que jamais será ungido com óleo” (2 Sm 1.21). Já sobre Davi está escrito: “A minha fidelidade e a minha bondade o hão de acompanhar, e em meu nome crescerá o seu poder” (Sl 89.24).

3. A que se relaciona a aliança?

a) Às pessoas de Davi, Salomão e seus descendentes: “...também o Senhor te faz saber que ele, o Senhor, te fará casa. Quando teus dias se cumprirem e descansares com teus pais, então, farei levantar depois de ti o teu descendente, que procederá de ti, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; se vier a transgredir, castigá-lo-ei com varas de homens e com açoites de filhos de homens. Mas a minha misericórdia se não apartará dele, como a retirei de Saul, a quem tirei de diante de ti. Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre” (2 Sm 7.11-16).
b) Além das pessoas, diz respeito ao trono: “Este edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino... Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre” (2 Sm 7.13,16).
O Salmo 89 fala do trono de modo muito especial: “Para sempre estabelecerei a tua posteridade e firmarei o teu trono de geração em geração” (v.4). “Farei durar para sempre a sua descendência; e, o seu trono, como os dias do céu” (v. 29). “A sua posteridade durará para sempre, e o seu trono, como o sol perante mim” (v.36).
Se a promessa dependesse de quem se assenta no trono, ela já teria se tornado ultrapassada e inválida com Salomão. Mas como a promessa está baseada, por um lado, em Deus, em Sua graça, fidelidade e santidade, e, por outro lado, no trono, ela não tem como ser invalidada.
O vaso de azeite é quebrável, já o chifre de azeite não é. Essa é uma indicação profética da fragilidade do reinado de Saul e da durabilidade do reinado de Davi.
c) Jesus, o Messias. Davi aparentemente percebeu isso e disse a respeito da aliança que Deus tinha feito com ele: “Foi isso ainda pouco aos teus olhos, Senhor Deus, de maneira que também falaste a respeito da casa de teu servo para tempos distantes; e isto é instrução para todos os homens, ó Senhor Deus” (2 Sm 7.19).
Uma passagem paralela no livro das Crônicas, apesar de ter outras ênfases, certamente tem algum significado profético: “...e também te fiz saber que o Senhor te edificaria uma casa. Há de ser que, quando teus dias se cumprirem, e tiveres de ir para junto de teus pais, então, farei levantar depois de ti o teu descendente, que será dos teus filhos, e estabelecerei o seu reino. Esse me edificará casa; e eu estabelecerei o seu trono para sempre. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; a minha misericórdia não apartarei dele, como a retirei daquele que foi antes de ti. Mas o confirmarei na minha casa e no meu reino para sempre, e o seu trono será estabelecido para sempre” (1 Cr 17.10-14).
• Aqui Salomão não é mencionado como descendente direto de Davi, que subiria ao trono, mas como o “descendente depois de ti, que será dos teus filhos”. Essa indicação não se refere nem a Salomão nem a outro filho seu, mas a um descendente futuro da linhagem de Davi.
• A possibilidade de pecado não é mencionada nesse texto, pois pelo visto esse descendente não pecará.
• Ele próprio, Seu trono e Seu reinado durarão para sempre. Não é só o trono que permanecerá para sempre, mas também a pessoa que se assenta no trono.
Essa profecia não pode estar relacionada a ninguém mais além de Jesus Cristo, que o anjo Gabriel anunciou da seguinte forma a Maria: “Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lc 1.32-33). E por referir-se a Jesus, o Salmo 89.24 também diz: “A minha fidelidade e a minha bondade o hão de acompanhar, e em meu nome crescerá o seu poder”.

4. Qual é a conseqüência dessa aliança?

1. Israel precisa ser preservado como povo.
2. Israel como nação deve possuir a terra. Portanto, os judeus devem retornar a ela. A existência do Estado judeu é uma premissa básica para isso.
3. Jesus tem de retornar literalmente como Messias.
4. É preciso existir um reino literal. Quando Natã, incumbido por Deus, disse a Davi que o seu “reino” seria “estabelecido para sempre” e que seu “trono” existiria “para sempre”, Davi respondeu ao Senhor: “Quem há como o teu povo, como Israel, gente única na terra, a quem tu, ó Deus, foste resgatar para ser teu povo? E para fazer a ti mesmo um nome e fazer a teu povo estas grandes e tremendas coisas, para a tua terra, diante do teu povo, que tu resgataste do Egito, desterrando as nações e seus deuses? Estabeleceste teu povo Israel por teu povo para sempre e tu, ó Senhor, te fizeste o seu Deus. Agora, pois, ó Senhor Deus, quanto a esta palavra que disseste acerca de teu servo e acerca da sua casa, confirma-a para sempre e faze como falaste. Seja para sempre engrandecido o teu nome, e diga-se: O Senhor dos Exércitos é Deus sobre Israel; e a casa de Davi, teu servo, será estabelecida diante de ti” (2 Sm 7.23-26).

A interrupção da aliança

Israel como nação deve possuir a terra. Portanto, os judeus devem retornar a ela. A existência do Estado judeu é uma premissa básica para isso.
No Salmo 89.38-49 parece que Etã não entende mais a promessa que Deus fez a Davi. Antes Etã lembrava as promessas eternamente válidas de Deus a Davi e louvava ao Senhor por isso. Mas ele não conseguia conectá-las com a realidade que estava diante de seus olhos. O que via era totalmente diferente do que Deus tinha prometido. O que via em seus dias não combinava em nada com as promessas dadas por Deus. Parece haver uma enorme diferença entre a teoria e a prática. O que estava acontecendo? Será que Deus estava quebrando Sua palavra? Seria possível que Ele tivesse rompido a aliança feita com Davi? Será que já não era possível continuar confiando nEle?
Etã está debaixo de uma insuportável tensão entre a fé na palavra de Deus e a realidade histórica. Por isso, ele questiona consternado: “Que é feito, Senhor, das tuas benignidades de outrora, juradas a Davi por tua fidelidade?” (Sl 89.49).
A coroa de Israel caiu (aparentemente não há mais dinastia real). O trono ruiu, os muros foram derrubados, o templo destruído, os inimigos estão dominando. O reino de Israel foi dividido. Então vieram os inimigos – assírios, babilônios, gregos, Antíoco Epifânio, os romanos – e os judeus foram espalhados entre todas as nações. Além de tudo, ainda aconteceu o Holocausto... Isso realmente pode despertar dúvidas como as de Etã: “Que é feito, Senhor, das tuas benignidades de outrora, juradas a Davi por tua fidelidade?”
Mas Etã não pára por aí; ele suplica: “Lembra-te, Senhor, do opróbrio dos teus servos e de como trago no peito a injúria de muitos povos, com que, Senhor, os teus inimigos têm vilipendiado, sim, vilipendiado os passos do teu ungido” (Sl 89.50-51).
Por que esse afastamento de Israel, essa separação entre a aliança com Davi e a realidade histórica vivenciada? – Porque Deus suspendeu temporariamente a aliança prometida a Davi para que as nações também fossem incluídas na salvação de Jesus, tornando-se participantes da Nova Aliança. No século VIII a.C. o Senhor tinha anunciado por meio de Isaías: “Por breve momento te deixei, mas com grandes misericórdias torno a acolher-te; num ímpeto de indignação, escondi de ti a minha face por um momento; mas com misericórdia eterna me compadeço de ti, diz o Senhor, o teu Redentor... Porque os montes se retirarão, e os outeiros serão removidos; mas a minha misericórdia não se apartará de ti, e a aliança da minha paz não será removida, diz o Senhor, que se compadece de ti” (Is 54.7-8,10).
Israel tirado do meio das nações e reunido como povo é premissa indispensável para a volta de Jesus. Na verdade, será como desenrolar o tapete vermelho para o Rei que vem chegando.
No capítulo seguinte de Isaías Deus continua o raciocínio e deixa claro que (1) a aliança com Davi é válida e que (2) a aliança serve às nações. Desde Pentecostes as nações usufruem dessa verdade salvadora. No reino vindouro de Jesus Cristo a aliança terá sido cumprida, tanto para Israel quanto para as nações. O Senhor convida por meio do profeta Isaías: “Inclinai os ouvidos e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, que consiste nas fiéis misericórdias prometidas a Davi (veja At 13.34). Eis que eu o dei por testemunho aos povos, como príncipe e governador dos povos. Eis que chamarás a uma nação que não conheces, e uma nação que nunca te conheceu correrá para junto de ti, por amor do Senhor, teu Deus, e do Santo de Israel, porque este te glorificou” (Is 55.3-5).
O apóstolo Paulo explica a quebra da aliança aos cristãos de Roma: “Pergunto, pois: porventura, tropeçaram para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela sua transgressão, veio a salvação aos gentios, para pô-los em ciúmes... assim também estes, agora, foram desobedientes, para que, igualmente, eles alcancem misericórdia, à vista da que vos foi concedida” (Rm 11.11,31). Ele esclarece esse mistério, dizendo: “Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios. E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades. Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados. Quanto ao evangelho, são eles inimigos por vossa causa; quanto, porém, à eleição, amados por causa dos patriarcas; porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” (vv.25-29). A aliança de Davi foi interrompida para oferecer a possibilidade de salvação às nações.

A doxologia da aliança

A palavra grega doxologia pode ser traduzida como forma de louvor litúrgico. No final, Etã deve ter alcançado uma libertadora convicção interior, mas ela não é revelada a nós. Ele não mais se expressa sobre isso, mas irrompe em maravilhosa adoração: “Bendito seja o Senhor para sempre! Amém e amém!” (Sl 89.52).
Agora ele tinha certeza absoluta: o Senhor não quebra Sua palavra, Ele permanece fiel! Às vezes, o caminho é diferente daquele que desejamos, mas no final tudo fica bem e todos se unirão no louvor a Deus: “Bendito seja o Senhor para sempre!” Ele transformará tudo em final feliz e concluirá perfeitamente Seu plano de salvação!
Paulo também reconheceu essa realidade e por isso jubila de forma semelhante (no capítulo 11 da Carta aos Romanos): “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém” (Rm 11.33-36).
Ninguém terá sucesso em se opor ao Senhor, ao Seu Ungido ou ao Seu povo. É o que também expressa o Salmo 89.22: “O inimigo jamais o surpreenderá, nem o há de afligir o filho da perversidade (Anticristo?)”. O versículo 9 também fala da insuperável grandeza e do poder de Deus: “Dominas a fúria do mar; quando as suas ondas se levantam, tu as amainas”. Muitas vezes, água, mares e rios simbolizam as nações (cf. Is 8.7-8; 17.12-13; 28.15; 57.20; Sl 65.7-8; 93.3-4; 124.2-5; Ap 12.15; 13.1). Que o Senhor Jesus um dia reinará sobre as nações também está escrito no Salmo 89.25: “Porei a sua mão sobre o mar e a sua direita, sobre os rios”.

Pensamentos finais de exortação

No Salmo 89.20 lemos: “Encontrei Davi, meu servo; com o meu santo óleo o ungi”. Saul era o rei que o povo desejava; os israelitas viam somente o que estava diante de seus olhos. Mas Deus estava à procura de um coração que lhe fosse totalmente consagrado e encontrou-o em Davi. O que o Senhor encontra em nós?
Em Atos 13.22 está escrito: “E, tendo tirado a este, levantou-lhes o rei Davi, do qual também, dando testemunho, disse: Achei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade”. Davi serviu ao Senhor de todo coração até sua morte: “Porque, na verdade, tendo Davi servido à sua própria geração, conforme o desígnio de Deus, adormeceu, foi para junto de seus pais...” (At 13.36). Se o Senhor Jesus demorar com o Arrebatamento, quando estivermos perto da morte será que também poderemos dizer que servimos à vontade do Senhor até o fim?
O Senhor conduz tanto a Igreja quanto nossa vida pessoal ao seu alvo (Fp 1.6). Mesmo que muitos descendentes de Davi tenham falhado completamente, Deus conduzirá Israel ao alvo que propôs.

Encorajamento

Freqüentemente nós também não entendemos os caminhos de Deus e vivemos nessa tensão entre fé e experiência. Muitas coisas são totalmente diferentes do que imaginamos ou pensamos compreender a partir da Escritura. Às vezes sentimo-nos como Etã quando orou: “Que é feito, Senhor, das tuas benignidades de outrora, juradas a Davi por tua fidelidade?” (Sl 89.49). Muitos que esperam ansiosamente pelo Arrebatamento talvez já tenham dito a Jesus: “Senhor, afinal, quando virás? Já estou esperando há tanto tempo. Tua palavra não vai se cumprir nunca?”.
Os filhos de Deus são duramente provados, não somente sob o regime comunista na Coréia do Norte, na China, no Vietnã ou em países islâmicos. Também nos países cristãos há muito sofrimento e dor. E quando olhamos para Israel vemos que lá também há inúmeras dificuldades e que aparentemente não há solução para os problemas.
Como cristãos renascidos, preferimos receber novas vestes do que ser despidos delas. Muitos cristãos sinceros já pregaram sobre a vinda de Jesus para buscar Sua Igreja, ansiaram pelo Arrebatamento e contaram com ele durante seu tempo de vida. Mas ficaram doentes, ficaram idosos e o Senhor não os buscou. Pedro tem palavras de consolo para nós: “...que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo. Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória” (1 Pe 1.5-8).
Sejamos confiantes! Um dia os membros da Igreja de Jesus colocarão suas coroas aos pés de seu Senhor (veja Ap 4.10-11) e entoarão o louvor: “Bendito seja o Senhor para sempre! Amém, amém!” (Sl 89.52). Portanto, guarde o que você tem para que ninguém tome sua coroa (Ap 3.11). Afinal, só assim você terá algo para colocar aos pés do Senhor, para honrá-lO na eternidade! (Norbert Lieth )

Fonte: Chamada

ANTES DO DILÚVIO

Antes do Último Dilúvio

Sabemos que não haverá mais um Dilúvio para submergir toda a terra (Gn 8.21-22; Gn 9.11,15). Isso, porém, não significa que não virá um juízo global no futuro. Haverá, sim, um outro “dilúvio”, um terrível apocalipse de alcance mundial.
No Novo Testamento encontramos referências ao tempo de Noé: Mateus 24.37-39, Lucas 3.36 e 17.26-27, Hebreus 11.7, 1 Pedro 3.20, 2 Pedro 2.15 e 3.5-7. Além dessas, existem menções extra-bíblicas desse acontecimento: “O Dilúvio mundial dos tempos de Noé encontra paralelos em mais de 40 culturas, que não dispunham da Bíblia”.[1] A P.M. Perspective (uma revista científica alemã) escreveu recentemente acerca da possibilidade de um Dilúvio histórico: “De fato: em um processo judicial baseado em indícios, possivelmente as provas seriam suficientes [para confirmar o relato bíblico].”[2]

Chama a atenção:

1. O mundo do tempo de Noé não sucumbiu por causa da poluição ambiental ou pelo aquecimento global, mas devido à maldade da humanidade, que havia renunciado a Deus. Os tempos finais também serão caracterizados pela rejeição a Deus por parte da maioria das pessoas.
2. As declarações sobre o fim dos tempos conectam diretamente o tempo de Noé (Dilúvio) com o tempo de Ló (Sodoma e Gomorra) (Lc 17.26-29; 2 Pe 2.4-9; comp. Jd 6-7). Não devemos perder de vista essa conexão.
3. Os dois eventos (Dilúvio e juízo de fogo) foram transcritos para a posteridade explicitamente como exemplos de alerta. Pedro enfatiza esse aspecto (2 Pe 2.6) e Judas também o faz (Jd 6-7). Isso significa que, nos tempos finais, teremos uma situação semelhante à daquela época. Os últimos tempos serão dominados por poderes espirituais como foram os tempos de Noé e Ló: “Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem” (Mt 24.37).
4. Penso que tanto Noé como Ló não apontavam acusadoramente para sua geração nem sentiam satisfação ou desejo de vingança, mas comunicaram de forma convicta e amorosa a mensagem de Deus às pessoas ao seu redor, falando do juízo que se aproximava:
– Noé, seu nome significa “pregador da justiça” (2 Pe 2.5) e não “pregador da vingança”.
– Ló sentia-se “afligido pelo procedimento libertino daqueles insubordinados”. Ele atormentava a sua alma justa. Implorava que seus contemporâneos se voltassem para Deus (2 Pe 2.7-8; Gn 19.14).
Tanto Noé como Ló não apontavam acusadoramente para sua geração nem sentiam satisfação ou desejo de vingança, mas comunicaram de forma convicta e amorosa a mensagem de Deus às pessoas ao seu redor, falando do juízo que se aproximava.
A Igreja de Jesus não se compraz com a impiedade, mas também não reage com dureza, com desamor ou ameaças, que têm sua origem em uma religiosidade impiedosa e legalista. A Igreja sofre, se atormenta, derrama lágrimas. Ela suporta dores e sente muito quando vê o mal acontecendo, e então suplica e intercede pela salvação dos perdidos – como fazia Ló (Gn 19.7-14).
5. O fato de o mundo de antes de Noé ser chamado de “o mundo daquele tempo” (2 Pe 3.5-7) significa que hoje nos encaminhamos para uma segunda terra e um segundo céu. Hoje nossa terra tem características diferentes das que tinha antes do Dilúvio.
Existe a terra de antes do Dilúvio (a primeira), a terra de depois do Dilúvio (a segunda, atual), e futuramente haverá um novo céu e uma nova terra (os terceiros). Conforme 2 Coríntios 12.2-4, o apóstolo Paulo foi arrebatado até o terceiro céu, ao paraíso. Por isso, falamos sempre, de forma automática, de três esferas celestiais: (1) o céu das nuvens; (2) o Universo, e (3) o céu onde Deus habita. Mas isso é obrigatoriamente assim? Talvez, ao referir-se ao terceiro céu, ao paraíso, Paulo estava simplesmente falando do terceiro céu na seqüência: (1) pré-diluviano, (2) pós-diluviano, e (3) futuro (o novo céu que nos espera).
O juízo por meio da água no princípio da história da humanidade é uma imagem do juízo futuro por meio do fogo no final da história da humanidade (2 Pe 3.5-7).

O exemplo de Noé no começo dos tempos

O mal passa a ser encarado como perfeitamente bom e normal.
Como se foram multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas, vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre todas, mais lhes agradaram. Então, disse o Senhor: O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos. Ora, naquele tempo havia gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos; estes foram valentes, varões de renome, na antigüidade” (Gn 6.1-4).
Aqui, os filhos de Deus, não são homens, mas anjos (veja Jó 1.6; Sl 29.1; Sl 89.7). Os homens (v.1) tiveram filhas – portanto, filhas humanas –, e a elas vieram os “filhos de Deus” (v.2). A diferença entre “filhos de Deus” e “filhas dos homens” é ressaltada claramente. Se a expressão “filhos de Deus” se referisse a homens, teria de estar escrito “filhos dos homens”, assim como o texto fala das “filhas dos homens”. Pessoas são chamadas de filhos dos homens (Sl 62.9). Por exemplo, Ezequiel e Daniel são chamados de “filho do homem” (Ez 2.1; Dn 8.17). O Senhor Jesus Cristo foi ambos: Filho de Deus, título que acentua Sua divindade, e Filho do Homem, que atesta sua vinda como homem através de Maria (Mt 8.20,29).
Judas também deixa evidente que a designação “filhos de Deus” não diz respeito a pessoas, mas a anjos caídos: “e a anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio, ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande Dia” (Jd 6; comp. 2 Pe 2.4-5; Jó 1.6; 1 Rs 22.19-23).
Em Gênesis 6.4 está escrito: “...naquele tempo havia gigantes (“nephilim”) na terra ...estes foram valentes, varões de renome, na antigüidade.” A palavra hebraica “nephilim”, traduzida por “gigantes” tem um significado bastante interessante: quer dizer gigantes, heróis, celebridades. Isso indica pessoas que têm influência, e a palavra deriva de uma raiz que significa “cair”. São os “caídos” que levam outros a cair; dominadores, controlados por demônios, que caem e levam outros consigo.
Observemos nosso mundo: grandes personalidades enganadas, celebridades seduzidas, no meio financeiro, nos negócios, na indústria do entretenimento e na política levam nossa sociedade à queda. E aos olhos de muitos desses “gigantes” os cristãos fiéis à Bíblia parecem representar um perigo maior que organizações criminosas.
A época de Noé era um tempo extraordinariamente marcado por domínio demoníaco. E no tempo de Noé também havia oposição veemente contra a ação do Espírito Santo. Tudo era tolerado, tudo era permitido, as mentes eram liberais e abertas para tudo, menos para o que vinha do Espírito Santo, que era rejeitado.
Coisas que há poucas décadas ainda eram tabu ou rejeitadas por serem perversas estão onipresentes na cena cotidiana e completamente integradas na vida da sociedade. Elas já se tornaram tão comuns que aqueles que se manifestam contrários são condenados e considerados anormais.
Então, disse o Senhor: O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos” (Gn 6.3). A era anterior ao Dilúvio foi caracterizada por uma marcante ação do Espírito Santo e menos por ordenanças da Lei. Foi uma era de extraordinária graça, da qual as pessoas abusaram impiedosamente. Elas resistiam ao Espírito Santo de Jesus, que já pregava àquele mundo através da pessoa e das palavras de Noé (1 Pe 3.18-20). E agora, em Gênesis 6.3, Deus está dizendo que, depois de 120 anos, a graça iria ser suspensa, retirando-se e dando lugar ao juízo.
Um cenário semelhante se repetirá logo antes do “dilúvio apocalíptico”. O Espírito Santo, que hoje ainda atua através da graça, conforme 2 Tessalonicenses 2.6-7 será retirado juntamente com a Igreja de Jesus antes do juízo, para que este se abata sobre a humanidade. Isso indica que esta era que antecede esse “dilúvio apocalíptico” se encerrará da mesma forma que a era anterior ao Dilúvio no passado. Arnold Fruchtenbaum explica: “Os dias de Noé são um tempo comparável aos dias que antecederão o Arrebatamento”.[3]
A geração de Noé chegou a um ponto em que o mal e tudo o que era injusto e pecaminoso dominava o dia-a-dia como estilo de vida normal. Os valores haviam sido invertidos. O mal foi elevado à posição de bem, de útil, enquanto o bem, que o Espírito Santo queria produzir, passou a ser declarado como mal e era rejeitado. “Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra” (Gn 6.12; comp. v.5).
Diariamente observamos que nosso tempo é dominado por forças demoníacas (nos filmes, na religião, através da Nova Era, do esoterismo, da Teoria da Evolução, pelo surgimento de novos deuses...), e percebemos que o povo se volta contra a Palavra de Deus e se opõe à ação do Espírito Santo. O mal passa a ser encarado como perfeitamente bom e normal. Coisas que há poucas décadas ainda eram tabu ou rejeitadas por serem perversas estão onipresentes na cena cotidiana e completamente integradas na vida da sociedade. Elas já se tornaram tão comuns que aqueles que se manifestam contrários são condenados e considerados anormais.
Ao analisarmos o tempo de Noé, fica evidente que o pecado se avoluma até a corrupção total (Gn 6.5,12) e que existe um amadurecimento para juízo, quando a medida da iniqüidade estará cheia (Gn 15.16; 13.13; 18.20; Jd 7). Esse é o caso quando a lei de Deus não apenas é quebrada (no sentido de não ser obedecida), mas rompida completamente (rejeitada radicalmente e declarada nula).
pregações bíblicas e citações bíblicas são rejeitadas como absurdas, ridicularizadas e sujeitas a zombaria. As leis estão sendo distorcidas a ponto de se tornar cada vez mais fácil acusar o cristianismo decidido.
Os exemplos a seguir são sintomáticos dessa tendência:
Na Igreja Luterana dos EUA decidiu-se no ano passado que o ministério pastoral poderá ser exercido por pessoas que vivem em relações homossexuais. Essa regulamentação deverá entrar em vigor em 2010. Uma pastora declarou a respeito: “Creio que fomos além do que Deus permite”. A ironia foi que uma tempestade derrubou a cruz da torre da igreja luterana central onde estava sendo tomada essa decisão.[4]
Na Holanda existe uma banda chamada “Devil’s Blood” (“Sangue do Diabo”). Em seus shows os integrantes derramam 20 litros de sangue de porco no palco. Um deles declarou: “O sangue de animais é, para nós, a possibilidade de levar a morte até o palco e para nos tornarmos menos humanos. Um caminho para fazer desaparecer nossa própria identidade e nossa personalidade, para sermos espíritos...”.[5]
Um grupo esotérico alemão chamado “Obreiros da Luz” é extremamente ocultista e busca o contato com o além para liberar energias ocultas. Os “obreiros” esperam “uma luz nova e consciente que adentrará esta existência pela primeira vez”. Essa luz traria paz e cura para o mundo e conduziria a humanidade “à mudança global, impulsionando-a no caminho de volta para a Unidade”. Um dissidente que abandonou essa seita, advertiu seriamente em seu site na internet a respeito do grupo: os auto-intitulados “obreiros da luz” são médiuns de “pretensos anjos, entes de luz ou irmãos de luz extra-terrenos”. Eles representam a porta de entrada ideal para forças ocultas.[6]
Enquanto isso, pregações bíblicas e citações bíblicas são rejeitadas como absurdas, ridicularizadas e sujeitas a zombaria. As leis estão sendo distorcidas a ponto de se tornar cada vez mais fácil acusar o cristianismo decidido. Hoje chegamos ao ponto de quase precisarmos nos envergonhar ao apenas mencionarmos que Deus vai julgar os impuros e adúlteros (Hb 13.4). Quando proclamamos essas verdades atualmente, tornamo-nos ridículos aos olhos do mundo. Isso não cabe mais na nossa sociedade, pois é “antiquado”. Mas é justamente nisso que reconhecemos o quanto nosso tempo é igual ao tempo de Noé!

O exemplo de Noé no meio dos tempos

Aproximadamente 2.500 anos depois do Dilúvio veio o Salvador, a arca da salvação eterna. Aquele em cujo Espírito Noé agira (1 Pe 3.18-20) veio em carne e sangue. Mesmo estando o amor de Deus presente no mundo através da Pessoa de Jesus – a graça, o perdão, a misericórdia e justiça plenas –, o próprio Jesus já teve de anunciar o juízo do fim dos tempos. Ele usou o tempo de Noé e de Ló como exemplos do tempo antes de Sua volta: “Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do Homem: comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos. O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar” (Lc 17.26-30).
Algumas coisas chamam nossa atenção nessas palavras de Jesus:
1. A conexão estreita entre a história de Noé e a história de Ló. Portanto, os tempos finais são muito semelhantes tanto ao tempo de Noé como ao tempo de Ló.
2. A despreocupação das pessoas daquela época com as coisas espirituais. “Eis que esta foi a iniqüidade de Sodoma, tua irmã; soberba, fartura de pão e próspera tranqüilidade...” (Ez 16.49). A vida social girava unicamente em torno das coisas da vida terrena. O centro era o bem-estar e o conforto de cada um. Em palavras de hoje, diríamos que as preocupações são o clima, a alimentação, vitaminas, saúde, dicas para viver bem, conselhos sobre finanças, etc. A preocupação daquela época eram as coisas seculares, não as celestiais; as temporais, não as eternas; as mundanas, não as espirituais.
A saúde tem se tornado uma poderosa religião contemporânea.
A saúde, por exemplo, tem se tornado uma poderosa religião contemporânea. “O anseio por saúde tem adquirido cada vez mais os traços de uma religião. Essa é a opinião do médico e teólogo Manfred Lütz (de Colônia, na Alemanha). (...) Muitos ‘correm pelas florestas e comem grãos para acabar morrendo saudáveis’, afirmou Lutz durante uma palestra. Onde havia catedrais, erguem-se agora academias de ginástica. A religião da saúde seria a mais poderosa de todos os tempos e apresentaria marcas de totalitarismo. Lütz disse: ‘Enquanto se pode fazer qualquer brincadeira acerca de Jesus, não se pode fazê-lo quando o assunto é saúde’. Além disso, ela seria mais cara do que todas as outras religiões. (...) A mania da vida saudável já teria alcançado grande parte das igrejas, disse o autor de diversos best-sellers (...) ‘Enquanto no passado se jejuava para se privar do alimento, hoje se jejua para se chegar bem tarde, e bem saudável, ao céu’. A saúde seria um grande bem para os cristãos, mas ‘não o bem supremo’, segundo Lütz. Ao invés de viver prevenindo doenças, os cristãos deveriam gozar cada novo dia como um presente divino”.[7]
Como são modernas as palavras de Jesus! Abri o jornal e selecionei alguns títulos da programação da TV. Essa lista demonstra o quanto são atuais as palavras de Jesus acerca dos tempos finais. Hoje estamos vivendo exatamente dentro daquilo que foi dito acerca dos tempos de Noé e de Ló. E ainda existe quem tenha a coragem de dizer que a Bíblia está ultrapassada! Fiquei impressionado com a quantidade de programas sobre preparo de receitas, alimentação saudável e saúde. A passagem bíblica que diz que as pessoas da época de Noé e Ló “compravam, vendiam, plantavam e edificavam” tem seu pleno cumprimento nos nossos dias – o que comprovei lendo os títulos dos programas oferecidos na área de finanças e comércio. Outra característica dos tempos passados que se repete hoje é a de que “casavam e davam-se em casamento”. Programas de namoro, casamentos, descasamentos, novos relacionamentos – a vida privada ocupa o centro das atenções. Mas isso não é tudo. A declaração de Jesus “casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que...”, dá o que pensar! Buscar um parceiro pela internet ou através de agências de casamento virou moda. “Por razões que não cabem aqui, parece que hoje ninguém mais conhece alguém na rotina da vida diária. Por isso, florescem as agências de namoro, de preferência protegidas pela anonimidade da internet”.[8]
A maior parte do que acabamos de listar não é pecado. Mas quando Deus é excluído e quando a salvação em Jesus é rejeitada, quando o homem é movido apenas pelo que é temporal, então tudo isso passa a ser um sinal dos tempos finais.
“Deixe-nos em paz” foi a reação do povo daquela época, e é o que se ouve também hoje. “Deixem-me em paz com esse assunto de apocalipse”, “Vocês são muito catastrofistas!”, “Vocês só querem atrapalhar a minha vida”, “Vocês são fanáticos religiosos”, “Vocês são tão negativos, os desmancha-prazeres da sociedade”. Mas por que a taxa de suicídios e as tragédias aumentam tanto? Por que as clínicas psiquiátricas estão lotadas? Por que nunca houve tanta necessidade de remédios controlados como nos últimos anos? Por que a insatisfação, o medo e a insegurança pairam sobre nossa sociedade como uma névoa escura, uma vez que tudo seria tão bom sem Jesus?
3. Nas épocas de Noé e Ló vemos que não era a multidão que estava com a razão. A maioria de então estava errada, e a minoria (Noé e Ló) é que estava certa. No final, Deus terá razão, Sua Palavra será decisiva – não a opinião da maioria, que diz: “Mas todo mundo faz isso! Isso deve ser correto, já que todos o fazem! É o que a mídia diz...”.
Você sabe qual foi a última afirmação do Senhor Jesus antes de começar a falar do tempo de Noé? “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão. Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus; nem o Filho, senão o Pai. Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem” (Mt 24.35-37).
A Palavra de Deus é garantida e irrevogável. Mesmo que ninguém saiba o dia ou a hora, temos um ponto de referência na semelhança entre a nossa época e o tempo de Noé.

O exemplo de Noé para os tempos finais

Encontramo-nos diante do último dilúvio de juízos apocalípticos. O fogo do juízo divino virá. Ajudamos a construir a “arca” da Igreja? Alertamos para o que está por vir?
Nosso tempo está diante de um novo dilúvio, não de água mas o dilúvio do Apocalipse, dos juízos dos selos, das trombetas e dos flagelos. Então os céus e a terra serão novamente abalados (comp. Ap 16.20-21). E após esses juízos catastróficos, haverá um novo céu e uma nova terra, nos quais habita justiça (2 Pe 3.13; Ap 21).
O tempo de Noé e Ló mostra-nos que o Arrebatamento está próximo. Noé é chamado por Pedro de “pregador da justiça”, enquanto Ló é chamado apenas de “justo” (2 Pe 5.7). Essa diferença tem algum significado à luz da profecia?
Noé, o pregador da justiça, teve de passar pelo juízo, mas foi protegido em meio a ele. Essa é uma ilustração de Israel. Foi Israel quem proclamou a justiça em Jesus a nós (Rm 9.4-5).
Ló é chamado de “o justo”. Ele foi poupado do juízo, salvo antes da destruição. Representa figuradamente a Igreja. Tornamo-nos justos pela proclamação da justiça por Israel (simbolizado por Noé). Como Ló, porém, a Igreja vive no meio de um mundo cheio de injustiça, mas ela crê e será salva antes do juízo (2 Pe 2.7-9). Assim como Deus salvou o justo Ló, também pode livrar da provação todos os que O temem.
Ló foi salvo sendo tirado do lugar da tentação e da provação ao ser literalmente arrancado de Sodoma (Gn 19.16-17,22). Da mesma forma, a Igreja será salva do lugar da tentação, salva deste mundo, ao ser arrebatada antes do dilúvio apocalíptico. Pois, se apenas os injustos serão preservados para o dia do juízo, então obrigatoriamente os justos serão livrados de passar por esse dia (1 Ts 5.1-10).
Encontramo-nos diante do último dilúvio de juízos apocalípticos. O fogo do juízo divino virá. Somos como Noé, pregadores da justiça? Somos tementes a Deus como ele? Somos obedientes como ele era? Fazemos tudo o que podemos para transmitir à nossa geração a justiça que tem valor diante de Deus? Ajudamos a construir a “arca” da Igreja? Alertamos para o que está por vir?

Fonte: Chamada 

12 de jul. de 2012

O TERCEIRO TEMPLO


 

Notícia Profética: Pela Primeira Vez, Metade da População Judaica em Israel Apoia a Reconstrução do Templo


Normalmente muito secularizada, a população de Israel nunca mostrou forte apoio pela reconstrução do templo. Mas, agora, isto está mudando.

A Nova Ordem Mundial está chegando! Você está preparado? Compreendendo o que realmente é essa Nova Ordem Mundial, e como está sendo implementada gradualmente, você poderá ver o progresso dela nas notícias do dia a dia!!
Aprenda a proteger a si mesmo e aos seus amados!
Após ler nossos artigos, você nunca mais verá as notícias da mesma forma.
Agora você está com a
"IGREJA MESSIÂNICA FRUTO DO ESPÍRITO"
Deus continua a operar Seu plano profético para o moderno Israel, apesar da resistência determinada dos líderes judeus comprometidos com os planos dos Illuminati naquele pequeno país. Como Deus trouxe Israel da "sepultura das nações", em cumprimento a Ezequiel 37, a profecia da "Visão dos Ossos Secos", os israelense são tão secularizados que a maioria deles nunca apoiou a ideia de reconstruir o Terceiro Templo. Eles não se interessam pelo fervor dos judeus religiosos e sabem que qualquer tentativa israelense de reconstruir o templo deflagraria uma conflagração com os árabes que não teria paralelos na história moderna.
Mas, o Espírito Santo de Deus está trabalhando e fazendo hora extra em Israel hoje para que Suas profecias de um Terceiro Templo reconstruído sejam cumpridas. Observe a seguinte importantíssima profecia referente à certeza absoluta que essas profecias em particular serão cumpridas.
"Porque Deus tem posto em seus corações, que cumpram o seu intento, e tenham uma mesma ideia, e que dêem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus." [Apocalipse 17:17].
Aí está. Deus predisse que todas as Suas profecias serão cumpridas e isso inclui as profecias a respeito de um Terceiro Templo. Vejamos agora a matéria que vamos analisar aqui.
Resumo da Notícia: "Metade do Público Quer Ver o Templo Sagrado Reconstruído", Hillel Fendel, Israel National News, 18/7/2010.
"Metade do público israelense quer que o Templo Sagrado (Beit HaMikdash) seja reconstruído... A pesquisa foi realizada antes deste Dia Nacional da Lamentação, conhecido como Tisha B'Av, em que os dois templos sagrados em Jerusalém foram destruídos, 2.000 e 2.500 anos atrás, respectivamente."
"Dos respondentes, 49% disseram que querem a reconstrução do Templo Sagrado, enquanto que 23% disseram que não querem. O restante declarou não ter certeza. O público está dividido quase equitativamente sobre se acredita que isto acontecerá, com uma pequena margem de 42% contra 39% para aqueles que acreditam que o Terceiro Templo Sagrado será reconstruído. Deve o governo de Israel adotar medidas ativas para permitir essa reconstrução? Dos respondentes, 48% acham que não, enquanto que 27% acham que sim."
O mundo islâmico não aceitará pacificamente o menor indício que Israel esteja reconstruindo o Terceiro Templo, pois isto significará que o Domo da Rocha islâmico será derribado, e isto significa guerra total. Todavia, os Illuminati estão planejando fazer exatamente isto — destruir o Domo da Rocha por meio de um terremoto. Veja:
Em total concordância com esta profecia, o plano da Nova Ordem Mundial prevê que o Domo da Rocha seja reduzido à 'ruínas' imediatamente antes do aparecimento do Anticristo. O autor illuminista Peter Lemesurier escreveu um livro muito interessante em que dedica os 15% finais a descrever — com grande detalhe — como o vindouro Anticristo (o Novo Davi) vai agora enganar os judeus a pensar que ele é o Messias. Veja o que ele disse:
"... pode ser possível para o Novo Davi ir montado a Jerusalém em toda sua resplandente majestade. Observe a palavra 'montado'... em um jumento, conforme predito em Zacarias 9:9... seria aconselhável para o novo Davi repetir isto, com o jumento e tudo... A rota da procissão estará, é claro, diretamente após o ribeiro de Cedrom, o mais perto possível do Monte do Templo... ele precisa ser devidamente entronizado e ungido com azeite (um símbolo de Salmos 45:6-7) no meio das ruínas do domo da Rocha..." [The Armageddom Script, pg 233-35].
A principal questão que tenho se refere ao tempo da destruição do templo. Ocorrerá essa destruição no dia Tish B'Av, o evento mais solene no calendário judaico, seja lá em que ano ocorrer? Acredito que isto seja possível. Vamos primeiro revisar o significado desse evento.
Veja o que está escrito na Enciclopédia Wikipedia:
"O jejum comemora dois dos eventos mais tristes na história judaica — a destruição do Primeiro Templo (construído originalmente pelo rei Salomão) e a destruição do Segundo Templo. Esses dois eventos ocorreram separados por 656 anos, mas ambos no mesmo mês de Av e, conforme a tradição, ambos no dia 9."
O autor cristão Grant Jeffrey observa que o dia 9 de Av "se tornou o dia quando os judeus não somente lamentam sua perda, mas também olham para aquele grande dia quando seu Messias finalmente aparecerá para dar fim aos seus séculos de sofrimentos." (Grant Jeffrey, Armageddon: Appointment With Destiny, pág. 72).
Em seguida, Jeffrey observa oito dias de desastres que vieram sobre os judeus no dia 9 de Av, durante seus anos, tanto como nação e durante os aproximadamente 1900 anos de Diáspora.
Desastre 1 — Os doze espias retornaram com seu relatório, dizendo que Deus não poderia entregar os povos que viviam na Terra Prometida em suas mãos, como tinha prometido. Israel perdeu a fé em Deus e aquela geração foi condenada a morrer ao longo de 40 anos de peregrinação no deserto.
Desastre 2 — O Templo construído por Salomão foi destruído pelos babilônios em 587 AC.
Desastre 3 — Os romanos destruíram o Segundo Templo no ano 70, desse modo cumprindo diretamente a profecia de Jesus em Mateus 24:2.
Desastre 4 — O Exército romano trilhou Jerusalém com arados e a salgou no ano 71.
Desastre 5 — Os romanos destruíram o exército de Simão Bar Cochba no ano 135. Essa vitória selou o destino de Israel como nação. Israel foi efetivamente aniquilado após essa vitória romana; os sobreviventes foram colocados para fora do país e proibidos de retornar. A Grande Diáspora foi oficialmente iniciada.
Desastre 6 — A Inglaterra expulsou todos os judeus em 1290. Verdadeiramente, Deus cumpriu a ameaça que proferiu 2.000 antes de Jesus Cristo, se Israel não obedecesse Seus mandamentos: "E o SENHOR vos espalhará entre todos os povos, desde uma extremidade da terra até à outra; e ali servireis a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais; ao pau e à pedra. E nem ainda entre estas nações descansarás, nem a planta de teu pé terá repouso; porquanto o SENHOR ali te dará coração agitado, e desfalecimento de olhos, e desmaio da alma. E a tua vida, como em suspenso, estará diante de ti; e estremecerás de noite e de dia, e não crerás na tua própria vida." [Deuteronômio 28:64-66].
Desastre 7 — A Espanha expulsou os judeus no ano 1490. [O mesmo comentário anterior se aplica aqui.]
Desastre 8 — A Primeira Guerra Mundial foi declarada nesta data, no ano de 1914, colocando a Rússia na guerra e fazendo o governo czarista lançar grandes perseguições contra os judeus na Rússia Oriental. (Ibidem, pág. 73).
Finalmente, nas páginas 80-81, Jeffrey lista as probabilidades matemáticas de oito eventos ocorrerem no mesmo dia na história de uma nação. Considere esta informação com atenção e veja sua fé aumentar subitamente, pois essas probabilidades demonstram que Deus ainda está lidando com Israel como Seu povo da aliança, embora os atuais líderes da nação estejam servindo ativamente a Satanás neste momento.
"Na verdade, se algum de meus leitores tiver inclinação para a matemática, sugiro que verifique a probabilidade que essas oito tragédias históricas possam ter ocorrido por acaso, em vez de por conhecimento prévio e soberania de Deus."
"Como existem 365 dias no ano, a probabilidade de que uma segunda tragédia histórica significativa ocorra por acaso na data do aniversário de uma tragédia anterior em qualquer dia determinado, digamos, o dia 9 de Av... é uma chance em cada 365. A probabilidade que um terceiro evento similar ocorra no mesmo dia exato, o dia 9 de Av é: 1 x 365 x 365, ou 133.225."
"Em outras palavras, a probabilidade de somente três desses desastres ocorrerem por acaso somente no dia 9 de Av é uma chance em 133.225.
"A probabilidade que todos os oito eventos tenham ocorrido por puro acaso no dia 9 de Av, em vez de por plano de Deus, é igual a:
1 x 365 x 365 x 365 x 365 x 365 x 365 x 365 x 365 =
1 chance em 863.078.009.300.000.000
ou
1 chance em 863 zilhões
Como você pode ver, Deus verdadeiramente tem Sua mão sobre o povo judeu. Israel retornou à sua terra em maio de 1948, "mas não havia neles espírito", como predisse Ezequiel 37:8; em outras palavras, estava predito que Israel retornaria à sua terra sem uma crença no Espírito Santo que testifica somente de Jesus Cristo. Os cristãos bíblicos deveriam esperar que Israel voltasse a ser uma nação em um estado de incredulidade.
Essa incredulidade então prepara o povo judeu para ser enganado pelo Anticristo. Eles pensarão que ele é o Messias (veja Daniel 9:27 e Mateus 24:15). Após o Anticristo sair do templo, em cumprimento a Mt. 24:15, ele iniciará a maior de todas as campanhas na história para aniquilar os judeus, porém Deus permitirá que ele mate somente dois terços, exatamente conforme predito em Zacarias 13:8-9.
Bem no alto da lista de prioridades de pessoas a serem mortas, o Anticristo colocará os líderes atuais de Israel. O Espírito Santo inserirá esse pensamento bem no fundo da mente do "Filho da Perdição", quando ele freneticamente procurar matar todos os judeus na terra.
O remanescente de um terço, que será protegido por Deus, constituirá o Israel quando Jesus retornar nos ares, e eles o louvarão, exatamente como predito em Zacarias 12:10b.
Esse futuro Israel cristão é aquele que recebe meu apoio, como também deve receber o seu. Não quero nenhum relacionamento com a atual liderança judaica, que está totalmente vendida aos Illuminati.
Como já declarei muitas vezes em outros artigos, a Maçonaria global iluminista está absolutamente comprometida com a reconstrução do Terceiro Templo no Monte do Templo. Embora a citação anterior mostre como o Plano prevê a construção do Templo sobre as ruínas do Domo da Rocha, este próximo segmento revela o quão entranhado o Terceiro Templo realmente está na lenda e no propósito global maçônicos.
"De todos os objetos que constituem a ciência maçônica do simbolismo, o mais importante, o mais amado pelo maçom, e de longe o mais significativo, é o Templo de Jerusalém. A espiritualização do Templo é o primeiro, o mais proeminente e o mais penetrante de todos os símbolos da Maçonaria... Tire da Maçonaria sua dependência em relação ao Templo; exclua de seu ritual todas as referências ao edifício sagrado e às lendas e tradições relacionadas com ele, e o próprio sistema decairia e morreria de vez..." [Encyclopaedia of Freemasonry, de Albert Mackey, Grau 33 e Charles T. McClenachan, Grau 33, Revised Edition, de Edward L. Hawkins, Grau 30, e William J. Hughan, Grau 32, volume II, M-Z, publicado pela The Masonic History Company, Chicago, Nova York, Londres, 1873, A. G. Mackey, 1927, pela Masonic History Company].
Permita-me repetir a compreensão crítica que o afamado autor maçom do Grau 33, Albert Mackey, acaba de fornecer:
"Tire da Maçonaria sua dependência em relação ao Templo; exclua de seu ritual todas as referências ao edifício sagrado e às lendas e tradições relacionadas a ele, e o próprio sistema decairia e morreria de vez..." [citação extraída do artigo N2417, "Nítida Redução do Apoio a Israel Está em Curso na Atual Administração Obama.].
Agora você percebe que a reconstrução do Terceiro Templo é tão importante para os Illuminati que eles nunca permitirão que Israel seja completamente aniquilado. A destruição do pequeno Israel será grande, mas o resultado final é que Deus continuamente preserva Israel da aniquilação total. A profecia bíblica está sendo cumprida literalmente nas notícias diárias.

4 de jul. de 2012

O LADO OBSCURO DA IGREJA COM PROPÓSITOS

                                 

Reconstruindo a Torre de Babel: O Lado Obscuro da Igreja com Propósitos


Capítulo 1: O Anjo de Luz




Sinopse: Não somente Lúcifer mentiu para Eva quando disse "Certamente não morrereis", mas também mentiu quando disse: "Sereis como Deus". A premissa básica do panteísmo é a divindade não somente do homem, mas de tudo o mais também. A adição do monismo complementa a versão "ocidentalizada" moderna da imanência: Deus é tudo e está "em tudo". A infusão do panteísmo monístico na cultura geral é preocupante, mas a introdução desses princípios na igreja é ainda mais devastadora. As sutis infusões da "evolução teísta", do misticismo, das terminologias ocultistas, do globalismo, das ciências do comportamento, dos processos orientados para resultados (pragmáticos) e as irregularidades doutrinárias veladas ameaçam destruir os fundamentos da fé até o ponto em que a igreja "evangélica" implodirá e desabará sobre si mesma por falta de uma base sólida.



Os membros de cada geração passada tiveram a noção que sua época era um ponto fundamental na história humana e, em graus variados, cada um deles esteve correto em sua avaliação. Esse conceito aplica-se não somente à sociedade secular e à humanidade em geral, mas também a segmentos específicos da população mundial; e a atual população mundial não é exceção a essa mentalidade. No contexto deste manuscrito, as populações ocultista e cristã do mundo estão ambas profundamente cientes do fato que a posição da humanidade está no clímax da época atual e estão equipadas com um senso distinto de uma mudança revolucionária e iminente.
Como um exemplo preferencial, em uma palestra em 1989 na Associação de Desenvolvimento e Supervisão de Currículo, Jean Houston foi explicitamente dogmática ao fato de que esta geração determinará se a raça humana crescerá para um novo e elevado nível de consciência ou se aniquilará a si mesma. Nessa palestra, ela disse:
"Todas as culturas pensavam que sua cultura era "ela". Elas estavam enganadas, esta é "ela" — este tempo na história... o grande tempo para as decisões. Tudo está colocado em seu devido lugar para o salto, o salto fenomenal... Estamos vivendo a paixão do tempo carregado... quando o que você e eu fazemos fará uma profunda diferença." [1]
A Dra. Houston passou a falar sobre "uma transição de todo o sistema para uma sociedade planetária". Sua definição de sociedade planetária é bem simples: uma sociedade planetária está baseada em uma democracia social centralizada e interdependente que envolve toda a raça humana cuja consciência coletiva se expandirá até o ponto em que cada indivíduo perceberá que é, na verdade, um "deus". Essa mesma mentalidade e mantra envolve todo o paganismo, Wicca, Nova Era, e outras religiões baseadas na Terra que constituem um grande segmento daquilo que é considerado "o mundo do ocultismo".
No outro lado do espectro, os membros da igreja estão convencidos que este é, de fato, um momento fundamental na história humana. Aqueles que são dispensacionalistas em sua teologia e adotam a interpretação literal das Escrituras acreditam que o fim dos tempos, que se consumará com o arrebatamento da igreja, o reinado do Anticristo e a subseqüente Segunda Vinda, está muito próximo. Além disso, os eventos vistos como o cumprimento óbvio da profecia bíblica, que começaram em 1948 com a criação do Estado de Israel continuam a ocorrer.
Incorporada nessa estrutura teológica está também a percepção que a igreja de Jesus Cristo está enfrentando um grande afastamento da "religião dos velhos tempos" de seus pais e avós. Essa mudança não é um pequeno ajuste, mas, ao contrário, uma grande mudança que ameaça alterar a face do cristianismo para sempre. Tragicamente, se essa mudança continuar sem ser enfrentada, a mudança subseqüente criará um novo "cristianismo híbrido" que terá pouca semelhança com a "fé dos nossos pais", ou com a igreja descrita no Novo Testamento. Esse novo híbrido está gerando um "falso cristianismo" que levará seus aderentes a uma pseudofé que resultará na perda do arrebatamento, acreditando em uma mentira [2] e caindo nos braços do Anticristo de forma tão suave como as pétalas de uma rosa caem no outono.
O pastor John MacArthur descreveu astutamente essa mudança em seu livro Reckless Faith quando disse:
  • Ocorreu uma mudança no consenso evangélico.
  • Essa mudança é curta em doutrina e longa em experiência.
  • Pensar é considerado menos importante que sentir.
  • O amor à sã doutrina desapareceu
  • Adicione uma dose de misticismo e você tem a receita para um total desastre espiritual. [3]
A mudança que MacArthur descreve é o rumo exato percorrido por aqueles que estão envolvidos naquilo que veio a ser chamado de "Movimento de Crescimento de Igrejas" (MCI). A metodologia desse movimento entre os cristãos evangélicos e fundamentalistas materializou-se na segunda metade do século 20 e foi promovida pelo Seminário Teológico Fuller. A manifestação do movimento é agora vista nas megaigrejas sensíveis aos buscadores que estão surgindo como cogumelos por todo o país.
O "garoto propaganda" do MCI, o pastor Rick Warren, da Igreja da Comunidade de Saddleback, afirma que a igreja está no meio de uma revolução cultural transformadora; [4] e aqueles que estão envolvidos em seus programas específicos são os líderes revolucionários que iniciarão uma "mudança de paradigma" que se expandirá por toda a cristandade. Entretanto, fazendo-se um exame cuidadoso desses programas — "40 Dias de Propósito" e "40 Dias de Comunidade" — bem como nos livros de Rick Warren, Uma Igreja com Propósitos e Uma Vida com Propósitos — não somente começa-se a questionar a posição doutrinária deles, mas também a sutil introdução de filosofias e terminologias ocultistas em uma arena que proclama ser o cumprimento da "Grande Comissão" seu único resultado.
De modo a avaliar completamente toda essa situação, é necessário compreender as metodologias e ensinos luciferianos do mundo ocultista. Uma vez que tal compreensão seja obtida, então uma justa avaliação poderá ser feita dos programas que impulsionam o Movimento de Crescimento de Igrejas.

No Princípio

A primeira aparição de Lúcifer na Palavra de Deus encontra-se no relato da tentação de Eva no Jardim do Éden. Devido à familiaridade do texto, muitos lêem essa passagem sem dar muita atenção a todas as ramificações associadas com a seqüência real de eventos naquele dia fatídico para toda a eternidade. Contudo, quando se considera os detalhes da conversa registrada nas Escrituras e seus resultados, algumas conclusões se tornam bem óbvias.
  • Se as teorias da Evolução fossem realmente verdadeiras, Eva nunca teria engolido a mentira "Certamente não morrereis". A razão óbvia para essa conclusão é o simples fato que Eva, até aquele ponto em sua vida, nunca tinha testemunhado a morte de alguém. Mesmo no caso da "Evolução Teísta', Eva teria testemunhado a morte como um fato normal da vida. Entretanto, como os fatos bíblicos revelam que a Evolução (teísta ou não) é falsa, a própria Eva tinha sido criada relativamente há pouco tempo em um ambiente que ainda não estava sob a maldição do pecado. Portanto, em seu estado de inocência, ela nunca tinha testemunhado a morte de qualquer tipo, ela nunca planejou morrer; e subseqüentemente, em seu estado de inocência, Eva acreditou nas mentiras de Lúcifer quando ele contradisse as conseqüências da desobediência, conforme tinham sido delineadas por Deus.
  • Lúcifer somente conseguiu enganosamente atrair Eva fazendo a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal e seu fruto proibido parecerem como algo a ser desejado. Ele jogou o jogo máximo do engano — fazendo o objeto que levaria Eva à sua própria morte enganosamente parecer como algo atraente e irresistivelmente desejável.
  • Lúcifer também apelou ao ego de Eva, oferecendo a elevação de seu status para o de um "deus" quando afirmou: "Sereis como Deus". Ela somente conhecia um Deus, Deus o governante e criador de todas as coisas. Ser como Deus, governar como Deus e saber o que Deus sabe foi a "cenoura" que atraiu Eva a pecar.
Uma vez que essas conclusões são consideradas, uma maior reflexão desses mesmos aspectos da conversa que ocorreu no Jardim do Éden tantos anos atrás revela os fundamentos do pensamento luciferiano como a antítese da Palavra de Deus. Esse fundamento baseia-se em três pedras fundamentais:
  • A aceitação da Teoria da Evolução como um fato.
  • Uma estratégia de engano que promove o mal como o bem.
  • Uma filosofia de panteísmo monístico.

A Evolução e o Pensamento Ocultista

Pouquíssimas pessoas estão cientes dos eventos que levaram à apresentação das teorias de Charles Darwin sobre as origens diante da comunidade científica da Grã-Bretanha no século 19. Darwin foi ajudado em sua pesquisa por seu amigo íntimo Charles Lyell. Lyell acompanhou o relutante Darwin durante mais de vinte anos de árdua pesquisa na elaboração de suas teorias. Além disso, Darwin não estava em busca de fama e notoriedade. Na verdade, ele estava muito hesitante em apresentar sua obra no foro público da comunidade intelectual. [5]
Entretanto, chegou um dia em que Darwin foi forçado a apresentar publicamente suas teorias ou então, não somente seria suplantado por outro pesquisador, mas também incorreria na perda de todos os seus esforços. Em 1855, Darwin recebeu uma cópia de um trabalho escrito por Alfred Russell Wallace, que detalhava as mesmas teorias que ele próprio tinha arduamente elaborado ao longo de vinte anos. Darwin então imediatamente, estimulado por Lyell, começou a escrever sua famosa obra, A Origem das Espécies. Entretanto, tanto Darwin quanto Russell, estavam procurando o elo-chave perdido — o mecanismo pelo qual uma espécie poderia efetivamente se transformar em outra espécie. (O problema com a ausência de tal mecanismo é óbvio, não há absolutamente evidência alguma [científica ou não] que forneça qualquer prova de que uma espécie evoluiu ou evoluirá de outra espécie.)
Três anos depois de enviar seu trabalho sobre as origens para Darwin, Wallace adoeceu gravemente enquanto vivia na ilha de Ternate. Sofrendo grandemente com uma febre que o debilitava, uma visão do mecanismo ausente veio para ele na "revelação de um momento". Wallace então enviou esse mecanismo, "A Sobrevivência dos Mais Aptos", para Darwin. O Ternate Paper continha 'na forma completa, aquilo que hoje é conhecido como Teoria Darwiniana da Evolução..." (6) Na realidade, a evidência circunstancial sugere fortemente que Darwin plagiou muitos dos conceitos-chave em sua famosa obra A Origem das Espécies, do trabalho de Wallace. Entretanto, como Wallace estava mais perto da Nova Guiné do que de Londres quando chegou o tempo da apresentação, os conceitos apresentados para a Sociedade Lineana, em julho de 1858 tornaram-se conhecidos como Teoria de Darwin/Wallace.
Obviamente, esta não é toda a história. Alfred Russell Wallace não somente recebeu a "visão" da Sobrevivência dos Mais Aptos para completar a mentira evolucionista de Lúcifer enquanto estava delirando com febre, mas Wallace abrigava um lado muito mais tenebroso. Durante sua juventude, ele viajou para o Amazonas e fez amizade com índios que compartilharam com ele suas "artes negras". Wallace começou então a se envolver com o espiritismo e foi abertamente ridicularizado por ser membro da Sociedade para a Pesquisa Psíquica. O nível extremo em que ele se envolveu no ocultismo resultou em sua virtual expulsão da comunidade intelectual britânica, para não mencionar a remoção de seu nome das Teorias de Darwin.
No caso de seu Ternate Paper, o método da descoberta científic a utilizado por Wallace foi além do heterodoxo, para o reino do metafísico. Na verdade, revelações como as suas não são incomuns no reino das "ciências ocultas" e, a partir de uma perspectiva bíblica, essa experiência pode ser precisamente colocada na categoria da metodologia da comunicação com os demônios. (O Alcorão foi comunicado ao analfabeto Maomé no meio de convulsões similares.)
O ponto aqui, entretanto, é uma conexão demoníaca específica com a apresentação pública e a proliferação das teorias evolucionistas na sociedade. Adicionalmente, poucos percebem que os homens do século 19 que moldaram as filosofias evolucionistas e socialistas destinadas a permear o futuro da sociedade tinham pouco em comum, e a maioria não tinha sido anteriormente educada como cientista. Charles Darwin tinha formação em teologia, Charles Lyell era um advogado, Thomas Huxley tinha uma formação duvidosa em medicina, Jean-Baptiste Lamarck e Herbert Spencer não tiveram educação formal, Hegel e Marx tinham formação em filosofia. Havia, porém, uma coisa que todos esses homens compartilhavam — uma aversão a Deus e ao cristianismo bíblico.
Com base em tudo o que foi dito acima, não deve ser surpresa saber que as filosofias ocultistas e as religiões pagãs operam a partir de uma linha-base do pensamento evolucionista. Esses princípios evolucionistas dentro do mundo ocultista estão na verdade baseados em outra mentira que Lúcifer disse a Eva no Jardim do Éden: "Sereis como Deus..." Os aderentes da Nova Era, os feiticeiros e os aderentes de outras religiões baseadas na Terra acreditam que o homem é divino e precisa simplesmente descobrir ou desenvolver o deus ou a deusa em seu interior. Além disso, os praticantes da Nova Era, como Jean Houston, ensinam que o homem ainda está evoluindo para um novo nível evolucionário — do homo sapiens para o homo noeticus; e o conceito de homo noeticus, o deus-homem, é ativamente promovido por organizações como o Instituto das Ciências Noéticas, presidido pelo ex-astronauta da NASA, Ed Mitchell.
Portanto, a Teoria da Evolução não somente teve sua origem dentro de uma estrutura ocultista, mas é absolutamente a chave para a compreensão das filosofias ocultistas. Se alguém deixar de observar que os ocultistas acreditam que o universo evoluiu de uma energia primária que eles consideram como "deus", "a força", ou a "deusa-mãe" — não será possível compreender a filosofia ocultista. Além disso, o mundo ocultista adere à noção que essa "energia", ou "força" habita em tudo e em todos. Essa força que habita em todos é chamada de imanência. A imanência é um dos princípios fundamentais do mundo ocultista, e essa força interior é vista pelos ocultistas como o ímpeto evolucionário que tem implementado as mudanças cósmicas que eventualmente levarão ao aparecimento do homo noeticus — o deus-homem.

Promoção do Mal Sob o Disfarce do Bem

Dificilmente se pode imaginar uma causa mais nobre do que a de servir à humanidade de modo a solucionar todos os problemas do mundo. Em toda a história, organizações foram formadas para promover a paz mundial, alimentar os famintos, curar os doentes, e prover moradia para os desabrigados. Embora muitas dessas organizações e indivíduos estejam motivados por ideais nobres e trabalhem arduamente para alcançar esses objetivos, existem muitos que não são o que aparentam ser na superfície — afinal que método melhor para camuflar o mal do que praticar boas obras?

A Lucis Trust

Embora muitas organizações implementem essa metodologia, não existe melhor exemplo desse estratagema de disfarce que a manipulação realizada pela Lucis Trust. A Lucis Trust foi originalmente fundada em 1922 pelo casal de teósofos Alice e Foster Bailey como Lucifer Publishing Company. Posteriormente, o nome foi modificado para Lucis Publishing (por razões que devem ser fáceis para você imaginar) e foi usada principalmente como a editora para os livros ocultistas de Alice Bailey. Desde aquele tempo, a Lucis Trust tornou-se uma organização não governamental registrada na Organização das Nações Unidas com cinco divisões: The New Group of World Servers, The Arcane School, Lucis Productions, Triangles e World Goodwill. De acordo com sua própria literatura promocional, os propósitos da Lucis Trust são:
"As atividades internacionais da Lucis Trust são dedicadas ao estabelecimento das relações humanas corretas. Ela promove a educação da mente humana para o reconhecimento e prática dos princípios e valores espirituais sobre os quais uma sociedade estável e interdependente pode estar baseada."
"A Lucis Trust não é política e não é sectária. Ela não patrocina nenhum credo ou dogma especial. O ímpeto motivador é o amor de Deus, expresso por meio do amor à humanidade e serviço à raça humana. Um novo e melhor modo de vida para todos os povos em toda a parte do mundo pode se tornar uma realidade no nosso tempo. As técnicas práticas em operação hoje podem ser aprendidas e aplicadas para o cumprimento do plano divino para a humanidade." [7]
Quem pode argumentar contra os objetivos das relações humanas corretas, um melhor modo de vida para todos os povos em toda a parte, o cumprimento do plano divino para a humanidade, e com o impulso do amor de Deus? As coisas parecem ainda melhores quando se lê mais do mesmo prospecto que descreve a World Goodwill e Triangles:
"Triangles foi fundada em 1937 para estimular o crescimento das relações humanas corretas unindo homens e mulheres de mesma mente de boa vontade em um serviço espiritual... A World Goodwill foi fundada em 1932. O propósito geral da World Goodwill é o estabelecimento de relações humanas corretas por meio da aplicação prática do princípio da boa vontade." [8]
Entretanto, uma inspeção mais atenta da literatura da Lucis Trust revela a natureza profundamente ocultista dessa organização:
"A Lucis Productions produz programas de rádio e em vídeo baseados nos princípios da Sabedoria de Todas as Épocas. Os programas de rádio incluem tópicos como meditação, a próxima ordem internacional, valores espirituais, envelhecimento e morte... O mundo tem um destino espiritual. Por trás da evolução há um propósito de espera, podemos chamar de o Plano de Deus. Todos que respondem à necessidade espiritual, de seu próprio modo e dentro de seu próprio ambiente, cooperam no cumprimento do plano divino..." (ênfase adicionada) [9]
Essas citações tiradas do mesmo material promocional da Lucis Trust começam a revelar a verdadeira natureza dessa organização. As palavras em itálico no excerto acima são fundamentais para compreender exatamente o que é objetivado pelo autor do prospecto:
  • Sabedoria de Todas as Épocas — A Sabedoria de Todas as Épocas referida aqui é o equivalente aos "Antigos Mistérios" nas religiões de mistério que tiveram sua origem na Torre de Babel. Essa "sabedoria", ou esses "mistérios", contêm as informações comunicadas aos adeptos por um grupo hierárquico de seres espirituais. Ela também é comunicada por quatro métodos: escrita automática (psicografia), meditação transcendental, hipnose e drogas. Esses seres espirituais são nada menos que anjos caídos, ou demônios, que habitam o reino espiritual.
Alice Bailey, fundadora da Lucis Trust sucedeu Helena Petrovna Blavatsky e Annie Besant. Blavatsky escreveu A Doutrina Secreta, o livro que serviu como a "bíblia" para Adolf Hitler em sua tentativa de estabelecer a "nova ordem mundial". A Doutrina Secreta foi escrita por Blavatsky por meio de psicografia e sob a direção de um mestre hierárquico, exatamente como os livros de Alice Bailey foram ditados a ela por um "mestre da sabedoria'.
  • Destino Espiritual — Este não é o destino daqueles que são salvos, conforme a definição da Palavra de Deus, mas, ao contrário, uma interpretação ocultista de um vindouro "reino espiritual de Deus na Terra" que a Bíblia descreve como o reinado do Anticristo.
  • Evolução — como definido anteriormente, as teorias da evolução são críticas para o plano ocultista.
  • O Plano — "O Plano" é o modelo para a criação de uma nova ordem mundial conforme foi comunicado a Helena Petrovna Blavatsky e Alice Bailey pelos mestres da sabedoria demoníacos.
A revelação da face tenebrosa da Lucis Trust não termina com isso. A citação inicial do prospecto da Lucis Trust diz mais do que consegue perceber o leitor casual: "Elas promovem a educação da mente humana para o reconhecimento e a prática dos princípios espirituais e valores sobre os quais uma sociedade global estável e interdependente poderá estar baseada." Quando essas palavras são lidas por alguém que tenha discernimento, as seguintes questões precisam ser perguntadas:
  • Como esse grupo educa a mente humana?
  • Quais são os princípios espirituais a serem reconhecidos e praticados?
  • Os valores de quem deveriam ser reconhecidos e praticados?
  • Qual é a definição de uma "sociedade global interdependente"?
As respostas a essas questões se tornam manifestas quando se considera o seguinte excerto do boletim da World Goodwill:
"Este é um tempo de preparação não somente para uma nova civilização e cultura em uma nova ordem mundial, mas também para a chegada de uma nova dispensação espiritual."
"A humanidade não está seguindo um curso não mapeado. Há um Plano divino no Cosmos do qual fazemos parte. No fim de uma era, os recursos humanos e as instituições estabelecidas parecem inadequados para atender às necessidades e aos problemas mundiais. Nesse tempo, o advento de um Instrutor, um líder espiritual, ou Avatar, é desejado e invocado pelas massas humanas em todas as partes do mundo."
"Hoje, o reaparecimento do Instrutor do Mundo, o Cristo, é esperado por milhões, não somente por aqueles que professam a fé cristã, mas por aqueles de todas as fés que esperam o Avatar com outros nomes — o Senhor Maitréia, Krishna, Messias, Imame Mahdi e o Bodhisattva... O vindouro Instrutor do Mundo estará preocupado principalmente, não com o resultado do erro e da inadequação do passado, mas com os requisitos de uma nova ordem mundial e com a reorganização da estrutura social." [10]
A literatura do Novo Grupo de Servidores Mundiais, dentro da Boa-Vontade Mundial fornece ainda mais respostas:
"O Novo Grupo de Servidores Mundiais não é, no entanto, um grupo de místicos teóricos... Eles sabem exatamente o que buscam fazer; estão descobrindo e fazendo as pontes, colocando juntos homens e mulheres de boa-vontade em todo o mundo... Eles se conformarão e aceitarão a situação em que se encontram, mas trabalharão (nessa situação e sob esse governo ou ordem religiosa) para a boa-vontade, para a derrubada das barreiras e em favor da paz mundial... eles cultivarão o espírito da cooperação, utilizando todas as oportunidades para enfatizar a irmandade das nações, a unidade da fé, e a interdependência econômica."
Essas são as generalidades amplas que governam a conduta das pessoas de boa vontade que cooperam com o trabalho que está sendo realizado pelo Novo Grupo de Servidores Mundiais. Eles podem ser considerados como a personificação do reino emergente de Deus na Terra, mas deve-se lembrar que esse reino não é um reino cristão... ou um governo terreal. "É um agrupamento de todos aqueles que, pertencendo como eles, a toda religião mundial e toda nação e raça e tipo de partido político, estão livres do espírito de ódio e de separatismo..." [11]
Finalmente, se indivíduos ou organizações falam de oração, a pessoa com discernimento precisa examinar exatamente o que essa oração envolve. Esse é o caso com a oração promovida pela Lucis Trust, a Grande Invocação.
"A Grande Invocação é um oração mundial traduzida em mais de cinqüenta idiomas e dialetos e é usada por todos os membros do triângulo. Ela expressa certas verdades centrais que todas as pessoas inatas e normalmente aceitam; que existe uma inteligência básica a quem damos o nome de Deus. Que há um Plano Evolucionista divino no universo — o poder motivador do qual é o amor, que uma grande individualidade chamada pelos cristãos de Cristo — o Instrutor do Mundo — veio à Terra e personificou esse amor para que pudéssemos compreender que o amor e a inteligência são efeitos do propósito, da vontade e do Plano de Deus. Muitas religiões acreditam em um Instrutor Mundial, conhecendo-o com nomes como Senhor Maitréia, Imam Mahdi, e Messias. A verdade que somente por meio da própria humanidade pode o Plano divino funcionar." [12]
As citações listadas acima são a essência do Plano Luciferiano para todo o sistema de transição para uma sociedade planetária que a Lucis Trust chama de "uma nova ordem mundial". Esse plano está resumido nas respostas às perguntas feitas alguns parágrafos atrás:
. Como esse grupo educa a mente humana?
Pelo engano. . Quais são os princípios espirituais a serem reconhecidos e praticados?
Aqueles com os quais toda a humanidade possa concordar, e em torno dos quais todos possam se unir. . Os valores de quem deveriam ser reconhecidos e praticados?
Somente aqueles que advogam a tolerância e o "não separatismo". . Qual é a definição de uma "sociedade global interdependente"?
Um governo global sob a liderança do "Cristo".

O Papel da Igreja no Cumprimento dos Objetivos da Lucis Trust

As respostas às questões revelam que esse assim-chamado "Plano de Deus" não é coerente com o plano do verdadeiro Deus da Bíblia. Esse "plano" é uma estratégia para trazer paz à Terra com a revelação do vindouro "Instrutor do Mundo, ou o "Cristo". É preciso compreender que o termo "Cristo" não é uma referência a uma única pessoa, mas ao indivíduo que exerce o ofício de Cristo. Além disso, os ocultistas acreditam que muitos já exerceram o ofício de Cristo, e Jesus de Nazaré é prontamente reconhecido pelas fontes ocultistas como uma das pessoas que exerceram esse ofício. Entretanto, na avaliação deles, Jesus foi apenas um dentre muitos assim-chamados "cristos", que incluem tipos como o Senhor Maitréia, Krishna, Buda, Quetzalcóatl, e o Imame Mahdi.
Em outras palavras, esse Instrutor do Mundo, anunciado pela Lucis Trust (bem como por outras religiões, indivíduos e organizações ocultistas) não é Jesus Cristo em seu retorno, que aparecerá com Seus santos na "Segunda Vinda", em cumprimento às promessas de Deus a Israel. Muito pelo contrário, uma leitura mais atenta da descrição da Grande Invocação e das informações do Novo Grupo de Servidores Mundiais revela que esse Instrutor do Mundo é ninguém menos que o próprio Anticristo, e que muitos dos que se chamam "cristãos" aderirão a esse falso cristo como sendo o verdadeiro Messias.
Essa é a essência do plano luciferiano para derrotar Deus, e os "evangélicos" que estão dispostos a colocar de lado a pregação expositiva da doutrina e as outras instruções bíblicas para a estrutura da igreja local, conforme delineadas nas duas epístolas do apóstolo Paulo a Timóteo, por uma nova abordagem "amigável aos buscadores", "orientada por propósitos" e orientada para resultados no ministério estão caindo nas mãos daqueles que implementam o plano enganoso do falso messias. Como afirmado por Alice Bailey em sua grande obra ocultista The Externalization of the Hierarchy:
"A igreja cristã em suas muitas ramificações pode servir como um João Batista, como 'uma voz do que clama no deserto', como um núcleo por meio do qual a iluminação mundial poderá ser alcançada." [13]
Como poderia isso ser verdade e como poderiam aqueles que se chamam a si mesmos de "evangélicos" ou "fundamentalistas" na realidade aceitarem, e promoverem uma agenda luciferiana? Há somente uma resposta para essa pergunta: Aqueles que proferem o nome de Jesus Cristo não estão imunes à enganação, e aqueles que não exigem de seus líderes fidelidade absoluta à Palavra de Deus — ou — aqueles que não conhecem os ensinos da Palavra de Deus bem o suficiente para exigir fidelidade de seus líderes — estão sujeitos ao mesmo laço que as crianças de Hamelin, que seguiram o Flautista Mágico. A Bíblia é bem explícita em seus ensinos que falsos mestres se infiltrarão na igreja e desviarão muitos que não têm discernimento para longe do caminho. Esse padrão de apostasia é visto desde os primeiros dias da igreja, e a batalha para defender a fé contra os falsos mestres não é algo novo.
Aqueles que leram o livro on-line anterior "Pragmatismo na Igreja: Uma Religião Orientada Para Resultados" devem se lembrar que com o grande "Movimento Ecumênico" dos anos 1960 e com o êxodo em massa das igrejas protestantes tradicionais, muitos "defensores da fé" bíblicos daquele período estavam convencidos que o Movimento Ecumênico era na verdade a "grande apostasia dos últimos dias" descrita nas Escrituras. [14] Entretanto, quando se examina atentamente todas as evidências sem emocionalismo, a verdade é que as denominações protestantes como um todo nunca estiveram em total conformidade com a Palavra de Deus. Até os mais ortodoxos adotaram aspectos do catolicismo romano e nunca foram puros em sua adesão às Escrituras.
Entretanto, os grandes guerreiros da fé dos anos 1930 até 1970 que defenderam a verdade e se separaram da impureza doutrinária daqueles que permitiam o Modernismo em suas igrejas, seminários e outras agências, buscaram fundar igrejas bíblicas doutrinariamente puras. Tragicamente, essas mesmas igrejas agora enfrentam a matança da "Igreja do Novo Paradigma", que ameaça levar os filhos e netos dos antigos e inabaláveis defensores da fé a uma posição de contemporização e, finalmente, à apostasia.
Essa apostasia não se manifestará por um ataque às grandes doutrinas fundamentais da fé, como fez o Modernismo. Na verdade, os líderes da "revolução da igreja" aderem ostensivamente às posições doutrinárias que até Charles H. Spurgeon teria aprovado. Entretanto, as sutis infusões da "evolução teísta", do misticismo, das terminologias ocultistas, do globalismo, das ciências do comportamento, dos processos orientados para resultados (pragmáticos), e as irregularidades doutrinárias veladas ameaçam destruir os fundamentos da fé até o ponto em que a igreja "evangélica" implodirá e desabará sobre si mesma por falta de uma base sólida.
O perigo maior do atual assalto ao cristianismo fundamentalista é simplesmente a sutileza do ataque. Embora muitos possam dizer que isso seja uma coincidência, um plano similar manifestou-se no lado político do globalismo do mundo unificado com o objetivo de estabelecer outra faceta da assim-chamada "nova ordem mundial". Esse plano, conhecido como funcionalismo gradual, foi proposto por Richard Gardner, na edição de abril de 1973 da Foreign Affairs Magazine, a publicação do Conselho das Relações Exteriores (CFR):
"Em resumo, a 'casa da ordem mundial' terá de ser construída de baixo para cima e não de cima para baixo... uma ação evasiva em torno da soberania nacional, erodindo-a parte por parte, acompanhará muito mais do que o fora de moda assalto frontal..." [15]
Essa mesma estratégia está sendo agora usada para instigar uma "revolução na igreja". Isso não quer dizer que os líderes dessa revolução estão intencionalmente esquecendo a conformidade com a Palavra de Deus, mas os fatos certamente nos levam a questionar seriamente não somente seus motivos, mas até sua disposição espiritual.
Voltando à avaliação de John MacArthur da situação atual, a adição do misticismo à estratégia da pouca ênfase em doutrinas, sensível ao buscador, orientada por propósitos, a estratégia de crescimento de igrejas baseada em resultados é o passo final em direção a um grande desastre espiritual ou uma mudança muito ampla. Além disso, um exame mais atento do Movimento de Crescimento de Igrejas e, particularmente, do modelo "propósitos" revela uma infusão do "ocultismo sorrateiro" incorporado dentro desses programas.

Abraçando o Panteísmo

Não somente Lúcifer mentiu para Eva quando disse "Certamente não morrereis", mas também mentiu quando disse: "Sereis como Deus". A premissa básica do panteísmo é a divindade não somente do homem, mas de tudo o mais também. A adição do monismo complementa a versão "ocidentalizada" moderna da imanência: Deus é tudo e está "em tudo". Embora esse conceito fosse estranho à mente ocidental por quase um século, sua chegada nos anos 1960 iniciou mudanças que não somente permeariam, mas influenciariam profundamente a cultura ocidental. Na verdade, os conceitos das religiões orientais ainda são novos para a cultura ocidental.
Por mais de 1200 anos, a Igreja Católica Romana dominou a cultura da Europa ocidental, até o ponto que pouquíssimos indivíduos possuíam qualquer noção sobre as religiões orientais. Entretanto, quando a Igreja de Roma decidiu reivindicar a Terra Santa como sua propriedade, um efeito colateral não esperado foi a introdução do misticismo oriental na psiquê ocidental. Essa infusão dúbia do conhecimento ocultista foi transmitida pelos cavaleiros que retornaram das Cruzadas.
A Igreja Romana reagiu a essa afronta ao seu domínio tentando forçar os místicos a se esconderem ou exterminando-os completamente. Entretanto, a despeito dos melhores esforços de Roma, o misticismo e o ocultismo triunfaram até o ponto em que puderam tornar o conhecimento ocultista manifesto na Renascença. Como resultado, junto com a Renascença veio o estudo generalizado das religiões orientais e do ocultismo.
Entretanto, com a Reforma Protestante, uma espécie de aliança entre a Igreja de Roma e as igrejas protestantes que saíram dela confinaram esses estudos e filosofias à comunidade intelectual e científica ou a outros elementos marginais, como as sociedades secretas. O conhecimento íntimo do mundo ocultista permaneceu, como regra geral, suprimido até os anos 1960. Nessa década de mudanças radicais, o grupo de Rock britânico The Beatles, apresentou o mestre iogue Maharaja Maharish Yogi à "geração das flores". Isso iniciou uma nova infusão do misticismo oriental na sociedade ocidental, que se expandiu como cogumelos na mata e se transformou no Movimento de Nova Era no fim dos anos 1970. Como resultado, o pensamento oriental agora permeia muitas facetas da cultura ocidental, e os princípios do panteísmo são de longe mais prevalecentes na cultura ocidental do que muitos imaginam.
Embora a infusão do panteísmo monístico na cultura geral seja preocupante, a introdução desses princípios na igreja é ainda mais devastadora. Apesar do óbvio, Rick Warren, em seu livro de grande sucesso de vendas Uma Vida com Propósitos, faz esta afirmação: "A Bíblia diz, Ele comanda todas as coisas, está em todos os lugares e em todas as coisas.'" [16] Entretanto, a Bíblia realmente diz isso? A verdade é que a Bíblia particular citada pelo pastor Rick Warren faz, realmente, essa exata afirmação. (Aparentemente, o pastor Warren recorre a múltiplas traduções e paráfrases para provar suas posições.) Essa afirmação específica é feita com base em Efésios 4:6 na New Century Version (Versão Novo Século):
"Ele comanda todas as coisas, está em todos os lugares e em todas as coisas." [17]
Entretanto, uma comparação com a tradução de João Ferreira de Almeida, versão Corrigida e Fiel revela uma anomalia. A ACF traduz a mesma passagem assim:
"Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós." [18]
A última frase nesse verso não é traduzida "em todos vós" porque o apóstolo Paulo era natural da sulista Tarso (como aqueles no sul dos EUA, usariam a frase "vocês todos"). O texto é traduzido "em todos vós" porque o apóstolo estava descrevendo o princípio bíblico que o Espírito Santo de Deus habita em todos os crentes — pois a epístola aos Efésios foi escrita aos santos que estavam na igreja de Éfeso — não ao mundo como um todo. Destarte, a frase "em todos vós" não diz que Deus está "em tudo", mas define a doutrina fundamental da Escritura que declara que o próprio Deus habita em todo crente.
A verdade é que Deus não está "em todas as coisas". Como Criador, Deus está "acima de tudo" e, portanto, possui poder sobre toda a Sua criação. A humanidade também testemunha o poder do Criador observando a criação. Mas Deus não habita em cada fibra atômica do universo, nem é uma força energética mística que forma todas as obras criadas. Ele está acima da criação, Ele sustenta Sua criação, mas não habita na criação. Deus somente habita no crente — que como resultado, torna-se o "templo do Deus vivo".
Portanto, o princípio da imanência em toda a criação não é um princípio bíblico, mas, ao contrário, um princípio monístico ou panteísta. A conclusão é que a tradução New Century Version não é confiável, e o pastor Rick Warren também não é confiável. Intencional ou não, o conceito da imanência é apenas um aspecto pelo qual Rick Warren está sutil e enganosamente inserindo princípios monísticos ou panteístas na igreja e acelerando o "ocultismo sorrateiro" da Igreja do Novo Paradigma.

Conclusão

A estratégia de Lúcifer em sua guerra contra Deus é multifacetada. Ele usa o grotesco e o macabro para influenciar aqueles cujas mente e consciência estão cauterizadas até o ponto em que estão entregues a uma posição extremista. Ele também usa a possessão, a opressão mental, a imoralidade, e a atividade criminosa para iniciar a queda de muitos. Em todos esses casos, Lúcifer apresenta com sucesso o mal (até mesmo o mal extremo) como o bem. Até no caso do "povo da igreja", Lúcifer aparece, a Bíblia diz, "como anjo de luz". Como sucintamente afirmado por Warren Smith em seu livro Deceived on Purpose:
"A Bíblia é clara que a verdade não pode ser misturada com a mentira ou com a meia-verdade para trazer as pessoas ao Senhor. É assim que as pessoas terminam espiritualmente enganadas." [19]
A arma principal no arsenal de Lúcifer é a enganação, e a enganação resultará na queda final daqueles que estão dentro da Igreja do Novo Paradigma e tentarem cumprir a Grande Comissão por meio da "reconstrução da Torre de Babel".

Fonte: Espada do Espírito