26 de set. de 2010

O GRANDE ENGANO



Palavras como disfarce, imitação ou cópia são conhecidas de todos. Também no cristianismo há pessoas que se dizem “cristãs”, mas no fundo não o são.
Um automóvel parou ao meu lado em um espaço para descanso à margem de uma auto-estrada na Alemanha. Alguém me ofereceu os “melhores artigos de couro” por pouco dinheiro. Como fui totalmente surpreendido pela oferta e também tinha pouco tempo, comprei um objeto pequeno. Apenas mais tarde percebi o tipo de “artigo de couro” que havia adquirido: uma imitação barata, que desmontava só de olhar para ela.

Há muitas coisas falsas, quase idênticas às verdadeiras, difíceis de distinguir das genuínas, como roupas, relógios, jóias, quadros, tapetes, etc. Precisamos de especialistas que consigam diferenciar entre o verdadeiro e o falso com base em detalhes mínimos.

Também no cristianismo há imitações, disfarces, cópias, cristãos que parecem verdadeiros e, no entanto, são falsos. Isso é ilustrado de forma clara na parábola das dez virgens (Mt 25.1ss): exteriormente, as cinco virgens néscias eram muito parecidas com as sábias, exceto pelo fato de que lhes faltava o óleo (um símbolo do Espírito Santo que habita nos salvos). Muitos vivem uma vida cristã porque são levados pela corrente do cristianismo que os cerca. Seu ambiente é cristão e por isso eles também o são.

Não quero que esta mensagem roube a certeza da salvação de ninguém que tenha no coração essa convicção pelo testemunho do Espírito de Deus. Além disso, tenho certeza de que um cristão espiritualmente renascido não pode se perder (Hb 10.10,14). Mas também não quero que alguém ponha sua confiança em uma falsa segurança, em algo que nem mesmo existe.

Às vezes admiramo-nos quando pessoas, que eram consideradas cristãos autênticos, de repente se desviam da fé e não querem ouvir mais nada a respeito de Jesus e da obra que Ele realizou na cruz do Calvário, chegando até mesmo a negá-la. O apóstolo João também passou por essa experiência dolorosa, descrita em sua primeira carta: “Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos” (1 Jo 2.19).

Este buquê de flores é verdadeiro ou não? Também no cristianismo há imitações, cristãos verdadeiros e falsos cristãos.

A Bíblia não esconde o fato de que além do cristianismo verdadeiro, legítimo, renascido da “água e do espírito”, há também um cristianismo aparente, formado por “cristãos” que não estão ligados a Jesus, não estão enraizados nEle, não vivem nEle e por Ele. Mesmo que tudo pareça legítimo, eles não passam de uma imitação. É desses “cristãos” que Paulo fala ao escrever a Timóteo, em sua segunda carta: “...tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes” (2 Tm 3.5). A Edição Revista e Corrigida diz: “...tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te”. Na Nova Versão Internacional lemos: “...tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afaste-se desses também”.
Sendo cristão sem ser cristão

De acordo com pesquisas nos EUA, quase metade dos americanos se dizem cristãos renascidos. Mas uma análise mais aprofundada revelou que muitos confundem o novo nascimento com uma sensação positiva a respeito de Deus e de Jesus.

Um levantamento estatístico entre os cristãos praticantes nos EUA apresenta resultados desanimadores, o que também é representativo em relação à Europa:

20% nunca oram
25% nunca lêem a Bíblia
30% nunca vão à igreja
40% não apóiam a “obra do Senhor” por meio de ofertas
50% nunca vão à Escola Bíblica Dominical (de todas as faixas etárias)
60% nunca vão a um culto vespertino
70% nunca dão dinheiro para missões
80% nunca freqüentam uma reunião de oração
90% nunca realizam culto em família [1]

Se a situação já é assim na América marcada pela influência do puritanismo, quanto mais na superficial Europa.

O próprio Senhor Jesus advertiu a respeito da confissão nominal, que carece de conteúdo verdadeiro, ou seja, que não está de acordo com o que vai no coração: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade” (Mt 7.21-23). Com isso, o Senhor esclarece quatro pontos básicos: há duas coisas que não são de forma alguma suficientes para que alguém seja salvo, e outras duas são imprescindíveis para que alguém seja redimido.
Duas coisas insuficientes para a salvação

Nem a simples confissão “Senhor, Senhor” (1) nem as obras em nome de Jesus (2) são suficientes para alcançar a salvação eterna. Em muitas igrejas, denominações e entidades cristãs as orações são meramente formais, os atos de caridade são feitos em nome de Jesus sem que aqueles que os realizam pertençam a Ele ou sejam filhos de Deus. Quantos indivíduos “cristãos” realizam atos cristãos sem pertencerem a Cristo! É assustador que no fim Jesus até mesmo condena as suas ações como sendo iníquas: “Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade”.
Duas coisas imprescindíveis para a salvação

Precisamos fazer a vontade de Deus (1) e precisamos ser conhecidos por Deus (2).

1. Fazer a vontade do Pai celeste não é realizar muitas boas ações, pequenas e grandes, mas ter fé em Jesus Cristo, entregar conscientemente a vida a Ele e obedecer-Lhe na prática.

O judaísmo da época de Jesus tinha “boas ações” para apresentar: muitos eram fanáticos em seguir a lei, lidavam com a Palavra de Deus, expulsavam maus espíritos e faziam milagres. Mas uma coisa eles não queriam: crer em Jesus Cristo e, assim, aceitar a misericórdia que recebemos por meio dEle. Pensavam que chegariam ao céu sem Ele, que Deus reconheceria as suas obras e lhes permitiria entrar. Porém, foi justamente nesse ponto que Jesus tratou de contrariar seus planos. Eles tinham de aprender e aceitar que a vontade de Deus era que reconhecessem sua própria falência espiritual e cressem em Jesus.

Nós enfrentamos o mesmo problema hoje. “Cristãos” nascidos em um ambiente cristão pensam que conseguirão ir para o céu por meio de obras cristãs. Ao lhes dizermos que nada disso serve, que no fim das contas as suas ações são iniqüidades inaceitáveis aos olhos de Deus e que eles continuam perdidos, a grande maioria reage de forma irritada, por pensar que não precisam de Jesus pessoalmente. Quando Jesus foi questionado: “Que faremos para realizar as obras de Deus?”, Ele respondeu: “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado” (Jo 6.28-29).

2. Precisamos ser conhecidos por Deus. Haverá pessoas das quais Jesus dirá naquele dia: “Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade”.

Não é suficiente crer em Jesus de forma superficial, reconhecê-lO, acreditar em Sua existência ou aceitá-lO até certo ponto. Não – é preciso que haja um encontro pessoal com Ele.

Posso dizer: “Conheço o presidente do Brasil”. De onde o conheço? De suas aparições na mídia. Mas será que ele me conhece? Claro que não! No entanto, se eu fosse convidado a visitá-lo, teria a oportunidade de ser conhecido por ele.

O Senhor Jesus convida cada ser humano, de forma pessoal, a entregar-se a Ele: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28). Quem aceita esse convite, quem se achega a Ele com todos os seus pecados, quem O aceita em seu coração e em sua vida e crê em Seu nome (Jo 1.12), esse é conhecido por Ele. Quem fez isso reconheceu o Pai e o Filho de Deus e entrará no céu: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3).
“Tens nome de que vives...

...e estás morto” (Ap 3.1). Há muitos que se chamam de “cristãos”, mas o são apenas nominalmente. O Senhor Jesus falou de pessoas que imaginariam servir a Deus matando justamente Seus verdadeiros filhos: “Eles vos expulsarão das sinagogas; mas vem a hora em que todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus. Isto farão porque não conhecem o Pai, nem a mim” (Jo 16.2-3).

Em muitas igrejas, denominações e entidades cristãs as orações são meramente formais, sem que aqueles que rezam pertençam a Jesus.

Eles reivindicam autoridade teológica, pensam servir a Deus, mas não conhecem nem o Pai nem Jesus Cristo. Isso aconteceu, por exemplo, na época das Cruzadas e da Inquisição. Hoje também existe uma teologia que reivindica toda autoridade para si e rejeita os que se baseiam na Palavra de Deus. Basta lembrar das muitas seitas e do islamismo, que afirmam que Deus não tem um Filho.

Já no século VII antes de Cristo, na época do profeta Jeremias, havia dignitários religiosos meramente nominais. Ouvimos o lamento de Jeremias: “Os sacerdotes não disseram: Onde está o Senhor? E os que tratavam da lei não me conheceram, os pastores prevaricaram contra mim, os profetas profetizaram por Baal e andaram atrás de coisas de nenhum proveito” (Jr 2.8).

Mesmo um cristão meramente nominal pode apostatar da fé. Quem com sua boca confessa ser cristão, mas não pratica o cristianismo no dia-a-dia, precisa aceitar que outros lhe perguntem se não está enganando a si mesmo.

Não é exatamente isso que vemos hoje? Muitos teólogos abandonaram a fé bíblica e correm atrás de convicções que não servem para nada. Eles se abriram para religiões e correntes espirituais que não têm absolutamente nada a ver com Jesus Cristo. Isso também já aconteceu na época em que o povo de Israel peregrinou pelo deserto. Depois de ter louvado a grandeza e a soberania de Deus (Dt 32.3-4), Moisés emendou uma declaração sobre os infiéis: “Procederam corruptamente contra ele, já não são seus filhos, e sim suas manchas; é geração perversa e deformada” (v.5). Portanto, realmente é possível que aqueles que não são Seus filhos se tornem infiéis a Ele.

É dito a respeito dos filhos de Eli: “Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não se importavam com o Senhor... Era, pois, mui grande o pecado destes moços perante o Senhor, porquanto eles desprezavam a oferta do Senhor” (1 Sm 2.12,17). Não reconheceram ao Senhor porque desprezaram o sacrifício. Enquanto uma pessoa (por mais cristã que se considere) desprezar o sacrifício de Jesus pelo pecado, não reconhecerá o Senhor.

Todos os israelitas saíram do Egito, mas da maior parte deles Deus não se agradou, motivo pelo qual tiveram de morrer no deserto (veja 1 Co 10.1-12).

Como exemplo especial de alguém que era crente nominal e que realizava obras, mas que ainda assim estava espiritualmente morto, lembro de Balaão (veja Nm 22-24):

Ele era um homem a quem Deus se revelava, com quem Deus falava (Nm 22.9).
No começo ele foi obediente (Nm 22.12-14).
Ele afirmava conhecer o Senhor e O chamou de “meu Senhor” e “meu Deus” (Nm 22.18).
Ele adorava o Senhor (Nm 22.31).
Ele reconhecia a sua culpa (Nm 22.34).
Ele estava disposto a servir (Nm 22.38).
Deus colocou Suas próprias palavras na boca de Balaão (Nm 23.5).
Balaão abençoou Israel três vezes (Nm 23 e 24).
Ele testemunhou da sinceridade e da fidelidade de Deus (Nm 23.19).
Ele falou três vezes do Messias como Rei de Israel (Nm 23.21; Nm 24.7,17-19).
O Espírito Santo veio sobre ele (Nm 24.2).
Ele testemunhava ser um profeta de Deus (Nm 24.3-4).
Balaão confirmou a bênção e a maldição de Deus sobre os amigos e inimigos de Abraão (Nm 24.9, Gn 12.3).
Ele colocou o mandamento de Deus acima de bens materiais (Nm 24.13).
Ele falou profeticamente a respeito do futuro dos povos, sobre a chegada do Messias e chegou a mencionar o Império Mundial Romano [Quitim] (Nm 24.14-24).

Apesar de tudo isso, a Bíblia chama Balaão de falso profeta, vidente e sedutor (veja Nm 31.16; Js 13.22; Ne 13.1-3; 2 Pe 2.15-16; Jd 11; Ap 2.14-16). Por quê? Porque Balaão fazia concessões e aceitava comprometimentos, e levou o povo de Deus a se misturar com outros povos. Havia uma discrepância entre suas palavras e ações. “Habitando Israel em Sitim, começou o povo a prostituir-se com as filhas dos moabitas. Estas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu e inclinou-se aos deuses delas. Juntando-se Israel a Baal-Peor, a ira do SENHOR se acendeu contra Israel” (Nm 25.1-3). Balaão havia levado Israel a essa prostituição (Nm 31.16; Ne 13.1-3). Pedro chama Balaão de alguém que “amou o prêmio da injustiça”. Na Epístola de Judas ele é chamado até mesmo de enganador (“erro de Balaão”) e no Apocalipse ele é apresentado como alguém que “armou ciladas”.

A Bíblia diz a respeito das pessoas nos últimos tempos que “os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados” (2 Tm 3.13). Quem tende a prostituir-se espiritualmente ou a comprometer sua fé e suporta, permite e pratica essas coisas sem que sua consciência o acuse, tem motivo para crer que, apesar das aparências, não é um cristão verdadeiro. Com isso não estou me referindo à luta contra o pecado, que qualquer filho de Deus enfrenta. Não, aqui não se trata de “derrotas” na fé e na obediência, mas de lidarmos com o pecado de forma consciente e indiferente, de deliberadamente escolhermos a prática pecaminosa.

Não somos salvos por nossas próprias obras, mas somente pela fé em Jesus Cristo, pela conversão a Ele. Só aqueles que O aceitam, ao Filho de Deus, em seu coração e em sua vida, com fé infantil, poderão realizar obras que testemunhem a veracidade de sua fé. Essa fé precisa estar “enraizada” na Palavra de Deus. Em Sua parábola sobre o semeador, Jesus diz que há pessoas que aceitam a Palavra de Deus com alegria, mas não criam raízes para ela e mais tarde a abandonam (Mt 13.20-21). A raiz liga a planta à terra, da qual ela vive, lhe dá firmeza, extrai alimento e o conduz à planta. A raiz é um símbolo do Espírito Santo, por meio do qual estamos enraizados em Deus. O Espírito Santo nos traz a vida em Deus, à medida que extrai alimento das Escrituras.

Qualquer planta precisa ter raízes para poder absorver água e alimentos. Assim, todo cristão também precisa estar enraizado em Jesus Cristo.

Podemos aceitar a Palavra de Deus de forma superficial, podemos simpatizar com o Senhor, podemos acompanhar os cristãos durante algum tempo, mas depois nos afastar novamente, porque nunca nascemos realmente de novo e por isso nunca tivemos “raízes”.

Jesus disse aos Seus discípulos, àqueles que O seguiam: “Contudo, há descrentes entre vós. Pois Jesus sabia, desde o princípio, quais eram os que não criam e quem o havia de trair” (Jo 6.64). De acordo com Hebreus 6.4-6, há pessoas que foram “iluminadas”, que “provaram o dom celestial”, e que até “se tornaram participantes do Espírito Santo” e ainda assim caíram. Por quê?

Porque foram iluminadas, mas elas mesmas nunca se tornaram luz. A luz pode se refletir em mim, e então estou iluminado; mas é preciso mais para que eu mesmo seja luz.
Porque provaram, mas não comeram (aceitaram). Posso sentir o cheiro do pão, provar o seu sabor (assim como o enólogo, que toma um pouco de vinho na boca para testar seu aroma, mas depois o cospe fora). Mas é preciso que aconteça mais: precisamos comer o pão, ingeri-lo. Não basta “provar” Jesus, ou seja, experimentá-lO – precisamos aceitá-lO em nós (Jo 6.53-56,63; Jo 1.12).
Porque participaram do efeito do Espírito Santo, mas nunca O receberam pessoalmente. Ao ler a Palavra de Deus, ao freqüentar um culto, posso participar do efeito do Espírito Santo. Mas isso não é suficiente. Não – é preciso que haja uma renovação espiritual real.

É possível que pessoas assim imitem o cristianismo durante algum tempo, acompanhem e participem de uma igreja local. Mas um dia elas “cairão” e negarão a Jesus. Então muitos se perguntam espantados: “Como isso é possível?”

Quando o Senhor Jesus falou de comer Sua carne e beber Seu sangue para ganhar a vida eterna (Jo 6.53-59), muitos de Seus discípulos disseram: “Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” (v. 60) e se afastaram dEle (v. 66), apesar dEle ter lhe explicado de antemão o que isso significava: “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (v. 63).
Tornar-se cristão apesar de ser “cristão”

Enganam-se a si mesmos os que pensam que todos são cristãos! Muitas vezes, quando questionei pessoas que davam a entender isso, a resposta era: “Meus pais são cristãos”, ou: “Minha família é cristã!” Um conhecido evangelista costumava responder a essas afirmativas: “Se alguém nasce em uma garagem, isso não significa que seja um automóvel! E quando alguém nasce em uma família cristã, ainda falta muito para que se torne cristão!” (extraído de um livro de Wilhelm Busch).

Jesus disse a Pedro: “Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos” (Lc 22.32). Por um lado, o Senhor confirmou a fé de Pedro. Por outro lado, porém, Ele falou da necessidade de sua conversão futura. Pedro poderia ter retrucado: “Senhor, sou judeu, um filho de Abraão. Cumpro os mandamentos, fui circuncidado ao oitavo dia, guardo o sábado, oro três vezes ao dia, celebro a Páscoa e faço os sacrifícios. E já Te sigo há três anos...” Mesmo assim, ele ainda precisava converter-se. Da mesma forma Paulo, o grande defensor da lei, precisou se converter, assim como todos os outros apóstolos e discípulos.

Toda pessoa precisa se converter se quiser ser salva – inclusive os “cristãos”, sejam eles membros da igreja católica romana, protestantes, evangélicos ou de uma família cristã. Não são poucos os que nascem no cristianismo, da mesma forma como os judeus nascem no judaísmo. Mas, não é esse nascimento que dá a salvação, alcançada somente através de um “novo nascimento”: “Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3). Precisamos nos converter mesmo que tenhamos sido batizados quando pequenos, freqüentado aulas de catecismo ou participado de cultos. Se não nascermos de novo, continuaremos perdidos.

Mais tarde, quando o apóstolo Pedro se converteu e experimentou o novo nascimento, ele escreveu em sua primeira carta: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros” (1 Pe 1.3-4).

Quem carrega em si o testemunho do Espírito Santo a respeito de seu novo nascimento (Rm 8.16) deve alegrar-se com essa certeza e agradecer a Jesus Cristo por ela. Mas quem não possui esse testemunho inconfundível do Espírito Santo e ainda assim pensa ser cristão, está sujeito a um grande engano. Mas hoje esses “cristãos”, e qualquer pessoa que queira ser salva, pode alcançar a certeza da salvação, se converter-se de forma muito séria a Jesus Cristo. Então, por que esperar mais?

Fonte: Chamada da Meia Noite

17 de set. de 2010

PEDRAS QUE FALAM



Em Jerusalém as pedras falam...

Cada período do tempo deixou sua marca nas pedras usadas para reconstruir a cidade, e na arquitetura típica de cada geração de construtores. Durante séculos pedreiros trabalharam as pedreiras dos morros da Judéia, usando calcário rosa e branco locais, que caracterizavam Jerusalém. Nos tempos modernos o uso desta pedra rosada tem se tornado mais do que um costume. Todas as construções em Jerusalém devem, por lei, ser feitas com essa pedra. Os visitantes rapidamente aprendem a identificar os locais históricos de Jerusalém, por seu revestimento singular. Aqui está um guia rápido para ajuda-lo a "juntar Jerusalém".

No começo: ABRAÃO

Abraão, não tendo filho algum, adotou Ló, seu sobrinho, filho de seu irmão Harã. Em obediência aos mandamentos de Deus, partiu da Caldéia, aos 75 anos, viajando de sua terra natal, Ur (Mesopotânia), em direção à terra que Deus lhe prometera - Canaã (Gn 12:1-9). Deixou sua parentela. Segundo Flavius Josephus, Abraão era um homem de grande sagacidade, tanto para entender todas as coisas como para convencer seus ouvintes, nunca se equivocando em suas opiniões. Por esta razão determinou renovar e mudar a opinião dos homens na sua terra, a respeito de Deus. Foi o primeiro a divulgar publicamente sua opinião sobre a existência de um só Deus, Criador do universo, e a ineficácia dos demais deuses, que em nada contribuíam para a felicidade dos homens. Em conseqüência de sua doutrina a respeito de um único Deus, os caldeus e outras pessoas da Mesopotânia provocaram um grande tumulto contra ele. Hostilizado por todos, recebeu a ordem de Deus de deixar toda sua parentela e seguir para a terra por Ele prometida, e a promessa de que abençoaria os que o abençoassem e amaldiçoaria os que o amaldiçoassem (Gn 12:3). Chegando a Canaã Abraão edificou um altar ao Deus que lhe aparecera (Gn 12:7). Vários historiadores falaram sobre ele. Berosus disse sobre Abraão:

"Na décima geração depois do dilúvio, havia entre os caldeus um homem justo e de grande habilidade na ciência espiritual". Jerusalém é mencionada pela primeira vez nas peregrinações de Abraão pela Terra Prometida. Lá ele encontra Melquisedeque, o rei justo que governava Ir Shalem (o nome de Jerusalém, em hebraico). Mais tarde, Deus ordena a Abraão que retorne com seu filho Isaque, afim de o oferecer em sacrifício (Akedah). Apesar de Isaque ter sido salvo da morte, o local adquiriu uma certa reverencia, e foi chamado de Even He Shetiyah (A Pedra Angular do Mundo). Este lugar santo no Monte Moriá seria mais tarde o local do Templo. Centenas de anos mais tarde Josué conduziu nas doze tribos de Israel à Terra Prometida (Eretz Israel - A Terra de Israel), ou Canaã como era comumente conhecida. Os relatos da conquista de Canaã descrevem muitas batalhas com a população local (cananeus) e encontros com vários reis na região. Um governador especificamente mencionado foi o Rei de Jerusalém, apesar de sua cidade não haver sido capturada.

Jerusalém - do Hebraico, Habitação de Paz, tem 70 nomes.
Desde o tempo de Abraão o povo judeu tem expressado amor pela Cidade Santa com nomes carinhosos e expressões poéticas. Aqui estão alguns destes nomes: Moriá (Gn 22.2) - Jebus (Jz 19.10) - Sião (II Sm 5.7) - Lareira de Deus (Is 30.14) - Ariel ou Leão de Deus (Is 29.1) - Cidade de Justiça (Is 1.26) - Neve Tsedik, ou Casa Nova (Jr 31.22) - Klilat Yofi, Modelo de Perfeição (Lm 2.15) - Cidade do Grande Rei (Mt 5.35) - Cidade de Davi (Lc 2.11) - Yerushalaim Shel Zehav , ou Jerusalém de Ouro (Ap 2.118).

Dentro de Jerusalém encontra-se o Monte Moriá, onde estava o Templo Sagrado, o santuário do povo de Israel. No cume está a Pedra da Fundação (Even Há Shetiyah), a base do mundo inteiro e seu centro. Os sábios de Israel registraram: "E foi chamada de Pedra da Fundação porque o mundo foi fundado nela..." Principal cidade da Palestina, a cidade dos judeus, dos cristãos e dos maometanos (muçulmanos). Centro espiritual do mundo, é a cidade de maior influência sobre a esperança e o destino do gênero humano. Cidade escolhida pelo único e verdadeiro Deus, para ser o centro dos seus cultos, leis e revelações.

DAVI
Duzentos anos depois da conquista, o grupo fragilizado das tribos de Israel se uniu para se tornar uma monarquia. Davi sucedeu Saul como segundo rei. Ele era conhecido por sua externa coragem nas batalha, sua ousadia política e habilidade artísticas.

O primeiro ato de Davi, após ter se tornado rei de Judá, foi haver enviado mensageiros para abençoar os homens de Jabes-Gileade, por terem enterrado Saul (2º Sm 2:4-7). Davi mostrou aqui que os verdadeiros homens de Deus amam seus inimigos, ora pelos que os perseguem e até mesmo procuram matá-los, como foi o caso de Saul. Davi mostrou amor a Saul durante todos os anos de sua vida, e até na morte.

Contudo Davi ainda não se tornara rei de Israel, visto que Abner, tio de Saul, comandante do exército de Israel, fez do filho mais novo de Saul, Is-Bosete, o único parente de Saul vivo, rei de Israel. Isso impediu e atrasou por sete anos e seis meses a vontade de Deus se cumprisse, e Davi se tornasse rei de Israel.

Davi não contestou a atitude de Abner, nem provocou situação alguma para vir a ser rei de Israel. Simplesmente esperou e confiou nas promessas de Deus, que nunca falham.
Davi escolheu Hebrom para ser a sede de seu governo, enquanto Abner reinava em Judá.

Abner foi morto, e Davi foi então nomeado rei de Israel por todos os principais homens de todas as tribos. Veio uma multidão a Hebrom, com uma grande quantidade de trigo, vinho e toda a sorte de alimento, regozijando-se e festejaram por três dias em Hebrom.

Na época de Davi (1000 AC), Jerusalém era governada pelos jebusitas. Quando Davi expulsou os jebusitas da cidade, reconstruiu Jerusalém e a chamou de "Cidade de Davi", lá permanecendo todo o tempo do seu reinado.
Em 2º Samuel encontra-se uma descrição do cidade, bem como as razões que levaram a Davi a escolhe-la como capital do seu reino unido de Israel. Certamente os vales de Kidrom (Cedro) e Há Gal, que proviam muros de segurança e o constante abastecimento de água em Gichon (Gion), eram duas fortes razões para mudar a capital de Hebrom, a primeira cidade de Davi. Contudo havia um terceiro motivo, político. Jerusalém, na fronteira norte da tribo de Judá, era uma área neutra não ocupada por nenhuma das doze tribos. Esta era a escolha perfeita, e não era motivo de briga nem de competição entre o povo de Israel.

Apesar de desejar construir um santuário no monte Moriá, Davi era inabilitado para tal tarefa, pois era um guerreiro "com muito sangue nas mãos". Mesmo assim ele comprou a terra para o templo, em Aruná, que fora o local de provisão no caso do sacrifício de Isaque. E entregou a tarefa da construção do templo a seu filho Salomão.

O período dos Templos - Salomão

Salomão, tendo edificado seu reinado, puniu seus inimigos - conforme orientação de seu pai - e reconstruiu os muros de Jerusalém, mais largos e fortes, com altas torres. No quarto ano de seu reinado (961 a C), Salomão se entregou à tarefa de construir a casa do Senhor no Monte Moriá. I Reis e II Crônicas descrevem a magnificência desta construção, que era de bronze, cobre e cedro do Líbano, este último sendo mandado pelo rei Hiram de Tiro. Com o término do Templo, as doze tribos passaram a ter um centro político, religioso e cultural em Jerusalém. Agora no Templo eram feitos os sacrifícios, eram também celebradas as festas e dali era anunciada a Palavra do Senhor pelos sacerdotes. Salomão era pacífico, em todos os problemas públicos agia com justiça, observando em tudo a lei de Moisés. Dedicava-se a cada obrigação como um ancião, e não como jovem que era.

Era visível a sabedoria que Deus lhe concedera para governar o povo, após o sacrifício que oferecera a Deus em Hebrom, no altar de bronze construído por Moisés. Durante esse período de tranqüilidade, as pessoas vinham em romaria à cidade, nos feriados de Succot (Tabernáculos), Pesach (Páscoa) e Shavuot (Pentecostes), para trazer suas ofertas ao Templo. Salomão viveu 94 anos e reinou por quarenta anos. Foi enterrado em Jerusalém. Sobrepujou a todos os reis em sabedoria, riqueza, felicidade. Entretanto, com o avançar da idade deixou de observar as leis do Senhor, o que trouxe grande prejuízo a todo o povo. Após a morte de Salomão (922 a C), o reino passou por um dramático período de mudanças. Brigas políticas internas dividiram-no em dois: Israel ao norte, e Judá ao sul, com sua capital em Jerusalém. Salomão casou-se com 700 mulheres, e manteve 300 concubinas, algumas não judias. A maioria dos casamentos eram arranjos políticos com as nações não judias, ao redor de Eretz Israel. A divisão do reinado de Salomão fora um castigo de Deus pelos casamentos entre diferentes raças e religiões.

1950 A.C
Peregrinações de Abraão

1250
A.C Moisés / Êxodo

1200 A.C
Conquista de Israel

1000 A.C
Saul / Davi

Reino Unido Após o reinado de vários reis, tanto em Judá como em Israel, lemos nos livros de Reis e Crônicas: da descendência de Davi reinaram 21 reis durante 514 anos, seis meses e 10 dias. Exceto Saul, que foi o primeiro rei e que governou por 20 anos. No quarto ano do reinado de Jeoaquim (II Cr 36.5), Nabucodonosor se tornou rei da Babilônia, e com grande exército foi contra Neco, rei do Egito, que dominava toda a Síria. O rei da Babilônia passou o Eufrates, e tomou toda a Síria, e Pelúsia, exceto Judá. O profeta Jeremias inutilmente avisava todo o povo, a cada dia, que não alimentassem esperanças em relação ao Egito. Contudo as profecias foram desprezadas, e Nabucodonosor acabou levando cativos os principais homens e mulheres de Israel, três mil ao todo, até mesmo o profeta Ezequiel, que ainda era bem jovem. Levou também com ele todos os utensílios da casa do Senhor.
br> Com a conquista do reino de Israel, as dez tribos que habitavam na área ficaram em cativeiro. Com base neste evento datamos "As dez tribos perdidas de Israel". Há muita especulação quanto ao destino destes presos. Alguns estudiosos acreditam que esses judeus terminaram em lugares distantes e exóticos, como o Afeganistão, Paquistão e a Etiópia, baseando tais conclusões em evidências de vestígios da lei e costumes judaicos em certas tribos. Israel foi conquistado pelos assírios, mas não Judá, o reino do sul, então liderado pelo rei Ezequias.

Jerusalém havia se estendido pelo vale de Gei ao monte oeste, no Monte Sião. Esta expansão urbana levou Ezequias a construir uma nova muralha de defesa em torno da área (hoje conhecido como o lado judeu da cidade antiga de Jerusalém) e a simultaneamente cavar um túnel para trazer águas mais para dentro de Gichon e atingir a parte nova da cidade. Pode-se ver hoje um segmento do muro de Ezequias no lado judeu de Jerusalém, e caminhar pelo túnel de Ezequias - 2.500 anos depois! Nos livros de Reis e Crônicas, na Bíblia, aprendemos que os esforços de Ezequias foram bem-sucedidos. Os assírios jamais capturaram Jerusalém. A cidade continuou como a capital da Judéia até a invasão dos babilônicos.

O Túnel de ezequias

Conhecido como o "Rei Virtuoso", Ezequias sucedeu a Acaz na idade de 25 anos e reinou durante 29 anos. Fortalecido pelas vitórias sobre os filisteus (II Reis 18.8), ele se preparou para sacudir o odioso jugo da Assíria. Sua preparação consistia, em parte, no aperfeiçoamento das fortalezas de Jerusalém, e em levar abundância de água por baixo da terra (II Rs 20.20; II Cr 32.5).

Dados do "Túnel de Ezequias"
533 m./ 1749 pés sob a terra.
320 m./ 1056 pés de superfície.
Altura: 1.1-3-4 m (3.6 pés - 11.22 pés).
Largura: 0.58-0.65 m de largura (1 ¾ -2 pés). Profundidade: 52 m/ 170 pés do topo do morro. Gradiente: 7 pés.
Tempo de construção: 7-9 meses.

Dois times de trabalhadores braçais, trabalhando simultaneamente, um começando no norte, no vale Kidron, e um no sul, em HaGai.

"Junto aos rios de Babilônia nos assentamos e choramos, lembrando-nos de Sião. Nos salgueiros, que há no meio dela, penduramos as nossas harpas. Porquanto aqueles que nos levaram cativos , nos pediam uma canção; e os que nos destruíam, que os alegrássemos dizendo: cantai-nos um dos cânticos de Sião. Mas como entoaremos o cântico do Senhor em terra estranha? Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha desta de sua destreza. Apegue-se a língua ao paladar, se me não lembrar de ti, se não preferir Jerusalém à minha maior alegria" Sl 137.1-6.

Durante esse período o povo judeu se tornou displicente para com suas leis. Tornaram-se corruptos e descuidados com respeito à justiça social, ao amor e à prática dos rituais. O profeta Jeremias os preveniu seriamente sobre a catástrofe que estava por acontecer, caso não melhorassem. Nabucodonosor enviou o general do seu exército e ordenou que se queimassem todos os pilares do Templo de Salomão, e todo o palácio real; que a cidade de Jerusalém fosse transformada em poeira; e todo o povo fosse levado cativo para a Babilônia. O templo de Salomão foi queimado quatrocentos e setenta anos após a sua construção. Isso aconteceu 1062 anos depois da saída do povo do Egito, com Moisés. Nabucodonosor reinou 43 anos e seu império foi um dos maiores do mundo. Jeremias profetizou não apenas o retorno dos judeus do cativeiro de Babilônia, e isso debaixo dos medos e persas, como também a reconstrução do Templo e da cidade de Jerusalém, inclusive.

"Assim diz o Senhor: uma voz se ouviu em Ramá, lamentação, choro amargo: Raquel chora seus filhos, sem admitir consolação por eles, porque já não existem. Assim diz o Senhor: reprime a tua voz de choro, e as lágrimas de teus olhos: porque há galardão para o teu trabalho, diz o Senhor, pois eles voltarão da terra do inimigo. E há esperanças no derradeiro fim para os teus descendentes, diz o Senhor, porque teus filhos voltarão para os teus termos" Jr 31.15-17.

O retorno

Novamente a direção da história judia foi alterada pelas marés das conquistas mundiais. A Babilônia fora dominada pela força dos persas, sob Ciro, o Grande, cuja política oficial com relação às nações que haviam sido conquistadas era totalmente diferente da de Nabucodonosor. No primeiro ano do reinado de Ciro, setenta anos depois dos judeus haverem sido removidos para Babilônia, Ciro anunciou que os povos que haviam sido capturados poderiam deixar Babilônia e retornar à sua terra de origem. Nessa época, no entanto, muitos judeus babilônios haviam prosperado, e assimilado a cultura e a civilização de seus anfitriões. Aprenderam a linguagem local (aramaico), freqüentavam sinagogas, envolveram-se nos negócios, na cultura e na política. Apesar de Jerusalém ser muito sagrada, e da grande oportunidade oferecida por Ciro, o Grande, a maioria dos judeus preferiu permanecer na Babilônia.

A essa altura, Esdras e Neemias foram usados por Deus para levar o povo de volta a Jerusalém. Esdras era um excelente mestre da Torá; levou grandes grupos de judeus a Jerusalém e Judá e fundou escolas onda a Torá era ensinada. Neemias proveu o tino comercial necessário para orquestrar a construção complexa do Segundo Templo. Estes dois líderes deixaram registros fascinantes de seus trabalhos nos livros da Bíblia que levam seus nomes. O segundo Templo, construído anos antes, foi dedicado numa cerimônia gloriosa dirigida por Esdras e Neemias, e assim o culto foi restabelecido no Monte Moriá. Os muros de Jerusalém foram reconstruídos e a cidade reconquistou seu lugar como capital judia.

"Então lhes disse: Bem vedes vós a miséria em que estamos, que Jerusalém está assolada, e que suas portas tem sido queimadas a fogo: vinde pois e reedifiquemos o muro de Jerusalém, e não estejamos mais em opróbrio" Ne 2.17.

Helenização
Helenização é a palavra usada para descrever a assimilação da cultura dos países pela cultura grega. Alexandre, o Grande, após ter vencido Dario, se tornou amigo dos judeus; considerou a profecia de Daniel, que afirmava que um dos gregos destruiria o império persa, e este seria ele. Deixou seus exércitos nas vizinhanças de Jerusalém. Alexandre conquistou não só o reino persa, mas todos os territórios que faziam parte do Império Persa. Incluía Mesopotâmia e Egito, Samaria e Judá. Por onde estendesse suas conquistas, ele pretendia que fossem centros de civilizações gregas. Eram estabelecidas por gregos, administradas por gregos e defendidas por gregos. A cidade egípcia se tornou a do seu próprio nome, "Alexandria". Era talvez a maior delas no seu Império. A cultura que compartilhavam era helenista, Hellas, o nome grego para sua terra natal. Depois que Alexandre o Grande conquistou o Império Persa, o impacto da cultura grega se espalhou pelas províncias. Judá não foi poupada.

Duzentos anos de cultura grega deixaram forte impressão na vida judia em Jerusalém. Muita gente pobre e rica foi afetada pelas idéias e práticas gregas, e quando os sacerdotes que trabalhavam no Templo se helenizaram também, a situação ficou perfeita para a revolta daqueles que não aceitaram essa mudança cultural. Foi tamanha a influência grega sobre o povo judeu, que o Novo Testamento foi escrito em grego. Alguns historiadores consideram este fato importante para a divulgação do evangelho, já que facilitou o crescimento posterior da Igreja Primitiva, pois todos falavam grego. O rei Antiochus Epiphanes, procurando exercer seu poder sobre a vida cultural e civil, decretou o fim do estudo e da obediência da Torá.

Judá Macabeu, que escreveu o livro dos Macabeus, liderou a revolta que permitiu à população judia voltar à vida segundo suas tradições. O período de influência helenista na Palestina, que começou com Alexandre, o Grande, 332 a C., mostra que apesar da revolta de muitos ultra-ortodoxos contra esta absorção de cultura do povo judeu, principalmente escrita no livro de Macabeus, teve um saldo positivo, até mesmo na divulgação da Palavra de Deus. Mesmo na época de Jesus o helenismo era uma força na Palestina, e o foi por três séculos. A importância das idéias gregas, costumes, métodos de administração, a grande expansão de construção de casas no estilo helenista, tudo isso afetou a vida dos habitantes ricos da Palestina, a aristocracia da capital de Judá, e Jerusalém. Judeus falavam grego, e termos gregos entraram no seu vocabulário diário. Havia em Judá muitas colônias gregas, e muitos gregos se converteram ao judaísmo.

A Menorah de sete ramificações (conhecido como candelabro) ocupava uma posição central no Templo. Após a revolta, os macabeus rededicaram o templo e reacenderam a Menorah, fato esse que não acontecia desde há muito, pois fora extinto durante o culto pagão. A pequena jarra de óleo puro que encontraram, suficiente para um único dia, queimou durante sete dias. Para comemorar esse milagre a Menorah usada em Chanukah tem oito ramificações. Os líderes hasmoneanos que seguiam a Judá e sua família desenvolveram e refortificaram a Jerusalém.

Durante esses anos os cargos do rei e do sumo sacerdote foram consolidados numa única função da monarquia reinante.Com o passar do tempo a visão macabeana de um país independente se esvaiu, em face do tumulto político existente. Roma, que era o poder em crescimento no Mediterrâneo, conquistou a Grécia e logo depois Jerusalém, no ano 63 a C., acabando com a independência política. Os hasmoneanos continuaram a reinar, sob a proteção de Roma, até 37 a C. A Menorah é o símbolo do estado moderno de Israel. Durante o Segundo período do Templo, os muros da cidade de Jerusalém se expandiram até sua máxima circunferência conhecida na história, na era de Esdras e Macabeu, Judá Macabeu e Herodes o Grande. Era o tempo de reconstruir o Templo, a cidadela perto da Porta de Jafa, e um calidoscópio de outras estruturas, semelhantes às que uma pessoa encontraria em qualquer cidade greco-romana contemporânea. Jerusalém assumira a aparência de uma grande cidade helenística, embora com alma judia.

HERODES

Herodes, nomeado pelos romanos, foi Procurador da Judéia de 37 a C. a 4 d C. Tinha a fama duvidosa de ter sido o líder menos popular da história judia. Diz-se que era judeu por religião. Sua família veio da Iduméia, região no sul de Judá. Tinha geralmente o cuidado de não ofender as leis judaicas, como por exemplo: pelo fato de não permitir que suas moedas apresentassem efígie romana, e não ser permitido colocar nos prédios em Jerusalém símbolo algum da ocupação Romana. Reconstruiu o Templo - no estilo helenista, evidentemente - mas tão somente os sacerdotes judeus tinham a permissão para tomar parte na sua reconstrução.141 A C Dinastia

"E acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do Senhor no cume dos montes e se exalçará por cima dos outeiros: e concorrerão a ele todas as nações. E virão muitos povos e dirão: vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine o que concerne aos seus caminhos, e andemos nas usas veredas; porque de Sião sairá a lei e a palavra do Senhor de Jerusalém. E ele exercerá o seu juízo sobre as gentes, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças em foices: não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerrear" Is 2.2-4 4 A C

Como o segundo templo foi reconstruido

O Templo foi bem maior que o anterior, o que a princípio não agradou aos judeus. Contudo Herodes os convenceu de que seria bem mais bonito. No seu lado oeste havia quatro portões: o primeiro levava ao Palácio real por uma passagem pelo vale intermediário; o segundo e o terceiro conduziam aos subúrbios da cidade; o último ia dar em outra cidade.

Iniciador: Herodes
Arquitetos: artesãos romanos
Mão-de-obra: população local - 10.000 homens.
Tempo de construção: aproximadamente 10 anos.
Apoio: 1.000 vagões.
Renovação do próprio Templo: 18 meses.
Mão-de-obra para o mesmo Templo: sacerdotes.
O Monte do Templo: 40 acres.
Altura: canto sudeste 48 m do leito da rocha (158 pés).
Muro oeste: 485 m (1.600 pés).
Muro Norte: 313 m (1.033 pés).
Muro sul: 280 m (924 pés).
Muro leste: 470 m (1.550 pés).
Pedras: Calcário local talhados no norte da cidade. Acabamento com estrutura e centro liso "saliente".
Altura: 1.3 m - 1.85 m de altura (3.3-6 pés).
Comprimento médio: 1m - 10m (3 pés - 30 pés).
Peso médio: 1-40 toneladas.
Maior pedra: 12.5 m de comprimento (41 pés), 5 m de grossura, 400 toneladas.

Dominação Romana

Existe pouca informação quanto a Jerusalém durante os primeiros anos da ocupação romana, exceto o fato de os judeus terem, ocasionalmente, permissão para orar entre os escombros do Monte do Templo. No ano de 132 d C., o imperador Adriano anunciou seus planos para a reconstrução da cidade, mudando seu nome para Aelia Capitolina. A comunidade judia, sob a liderança de Bar Kochba e Rabi Akiva, deu início à malfadada revolta judia contra Roma. Após um período de conflito, Bar Kochba e seus seguidores foram derrotados e Adriano retornou a seu plano de construir a nova cidade romana. A rua principal, Cardo, com barracas de mercado, começava no Portão Damascus, indo até a estrada leste-oeste, chamada Decamanus. O fórum e a quadra abrigavam divindades romanas. A população judia, proibida até mesmo de visitar o interior dos muros de Jerusalém, estabeleceu novas fortalezas em Yavneh e na Galiléia. Os romanos tentaram apagar a rebelde nação judia do mapa. Mudaram o nome oficial da região, de Judéia para Palestina, que lembrava as tribos filistéias expulsas fazia muito tempo. É claro que o povo judeu nunca aceitou a tentativa romana de erradicar seu nome do mapa, sempre chamando a região de Eretz Israel. Quando Julius César foi assassinado, em 44 a C., Octavius, de 19 anos, neto da irmã de Julius César, foi rapidamente da Grécia para Roma, a fim de reivindicar sua herança como cabeça do Império Romano.

Depois de algumas batalhas ele passou a reinar, e reinou durante 45 anos. O suicídio de Marco Antonio e Cleópatra, rainha do Egito, deixou Octavius em ótima posição no domínio Romano. Deram-lhe o título de honra de Augustus. Foi nesse período que Jesus nasceu e cresceu numa das províncias romanas, tempo esse que foi como uma era de ouro. Augustus restituiu ao Senado Romano alguma dignidade, da que lhe fora roubada por Julius César. Tentou trazer de volta a antiga religião romana, reconstruindo templos e revivendo rituais antigos. Esforçou-se por soerguer os padrões morais da família. A literatura e a arte floresceram. Ovídio (Ars Amoris), Virgílio e Horácio escreveram sobre essas virtudes levantadas por Augustus. Após sua morte, em 14 d C., seu filho adotivo, Tibério, o sucedeu.

Depois veio Gaio, conhecido como Calígula, em 41 d C., a seguir Cláudio e finalmente Nero. Mesmo após o incêndio que deixou ilesas tão somente quatro regiões da cidade, ele construiu a Domus Aurea, um vasto complexo de edifícios, com cerca de 125 acres. Nero suicidou-se em 68 d C., após uma revolta no seu exército. Foi nesse tempo que os apóstolos Pedro e Paulo atuaram.
"Como se acha solitária aquela cidade, dantes tão populosa! Tornou-se como viúva; a que foi grande entre as nações, e princesa entre as províncias, tornou-se tributária!" Lm 1.1

Período Bizantino
Constantino, filho de Constantinus e Helena, foi promovido a César sob o reinado de Maximiano, em 293 d. C. Posteriormente, Constantino se casou com Fausta, filha de Maximiano, quando veio a dominar toda a metade do Império, na parte noroeste. A parte leste estava sob o controle de Liticinius. Eles se encontraram em Milão e fizeram um acordo político de liberdade de adoração aos cristãos e restauração de todos os bens confiscados. O edito veio a ser conhecido como o "Edito de Milão", de grande importância para os cristãos, pois estabeleceu o cristianismo como religião oficial do império. Por que Constantino deu esse passo?

Alguns afirmam que foi por influência de sua mãe Helena; outros, que foi uma ferramenta política, já que Constantino se mostrava muito forte na época. Seguindo a rebelião de Bar Kochba, a presença dos judeus em Jerusalém dependia da boa vontade dos diferentes conquistadores que estariam no comando. Em 326 d. C. o Cristianismo se tornou a religião oficial do então Santo Império Romano. Muitas igrejas foram construídas. A importância de Jerusalém como centro cristão foi temporariamente interrompida pelo Imperador Juliano, que se voltou para a antiga religião grega. Sua ordem de reconstrução do Templo, em 363 d. C., trouxe esperança aos judeus, mas foi eliminada no ano seguinte, ao ser ele morto numa batalha. Nos anos que se seguiram os muros da cidade foram reconstruídos, e um novo programa de reconstrução foi iniciado.

Uma imagem da cidade é preservada no mapa de Madaba, do século VI. O aspecto que mais chamava a atenção era o Cardo, a rua principal que ligava o Portão de Damasco à área do Portão de Sião. Proeminentemente nessa rota estavam as igrejas do Santo Sepulcro, e a nova igreja, Nea. A área do Monte de Templo permanecia deserta. Os judeus estavam proibidos de visitar este local, tão sagrado. Foi nessa época que surgiu a idéia da Jerusalém Espiritual, para a tão dispersa nação judia. A cidade não poderia ser fisicamente tocada, no entanto judeus pelo mundo afora poderiam sonhar em retornar a Jerusalém e orar diante do Monte do Templo, situado a milhares de milhas.

Desse período em diante, qualquer casamento testemunharia a centralização de Jerusalém, pois a tradição de o noivo quebrar um copo com o pé significava lembrar a destruição do Templo. A cada Páscoa os judeus culminariam o Cedro tendo esperança para o próximo ano em Jerusalém! Três vezes por dia os judeus olhavam em direção ao leste, quando oravam, voltando o rosto para a terra de Israel, a terra espiritual judia. Quer estivessem em Portugal, no Paquistão, na Pensilvânia, África do Sul, ou Dakota do Sul, oravam por chuva ou tempo seco, de acordo com as necessidades climáticas de Israel. E suplicavam, ansiando pela volta à independência judia em sua terra natal: "Que possamos ver o misericordioso retorno a Sião!"

Conquista Muçulmana
Logo após a conquista muçulmana, em 638 d. C., o califa Omar veio a Jerusalém e imediatamente iniciou a renovação da cidade, começando com o entulho que sujava o Monte do Templo. De acordo com a tradição local, Omar atirou sua bolsa cheia de moedas de ouro nos escombros que cobriam o Monte Moriá. Os pobres e necessitados cuidavam de limpar o lugar, tendo as moedas como recompensa. Omar rededicou a área como um local de adoração muçulmana. Seu filho Abdel-Malik venerou a memória do pai num memorial construído sobre a rocha da lenda (a pedra da fundação, o local onde Isaque fora oferecido como sacrifício, o ponto onde o Templo tinha permanecido), o Domo da Rocha em 691 d.C.

Continuando a dinastia, El-Walid construiu a mesquita de Al-Aksa, em 701 d.C., que se tornou o terceiro santuário mais sagrado do Islã. Os muçulmanos chamavam a plataforma do Templo inteiro por um novo nome, Haram el-Shariff (santuário nobre). Esses muçulmanos fizeram muita coisa para melhorar a cidade de Jerusalém: seus muros foram reparados, e a vida em geral retornou à normalidade. A comunidade judia cada vez mais voltou a morar na cidade, construiu sinagogas e centros de estudo.

Quando o califa Omar visitou Jerusalém, logo após a conquista perguntou aos judeus: Em que parte da cidade vocês gostariam de morar? Eles responderam: Na parte sul. Era o mercado dos judeus. Sua intenção era estar perto do Templo e seus portões, bem como das águas do Siloam, para seus banhos rituais. O emir dos fiéis lhes concedeu isso.

"A comunidade judia uma vez mais floresceu, e os judeus estavam entre aqueles que guardavam os muros de pedra. Em troca eles foram empregados para limpar a área de Haram, de lixo. Existe também evidência de que outros judeus fizeram o vidro e os pavios para as lamparinas, e que essas eram as ocupações tradicionais dos judeus do século VIII em diante" (Mujir al-Din, História de Jerusalém e Hebrom).

Reino latino de Jerusalém

Respondendo ao chamado do Papa para libertar a Terra Santa das mãos dos infiéis, os cruzados sitiaram Jerusalém durante um mês, no verão de 1099. Guiados pelos cavalheiros franceses e alemães, tomaram a cidade pelo Norte. Os muçulmanos e os judeus eram considerados pagãos pelos cruzados cristãos, e eram mortos, caso - na hora - não se tornassem cristãos. Os cruzados restabeleceram Jerusalém como cidade cristã. Mapas desse período retratam-na como centro do mundo. No entanto, nem todos eles estavam entusiasmados com o idealismo da sua missão. Muitos eram desajustados e criminosos, que seguiam os cavaleiros levados pela esperança de ganhar fama, fortuna e aventura. Muitas igrejas e mosteiros foram construídos nos locais que de alguma forma estavam conectados com a vida de Jesus e de seus discípulos. No final do reino dos cruzados em Jerusalém, bairros foram estabelecidos para as comunidades latinas, armênias e sírias, enquanto muçulmanos e judeus, em grande número, eram impedidos de nela viver.

Retorno dos Mulçumanos

No ano de 1187, Jerusalém já não estava nas mãos dos cruzados. Os muçulmanos, liderados pelo general árabe Saladino, recapturaram a cidade. Foi quando estes governaram Jerusalém que o rabino Moshe bem Nachman (Nachmanides) se mudou para lá e estabeleceu a sinagoga Ramban, hoje bairro judeu. Uma réplica da carta que ele enviou a seu filho está hoje em exposição na sinagoga Ramban. "Encontramos somente dois judeus, irmãos, tintureiros, uma casa em ruínas com pilares em mármore e um lindo domo que julgamos ser uma sinagoga (...) Fomos á cidade de Sechem para trazer de lá os Pergaminhos da Lei, que antes se encontravam em Jerusalém, e haviam sido roubados pelos tártaros. Construímos uma sinagoga, e nela oraremos". Vieram então os mamelucos, ex-escravos que à força se haviam convertido ao islamismo. Como acontece freqüentemente, eles eram mais zelosos com a identificação de sua religião do que os muçulmanos haviam sido com sua fé. Os mamelucos pouca atenção prestavam às estruturas políticas e de defesa de que Jerusalém necessitava. Em vez disso, construíram edifícios religiosos (madrassas), que demonstravam seu amor pelo Islã. A evidência da bela arquitetura mameluca pode ser vista abundantemente na área do Shuk (bazar, mercado) e no Monte do Templo. Na história dos judeus, 1492 marca sua expulsão da Espanha, pelo Rei Ferdinando e a rainha Isabel, que enviou Colombo à sua famosa missão ao novo mundo. Muitos judeus que foram forçados a deixar o lar foram para Jerusalém.

O rabino Ovadia de Bartinora (1450-1510) manteve registros de sua viagem por Jerusalém. Ele descreveu uma cena de desolação e pobreza, com as famílias judias estabelecidas na cidade, aparentemente sem meios de sustento material. No entanto de algum modo - talvez por sua força espiritual - os judeus se prenderam tenazmente à vida de sua querida cidade sagrada. O rabino Ovadia também se estabeleceu em Jerusalém, apesar de todos os perigos e dificuldades, e sua liderança carismática inspirou o aliyah (imigração) de muitos judeus, da Espanha e de Portugal (Sephardim).

O império otomano

Muitos governantes estrangeiros conquistaram e perderam Jerusalém. Em 1517 os turcos tomaram posse da cidade, e a Palestina e Jerusalém se tornaram parte do Império Otomano (muçulmano turco).
Suleiman, o Magnífico, Sultão do Império Otomano, ordenou, em 1538, que os muros de Jerusalém fossem reconstruídos. Com um ponto de vista diferente dos mamelucos, que se dedicavam à construção de estruturas religiosas, Suleiman percebeu que a construção de um muro em torno de Jerusalém criaria uma defesa adequada à sua recente conquista.

Os engenheiros de Suleiman, na intenção de agradar o sultão e terminar logo o enorme trabalho, deixaram de fora o canto sudeste da antiga cidade - o Monte Sião -, fora dos muros. Em razão de sua displicência, os engenheiros foram decapitados, e enterrados em duas sepulturas no Portão de Jafa.

Os turcos aderiram ao conceito islâmico de considerar os judeus cidadãos de Segunda classe. Eles eram chamados de "Dhima" e só eram tolerados por serem considerados "povo do Livro", compartilhando a crença monoteísta do Islã. Eles não confiavam nos judeus, e os perseguiam, em razão de sua rejeição a Maomé e seus ensinamentos. As sinagogas, por lei, não poderiam ser mais altas que as mesquitas da cidade. Os judeus tinham que usar um emblema especial. Seu testemunho na corte não tinha valor algum, se fosse contra um muçulmano.

Até hoje existe o status de "Dhima" em alguns países árabes.

Século 18 em diante
"Parece que todas as raças e cores e línguas da Terra devem ser representadas entre as catorze mil almas que vivem em Jerusalém. Superabundam trapos, desolação, pobreza e sujeira, sinais e símbolos que indicam a presença de liderança muçulmana, mais do que a própria bandeira". Mark Twain, Os inocentes no exterior.

Em 1860, os judeus começaram a passar para fora dos muros de Jerusalém. O governo turco Otamano deu início a muitas reformas civis, que proporcionaram aos judeus uma sensação cada vez maior de status e liberdade. Quando o rico filantropista inglês Sir Moses Montefiore contemplou a construção de Mishkenot Sha'ananim (Residências Tranquilas), fora dos muros da cidade, muitos dos residentes do bairro judeu concordaram em relocar. Não há dúvidas que Sir Moses lhes deu "gratificações" financeiras por suas corajosas atitudes modernas.

Sem os muros da cidade para protegê-los, os colonos de Jerusalém voltavam à noite às suas moradias dentro dos muros. O eventual sucesso de Mishkenot Sha'ananim levou a uma maior expansão para fora do muro. O estabelecimento de Mea hearim (cem medidas) em 1875 foi típico do que se transformou em êxodo de tipos. Iemenitas, húngaros e outros grupos comunitários se mudaram para fora dos muros à medida que Jerusalém se expandia para o norte e para oeste. O retrato de Jerusalém começou a mudar no final de 1880, com o influxo de poderes europeus que abriram consulados. Com sua política segura, os peregrinos cristãos, bem como os judeus, se estabeleceram na cidade. O caráter de Jerusalém foi realçado pela construção de vários prédios públicos. O Hospício Italiano e a Igreja Russa, ambos construídos nessa época, refletem o estilo arquitetônico trazido à cidade por grupos novos.

Mandato Britânico

Na virada do século, o Império Otomano começou a desmoronar. A população de Jerusalém foi engolida pela primeira e Segunda Aliyah da Europa e milhares de judeus do Iemen. Muitos se estabeleceram na parte oeste da cidade. A primeira guerra mundial trouxe o fim para a lei otomana. O general Allenby entrou na cidade Velha pelo Portão de Jafa para assumir o controle de Jerusalém, para os britânicos. Sob o governo britânico, os serviços aumentaram e bairros com jardins, como Rehavia, foram reestruturados. Talbiah, as colônias gregas e alemãs e Romena se desenvolveram, e sedes municipais foram centralizadas na nova prefeitura, na Estrada de Jafa. Em 1917, a Declaração Balfour levou a população local e os judeus do mundo inteiro a acreditar que a Terceira comunidade Judia estava pronta.

Este documento, uma carta de Lorde Balfour ao Dr. Chaim Waizman (posteriormente primeiro presidente de Israel), falava sobre a intenção do governo britânico de estabelecer um local na Palestina onde os judeus pudessem viver. No entanto, quando tumultos aconteceram em Jerusalém e em outras cidades, entre 1929 e 1936, o governo britânico deu início a um programa de reconciliação com os árabes. O infame White Paper (1939) limitava a imigração judia à Palestina. A sua publicação, na época em que Hitler aumentou sua perseguição ao povo judeu europeu, foi um tempo negro para os judeus em Jerusalém.

Segunda guerra mundial

Muitos sobreviventes, com cicatrizes profundas e desolados com suas experiências nos campos de concentração, estavam determinados a construir uma nova vida com os judeus. Muitos deles se mudaram para a Palestina, apesar das restrições para a entrada dos britânicos, e se tornaram os pioneiros da Israel moderna, fundando Kibbutzim e cidades e criando uma conscientização judia de coragem e independência. Eles se uniram à recém formada força de defesa de Israel e ajudam na luta que levou a fundação do que é hoje o moderno estado de Israel, em 15 e maio de 1948 (5 lyar, 5708).

Depois da guerra da independência, a velha cidade de Jerusalém estava sob o controle jordaniano. Muitos imigrantes novos vindos de países orientais incharam a população de Jerusalém. Novos projetos de casas populares foram realizados em Katamom e Shmuel HaNavi para absorver o número cada vez maior de imigrantes. Com a cidade dividida, muitos ex-residentes do bairro judeu se estabeleceram em subúrbios ao norte e a oeste, e este se tornaram parte de Jerusalém.

Guerra dos seis dias
"Motta estava encostado contra um dos muros, sentindo como se houvesse retornado a casa, a meta de suas aspirações. Nomes da história lhe rodam no pensamento. O Monte do Templo, Monte Moriá, Abraão e Isaque, o Templo, os Macabeus, Bar Kochba, romanos, gregos. Nós no Monte do Templo. O Templo é nosso." O portão do Leão, reproduzido no Muro Ocidental, Meir Bem Dov. A Guerra dos Seis dias, em junho de 1967, restaurou a Israel a velha cidade de Jerusalém. A cidade capital, que fora dividida durante 19 anos, estava unida. Na euforia que se seguiu à libertação de Jerusalém, milhares de pessoas foram ao Monte do Templo, a Kotel, para ver tocar e agradecer junto ao Muro, que se tornou o centro nacional, cultural e religioso do Estado de Israel e do povo judeu pelo mundo afora. Um avião contendo um grupo de brasileiros que realizava um tour pelo oriente, Seul, Egito, Israel, chegara à Jerusalém na 5ª feira. No Sábado, que é o Sabbath, em meio a ruas tranqüilas, de repente toca a sirene de alarme, avisando que a Guerra havia começado.

Jerusalém no futuro

Com a reunificação de Jerusalém, mais terra ficou disponível para a expansão da cidade. Novos bairros residenciais com estilos arquitetônicos únicos começaram a surgir em Jerusalém: Ramor, French Hill, Gilo e NveYaacov foram estabelecidos como um cinturão de segurança, assegurando a integridade de Jerusalém. Os nomes das ruas de algumas dessas áreas lembram a coragem nas batalhas da Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967. Depois de 1967 Jerusalém continua a crescer e a desenvolver-se. A população dobrou e os novos bairros estão completos. Grandes parques, boulevards e áreas públicas muito bem cuidadas compõem hoje o retrato de Jerusalém, uma cidade moderna e próspera. Jerusalém é uma cidade de contrastes, o novo e o velho girando em cima de 4.000 anos de história. Ela é a cidade eterna, nas encruzilhadas do mundo, ansiosamente contemplando o futuro.

Baruch Há Shem!

Bendito seja o Nome!

Fonte: www.bibliabytes.com.br

ISRAEL, A ALIANÇA DE D'US COM A IGREJA



ISRAEL - Ainda é uma terra Bíblica
O Oriente Médio, Israel, Egito, o Líder Palestino, Hafez-al-Assad, Yasser Arafat, Arábia Saudita, Kuwait, Saddam Hussein, Líbano, Síria, Cisjordânia, Netanyahu... são nomes que nós ouvimos nos noticiários todos os dias. Como interpretamos o que temos ouvido? Geralmente, a informação sem um conhecimento mínimo necessário para interpretá-lo, traz confusão ou geral desinteresse. Quando nós nos sentimos mal, a quem procuramos? Nós não vamos a uma loja de sapatos, pois ali nada poderão fazer por nós! Devemos ir a quem possa realmente nos ajudar, ou seja, iremos a uma médico! O mesmo se dá com a Palavra! Quando quisermos interpretá-la de forma correta, precisamos conhecer e entender o que os judeus entendem da palavra, pois ela foi dada primeiramente à eles! Por isso, para aqueles que desejam obedecer a Bíblia é importante entender o que está acontecendo com Israel e com todos aqueles que de certa forma desempenham um papel importante no cenário do Oriente Médio hoje, como participantes do desenrolar das profecias bíblicas. Quando paramos para pensar em Israel hoje em comparação a Israel no tempo da Bíblia, várias perguntas nos vêm a mente:

* O Estado de Israel hoje, e Israel no tempo da Bíblia - é a mesma terra?
* É correta a afirmação dos Árabes/Palestinos, de que Israel de hoje não é o Israel da Bíblia?
* Porque Deus escolheu esta terra e a chama de "Sua terra"?
* Porque Ele escolheu os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó para morar nesta terra, bem como a deu a eles em aliança?
* Essa aliança foi feita para sempre?


Como cristãos, devíamos estar procurando respostas para estas perguntas, pois há uma relação entre nós, a Bíblia, Israel e o povo judeu. Em Efésios 2:11-13, Paulo diz: "em Jesus Cristo nós, gentios, somos feitos participantes de todas as promessas de Deus... somos feitos participantes da comunidade de Israel, das suas promessas e esperança".

O cumprimento da lei e dos profetas da Bíblia Hebraica (Velho Testamento) estão na vida, morte e ressurreição de Jesus. Nossa salvação traz consigo a aceitação do Deus de Israel, bem como da herança e das raízes da história do povo Judeu, o povo escolhido de Deus... e a terra de Israel.

Para interpretarmos os fatos do presente e do futuro, precisamos de conhecimento bíblico e histórico do passado.

É importante compreendermos:
* A terra de Israel é o interessante lugar que ela ocupa em relação às nações;
* A terra em relação ao povo que Deus escolheu para ocupá-la e porque ocupá-la;
* O papel do povo judeu na história - os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó.

Com essas informações, estaremos capacitados a nos situar biblicamente em relação a Israel e o Oriente Médio.

A Terra
Para sabermos se Israel hoje está localizado no mesmo lugar do Israel no tempo da Bíblia, temos que buscar as descrições bíblica. De que "terra" estamos falando? Em Gn 15:18 nos foram dadas algumas dimensões: "O Senhor fez uma aliança com Abraão, dizendo: dei essa terra para os seus descendentes, do rio do Egito até o grande rio Eufrates."

Mais especificamente, Gênesis 17:8 afirma "toda a terra de Canaã". Em Exodo 3:8 Deus fala a Moisés no deserto e diz: "Por isso desci para livrá-los das mãos dos egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra para uma terra espaçosa, para uma terra que mana leite e mel - o lugar do cananeu, do heteu, do amorreu, do ferezeu, do heveu e do jebuseu."

Essa descrição compreende Israel hoje, mais parte do oeste da Jordânia, oeste da Síria e a maior parte do Líbano.

Mas, que tipo de terra é essa Terra Prometida?
Em Exodo 3:8 ela é descrita como: "uma terra que mana leite e mel", e em Ezequiel 20:6 nós lemos "...uma terra que mana leite e mel e é a glória de todas as terras."

Com a expressão "leite e mel" Deus estava descrevendo uma terra que poderia sustentar animais que produziriam leite e onde cresceriam árvores frutíferas para as abelhas. Na Bíblia Hebraica, mel poderia se referir também ao que nós chamamos hoje de geléia de frutas, o que confirmaria a idéias de árvores frutíferas. Uma terra que mana leite e mel numa região desértica, podemos considerar como sendo uma preciosa promessa do Senhor.

Com o termo "glória das nações" Deus queria dizer que Israel seria líder entre as nações, não só espiritualmente, mas que também refletiria as nações do mundo temporariamente em seu solo, flora e fauna.

Israel é pequeno (241 x 80 km), mas é abençoado pelo clima, solo e sua privilegiada localização na terra, tornando possível encontrar vegetação e animais de quatro diferentes zonas ecológicas - África, Ásia, Mediterrâneo e Euro-Sibéria, pois essas quatro zonas fazem limite com Israel.

Israel tem montanhas elevadas, desertos, florestas, pântanos, litoral, bem como o lugar mais baixo da terra (-400m). Tem verão e inverno intensos, frutas tropicais, verduras e legumes. Na verdade, em Jerusalém você pode cultivar maçãs e laranjas, uma fruta de clima frio e outra de clima tropical no mesmo pomar! Em Israel há o dobro de espécies de plantas do que em seu vizinho, o Egito, o qual possui o rico Delta do Nilo. Pássaros vêm de longe passar períodos em Israel, tanto da África do Sul como da Islândia. Israel também é visitado pelo lobo da longínqua Sibéria no extremo norte e pelo leopardo da África, no sul.

Verdadeiramente, Israel não é somente a glória das nações no sentido espiritual, mas também no físico.

Mais do que isso, é muito importante entender que Deus possui a terra. Levítico 25:23 afirma: "A terra não será vendida perpetuamente, porque a terra é minha, e vós estais comigo como estrangeiros e peregrinos". Deus possui a escritura da terra. Da mesma forma que nós transferimos o título de domínio de um carro ou de uma casa que nós possuímos, Deus escolheu transferir o título de sua terra a Israel, para um povo particular para sempre.

Deus escolheu um homem, Abraão, para possuir a Sua Terra, Israel, porque Ele tinha um plano: a redenção do mundo.

A Terra, em relação ao pop escolhido de D'us
A aproximadamente 4.000 anos atrás, Deus chamou um homem chamado Abrão para uma tarefa especial. Ele era originalmente de Ur dos Caldeus (perto da Basra, no Iraque hoje), estava morando em Harã, sul da Turquia hoje, quando Deus o chamou. Quando ele tinha 75 anos Deus falou com ele: "Saia do seu país, deixe a sua parentela e a casa de seu pai, para uma terra que eu te mostrarei. Farei de ti uma grande nação, e te abençoarei e te engrandecerei o nome, e tu serás uma bênção. Abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terras" (Gn 12:1-3).

Abrão, sua esposa estéril Sarai e seu sobrinho Ló, saíram de Harã para Canaã, onde Deus disse a ele: "Levanta agora os teus olhos e olha desde o lugar onde estas, para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente. Toda esta terra que vês, hei de dar a ti, e a tua descendência para sempre. Farei a tua descendência como o pó da terra, de modo que se alguém puder contar o pó da terra, também a tua descendência será contada. Levanta-se, percorre a terra, no seu comprimento e na sua largura, pois eu a darei a ti" (Gn 13:14-17).

Depois de dez anos de espera pelo filho da promessa em Canaã, Abrão e Sarai se tornaram impacientes. Sarai ofereceu sua serva Hagar para Abrão e eles tiveram um filho chamado Ismael. Porém, esse não era o filho que Deus havia prometido.

Isaque, o Filho da promessa
Finalmente, quatorze anos depois (24 anos depois que eles chegaram em Canaã), Deus falou com Abrão sobre Sua promessa. Foi então quando Deus mudou o nome de Abrão para Abraão (pai duma multidão), e o de Sarai para Sara (princiesa) que Deus começou a cumprir Sua promessa. Em Gênesis 17:7-8 Deus diz: "Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência depois de ti em suas gerações, como aliança perpétua, para ser o teu Deus, e a tua descendência depois de ti. Darei a ti e a tua descendência depois de ti a terra das tuas peregrinações, toda a terra de Canaã, em perpétua possessão; e serei o seu Deus." Esse texto confirma que a aliança de Deus seria perpétua e incondicional, não seria temporária. Nessa época Abrão tinha 99 anos e Sara tinha 90 anos e continuava estéril. Por causa disso, ele entendeu que Ismael, que era seu filho, seria o filho da promessa. Em Gênesis 17:18 Abraão disse a Deus: "Oxalá viva Ismael diante de ti".

Esse não era o plano de Deus, o qual Ele explicou: Ismael não era o filho da promessa e Sara realmente teria um filho: Isaque é que seria o herdeiro, teria as promessas e o título da terra. Para que Abraão não tivesse dúvida, Deus disse: "Na verdade, Sara tua mulher te dará um filho e lhe porás o nome de Isaque; com ele estabelecerei a minha aliança, aliança perpétua para a sua descendência depois dele" (Gn 17:19).

Como ficaria Ismael? Ele também não é filho de Abraão? Sim, mas não o filho da promessa.

Quanto a isto Deus disse: "E quanto a Ismael, também te tenho ouvido: certamente o abençoarei; fá-lo-ei fecundo e o multiplicarei grandíssimamente. Doze príncipes gerará, e dele farei uma grande nação. A minha aliança, porém, estabelecerei com Isaque, que Sara te dará neste mesmo tempo, daqui a um ano". (Gn 17:20-21).

Isaque recebeu a bênção da aliança e não Ismael. Isso nos traz para a atualidade porque, a pergunta no momento é: "Quem na verdade tem direito de possuir a Terra de Israel - os Árabes ou os Judeus"? Deus prometeu abençoar Ismael e seus descendentes, mas não com a terra de Canaã, a qual Deus passou o direito de posse para os descendentes de Abraão via Isaque.

Esse é um ponto crítico, pois muitos Árabes reivindicam o direito sobre a terra de Israel como descendentes de Abraão através da linhagem de Ismael! Como descendentes de Abraão através de Ismael estava previsto que eles recebessem muitas bênção prometidas, mas NÃO a terra de Israel. Esta foi reservada aos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó.

Sabemos que Abraão teve outros filhos os quais também NÃO receberam o direito sobre a terra de Canaã. Em Gênesis 25:1-6 lemos que os outros filhos de Abraão receberam presentes e foram enviados para as terras do Oriente: "Abraão deu tudo o que possuía a Isaque. Mas aos filhos das concubinas que tinha, deu Abraão presentes e, ainda em vida, separou-os do seu filho Isaque, enviando-os ao Oriente".

Jacó, o filho prometido: Mais tarde, Isaque teve dois filhos, Jacó e Esaú, e nós podemos ver Deus fazendo uma promessa similar para Jacó. Em Gn 35:11-12, Deus disse a Jacó: "Eu sou o Deus Todo-Poderoso; frutifica e multiplica-te. Uma nação, sim, uma multidão de nações sairão de ti, e reis procederão dos teus lombos. E te darei a terra que dei a Abraão e a Isaque, a ti a darei; também à tua descendência, depois de ti, a darei".

Como ficaria Esaú? Em Gênesis 36:6-9, lemos que Esaú pegou sua família e saiu de Canaã, para longe de Jacó. Isso porque Jacó era tão rico que aquela terra não era suficiente para sustentar todos os seus animais. Ele se mudou para Edom, do outro lado do Mar Morto, sul da Jordânia hoje. Considerando a aliança de Deus e a história, a terra de Israel biblicamente pertence aos Judeus, aos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó.

Mas, será que os Árabes foram enganados? Deus disse que os abençoaria e hoje existem 21 países Árabes soberanos e apenas UM estado Judeu. Se somarmos a área de todos os países Árabes do mundo verificamos que eles possuem uma área que é 650 vezes maios do que Israel. Em outras palavras, Israel é do tamanho da metade do estado do Espírito Santo. Entretanto, os países Árabes possuem uma área que é seis bilhões de metros quadrados maior do que o Brasil somado a mais uma vez a área do estado do Amazonas, em contraste com o estado do Espírito Santo, sem contar que eles praticamente têm o controle do suprimento de petróleo nas mãos. Bem, os Árabes não foram enganados pelo fato de os judeus terem retornado para a terra que é deles desde os tempos antigos, Israel.

Porque D'us escolheu um povo e uma terra específicos?
Havia uma razão importante para Deus estabelecer alianças com um povo escolhido em uma terra que Ele separou para esse povo.

Veja que, Deus escolheu um lugar específico, Israel, e um povo específico, os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó, para um propósito específico.

O povo Judeu foi escolhido:
1) - Para testemunhar que Deus é único no meio de toda a idolatria do mundo.
2) - Para mostrar às nações a bênção que é servir ao Deus verdadeiro.
3) - Para receber, preservar e transmitir as Escrituras (64 dos 66 livros da Bíblia foram escritos por judeus).
4) - Pare serem a ligação humana (elo histórico) para a vinda do Messias, o Salvador do mundo.

A terra foi escolhida por uma razão. Como é dito nas propagandas: localização, localização, localização. Apesar de pequena em tamanho, a terra de Israel está estrategicamente situada bem no meio das grandes e importantes rotas do mundo antigo - entre os grandes impérios da Assíria e da Babilônia no norte e o Egito ao sul. Uma das melhores descrições para Israel seria "A Terra-Sanduíche" (uma terra entre as outras). Isso era exatamente o que Deus queria para o Seu povo.

Israel é praticamente um eixo, como a dobradiça de uma porta, entre grandes regiões do mundo antigo. Quem quer que fosse, que controlasse a terra de Israel, poderia exercer grande influência no mundo. É por isso que conquistar Israel era, e ainda é, um objetivo estratégico para nações que querem controlar o Oriente Médio. Porém, esse pedaço de terra não está à disposição para ser apossada, pois, Deus tinha e ainda tem um plano para ela.

Deus colocou Seu povo escolhido num lugar precário, exatamente onde Ele os queria, para um propósito específico. Em tempos de guerra ou em tempos de paz, a mensagem de Deus será exposta ao mundo. Por que? Deus poderia tê-los levado para longe do deserto do Oriente Médio e ter criado um outro Jardim do Éden para eles. Lá eles poderiam ser aquecidos pela glória e provisão de Deus, removidos dos conflitos do mundo. Na verdade, fora do deserto onde nenhum viajante pudesse notá-los, até que chegassem neste século, quando nossos satélites finalmente os fotografassem de cima. Bem, Deus tinha outros planos.

1) - A localização estratégica da terra criaria pressões especiais. Podemos dizer que essas pressões seriam "o território de Deus para provar a fé." Nessa terra haveria muita pressão e muitas provações. Mas, através dessas provações, com tudo desfavorável aos israelitas, Deus mostrou seu poder miraculoso ao sustentá-los e abençoá-los, mesmo diante de situações tão difíceis. Isso fez com que as pessoas parassem e os notassem.

2) - O fato de toda a comunicação, negócios e até os exércitos daquele tempo, terem que passar por esta terra; a história do relacionamento do homem através do Seu povo escolhido se espalharia por todo o mundo.

O povo de Israel foi escolhido para ser o testemunho vivo de Deus através de suas vidas e de suas mensagens.

Em tempos de paz, os viajantes poderiam ver e ouvir a mensagem de Deus e levá-la ao mundo.
Em tempos de guerra, Deus mostrou seu poder miraculoso ao defendê-los. Esta mensagem também foi espalhada pelo mundo. Por exemplo, o Rei Senaqueribe da Assíria invadiu Judá em 720 a.C., quando ele atingiu Jerusalém, ele cercou a cidade e zombou do Rei Ezequias e do Deus de Israel. Deus agiu. O anjo do Senhor liquidou os soldados e os oficiais de Senaqueribe. II Cr 32 diz que Senaqueribe deixou um relato sobre esse evento esculpido nas pedras, o qual testifica o que Deus fez nesse dia em Israel.


Israel - Ainda é uma terra Bíblica
O eterno plano redentor de Deus é claro na Bíblia. O homem pecou e se separou de Deus. Mesmo assim, Deus quer ter comunhão conosco, por isso Ele criou um plano que envolveria o homem, Abraão e a terra de Israel, para trazer salvação ao mundo.

Portanto, esse plano não está terminado e o cumprimento das profecias de Deus estão acontecendo e estão relacionadas a Israel e ao povo judeu hoje. Não há dúvida de que havia e ainda há um futuro que tem moldado a história do mundo.

O povo de Israel foi escolhido para testemunhar sobre Deus. Eles não tinham livros, gravadores, rádio e televisão como nós temos hoje. Suas vidas eram uma mensagem viva do amor de Deus o qual Ele usou para expandir Sua Palavra para o mundo.

Esta é uma grande verdade para nós cristãos. Paulo nos escreve: "Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens. Já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedras, mas nas tábuas de carne do coração" (II Co 3:2,3).

Assim como Israel, o novo nascimento não nos livra das pressões da vida. Pelo contrário, Ele nos coloca bem no meio, onde tudo acontece ao mesmo tempo ao nosso redor. E exatamente nesse lugar Ele nos abençoa. Então, quando os problemas aumentam, Ele está lá para nos proteger e nos defender. Em ambos os casos, isso se transforma em testemunho do Deus vivo, o qual nós servimos.

Deus nunca nos prometeu que nos colocaria no céu aqui na terra; o céu virá na eternidade. Aqui na terra, fomos chamados através de nossa salvação para sermos testemunhas dele. Temos a oportunidade de fazê-lo todos os dias, e não deveríamos depender de ninguém ou de nada para fazer o trabalho por nós.

Como Israel, precisamos estar enraizados e firmados no Senhor, para que os nossos inimigos não nos ultrapassem ou a crise e a escassez venha sobre nós. Isto foi o que aconteceu quando Israel tirou os olhos do Senhor. Somente quando nos submetemos ao Senhor, encontramos provisão e proteção, o que fará com que o mundo ao nosso redor fique maravilhado e se volte para o Reino de Deus.

Assim como Israel, não somos uma ilha isolada. Estamos exatamente nos lugares onde tudo acontece, para que possamos mostrar a glória do Seu Nome.

Vamos continuar nossas descobertas:
* Como é que Israel se encaixa nas profecias bíblicas?
* Há uma promessa de Deus de que o povo judeu, disperso pelo mundo, voltaria um dia para a terra prometida e que a terra seria restaurada?
* Há esperança para Israel?
* Porque muitos cristãos apoiam o Estado de Israel?
* Como deve ser o relacionamento dos cristãos com o povo judeus?


O Povo e a terra no centexto profético
Nos tempos bíblicos, a terra e o povo de Israel eram essenciais para levarem a mensagem de Deus às nações. Hoje eles não são menos importantes nos planos finais de deus, o que mostra ao mundo que Ele é fiel à sua Palavra.

Os profetas falaram sobre um grande Dia de tornar a trazer de entre os povos, e os ajuntar das terras de seus inimigos, eu me santificarei neles aos olhos de muitas nações. Então saberão que eu sou o Senhor seu Deus, vendo que eu os fiz ir para o exílio entre as nações, e os tornei a ajuntar a fim de voltarem à sua terra, e nenhum deles deixei para trás. Já não esconderei deles a minha face, pois eu derramarei o meu Espírito sobre a casa de Israel, diz o Senhor Deus".

Em Amós 9:14-15 Deus diz: "Trarei de volta do exílio o meu povo Israel, reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão. Plantarão vinhas e beberão o seu vinho; farão pomares e lhes comerão os frutos. Plantá-los-ei na sua própria terra, e não serão mais arrancados da terra que lhes dei, diz o Senhor teu Deus".

Esses não são versículos obscuros na Bíblia, que não têm nenhuma importância hoje. Podemos vê-los sendo cumpridos bem diante dos nossos olhos. Para mim, morar em Israel e ler as profecias bíblicas, é como estar lendo o jornal do dia.

Por exemplo, Isaías escreveu: "O deserto e os lugares secos se alegrarão; o ermo exultará e florescerá como a rosa" (Is 35:1).

Ele escreveu esses versículos para expressão quão empolgante seria quando o povo judeu retornasse para a terra prometida, Israel. Até mesmo a terra se regozijaria de alegria.

Você deve estar perguntando, voltar de onde? Muitos profetas do Velho Testamento falaram que haveria um dia em que os judeus sairiam de Israel. Isso ocorreu logo depois de Jesus. Mas Deus não pretendia deixá-los no exílio, e os profetas profetizaram o seu retorno das nações um dia.

Hoje é o dia do qual as profecias falaram. Estamos vivendo em dias em que as profecias bíblicas estão se cumprindo bem diante dos nossos olhos. Enquanto nos preparamos para a vinda do Senhor, a Bíblia nos dá sinais para que os observemos. Um desses sinais é os desertos de Israel e os lugares desolados florescendo. E como eles estão florescendo!

O deserto da Judéia, por exemplo, é normalmente seco e desolado. No entanto, toda primavera, depois da chuvas de inverno o deserto floresce por si mesmo. Flores delicada como a orquídea, cíclame, íris, açafrão da primavera e até tulipas florescem transformando o deserto em um tapete colorido ao longo da grama macia. Papoulas de todas as cores podem ser encontradas por toda a parte. Esses sãos os lírios do vale sobre os quais os evangelhos falam. Não somente os desertos florescem a cada primavera, mas, Israel cultiva flores no deserto durante todo o ano. Na paisagem árida, milhões de flores de muitas variedades são cultivadas e exportadas para vários lugares do mundo.

Portanto, até as flores em Israel estão falando conosco, como sinal de que Deus está cumprindo Sua Palavra, exatamente como os profetas disseram.


Mas, não foi sempre assim!
Em 1860, o autor americano, Mark Twain, veio visitar a região que na época era o Império Turco chamado Palestina. Veja como ele descreveu a terra: "Em nenhum lugar podia ser encontrado um metro de sombra sequer. Era uma terra nua, totalmente deserta". Sobre a Galiléia, onde hoje é uma área de lindas florestas e pomares, ele disse: "São sete horas da manhã e à medida que andamos nos campos vejo que, a grama deveria estar cintilando com o orvalho, as flores perfumando o ar com sua fragrância e os pássaros deveriam estar cantando nas árvores. Mas, que paisagem! Não há orvalho aqui, nem flores, nem pássaros, nem árvores. Há apenas um lago claro e sem nenhuma sombra e em volta algumas montanhas nuas".

O resumo de Mark Twain sobre a Palestina: "Das piores terras existentes, a palestina deve ser a número um. As colinas são áridas, descoloridas, sem nenhum atrativo. É uma terra sem esperança monótona, desolada".

Ezequiel 36 - Os três "erres" das profecias bíblicas
A descrição de Mark Twain sobre a palestina é a cópia dos sete primeiros versículos de Ezequiel 36. Esse capítulo é uma promessa fiel de Deus a Israel, no que se refere à restauração da terra e do povo de Israel por Deus, que aconteceria pouco antes da Segunda vinda do Senhor.

Lendo Ezequiel 36 vemos claramente a descrição do que tem acontecido em Israel nos últimos cem anos. É interessante notar que a flores silvestres nas montanhas têm muito a ver com essas promessas e testificam a fidelidade de Deus.

Esta passagem começa Deus falando às montanhas de Israel, lamentando sua desolação e abandono. Esse fato foi causado pelos inimigos de Israel que invadiram a terra para conquistarem os "altos lugares antigos", e depois de fazê-lo se orgulharam como o fato. Deus não planejou que essa terra, Israel, fosse habitada e prosperasse nas mãos de outro povo, senão do povo judeu, por isso ela esteve desolada por tantas gerações. As observações de Mark Twain são perfeitamente adequadas ao lamento do profeta.

No versículo 8 Deus tem boas notícias para a terra: "Mas vós, ó montes de Israel, vós produzireis os vossos ramos, e dareis o vosso fruto para o meu povo de Israel, pois já estão prestes a vir".

Ele continua dizendo que Ele multiplicaria o povo da casa de Israel, eles reconstruiriam as cidades arruinadas e aumentariam seus rebanhos e os produtos da terra. Quando isso acontecer disse Ele: "Então saberão que eu sou o Senhor" (vs. 11).

Há uma conexão entre os anos frutíferos e os anos inabitados de Israel. Conhecemos o que diz em Levítico 25:23 onde Deus diz que Ele é o dono dessa terra, e Ele escolheu dá-la ao Seu povo de aliança - o povo judeu, os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. Somente quando a terra e o povo da aliança, escolhido para estar nessa terra estivessem juntos, ambos poderiam florescer, de acordo com o plano divino de Deus.

Ezequiel confirma que é o retorno do povo judeu para a terra de Israel que desencadeia a restauração da terra por si mesma para a sua glória anterior e ainda maior do que a primeira.

O retorno do povo judeu e a restauração da terra também são importantes para demonstrar a integridade de Deus. Deus espalhou seu povo de aliança por um tempo. Enquanto estavam em outras nações, Ezequiel 36:20 diz que o povo de Israel profanou o nome de Deus e as suas promessas, quando o povo disse abusivamente: "é este o povo do Senhor que saiu da sua terra?"

Veja que, na antiguidade, os pagãos julgavam a eficácia dos seus deuses pela proteção que eles davam as suas terras e pela provisão. Nessa regiões eles adoravam ao deus Baal pela segurança contra a invasão de exércitos, pela provisão de chuva e comida; e Astarte, o deus da fertilidade, pela descendência.

No entanto, quando o povo judeu exilou para outros países e a terra de Israel ficou desolada, as nações pagãs ridicularizaram o Deus de Israel como incapaz de proteger e prover o Seu povo.

Por essa razão em Ezequiel 36:23-28, Deus fala de um grande momento, do retorno do povo judeu para sua terra de aliança, o qual Ele orquestraria, para a integridade do Seu nome. Isso aconteceria para mostrar às nações da Terra que Ele é o Deus vivo que cumpre suas promessas. Para completar, o verso 24 diz: "Pois eu vos tirarei dentre as nações e vos congregarei de todos os países, e vos trarei para a vossa terra".

Mais do que tudo isso, Deus deseja restaurar a comunhão espiritual com seu povo EM sua terra, quando Ele diz nos versos 27 e 28: "Porei dentro em vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardareis os meus juízos, e os observeis. Habitareis na terra que dei aos vossos pais; vós me sereis por povo, e eu vos sereis por Deus".

Esse processo dos últimos dias, esse mover profético, como está descrito em Ezequiel, é o que eu chamo de os três "erres" das profecias bíblicas dos últimos dias, no que diz respeito a Israel:

* O RETORNO do exílio para a terra dos seus antepassados;
* A RESTAURAÇÃO da terra e;
* A REDENÇÃO e renovação espiritual do povo judeu na terra.

Sim, esse dia, é hoje! Rabinos têm se referido aos dias presentes como "Dias Messiânicos". Sem sombra de dúvida estamos vendo a terra sendo restaurada e o povo retornando durante mais de 100 aos. E muitos do imigrantes são de países comunistas onde a adoração a Deus e a leitura da Bíblia era proibido. Agora eles estão aprendendo sobre o Senhor Deus de Israel e sobre a sua antiga terra, e um verdadeiro renovo espiritual está acontecendo. Não tem acontecido de uma só vez, mas com certeza está em processo.

Ezequiel dá uma última palavra para as nações pagãs do mundo que tentaram ocupar sua terra e não permitiu que seu povo voltasse. Nos versos 34 a 36 ele diz: "A terra assolada se lavrará, em vez de estar desolada a todos os que passam. Dirão: Esta terra desolada ficou como o jardim do Éden; as cidades solitárias, desoladas e destruídas, estão fortificadas e habitadas. Então saberão as nações, que ficarem de resto em redor de vós, que eu, o Senhor, reedifiquei as cidades destruídas e plantei o que estava devastado. Eu, o Senhor, o disse e o farei."

Você sabia que, nada mais acontece em Israel que não esteja relacionado com a Bíblia? D'us sempre usa o óbvio e o palpável para nos ensinar, então, seu ensino é reforçado uma vez após outra.

Israel não está mais desolada, e nem está destituída do seu povo da aliança. Hoje podemos ver com nossos próprios olhos as montanhas de Israel cobertas com lindas flores silvestres e uma grama macia, vemos plantações abundantes e florestas, novas cidades reconstruídas sobre lugares antigos, gado nas montanhas, pássaros nas árvores e o povo judeu que retornou de mais de 100 países e continuam retornando aos milhares a cada ano.

Enquanto Israel não vê o cumprimento completo dessas profecias, precisamos manter o foco das nossas orações em Israel.

Para nós que honramos a Bíblia, vamos nos posicionar com Israel com nossas orações e nossas vozes. Há aqueles que estão sempre desafiando a não existência de Israel. Mas D'us disse que eles não prevalecerão. Salmo 129:6 diz: "Sejam como a grama nos telhados, que se seca antes que se possas crescer."

De minha casa, no topo de uma montanha em Jerusalém, posso ver várias casas antigas, de pedras, numa vila próxima. Nos seus telhados, a grama cresce abundantemente depois das chuvas de inverno, mas em Maio ela já está cinza. Assim são aqueles que ridicularizam ou desconsideram a Palavra de D'us, logo, também murcharão e desaparecerão, mas, a Palavra de D'us prevalecerá.

O profeta Zacarias confirma que D'us usará Israel e Jerusalém novamente para testar as nações. As nações serão julgadas pela forma como entenderem e responderem ao plano de D'us para Israel. Em outras palavras, as que apoiarem o plano de D'us serão abençoadas, e as que rejeitarem o Seu plano serão massacradas. Vamos ver o que Zacarias diz: "Porei a Jerusalém como um copo de atordoamento para todos os povos em redor, e também para Judá, durante o cerco contra Jerusalém. Naquele dia farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos. Todos os que a erguerem certamente serão feridos. E ajuntar-se-ão contra ela todas as nações da terra."

Hoje em dia, as comunidades das nações costumam mobilizar seus exércitos contra nações obstinadas. Não é difícil entender porque um dia essas nações consideraram Israel uma nação obstinada que não está respondendo às suas ordens e por isso, atacariam Judá e Jerusalém (a capital e sede do governo de Israel). Quando esse dia vier, que nós possamos estar do lado de D'us nessa batalha, ou nós também seremos sucumbidos.

A história tem se focalizado cada dia mais em Israel, especialmente em Jerusalém. Como cristãos, temos uma oportunidade incrível de alcançar e tocar o povo judeu, demonstrando "o amor de D'us" e "o D'us de amor". Quando estiver apreciando as flores onde você ora, que D'us possa estar lhe trazendo à memória a "Mensagem sobre as Flores de Israel". Que Ele possa estar lembrando-lhe de "orar pela paz de Jerusalém". Nosso D'us é fiel e verdadeiro, e Ele está completando Sua obra aqui em Israel, exatamente como Ele prometeu e no tempo que Ele disse o faria.

A Igreja e o povo Judeu
Por último vamos voltar nossa atenção ao povo judeu, o povo escolhido por D'us, que são os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. Em Zacarias 2:8 D'us se refere a eles como "a menina do Seu olho", Ele diz: "aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho". Também, lembremo-nos de Gn 12:3 "Abençoarei os que te abençoarem, amaldiçoarei os que te amaldiçoarem".

Conhecemos a história dos inimigos de Israel relatada na Bíblia Hebraica (se refere ao Velho Testamento): o Faraó do Egito, os Filisteus, Cananeus, Moabitas, Edomitas, Amalequitas, Assírios e os Babilônicos esses são apenas alguns. Nos tempos pós-bíblicos temos os Gregos, os Romanos, os Persas, os Turcos Otomanos, os Alemães e agora os Árabes. Podemos ler como todos esses impérios que vieram contra Israel desapareceram gradualmente das páginas da história (lembre-se de Gn 12:3 sobre amaldiçoar Israel). Mas o povo judeu continua progredindo e Israel está florescendo novamente.

Um remanescente continuou morando na Palestina desde os tempos que eles foram expulsos por Roma no ano 135 d.C. Apesar de tudo, os Judeus começaram a retornar para sua terra em grande número, nos meados de 1800. Depois de muita perseguição e resistência, Israel se tornou uma nação soberana em 1948. Porém, ela não é uma nação nova, mas a continuação de uma nação que D'us começou com Abraão há 4.000 anos atrás.

Até aqui, da minha lista daqueles que tocaram a menina dos olhos de D'us, que perseguiram e mataram judeus sem misericórdia, excluí o pior dos ofensores - A IGREJA CRISTÃ.

Durante os primeiros 300 anos d.C., a "Teologia da Substituição" surgiu para convencer Roma de que o Cristianismo substituiria o Judaísmo. O Cristianismo iniciou um processo de descrédito aos Judeus e ao Judaísmo com o objetivo de conseguir se legalizar diante de Roma. Juntamente a isso veio também a amarga raiz do anti-semitismo, que até hoje está em nosso meio. Depois que o Cristianismo se tornou a religião do Santo Império Romano, o anti-semitismo foi institucionalizado, o que permitiu que fosse espalhado, permeado à religião. Alguns dos resultados extremos do anti-semitismo cristão são:

* Textos escritos, pelos pais da igreja, contra os judeus.
* Os primeiros escritos de Constantino contra os Judeus - 312 d.C.
* Nos séc. XI - XII, as Cruzadas que mataram e perseguiram Judeus na Europa e no Oriente Médio.
* No Séc. XV - a Inquisição, que permaneceu na Espanha até 1820.
* No Séc. XVI - Martin Lutero escreveu textos contra os judeus.
* No Séc. XIX - os Pogroms russos
* No Séc. XX - Hitler executou 6 milhões de Judeus

Beba da "Raiz da Ovileira
Nos últimos 40 anos, um grande avivamento vem acontecendo. Cristão têm lido a Palavra de D'us sobre o desenrolar do plano de D'us para Israel e sobre sua perpétua aliança com o povo judeu. Muitos cristãos têm demonstrado seu apoio a Israel e ao povo judeu, o que tem sido uma mudança bastante positiva em relação ao passado.

Os capítulo 9 e 11 do livro de Romanos mostram claramente a contínua misericórdia de D'us pelo povo judeu e o Seu desejo de que os cristãos tenham misericórdia deles e não hostilidade e anti-semitismo. Nós fomos enxertados na árvore de Israel e somos nutridos quando bebemos da seiva da raíz da oliveira - Israel. Rm 11:18 nos diz que não devemos nos orgulhar contra os ramos naturais, que é o povo judeu, pois nós não sustentamos a raíz, mas a raíz quem nos sustenta. A igreja tem sido muitas vezes como um buquê de flores - bonito por um tempo, mas, cortado e separado da raíz logo seca e morre. Precisamos nos religar à raíz (a qual é Israel, e a forma hebraica de entendermos as Escrituras), para que possamos Ter uma interpretação mais profunda da Palavra da D'us. Quando conectamos a Nova Aliança à Velha Aliança temos o entendimento que frequentemente nos falta em algumas expressões bíblicas.

Isaías nos diz para observar nosso 'irmão mais velho, o qual nos trouxe a salvação', "ouvi-me vós, os que seguis a retidão, os que buscais ao Senhor: Olhai para a rocha de onde fostes cortados, e para a caverna do poço de onde fostes cavados. Olhai para Abraão, vosso pai, e para Sara que vos deu a luz" (Is 51:1-2). Os cristãos também são herdeiros das promessas de Abraão e estão incluídos na promessa que D'us fez a ele: "Em ti serão benditas todas as nações da terra."

Precisamos participar ativamente do plano final de D'us para restaurar Israel e o seu povo, preparando então, a vinda do Messias. Isaías cotinua dizendo: "O Senhor certamente consolará a Sião, e consolará a todos os seus lugares assolados; ele fará o seu deserto como o Éden, e os seus ermos como o jardim do Senhor. Gozo e alegria se acharão nela, ações de graça, e som de cânticos" (Is 52:3).

Isso é o que temos visto em Israel hoje, e nós podemos participar do cumprimento das profecias.

A igreja não tem estado ligada ao plano redentor de D'us para o mundo. Não fomos chamados somente para levar a mensagem de D'us às nações, mas também, para nos reconciliarmos com Israel e o povo judeu, e esse é o momento. Yeshua (Jesus) "...é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um, e destruiu a parede de inimizade..." (Ef 2:14). Mesmo que isso não tenha acontecido através de anos de história da igreja, a Palavra de D'us afirma e tem certeza que irá se cumprir. Lembremo-nos que, tudo começa com o primeiro passo em direção à reconciliação. Precisamos dar os primeiros passos.

Sim, há uma relação entre Israel, as alianças de D'us e a Igreja. É um plano fantástico que tem se desenrolado desde Gênesis e não estará completo enquanto Apocalipse não se cumprir. Depois de lermos esse estudo, podemos ficar entusiasmados, pois, não somos meros seguidores de uma filosofia ou religião, mas participantes dinâmicos da contínua e viva Palavra de D'us.


Baruch Há Shem!
Bendito seja o Nome!

Fonte: www.bibliabytes.com.br